SURGE Skateboard Magazine, issue 11

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NUNO RELÓGIO BRAGA NÃO, SAGA! ERIC ANTOINE ENTREVISTA

NOTE SKATESHOP EM PORTUGAL

PORTFÓLIO 2011

Número 11 - Novembro/Dezembro

Bimestral

Distribuição gratuita






AURA S.A. - 212 138 500


Problema: auscultadores que caem das minhas orelhas. Solução: auscultadores que não caem das minhas orelhas


Mouga usa um dos sinal gestuais mais conhecidos de sempre neste crail. fotografia Luís Moreira

panorâmica Que se f… a crise!! A sério que se f… mesmo, que vá para a p… que a pariu… já não podemos ouvir falar em crise, austeridade… essa me… toda! Sabemos que isto é uma revista de skate, não de análise política mas, raios, tudo tem um limite. A Surge está quase a fazer dois anos, a ideia de a começar quatro, e sabem porque é que ela não têm quatro velas no bolo? Pois, adivinhem, a culpa foi da crise! Todos nos diziam “não sejam malucos, não se metam nisso, isto está mau, vão se enterrar todos… e outros “incentivos” do género… e temos de admitir que essa pressão negativa nos assustou e cortou as pernas… hoje quando pensamos nisso e olhamos para trás, a única coisa que vemos é tempo perdido. No entanto, os únicos que podemos culpar somos nós próprios, deixámo-nos influenciar pela “conjuntura”, seja lá o que isso for, duvidámos das nossas capacidades e, mais que isso, acabámos por questionar a vontade que tínhamos dentro de nós. Hoje, pensar que a “crise” quase nos tirava a vontade de começar

a Surge deixa-nos revoltados e faz-nos pensar também em quantas pessoas e projetos não saíram da gaveta por causa da crise. Mas é assim, 2012 todos dizem que vai ser pior, pois nós vamos fazer ainda mais. Se há algo que o skate nos ensina é que se não tiveres vontade até podes achar muito giro mas não passas das primeiras quedas… bater com os queixos no chão é uma parte integrante do skate, assim como da vida… não sabemos o dia de amanhã, como em tudo, pode haver um dia em que a vontade não seja suficiente para fazer uma revista, mas estes dois anos já nos ensinaram uma coisa: a resposta que todos devíamos dar aos que nos disserem que não conseguimos, que mais valia estarmos quietos – VÃO-SE F….!!! Podem dizer que foi um conselho da Surge

2011

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Pedro Raimundo “Roskof”





Com a crise muita gente sobe pelas paredes, mas da maneira que o Ruben Rodrigues o faz não há muitos… wallie fotografia Hugo Silva

Ficha Técnica Propriedade: Pedro Raimundo Editor: Pedro Raimundo Morada: Rua Fernão Magalhães, 11 São João de Caparica 2825-454 Costa de Caparica Telefone: 212 912 127 Número de Registo ERC: 125814 Número de Depósito Legal: 307044/10 ISSN 1647-6271 Diretor: Pedro Raimundo roskof@surgeskateboard.com Diretor-adjunto: Sílvia Ferreira silvia@surgeskateboard.com Direção de Arte: Luís Cruz roka@surgeskateboard.com Publicidade: pub@surgeskateboard.com

Tiragem Média: 15 000 exemplares Periodicidade: Bimestral Impressão: Multiponto, S.A. Morada: Rua D. João IV, 691-700 4000-299 Porto

Colaboradores: Rui Colaço, João Mascarenhas, Renato Laínho, Paulo Macedo, Gabriel Tavares, Luís Colaço, Sem Rubio, Brian Cassie, Owen Owytowich, Leo Sharp, Sílvia Ferreira, Nuno Cainço, João Sales, Rui “Dressen” Serrão, Rita Garizo, Vasco Neves, Yann Gross, Brian Lye, Bertrand Trichet, Luís Moreira, Jelle Keppens, DVL, Miguel Machado, Julien Dykmans, Joe Hammeke, Hendrik Heizman, Dan Zavlasky, Sean Cronan, Roosevelt Alves, Hugo Silva, Percy Dean, Lars Greiwe, Joe Peck

Capa: Depois de dar este backside 50-50 o Nuno e o Mascarenhas ligaram-nos... do outro lado do telefone só se ouvia o pessoal aos gritos... no meio do barulho ouvimos o Nuno dizer... “Estou de volta, o velho Nuno está de volta”…ainda bem, amigo, sentimos a tua falta!

Interdita a reprodução, mesmo que parcial, de textos, fotografias ou ilustrações sob quaisquer meios e para quaisquer fins, inclusivé comerciais. www.surgeskateboard.com Queres receber a Surge em casa, à burguês? É só pedir. Através de info@surgeskateboard.com assinatura anual em casinha: 15 euros

fotografia João Mascarenhas

Nuno Relógio

Dr. Manka-te

Tertúlia de Mêirda

“Havia pessegueiros e skates na ilha”

Mais que uma entrevista… a prova de que o Nuno voltou e não vem para brincar. Depois da “tertúlia cor-de-rosa” a mais importante reunião de comentadores da sociedade, ou talvez não!

Nestor Judkins

2011

O melhor penteado do skate, e a pessoa por baixo dele, fala-nos um pouco da experiência de se tornar pro.

Nem a peste bubónica, o tifo ou a raiva tiram o Dr. Manka-te da revista.

Poucos sobreviveram a este fim de semana com o novo team da Adidas na costa alentejana...

Eric Antoine

Portfolio e entrevista a um dos nossos fotógrafos de skate e cozinheiros favoritos…


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fotografia Luís Colaço

2011


Dr. Manka-te, Ato 1. Diz-nos a vida, ao longo do tempo, que a aprendizagem, enquanto passagem obrigatória para o sonho, se mostra em muitas ocasiões uma viagem à qual muitos deixam de se entregar com o vagar da memória. Admito um certo, chamemos-lhe, saudosismo, nesta primeira ideia, mas recuso-me a aceitar que se trata de um nervosinho envelhecido pelas preocupações e despreocupações várias, que a grande jornada sempre nos traz. Ato 2. Não julgo ser menos verdade que, não querendo recorrer ao cliché, embora não encontre de momento hipótese de o contornar, aquilo que na realidade julgamos conhecer pode, por um lado, alterar-se, ou, por outro, permanecer no mesmo estado, alterando-se, nesse caso, a forma como a nossa perceção reage. Ato 3. Evidências várias obrigam-me a acreditar que vivo um momento em que esse saudosismo se apoderou de mim, e que ao verificar esta posse percebi que tudo o que julguei conhecer em relação ao desporto mais livre do mundo mudou. A minha conceção do fenómeno tinha morrido há décadas, quando de súbito revivi a vontade de me divertir em cima de uma prancha com dois pares de rodas e uma lixa preta. É por esta razão que quero um skate. Estarei a ficar curado? Cumprimentos deste teu fã máximo. Um abraço, João Dinis Boas João Dinis Fico muito contente quando recebo cartas escritas num português correto. A maioria das vezes isso não acontece, pelo contrário. Sinceramente, não sei o que se ensina nas escolas nos dias que correm, mas que os putos escrevem mal é uma verdade incontestável. Mas também não era preciso exagerares. Das duas uma, ou és roto ou és surfeco! Mas não existe mal nenhum nisso. Não sou homofóbico, nem tenho um comportamento crítico e hostil em relação a surfecos. Poderás, até, ser um poeta gay e surfista! Seria de louvar. É melhor parar de divagar em relação à tua pessoa, afinal de contas o assunto aqui é skate e já estou a desviar-me um pouco da questão. A verdade é que estás a ficar curado, João! Contentamento incontido ou júbilo foi o que senti ao ler as últimas linhas do teu texto abichanado. Sabes que as modas vão e voltam. A moda do skate voltou há cerca de 5 anos, muito derivado ao aparecimento de uma personagem, numa novela portuguesa, que andava de skate. Com o passar do tempo, os recém-chegados ao desporto mais livre do mundo, como tu dizes e muito bem, começaram a bater com a cabeça no chão, a partir uns dentes, partir braços, a serem atropelados, etc... e a moda foi passando! Obviamente que me agrada a súbita vontade que sentes em andar de skate nesta altura do campeonato em que a moda está finalmente a passar. Terei todo o gosto em ajudar-te a arranjar um skate. A cura está à vista... Muito obrigado por teres escrito. Beijo na bunda... quer dizer... um abraço! Dr. Manka-te

