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N\u00E3o instale pain\u00E9is solares sem ler isto antes!

Entre as importantes decisões que tomei nos últimos anos está a de instalar painéis solares em minha casa em Porto Ferreira, interior do estado de São Paulo. Tendo passado por todo o processo enquanto consumidor, decidi escrever sobre a minha experiência para elucidar as dúvidas de quem está pensando em, assim como eu, gerar sua própria energia.

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O COMEÇO

Confesso que, apesar de ter mais de 15 anos trabalhando com energias renováveis na América Latina, não achava que na minha cidade já fosse viável a instalação da energia solar fotovoltaica. No entanto, chamou minha atenção o fato que muitos de meus amigos começaram a se interessar sobre a instalação de painéis solares em suas casas. Até que, em determinado momento, um deles pediu minha ajuda para avaliar a viabilidade de colocá-los em sua casa.

Com todos comentando sobre energia solar e sabendo que os preços dos painéis tinham baixado mais de 30% no ano passado, enquanto, em oposição, o custo da energia havia aumentado muito, resolvi revalidar os valores e a viabilidade do sistema do meu amigo e, para minha surpresa, os números passaram a fazer sentido. De todo modo, antes de ajudar, preferi percorrer o processo sozinho e instalar painéis primeiro na minha casa – afinal, se algo desse errado, pelo menos seria comigo! Para tal, consultei instaladores como se não conhecesse absolutamente nada sobre energia solar, já que minha ideia era avaliar a entrega e a qualidade do produto, bem como a capacidade de responder, adequadamente, minhas perguntas e dúvidas.

PROCURANDO INSTALADORES

Inicialmente, recorri àquele que, popularmente, possui todas as respostas: o Google. Mas já aí esbarrei em meu primeiro problema, uma vez que, no website da maioria das empresas, não consegui encontrar um e-mail para solicitar a cotação, mas somente o formulário online para enviar consultas, que algumas vezes não funcionava. Foi somente após três dias de procuras que consegui montar uma lista com 19 instaladores para os quais poderia solicitar cotações. Então, comecei a conversa com uma simples pergunta: “encontrei a página de vocês no Google e gostaria de instalar painéis em minha casa. Vocês podem me ajudar?”.

Entre perguntas, respostas, envio de informação, ligações telefônicas, mais informações (entre elas a conta de energia de minha casa), o processo demorou 21 dias! Ou seja, 21 dias nos quais tive que dedicar muitas horas para entender o que os instaladores estavam propondo e o que não estavam oferecendo. Da lista elaborada, apenas 10 enviaram as respostas solicitadas e, com elas, cheguei ao meu Top 3 – aquelas que me deram segurança e me apresentaram uma melhor oferta segundo critérios técnicos (como qualidade dos equipamentos, experiência e garantias) e financeiros (preço e condições de pagamento). Mesmo assim, havia mais uma série de problemas:

>> Qualidade das propostas:

A maioria das empresas não especificaram o nome do fabricante dos equipamentos e, em alguns casos, não informaram nem a marca e o modelo.

>> Detalhamento do trabalho:

O escopo de algumas propostas não estava completo e o preço que parecia barato era consequência da falta de “partes” do projeto, como o frete, ou da qualidade inferior dos equipamentos ofertados.

>> Quantidade de painéis solares:

Alguns instaladores informaram que o ideal era colocar oito painéis, enquanto outros disseram 10 e, alguns, até 12. Ou seja, utilizaram critérios completamente diferentes para definir a quantidade ideal − ou simplesmente estavam tentando vender mais painéis.

>> Quantidade de energia gerada:

Houve uma variação de mais de 30% na energia que seria gerada por cada projeto. E muitos cálculos eram feitos sem nenhuma base lógica.

>> Garantias de geração:

Poucos instaladores garantiram a geração da energia informada nas propostas e a percepção que tive foi que, em alguns casos, eles garantiram um número alto de geração apenas para ganhar a proposta, sabendo que a maioria dos clientes nunca fazem um monitoramento da geração para saber se a promessa foi cumprida.

>> Degradação dos painéis:

Acredito que muitos não sabem, mas todos os painéis sofrem uma degradação e podem perder entre 0,5% e 0,8% de sua potência a cada ano. Então, cada fabricante deve especificar e garantir, por contrato, uma porcentagem de perda ao ano. Nem vale citar as “loucuras” que li nas propostas, nas quais muitas nem comentaram o tema.

>> Preço:

Variações de mais de 25% (R$/kWp) entre as propostas.

ENFIM, A ESCOLHA

Após 23 dias de muitas horas, análises, comparações e perguntas, defini meu instalador. Claro que não foi o mais barato e, infelizmente, não tive as garantias da geração – cálculo que fiz com base em meu conhecimento, assim como a parte financeira e a definição da quantidade de painéis. Assinar o contrato, por sua vez, foi bem rápido e não tive problemas, já que documento refletia exatamente as condições técnicas e financeiras apresentadas na proposta. Foi necessário também fazer uma procuração em nome do instalador, a fim de que ele pudesse fazer todos os trâmites para aprovar o projeto junto à concessionária de energia elétrica − caso contrário eu teria que ficar levando papéis de um lado para o outro. A instalação dos painéis foi concluída, com sucesso e sem problemas, no 41º dia do processo.

Uma das grandes barreiras atuais para a propagação da energia solar fotovoltaica é a incerteza e a falta de conhecimento das pessoas em relação à tecnologia e suas etapas de contratação e instalação. (Diego Loureiro)

APROVAÇÃO BUROCRÁTICA

Mais 17 dias depois, foi a vez de termos a aprovação do projeto com a Elektro, confirmando que tinha sido bem realizado e que cumpria com os requisitos e os parâmetros elétricos estabelecidos pela distribuidora de energia. Já no dia seguinte, a companhia compareceu à minha casa para fazer a vistoria final, trocar o medidor de energia (“relógio”) e aprovar o início da operação comercial. A mudança do “relógio” foi necessária porque o equipamento que todos temos instalados em nossas casas mede somente a energia em uma direção (consumo) e, como minha casa passaria a gerar energia, foi necessário um equipamento que também medisse os excedentes.

CONCLUSÃO

Decididamente, instalar painéis solares não é uma tarefa fácil, especialmente por dois motivos: Não se trata de um produto padrão e a infinidade de marcas e modelos fazem com que seja complicado para as pessoas escolherem e tomarem uma decisão. Por ser um produto consideravelmente novo, existem instaladores sem ou com pouca experiência se aproveitando dessa oportunidade e oferecendo produtos de qualidade inferior e preços que não condizem com a realidade. E foi diante desse cenário que nasceu a Sunalizer (veja mais na página 16), com objetivo de garantir que esse processo aconteça com segurança, tranquilidade e tendo os resultados possibilitados pela tecnologia – ou seja, sua própria energia a custo muito reduzido!

Diego Loureiro

CEO Sunalizer

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