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Informa\u00E7\u00E3o: uma grande oportunidade de neg\u00F3cios.

Levar conhecimento sobre fontes de energia distribuída para a população aumenta as chances de comercializações para o setor.

A instalação de painéis solares nas residências e em ambientes comerciais em todo o mundo já chama atenção nos jornais, noticiários, revistas e muitos outros meios de comunicação. Graças a isso, mais e mais pessoas começaram a se perguntar se realmente vale a pena investir na instalação de tais painéis, gerando, assim, sua própria energia.

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Entre os especialistas de energias renováveis, muito se discute sobre os problemas dos pontos de vista técnico, regulatório, legal, financeiro, entre outros, deixando de lado, quase sempre, as dificuldades enfrentadas pelos consumidores finais, normalmente ocasionados pela falta de conhecimento da sociedade sobre o assunto. E é aí, na falta de informação, que surgem oportunidades que podem ser chances de ouro para o segmento de energia distribuída.

DESINFORMAÇÃO GERA INSEGURANÇA

Diego Loureiro, CEO da Sunalizer e há 15 anos trabalhando no setor energético na América Latina, lembra que, mais de uma vez, vivenciou a situação de ser consultado por amigos e conhecidos sobre a viabilidade de implantar sistemas solares em seus domicílios ou empresas. “Até então, não tinha ideia da falta de conhecimento, do nível das dúvidas e das dificuldades enfrentadas pelas pessoas para compreender como funciona o sistema de geração solar”.

O especialista no setor destaca que, por trás disso, estava a obrigação e a única opção, até pouco tempo atrás, dos consumidores de comprar energia da distribuidora local, a preços definidos por elas, sem jamais pensar que um dia poderiam instalar alguns painéis em seus telhados, passando a não pagar nada ou quase nada pela energia que consomem. “Ao surgir a possibilidade de gerar sua própria energia, as pessoas começaram a averiguar, procurar instaladores, solicitar cotações e tentar definir sozinhas a melhor solução para a sua casa. Mas aí surgiram as dúvidas e problemas”, adverte Loureiro, que teve uma das primeiras experiências com o tamanho da falta de informação com a própria mãe.

Depois que contou a ela sobre a possibilidade “mágica” de produzir a própria energia, ele percebeu o interesse dela em colocar o sistema – mas já imaginou uma senhora, sem nenhum conhecimento no assunto, fazendo a cotação de painéis? “Não só imaginei, como vi. Depois de pesquisar algumas possibilidades, mostrei as opções, mas ela não sabia nem por onde começar. Confirmei que o total desconhecimento gera dúvidas, dúvidas geram medo e desconfiança, que tornam impossível tomar uma decisão”.

O CEO recorda que repetiu esse “experimento” com alguns amigos e o resultado foi sempre o mesmo: as pessoas, infelizmente, não sabem avaliar suas próprias necessidades energéticas. Assim, não é fácil para alguém de fora do setor energético escolher um modelo de painel, definir se coloca um inversor string ou um microinversor e quantos painéis deve instalar. Tudo isso sem contar a dispersão de preços nas cotações, cálculo de degradação, taxa de retorno e muitos aspectos mais. “Acredito que essa ‘salada’ de termos técnicos é mais que suficiente para que a maioria das pessoas desista de fazer a instalação. A informação, contudo, especialmente aquela adequada e correta, atrai negócios para todo o setor: quanto mais nós informamos a população, maiores as oportunidades”, destaca Diego.

INFORMAÇÃO É CONVERSÃO DE VENDAS

Uma pesquisa realizada em junho de 2018 no Brasil, pela empresa Greener, empresa de pesquisa e consultoria especializada no setor de energia solar fotovoltaica, com mais de 760 instaladores, mostrou que quase 35% dos entrevistados nunca instalou um sistema de minigeração e que a taxa de conversão de negócios na indústria é de aproximadamente 5% − números para os quais o CEO da Sunalizer apresenta um possível motivo: “Minha percepção é que, ainda que a maioria das pessoas busque esse tipo de solução pensando na economia com a conta de energia, elas não são capazes de entender o real benefício da tecnologia e acabam optando por não a instalar”.

Diante desse cenário, Diego afirma não ter dúvidas que a geração distribuída já é o presente e que a velocidade da mudança dependerá principalmente da capacidade de ensinar as pessoas e dar suporte para que elas se sintam seguras e confiantes para tomar a decisão. “Hoje eu encaro esse problema como um desafio pessoal e com a Sunalizer estamos trabalhando na busca de alternativas para ajudar, educar e transmitir conhecimento a maior quantidade de pessoas possível. Convido a todos os especialistas do setor a fazerem o mesmo”, finaliza.

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