Olá Doutor Chamo-me Vera, tenho 18 anos e sou de Lisboa. Gosto tanto da Surge! Adoro andar de skate. Não dou manobras nenhumas, não tenho ninguém que me ensine, mas sinceramente não estou muito preocupada com isso. Quero é andar, sentir o vento na cara, descer umas ruas, etc... Eu não percebo nada disto, mas acho que skate não é só manobras. Normalmente nas revistas ligadas à modalidade só aparecem fotos de grandes manobras. Aprecio bastante e não estou a criticar, atenção! Mas será que não posso sentir-me skater porque não dou manobras? Gostava de saber a tua opinião. Beijo grande para ti, Doutor, e para todos os que fazem esta maravilhosa revista!

Minha querida Vera Como é bom receber cartas de meninas do skate! Pelo que li, acho, sinceramente, que tu és muito mais skater do que a grande maioria dos “skaters” que conheço! Skate não são manobras, como a maioria dos pacóvios que andam para aí de skate julgam! Skate é diversão! Se dás manobras ou não isso pouco interessa. A essência é mesmo o divertimento! Se te divertes apenas a descer umas ruas, se isso realmente te faz sentir bem e todos os dias tens vontade de saltar para cima da tábua... minha linda, então, és skater! Inteligente como pareces ser, acho que já tinhas percebido isso, querias apenas saber a minha opinião... ainda bem que o fizeste, porque ao teres escrito e pegado neste tema, pode ser que cromos que andam por aí, que nem balanço sabem dar e já querem dar um switch flip, se mankem! Vera, mas se algum dia te apetecer aprender umas manobras dá a dica! Aquelas que sei, posso ensiná-las a ti em privado... Adorei a tua carta. Esta revista é para ti. Beijo na bunda Dr. Manka-te

Como é que é Doutor, Então e o longboarding, pá? Vocês fazem uma alta revista, mas andam a esquecer-se de nós! Estou a falar em nome de toda a comunidade de skaters de downhill. Vocês sabem que nós existimos, pelo menos? Continuem com o bom trabalho e lembrem-se de nós, pá. Abraço Pedro Então pá, Como é que vai isso, pá? Sei bem que vocês existem, pá, e até sei que não são poucos, pá! Estamos em falha com vocês, sim senhor. Ainda no outro dia o Guedes ligou-me a lixar-me a cabeça por isso, pá! Tenho conhecimento de uma comunidade cada vez maior em Portugal. Malta que anda aí no anonimato, mas descem merdas a abrir nas horas do car....! Vejo alguns vídeos na net, dos tugas do downhill. Muitas mulheres, algumas bem giras, o que é sempre de dar valor. Pela equipa da Surge pedimos desculpa, pá, tens toda a razão ó Pedro. Vocês existem e merecem outra visibilidade. Já vi cenas vossas, que se fosse eu... deixava o cardado todo no alcatrão... Dasss!!! Respect, pá! Beijos na bunda para todas as meninas do downhill em Portugal pá! Dr. Manka-te

Dá a tua opinião sobre a revista. Envia-nos as tuas ideias ou sugestões. Manda fotos de spots novos na tua zona e do rabo da tua melhor amiga… sei lá… escreve por tudo e por nada… se aqui o Dr. Mankate curtir, publicamos a tua carta na revista e se tiveres sorte, pode ser que te toque alguma coisa… Abraços e beijos na bunda. Dr. Mankate drmankate@surgeskateboard.com

página 17 Dr. Manka-te

www.mankatetainha.com




Ok, é desta que o registo da marca Super Pop vai passar para as mãos do João Neto… Nollie Heel por cima do corrimão

2011


intro, entrevistas e fotografia João Mascarenhas

Tudo começou com um convite do Cordeiro para ir a Barcelona com uns tais tipos do Porto. Esta seria uma verdadeira viagem com pessoal de norte a sul do país, eu algarvio de gema, o carapau do Kiko (Francisco Perdigão), o tio de Cascais (Silvestre) o lisboeta mimadinho (Cordeiro) e dois bimbos do porto (o Neto e o Cardoso). Mal sabia eu que logo no início desta viagem ia apanhar um valente susto! Quando estava sentado nos paralelos com a máquina fotográfica ao meu lado, de repente surge um tipo do meu lado esquerdo a pedir-me indicações enquanto outro tipo, do meu lado direito, me agarrava na máquina fotográfica... eu quase por instinto olhei para o lado e vejo um marroquino cheio de músculos e esteróides, que parecia saído do ginásio, com a minha máquina fotográfica na mão! Levanto-me rapidamente, dou-lhe um grito e ele a rir devolve-me a menina dos meus olhos e desata a correr! Foi, sem dúvida, para mim, o momento mais assustador desta viagem... não larguem a maquina fotográfica ou de filmar das vossas mãos

em Barcelona! Enfim, voltando ao assunto da tour, desta vez decidi que fossem os próprios skaters a contar um pouco do que se passou nesta viagem, através de umas poucas questões, colocadas com tanta ou tão pouca pertinência... As viagens com os amigos são sempre uma diversão, já que todos se conhecem, mas esta viagem com pessoas que não se conheciam foi para mim surpreendentemente divertida: cada um de nós trouxe termos diferentes e maneiras de vida distintas, que “condimentam” da melhor forma uma tour... as cuecas rotas do cordeiro, o Kiko a imitar um tal peixe que dizia: “a mim não me angavavaaammmm”, o Silvestre que insistia em andar de cuecas durante a tour, o Carreira com a sua capacidade de afastar pessoas no metro, o Cardoso com o seu iphone a fazer trocas de caras, o neto a cagar-se que nem um rei – pela primeira vez alguém me fez frente – e todos nós a levar a viagem toda a tentar dizer a palavra “merda” como os nortenhos, qualquer coisa do género: “epá que mêirda”...

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JOÃO NETO

2011

Ouviste alguém a falar mal de alguém nesta tour? Quem foi o gajo? Ou foram todos? Alguém falou mal de alguém? Não me lembro de nada, devia estar a dormir! Mas é bom que não tenham falado mal de ninguém do Porto porque senão vai haver chatice, agora se falaram mal dos mouros, aí já não tem mal.

