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As vantagens da Energia Solar Fotovoltaica Distribu\u00EDda

Privilegiado por uma intensa radiação solar, já que se encontra entre os trópicos e próximo à linha do Equador, o Brasil possui um cenário muito propício para a utilização de energia solar distribuída, favorecendo o crescimento desse mercado. Embora a regulamentação desse segmento ainda seja tópico de intensas discussões, que nem sempre parecem feitas para incentivar o setor, já conta com o auxilio do sistema de net metering (saiba mais no fim da página) que favorece a instalação dos painéis solares. “Além disso, o Brasil é um país onde a energia solar fotovoltaica é uma tecnologia conhecida pelos setores industriais e financeiros, o que facilita encontrar soluções para os problemas comuns durante a instalação”, ressalta Alejandro Micó, engenheiro industrial e diretor de operações da Sunalizer.

Vale lembrar que o sol não é a única fonte para energia distribuída, ainda que seja, sem dúvida, a primeira delas, seguida pela eólica. Esta segunda, por sua vez, encontra alguns entraves maiores, entre os quais o fato de suas instalações não serem tão competitivas como as solares. “A tecnologia que existe hoje nos permite conhecer a radiação solar que determinado projeto receberá pelos próximos 20 anos, sendo possível estimar a geração de energia. Previsão que é um pouco mais complicada no caso eólico”, explica Micó.

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“Mediante esse sistema, os retornos econômicos do projeto são potencializados, uma vez que cada kWh consumido pode ser resgatado por outro kWh a qualquer hora”. (Alejandro Micó)

Para que os aspectos positivos desse tipo de energia fiquem ainda mais claros, o diretor os avalia de acordo com diferentes pontos de vista:

>> Para o consumidor: diminui o consumo da energia fornecida pela empresa de eletricidade, o que faz, consequentemente, que os custos mensais das contas de energia sejam reduzidos, bem como evita a flutuação e a exposição aos aumentos das tarifas de energia no futuro.

>> Para o governo: reduz a dependência dos mercados internacionais na fixação dos preços dos combustíveis fósseis convencionais (gás, carbono, petróleo, entre outros), fazendo que a matriz energética tenha menos variação de preços. Além disso, incentiva e promove o crescimento da economia com base na criação de empresas instaladoras de projetos solares distribuídas longe das grandes cidades.

>> Para a natureza: reduz a emissão do gás CO2, bem como, enquanto dependente de uma fonte inesgotável (o sol), preserva os recursos naturais.

>> Para as distribuidoras e para o sistema elétrico: redução de perdas elétricas tanto nas redes de distribuição como nas de transporte, aumentando a capacidade de transmissão.

ENTENDA O NET METERING

“Net metering” (que, na tradução literal, fica “Medição Neta de Energia”) ou “Sistema de compensação de energia” (ajustado à linguagem praticada no Brasil pela legislação vigente) é o sistema no qual a energia excedente gerada pela unidade consumidora/produtora, por meio de micro e minigeração, é injetada na rede da distribuidora, a qual funcionará como uma bateria, “armazenando” esse excedente. Quando a energia injetada for maior que a consumida, o consumidor/produtor receberá um crédito em energia (kWh) a ser utilizado para abater no consumo ou na fatura dos meses subsequentes − no Brasil, esses créditos duram até cinco anos.

No país, ainda existe a possibilidade de os créditos gerados serem utilizados em outras unidades consumidoras, desde que elas estejam na mesma área de concessão da distribuidora com a qual a unidade geradora está conectada. Para tal, também é necessário que a produção esteja enquadrada como autoconsumo remoto, geração compartilhada ou integrante de empreendimentos de múltiplas unidades consumidoras (condomínios), em local diferente do ponto de consumo.

Outro sistema empregado em outros países é o “net billing”, muito similar ao net metering, com a diferença que os excedentes de energia injetada na rede de distribuição, em vez de gerarem créditos de energia (em kWh), são recompensados financeiramente por uma tarifa definida pelo comprador, que na maioria dos casos é a própria empresa de distribuição de energia. Contudo, esse mecanismo ainda não está permitido no Brasil − ou seja, hoje sistemas de mini e micro geração não podem vender sua energia.

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