(cordeirinho) amuou foi ao monte e não voltou, o kiko mais conhecido como “o peixe”, pronto, tem um bocado de desculpa, vem ali do deserto, temos de dar o desconto e tu vens da terra onde é só bifas, também vens assim um bocado com as ideias trocadas, de vez em quando lá te enganas e lá tiras uma foto razoável para o medíocre.

Quais foram de todos nós os que menos curtiste? Os de Lisboa? O único que se safa do grupo é o Cardoso (é normal, foi ensinado por mim!). Olha, começamos pelo Silvestre que vem da zona betinha de Lisboa, logo está tudo dito, betinho até não poder mais, o Cordeiro, nem de propósito o nome lhe ficava melhor, é mesmo como o ditado diz o carneirinho

Porque é que puseram a alcunha de thcim tcham ao Silvestre? LOL acho que qualquer pessoa que já tenha visto o tchim tcham e tenha passado algum tempo com o Silvestre percebe logo as semelhanças entre eles. Eu até acho que fizeram o cartoon a partir do Silvestre, é que são a fotocópia um do outro, ambos pequeninos, feios, irrequietos e, claro, sempre com o rabo de fora!?!?!


FRANCISCO PERDIGÃO Quem foi o mais mimadinho da tour? Foi o filho único da tour, Filipe Cordeiro!

O que achaste das pernas do Cordeiro? O próprio diz que são pernas de quem jogou à bola muitos anos em puto no Belenenses… eu tenho amigos que jogaram e jogam futebol há muitos anos e não têm pernas de chouriço! Perna bem gorda... ahahahah

Depois de o veres de boxers rotos todas as noites conseguiste voltar para Portugal sem traumas? Pois, por falar nisso, eu não sei o que é que aconteceu aos boxers todos dele, mas todos os dias estavam rotos na zona da tomateira, e não, não eram sempre os mesmos... todos os dias uns diferentes, e feios, e, ainda por cima, rotos ahahah! Uma coisa é certa, não sei como é que ficaram todos assim e nem quero saber... só ele sabe!

Estas cores, este céu, este skater… Kiko Perdigão Backside flip numa das melhores combinações de meteorologia e skate da viagem.

página 23 Tertúlia de mêirda


2011


Dizem que o telemóvel do Nuno Cardoso faz fusões, talvez por isso esta fusão de um 360 flip com nosemanual e depois flip seja algo perfeitamente normal para ele.

NUNO CARDOSO

O teu iphone faz umas coisas engraçadas tipo “fusão” do Dragon Ball; quem foi a fusão mais engraçada? Já houve umas quantas incríveis, principalmente quando são fusões entre rapazes e raparigas. Alguém me está a imaginar loiro de cabelo comprido? Grande style mesmo! Mas das de Barcelona houve umas quantas ótimas: da fusão entre o Cordeiro e do Silvestre nasceu o verdadeiro Lourenço de Cascais (cara do Cordeiro, corpo do Silvestre), quando juntámos o Neto e o Carreira apareceu o irmão gémeo inexistente do Jamie Boy, que é um amigo nosso cá do Porto, e um vendedor de gelados sul-americano… mas a melhor mesmo foi a tua com o Silvestre, onde te tornaste no verdadeiro paquistanês vendedor de cerveja e droga das Ramblas. Encarnavas essa personagem na perfeição! Para um gajo do Porto tu até te desenrascaste a falar algarvio comigo, no fundo tu querias era ser algarvio não é? Sabes que hoje em dia quem não é versátil não vai a lado nenhum… e no que toca a linguagem, os portuenses estão uns bons anos-luz à frente! Olha só para o Kiko… nem consegue dizer “nojo” como nós dizemos, que fará o resto... o Cordeiro, então, nem se fala! Se reparares, o Neto e eu conseguimos sempre imitar-vos a 99%... já vocês... nem aos 27% de sucesso chegam! O que eu quero dizer com isto é que as nossas capacidades são claramente superiores às do pessoal do centro-sul… os algarvios safam-se melhor do que os lisboetas, mas mesmo assim não chegam ao nosso nível. Conclusão: não, eu não queria ser algarvio!!! Quem achas que foi o mais mal cheiroso dentro daquele quarto? Definitivamente o jogo está a ser disputado entre o Carreira e o Cordeiro! No fundo eu devia era dizer mal do Neto, mas nunca o faria tendo em conta que posso dizer mal dos ditos alfacinhas! E sei muito bem que estás comigo nesta guerra, Mascarenhas hehehe !! Resta-me elucidar os nossos caros leitores àcerca de um episódio no metro, que explica de forma clara a razão da minha resposta. Estão o Cordeiro e o Carreira sentados no metro, com o único lugar livre da carruagem entre eles os dois. Senta-se lá um gajo qualquer que passado 15 segundos se levanta, preferindo ficar em pé, para não ter que suportar o odor que se gerou naquele lugar… na paragem seguinte, uma mulher senta-se lá e começa a fazer coisas estranhas com o nariz, a tentar perceber de onde vinha aquele cheiro, enquanto olhava de lado, tanto para o Cordeiro, como para o Carreira… entre eles os dois, venha o diabo e escolha!!

PEDRO SILVESTRE

Como foi para um “tio” de Cascais conviver tantos dias com malta de todos os cantos de Portugal? Tio de Cascais!? Isso é tudo inveja de eu ser o mais bonito? Já conhecia o pessoal todo, menos o Neto, muito menos estava a par da capacidade dele para adormecer em menos de 5 minutos em qualquer circunstância, devem ser cenas lá do norte... A malta foi 5 estrelas, tirando as expressões do NOURTE do Cardoso aka Relvas e do Neto que me deixavam “LARGOO” de confuso juntamente com as do “moço” Mascarenhas que me deixaram aos papéis por várias vezes! O grupo foi mesmo completo e quase sempre em sintonia, o que tornou esta tour brutal! Sendo tu o estreante do grupo em Barcelona, o que achaste da cidade? É verdade, foi a minha primeira vez em Barça... se tirarmos o facto de ter passado a maior parte do tempo a ouvir a palavra cerveza/beer, o resto... tudo normal… lol. Já não podia ver pessoal a vender cervejas nas Ramblas ou a impingir-nos convites para as discos falando em todas as línguas menos a nossa. O que curti mais na cidade, além daquela pizzaria ao pé do Macba, foi o chão perfeito em tudo o que é lado, tornando a deslocação de um spot para o outro igualmente uma curtição. Também foi de outro mundo estar em spots que só tive a oportunidade de ver em vídeos e constatar que há aí uns “americans” que não são humanos mas super guerreiros do espaço. Porque é que te deram a alcunha de tchim tcham nesta viagem e quem foram os gajos? Essa treta começou no dia em que estivemos num spot e raspei o fundo das minhas costas todo num chão duvidoso! À noite o pessoal estava todo a falar, na “penthouse privada”, e eu no meio da conversa tive de puxar os boxers para baixo pois estava-me a arder o rabiosque e adivinhem quem estava a olhar para ele atentamente? O algarvio claro! E pronto, risada logo e o Neto automaticamente (naquele espaço de tempo em que ainda não tinha adormecido) chamou me logo tchim tcham… o famoso bonequinho que está sempre a mostrar o rabo… até ao final da tour ficou esse nome, até porque houve mais umas situações parecidas a acontecer, por razões de força maior LOOL

página 25 Tertúlia de mêirda


Um dos grandes temas da tertĂşlia era os boxers do Pedro Silvestre... quase que se esqueciam deste drop de noseblunt.

2011


Começar o Erasmus em Barça com um backside 50 pop-out não é para todos os estudantes… Pedro Carreira.

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Depois de todos dizerem que o Filipe Cordeiro tinha uns grandes “presuntos”, aí está a prova de que estavam enganados… senão como é que ele dava este tuck-knee?

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PEDRO CARREIRA

Já vieste a meio desta viagem, mas mesmo assim ainda assististe a muita coscuvilhice? Sim, cheguei na sexta mas puseram-me logo a par das fofoquices nacionais e internacionais durante o fim de semana, dava para umas quantas “Maria” do skate. Vais ficar por Barcelona em Erasmus durante o inverno, gostavas de ter esta turminha aí contigo ou nem vê-os mais à frente? Vou ficar até fevereiro, é claro que gostava que essa turminha e outras estivessem aqui a skatar neste paraíso, é sempre bom ter alguma companhia do nosso país. És um verdadeiro pinga amor não és? Isso agora vai depender de quem estivermos a falar.

FILIPE CORDEIRO

Jogaste mais à bola nesta viagem do que skataste, é por isso que tens essas pernas cheias de músculo? Sabes que a preparação física é o fundamental para a boa performance de um atleta de alta competição como eu, tenho que me manter sempre em forma para poder dar o meu melhor em todas as provas e campeonatos… foi o que o meu treinador sempre me disse. Eu posso dizer que levei a viagem toda a embirrar contigo e não penses que vai ficar por aqui, já nunca mais vais querer tirar fotos comigo, correto? Nunca, nunca mais, já estou completamente farto de ti. Já arranjei uma solução e tudo, vou comprar uma máquina, flashes e tripés agora no Natal e vou auto fotografar-me, basta pôr no automático e acertar com o timming não há de ser muito difícil. E para além disso vou-me vingar. Estou a pensar em várias opções: ou faço um blog anónimo e publico em todo o lado, principalmente no facebook, só sobre ti e a difamar-te, ou falo com um editor aqui da Surge e pago-lhe muito bem para fazer uma edição da revista só a dizer mal de ti, para acabar com a tua vida social, sabes que um cigano nunca esquece. Mas se me fizeres um pedido de desculpas formal e em público pode ser que reconsidere, nunca se sabe. Se fosses um jogador da bola quem escolherias? O Valderama? Não te escolhia a ti de certeza, porque tu a jogar futebol tens os pés completamente às “dez p’rás duas”. Acho que optava pelo Eusébio. Um homem que diz que o seu marisco preferido é o tremoço, sem dúvida que para além de um excelente jogador é um sobredotado. Benfica sempre.

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Distribuição www.marteleiradist.com 212 972 054 - info@marteleiradist.com



intro Sami Seppala entrevista e fotografia Matt Eversole

O Nestor é um gajo mesmo engraçado e uma ótima companhia. É um verdadeiro cavalheiro, contudo tem os pés bem assentes na terra e está-se a borrifar para onde passa a noite. Até hoje nunca o ouvi resmungar, nem nada que se pareça. “Não quero saber” é a sua frase favorita. Uma pequena história da nossa recente tour à Rússia e à Escandinávia: o Nestor tinha um iphone novo mas não tinha lá posto música nenhuma. Por isso não parava de gravar e reproduzir as cenas de toda a gente. Gravava músicas do itunes, ou até músicas quando estávamos no karaoke. Com direito a destaque e tudo: “ah, man, este gajo é brutal”. Ainda tem as gravações das nossas músicas num barco “bêbado” em direção à Rússia depois de passarmos a noite em Helsínquia na festa de encerramento do “Helsinki Hook up”. Sim, o Nestor é uma ótima companhia num bar de karaoke, ou para ser sincero em qualquer bar. Fico contente que seja o novo pro da Enjoi ENJOI! Em que é que a tua vida mudou, agora que tens o teu nome numa tábua de skate? Sinto que tenho de trabalhar mais, todos vão exigir mais de mim, talvez finalmente seja algo que me obrigue a crescer! Ser pro é “tudo aquilo que sempre imaginaste”? É uma sensação boa, é como subir aquele último degrau numa marca de skate. Estou felicíssimo por a tábua me ter sido “dada” pela enjoi, por pessoal que eu conhecia, que admirava e com quem skatava desde miúdo. Mas no que respeita à minha vida pessoal não me sinto “o maior”, era feliz enquanto amador e sou feliz enquanto pro, até agora tenho sido feliz a fazer vida do skate e isso tem-me chegado. Mas isto ainda é tudo muito novo para mim, talvez retire tudo o que disse quando me aperceber dos benefícios de ser pro. Vais trabalhar em ideias para os teus gráficos? Ou vais ser muito preguiçoso para criar alguma coisa, como o resto do team? Sim, quero dar o meu contributo nos gráficos. Aliás, acabei de enviar ao Winston umas imagens de arte que vi e que podem servir de alguma inspiração. Mas para lá de pequenos contributos como este, vou estar sempre a procurar ideias, esperando que algumas dêem bons resultados. É esquisito teres o teu nome numa tábua com um gráfico com o qual não te identificas. Não achas que teres tido uma parte num vídeo da Trasnsworld e tornares-te pro a seguir é um bocado cliché? Sim, pode ser cliché ou apenas uma tenha sido uma feliz coincidência... se bem que comigo não costumam acontecer. Estás satisfeito com a tua vídeo parte? Não havia assim muitas escadas para contar. Nem escadas para contar nem manobras técnicas de flip mas, sim, estou bastante satisfeito. Acho que mostra aquilo que estava a sentir naquela altura. Contas feitas, foi uma boa experiência, ajudou-me a estar mais motivado para filmar manobras de skate, e também contribuiu para um sentimento de dever cumprido, acabar algo num curto espaço de tempo. Claro que sinto que não fiz tudo o que penso que poderia ter feito. Gostaria de experimentar fazer uma nova vídeo parte em breve.

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Qualquer skater que se preocupe com o cabelo também se preocupa com a coordenação de cores numa fotografia… frontside boardslide

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Nestor diz que ganhou bolsas de estudo a matemática e agora quase nem sabe contar… será que ainda sabe quantas fotos são precisas para uma sequência de um heelflip?

O Nestor diz que está preparado para que lhe tirem o tapete debaixo dos pés desde que não seja quando dá backside lipslides

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Porque é que o teu cabelo é tão sexy? Ainda és tu que cortas o cabelo a ti próprio ou vais a um cabeleireiro da moda, agora que podes? Se dizes isso talvez devesse rapá-lo... mas ainda o corto eu. Tenho vindo a poupar 20 euros por mês já de há alguns anos para cá. O que é que na tua opinião mudou no skate desde que tinhas 13 anos para agora? O que é que se manteve? Os kickflips ainda são uma diversão, saí da minha rotina normal para skatar outros locais, admiro skaters diferentes daqueles que admirava quando tinha 13 anos e agora há mais pressão e mais “pensamento” envolvidos no ato de skatar, para além de simplesmente ir skatar uma caixa com amigos depois da escola. Mas, por outro lado, mesmo agora com 25 anos acho que muitas vezes esqueço-me da minha idade porque ainda curto as mesmas merdas que curtia quando tinha 13. Os kickflips ainda são uma diversão! Quem são algumas das pessoas que inspiram a tua vida? O meu velhote mostrou-me que a vida tem sempre a capacidade de alterar-se, que a qualquer momento te podem puxar o tapete debaixo dos pés, mas que com uma mente aberta e com algum tempo podemos adaptar-nos a quase tudo. Isto serve-me de inspiração para agora e para o futuro. Além dele, há alguns escritores que me inspiram: Camus, Kerouac, Kundera, para nomear alguns.

Que pros da Enjoi não te ganham a jogar ao skate? Num dia bom sou muito melhor do que todos eles num dia mau. (risos) Gostas de cenas? Gosto do Ralph Wiggum Diz-nos alguma coisa que ainda não saibamos sobre ti. Quando tinha 16 anos ganhei uma bolsa de estudo no valor de 1000 dólares pelos resultados obtidos num teste nacional de matemática, ao passo que agora não consigo calcular muito mais do que uma gorjeta. Qual é a pergunta mais comum entre os pequenos que gostam do Nestor Judkins? Posso ver os teus trucks? Explica-nos a tua grande entrada no mundo dos patrocinados de óculos Durante uma viagem a Barcelona para filmar, quando estava a comprar um par de Raybans usados, oTheotis Beasley perguntou-me porque é que estava a gastar dinheiro em óculos. Por causa dele, alguns meses mais tarde recebi uma chamada da Ashbury e ofereceram-se para me dar óculos de graça. Agora que essas portas se abriram, onde é que isto para? Conheces alguém na United? Ou como é que consigo arranjar bilhetes de metro gratuitos? A lista é infindável... Serias capaz de enganar a tua namorada para seguires em frente com a tua carreira? E sim, ela iria descobrir. Tinhas prometido que não contavas! (risos) página 35 NesTor JudKins


O que diabo vais fazer agora que és pro? A resposta correta é “tudo o que diabo me passar pela cabeça”, mas de qualquer modo espero que tenhas uma resposta própria. Vou estourar o dinheiro todo em imobiliário, carros rápidos e mulheres! Depois vou-me encostar à box, tornar-me uma pessoa amarga... mas espero ainda ter força para filmar uma grande vídeo parte de regresso!

Ora contem lá as escadas neste ollie do Nestor… ainda lhe dizem que nas suas manobras não contam muitas escadas… que descaramento... são 21 na fotografia!

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página 36 NesTor JudKins


214 445 655 geral@distrifair.pt


Nuno Rel贸gio e Lanterna - Cais de Olh茫o

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entrevista e fotografia João Mascarenhas

O Nuno é meu vizinho e é irmão de um amigo meu, o João Miguel Relógio, vocalista dos punk c´mantega. Desde os meus tempos de estudante universitário que ouvia o João a elogiar o irmão, nos tempos em que o Nuno deu o famoso corrimão de St. André. O Nuno marca uma fase do skate em Portugal e é, para mim, uma honra poder fazer uma entrevista, mais ainda por ser amigo dele. o Nuno está cá: tuga para ficar... ou talvez não... mas uma coisa é certa, vai continuar a ser um dos skaters mais marcantes e cheios de pica do street nacional.

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2011


Depois de meses de fisioterapia, dar um frontboard destes deve ser das coisas mais gratificantes. Para nós, vê-lo, sem dúvida é.

página 41 Entrevista Nuno Relógio


Com esta chuva toda qual é o teu plano para hoje? Já que não existe um skate parque indoor no Algarve, vou ficar em casa a descansar desta entrevista e aproveitar a minha folga no trabalho para dar uns acertos no vídeo da forgiveskateboards que estou a realizar e prestes a lançar com o objetivo de dar a conhecer melhor a única marca que decidiu apostar em mim fora deste país... Então quer dizer que agora és trabalhador? Já tens contas para pagar? Pois sou, tive de entrar no mundo do trabalho para que pudesse comprar um carro novo porque o meu primeiro carro “morreu”... e como o que recebo por andar de skate não é suficiente, teve de ser... Acho que fazes bem, mas por que é que achas que nunca nenhuma marca fora de Portugal apostou em ti? Sentes-te um objeto de publicidade para vendas em Portugal? Completamente... pelo menos é a única razão lógica que encontro... não sou nenhum master (longe disso) mas também acho que não sou menos que alguns skaters que já se encontram na Europa de momento... Mas pronto, na Europa também acho que ninguém vive do skate para o resto da vida e estudar foi inteligente da tua parte, que curso tiraste? Achas que vai ter saída? Pois.... penso que nem tão cedo! Sou licenciado em Artes Visuais... foquei-me mais na área do vídeo onde praticamente todos os trabalhos que tenho feito como freelancer são realizados, produzidos e montados por mim. E pronto, neste momento sou operador de caixa na Modalfa já há um ano... E trabalhas juntamente do teu grande companheiro que agora vai ser pai. O que achas da ideia de ser pai? Correto e afirmativo! O meu grande companheiro de longa data, André Gil, vai ser pai e como já prometido há muitos anos eu serei o Padrinho. AH, E O MEU IRMÃO VAI CASAR ! Anda tudo louco!!!

Nollie backside heel 360

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O Nuno diz que cada manobra desta entrevista foi uma batalha, não é para menos, vejam só o tamanho do curb e deste boardslide

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Epá, quer dizer que à tua volta anda tudo a fazer constituir família... então e o teu futuro filho e casamento? Sim, espero felicidades para os que me rodeiam. Eu?!! Um dia sim... Então agora que já conhecemos os teus planos para o futuro, esta entrevista foi feita numa fase nova da tua vida, já não és o puto maluco que eras, mas a meu ver mostraste que a maluquice ainda está para ficar... por isso, diz lá, custou-te muito a fazer a entrevista? Psicologicamente custou-me imenso. Todas as manobras desta entrevista foram batalhas na minha cabeça. Todas as vezes que estava a tentar não conseguia evitar o pensamento de que se me magoasse teria de entrar de baixa no trabalho e não haveria dinheiro para pagar fisioterapias, quanto mais um carro... o que já aconteceu há 7 meses atrás quando rebentei o calcanhar... tive de levar 10 pontos e muita fisioterapia! Só tenho que deixar um especial agradecimento ao fisioterapeuta Pedro Fernandes da clínica Yin Motion em Tavira, por ter conseguido tratar-me a tempo de acabar esta entrevista em boas condições físicas. Obrigado... fisicamente, em todas as manobras dei os meus bons espalhos, como é óbvio... especialmente a da capa...


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Nuno, não precisas de te preocupar em pagar o carro, enquanto dominares o skate desta maneira tens transporte para todo o lado… swicth flip

Pois, essa capa deu para espetares um bocado de palmeira na perna mas mesmo assim ainda foste tentar. Porquê? Pois foi... espetei alguns 7 bicos de palmeira pelo corpo... esse da perna tinha 3 ou 4 cm! Voltei a tentar, em 1º lugar, para que a manobra fosse dada até ao fim sem haver dúvidas, só e só mesmo porque gostei imenso do momento que se estava a passar, em 2º para que pudesse colocar na minha parte do vídeo forgive e em 3º para que não se repetisse o mesmo filme do rail de Coimbra... Quer dizer que ainda continuas com a maluquice nas veias... hoje em dia em Portugal começam a aparecer cada vez mais skaters novos que andam muito. Tu e a tua geração marcaram o skate em Portugal (assim como os anteriores a vocês também marcaram). Achas que tu e a tua geração de skaters ainda vão mostrar a todos estes miúdos como se anda de street? Espero bem que sim porque os putos querem é ser campeões e skate parques, e o skate é muito mais do que isso... concordo que treinem em skate parques porque ganham todas as bases e mais algumas, sem dúvida, e acho bem que desfrutem do que eu não tive quando estava a crescer no skate. Mas por um lado penso que foi bom as coisas terem sido desta forma, senão por esta altura chegava a um spot de street com pouco espaço de balanço ou chão mau e talvez não encarasse como um spot possível para tentar dar uma manobra de skate... e eu acho que a maior parte da futura geração do skate em Portugal vai cair nesse erro...

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Sim, é verdade, o street sempre foi a tua imagem e ultimamente tens filmado muito com o Petreques, vocês estão com um novo projeto... estás a gostar? como é filmar com o Cabanense? Sim, estou a gostar imenso, uma pessoa e um skater como o Petreques... tem sido ele a minha pica constante... e não um skate parque em Faro ou Albufeira... é bom skatar com o Petreques, saber que hoje foste melhor que ele mas amanhã será com certeza o contrário... e sempre disposto a ir para street seja qual for o spot... Então e como te vês daqui a 10 anos? Não sou a Maia... Então mas não tens planos para o futuro? Sim. Se tudo correr bem, farei bons planos enquanto filmo com uma brutal câmara, para de seguida montar o vídeo em alguma grande empresa... Então quer dizer que o teu sonho passa pelo vídeo? Mas para isso não achas que tens de sair do Algarve? Sim, passa também pelo skate, mas... sair do Algarve?! Pois, estou por tudo... como isto está, não podemos ser esquisitos ou querer optar... meu querido Algarve... (risos) Vá, já percebi que estás farto de tanta conversa e agora, para finalizar, vamos a coisas sérias. Quem é o pitbull africano que está contigo na foto de retrato, e explica lá como o conheceste? (Risos) Pitbull africano!!! É um Podengo de pelo longo... e chama-se Lanterna. Foi encontrado há 4 anos com apenas um ano de idade, perto do Rio Guadiana, na Foz de Odeleite, onde temos uma casa pré-fabricada, não nos largou mais e nós também não conseguimos deixá-lo lá abandonado a passar fome e todo sujo... Então vá, agradece lá aos devidos! Em primeiro lugar, como é obvio, à Família (em especial à minha Mãe), namorada, amigos (eles sabem quem são), amigas, patrocínios ( Vans, Forgive skateboards, Labs), à surge skateboard magazine e ao gostosõn de las fotos (Mascarenhas).

O Nuno pode não ser a Maya mas não é difícil prever que com manobras como este 360flip para 50 a sua vídeo part no vídeo da Forgive vai deixar muita gente de boca aberta.

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pรกgina 49 Siga para leste

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O Nuno ganha pica a skatar com o seu companheiro da Forgive TomĂĄs Petreques. Este Noseblunt em Cabanas de Tavira ĂŠ mais que prova disso.

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Distribuição www.marteleiradist.com 212 972 054 - info@marteleiradist.com


texto João Sales fotografia Sales, Antoine e Cainço

Já tinha ouvido falar daquele pedaço de autoestrada interrompido, interrupção que já durava anos, e não parecia que as obras para a concluir fossem para breve. Portanto, um local com um separador em betão por baixo de uma ponte, entre planos inclinados e com o acesso vedado a veículos, seria o refúgio ideal para o nosso Jersey Barrier.

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Peguei numa pá, num balde e num saco de cimento e dei o primeiro passo. Mostrei a obra iniciada ao Steve, que se mostrou interessado em ajudar e sugeriu fazermos uma transição suave e larga, de maneira a podermos skatá-lo como se fosse um quarter-pipe. Mas nem tudo é tão fácil como parece. Para fazer cimento precisamos de muita água e o nosso único recurso era um bueiro, que tínhamos de aguardar que enchesse com as


chuvas de inverno para carregar os baldes. Não foi nada fácil levantar cedo ao domingo de manhã de ressaca, ir comprar sacos de 30 kg de cimento, levá-los às costas para um sítio vedado, à sombra, no frio, as mãos geladas e os ténis molhados e sem nos podermos mexer encasacados. A somar a tudo isto, ainda tínhamos de explicar o porquê de dois trintões a fazer rampas de cimento para andar de skate, sempre que passava por lá um carro da brigada de trânsito! É

óbvio que nos achavam no mínimo ridículos e aconselhavam-nos a termos cautela, já que aquele pedaço de autoestrada era concessão da Brisa e se nos vissem a construir poderíamos ter sérios problemas. Mas como vivemos num país em que as autoridades passam a batata quente uns para os outros, os funcionários da Brisa diziam-nos para termos cuidado com a BT...

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João Sales fshurricane

Os nossos primeiros convidados a visitar o Jersey Barrier foram o Vasco Neves, o Carlos Viegas, o João Pinto e o João Martins, o que resultou num artigo do skatebyte intitulado “Mãos à obra” que alertava para o espírito Do it Yourself. A obra avançou e quando tínhamos as duas primeiras transições prontas em formato spine, tivemos a visita do team europeu da Emerica, de que resultou um artigo no seu website e outro na Kingpin. O próximo passo foi a ligação dos planos inclinados à estrada e a lomba para gerar mais velocidade. Tínhamos mais ideias e vontade de construir, mas a notícia de que as obras do IC36 iriam mesmo avançar pôs termo ao nosso Burnside português. Só nos restava skatar até as máquinas surgirem no horizonte. Também a Red Bull aproveitou para alistar o separador nos spots para o seu documentário editado em 2008. Houve mais alguns convidados especiais que deixaram as suas marcas e levaram boas imagens para casa. João Gonçalves, Ruben Pinto, Steve Carreira, João Sales, Alexis Santos, António Boavida, Alvaro Pastor, fotógrafo espanhol que realizou o vídeo “Muito Fixe”com Edgar Tellez e Slippy. Sebastien Daurel e Gunes Ozdogan, que passaram para gravar para o vídeo europeu da Adidas “Diagonal”. Quando acabares de ler este texto talvez seja tarde para skatar no nosso Jersey Barrier, por ter retomado a sua forma original para cumprir a sua função principal, separar as duas faixas de rodagem. Mas nunca é tarde para acrescentar uma porção de cimento a outro separador por este país fora...

Pontus alv backside crail

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Sebastian Daurel bs smith

“On the next day, we got to skate the Jersey barrier spot that Steve and the locals built on an unfinished piece of highway. Pontus instantly felt at home on the Concrete Beast. Everybody took some time to get used to it, but in the end, we got some good tricks on it” Oli Buergin

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texto Roskof fotografia João Mascarenhas

ADIDAS EM PORTO COVO E SANTO ANDRÉ Este podia ser o nome de um remix da célebre música do Rui Veloso, ou pensavam que em Porto Covo não se faz mais nada sem ser comer e descansar nas praias? De facto, a zona de Santo André, Sines e Porto Covo tem mais spots do que aqueles que vocês conseguem contar e grande parte deles nunca aparecereu em fotos ou vídeos, por isso quando surgiu a oportunidade de acompanhar o novo team nacional da Adidas num fim de semana, nem pensei duas vezes… na verdade, acho que nem uma pensei… tal era a vontade de escapar do trabalho de escritório. Apesar de o Diogo Smith não poder ir devido a uma lesão de última hora, os espíritos estavam animados, as primeiras reuniões de equipa numa viagem são sempre algo caricato: nos primeiros quilómetros ninguém fala na carrinha, está tudo à espera que alguém diga alguma coisa, quando chegamos ao destino a cacofonia já é de tal maneira que para que o pessoal se acalme para ir dormir temos de ligar aqueles canais do baby tv, com aqueles gráficos psicadélicos e música clássica. Foi isso que fizemos!

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O Mascarenhas queria incentivar o Gabriel a dar este feeble, mas como não tinha a certeza se era esse o nome dele, dizia “vá, miúdo, força… dás isso na boa”

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NĂŁo se consegue ver na foto mas neste backlip do Ruben Gamito vinham atrĂĄs dele pelo menos uma dĂşzia de muitos a skatar.

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O Duarte Gaivão acordou a meio desta sequência a perguntar onde estava… respondemos-lhe rapidamente… estás num manual ollie out

Na manhã seguinte acordámos com a chegada do Mascarenhas, para ser sincero nem esperava que ele chegasse antes da hora de almoço, afinal tinha estado em Olhão a festejar com o Nuno Relógio a foto da capa desta edição, mas profissionalismo acima de tudo e ali estava ele às 8 para acordar a malta para o primeiro dia de skate. E mais: já tinha descoberto um corrimão novo. Mas isso seria para o dia seguinte, este sábado estava reservado para Santo André, onde já tínhamos combinado com o Ruben Gamito e companhia… e quando digo companhia não é por não querer dizer os nomes, é mesmo porque são tantos os miúdos, graúdos, miúdas e mulheres que se juntam em Santo André para andar ou ver andar de skate que é impossível decorar os seus nomes! Alguns skaters podem não gostar de ter tanta gente a olhar enquanto tentam manobras, mas uma coisa é certa: este espírito não o encontramos em muito lado, já vi jogos da seleção em que as pessoas não se manifestam com tanto entusiasmo. Os gémeos, Gustavo e Gabriel Ribeiro, deixaram-se entusiasmar também e mostraram que não é

página 63 Adidas em Porto Covo e Santo André

preciso ter pernas grandes para skatar grandes obstáculos… no fim do dia ouvi a seguinte conversa entre dois skaters locais “sabes distinguir os gémeos?”… responde o outro… “sei lá, andam os dois como o caraças!” Quem também não os conseguia distinguir era o Mascarenhas, ele que vos diga… quando tens duas pessoas a perguntar-te a mesma coisa varias vezes… só o ouvia dizer: “então não te respondi a isso há pouco?” Resposta: “não, isso foi ao meu irmão”, uma cena digna de um thriller psicológico do Hitchcock. Por falar em filmes, nessa noite, em vez do Baby Tv adormecemos todos a ver o “Nascido para matar” do Stanley Kubric... (mais ou menos a mesma coisa). O único resistente foi o João Viola, que também se aleijou logo no primeiro dia e esteve até às tantas a ver os Vietcongs e Americanos à cacetada, acompanhado na sala pelo Duarte Gaivão que adormeceu numa posição de fazer inveja a qualquer mestre do Yoga e acordou a meio da noite sem saber onde estava. Deve ter sido do Strogonoff do Mascarenhas.


Gabriel, Boardslide num curb com quase o dobro da sua altura

No domingo acordámos, literalmente, com o barulho do mar tal era a ondulação... não era para menos, nunca tínhamos visto vagas daquelas na costa alentejana. Foi bom levar com o ar frio do mar para acordar e começar a trabalhar. Como suspeitávamos que o Gamito e companhia (deviam fazer uma banda... ou melhor, uma orquestra com este nome) deviam estar ferrados a dormir, ficámos por Porto Covo, onde descobrimos que os “tapa-buracos” têm uma forma muito peculiar... haja imaginação! Por falar em imaginação, nunca imaginei foi que o Duarte Gaivão pudesse colocar o pé na posição em que ficou ao cair em Santo André e não partir

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nada… o melhor foram os bombeiros que quando chegaram e olharam para o pé tiveram esta reação reconfortante: “XIIIIIIIIII UII”… se o Duarte já estava com dores, depois também ficou em stress! Mais um bocado diziam-lhe que tinha que ser amputado! Felizmente a lesão era menos grave do que parecia e em breve o Duarte já volta ao skate. Na viagem de regresso a Lisboa, em conversa com o Paulo Ribeiro, team manager da Adidas disse-lhe:” epá, partimos o pessoal todo neste fim de semana… vamos ter que fazer outro”… ok, pronto, admito, quero é escapar outra vez do escritório!


Ainda estou para perceber como é que estes miúdos com 10 anos têm joelhos para estes impactos… Gustavo… Ollie

página 65 Adidas em Porto Covo e Santo André



www.carsportif.com info@carsportif.com

www.myspace.com/lrgportugal Www.twitter.com/carsportif

T: 261 314 142


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O que será que estão a pensar os cães e as tartarugas? Uma t-shirt da surge para quem nos mandar a sugestão mais original… info@surgeskateboard.com


texto Dom Henry fotografia Joe Peck

NOTE SKATESHOP EM PORTUGAL Esta incursão pelo norte de Portugal foi, na verdade, uma espécie de férias a que mais tarde nos lembrámos de chamar tour. Afinal, foram duas semanas que a crew de Manchester passou na cidade de Braga, local de que a maior parte de nós nunca tinha ouvido falar. Felizmente para nós, os nossos anfitriões, Giraldo da Silva (pai do Tony) e a sua companheira, Ana, foram os melhores anfitriões, as pessoas mais simpáticas e genuínas que alguma vez tivemos o prazer de conhecer, e, além disso, arranjaram dois quartos nas traseiras do seu apartamento para um grupo de seis skaters ingleses... grupo de seis que mais tarde se tornou de oito com a chegada de mais dois amigos do Tony: Jesper e Cricca, diretamente da Suécia. O contingente de Manchester era constituído pelos trabalhadores e team da Note skateshop: Tony da Silva, Jethro Coldwell, Joel Peck, Mark Kendrick e Tom Day. Antes de mais, quero deixar um enorme agradecimento aos nossos anfitriões, que tornaram sua a missão de proporcionar-nos os melhores dias possíveis: desde os carros dos familiares todos que nos deixaram usar, viagens na lancha rápida do Giraldo, as refeições incríveis, a enorme ajuda com a roupa suja e, claro, por nos deixarem partilhar a sua casa com os seus dois cães e duas tartarugas! A comida foi do melhor que já comi e tenho a certeza que o resto da crew pensa o mesmo, sardinhas frescas regadas com Super Bock, marisco à descrição... obrigado Giraldo e Ana!

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Tom Day não complica neste No comply‌ podemos dizer isto?

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A zona perto da casa onde ficámos era abundante em todo o género de vida selvagem e natureza... só no jardim deles podíamos encontrar kiwis, peras, tomates e nozes. Pela manhã acordávamos sempre com cacarejar motivado de um galo que mais parecia um baixo tenor... começava sempre às 5 da manhã, por isso tínhamos sorte quando voltávamos a adormecer depois desta alvorada. Mais tarde, pelas 7 ou 8 da manhã, chegava a vez do coro de cães a ladrar, todos a competir pelo título do mais barulhento do bairro. Nessa altura começava o nosso ritual de apanhar sol na varanda a devorar potes de café e, até, nicotina... isto até que o I-Pod do Jedd começasse a bombar rap de intervenção... sempre Jedi Mind Tricks ou Army of the Pharoahs Collective. SKATE EM BRAGA Os nossos planos iniciais para esta viagem incluíam aluguer de carros, viagens e acampamentos em todo o Portugal, mas depois de experienciarmos o conforto proporcionado pelo Giraldo e Ana e de descobrimos spots mais do que suficientes em Braga acabámos por passar ali as duas semanas, a skatar, a comer e a beber. Os nossos spots favoritos para skatar e relaxar em Braga: Praça do Mac: a praça principal da cidade, que ganhou este nome pela presença do globalmente e omnipresente restaurante dos arcos dourados. Este spot está cheio de bons spots de curbs, de todos os tamanho e feitios.

Campo Da Vinha: a um passo da “praça do mac”, esta área é incrível, nós batizámo-la de Brasil, pois parecia-nos uma praça brasileira onde podíamos imaginar o Rodrigo TX ou o Alex Carolino a partir tudo. Manny Pads, curbs, gaps e até um corrimão... tudo com uma pitoresca fonte no meio. Ninguém se importava que nos lá passássemos os dias a skatar e o facto de também ser rodeada de bares e cafés tornava-a num oásis no centro da cidade. Se te cansasses podias sentar-te, beber um café ou uma cerveja, recarregar energias e ver o resto da malta a skatar. Um spot de sonho. Mesmo ao lado do “Brasil” encontras uma segunda área de skate que tem dois manny pads a descer, bem como monumentos de mármore skatáveis no meio da relva... posso dizer que o Jedd foi o mvp deste spot, depois do gap para lipslide no monumento. A única coisa que o parou foi o reaparecimento da “Nazareth Hip”, ou seja a perna dormente, assim, do nada... só no voo de regresso a Inglaterra ele veio a descobrir que era um coagulo de sangue na perna! A menção honrosa foi para o Mark Kendrich e para o seu backside flip numa porta do tamanho do Grande Canyon... o Ken, para além de destruir spots durante a viagem toda, ainda passava os dias e noites a filmar. Fiquem atentos ao seu novo filme SHADS, uma obra prima de certeza. A mesma coisa podemos dizer do Joel, que no meio de atacar os spots com a sua precisão nos trucks também passava os dias a montar flashes, tripés e a deitar-se no chão, de modo a fornecer as fotos que estão a ver neste artigo. Bom trabalho malta!!

página 71 Braga não, saga!


Radical Skatepark: a atração principal deste estranho skate parque inserido num monte, na parte antiga da cidade, é um estranho satélite enterrado na terra... supostamente uma pool, mas em que podes sair disparado para o céu sem qualquer esforço... de certeza o spot mais fácil de voar da história. Passámos horas, literalmente, a dar grabs, flips e voltas. Um ótimo spot para estares com os skaters locais, beber umas cervejas e ouvir umas músicas. AS HISTÓRIAS DO GIRALDO Qualquer pessoa que conheça o Tony vos garante que ele é um ótimo contador de histórias. Quando o juntas com o seu pai depressa descobres a raiz das horas intermináveis a rir das suas aventuras. O seu pai, Giraldo, é um gajo engraçado e um ótimo contador de histórias. Em muitas ocasiões, enquanto a tarde dava lugar à noite na varanda, ficámos a ouvir as suas histórias de juventude e dos personagens locais. As seguintes são uma seleção de algumas que lhe saíram da boca nestes dias, desculpem se me enganar em alguns pormenores. O carro de rolamentos Quando o Giraldo era novo, um dos seus irmãos mais velhos construiu um carro de rolamentos, em que podiam ir quatro miúdos. Levaram-no para uma descida e lançaram-se rampa abaixo, sendo

que a meio da descida viram uma manada de vacas a atravessar a estrada! Como o carro não tinha travões, tiveram de navegar e passaram debaixo das pernas das vacas, uma, dizem, até saltou a mugir! Eventualmente despistaram-se e um dos miúdos ficou com a mão presa na roda de trás e arrancou metade da pele da mão... O uniforme roubado Um homem que vivia perto da casa do Giraldo roubou um uniforme da polícia de um estendal... disfarçado de polícia pôs-se na berma da estrada a mandar parar toda a gente e a acusá-los de excesso de velocidade... depois punha-se a pedir dinheiro para esquecer a multa, isto até se embebedar e mandar parar um polícia que estava fora de serviço, que o prendeu mal viu o que ele andava a fazer. Quando o Giraldo acabou esta história ria-se muito e dizia...”que estúpido do caraças”!! A Senhora velhota No decurso de uma ronda de trabalho a distribuir comida congelada, Giraldo foi a casa de uma cliente bastante idosa. Durante a conversa, a senhora velhota tossiu e um jato de urina saiu-lhe do meio das pernas, por pouco não acertando no Giraldo. Apesar de ser uma história bizarra e um bocado inacreditável, conseguiu pôr muitos de nós a mijar a rir!

Mark Kendric saiu de trás das câmaras para mostrar ao resto da malta como se faz um backside flip

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pรกgina 73 Braga nรฃo, saga!


Por falar falar em histórias, já ouviram aquela do Tony Silva que foi a Braga dar um swicth crooked em frente ao cabeleireiro… essa é demais… é mesmo!

Condução As pessoas em Portugal são um bocado loucas a conduzir. Os limites de velocidade são “opcionais” e a única maneira de as pores a parar na passadeira é olhares fixamente pelo para brisas diretamente nos olhos dos condutores até eles pararem. Sempre que fazia isto sentia que se o não fizesse, um ato de homicídio involuntário poderia ter lugar. Uma grande experiência ao volante em Portugal é a visita ao mágico monte da gravidade perto do “Bom Jesus”. A explicação cientifica e propriedade míticas desta rua de calçada há muito que são debatidas, mas a história é esta: se puseres o teu carro em ponto morto no fim da rua e soltares os travões, o carro começa a subir a rua! Nós testamos isto várias vezes e é surreal. Até pusemos água na calçada da rua e ela também subia o monte! Se forem a Braga têm de ver isto! 2011

O fator novidade Passar tanto tempo numa cidade relativamente pequena e que não recebe muito turismo de skate internacional fez-me pensar que éramos algo de novo para os skaters locais e para os transeuntes da cidade. Era comum ficarem a olhar para nós com aquela cara de quem se perguntava o que andávamos a fazer com skates com esta idade. Em Braga não conhecemos skaters com mais de 18 anos, apesar de haver rumores de que eles existem, o que contrastou com a nossa visita ao Porto, onde conhecemos o Nuno Gaia e o pessoal da Kate, pessoal todo nos seus vintes e trintas e a skatar como o raio. Não quero dizer que não conhecemos bons skaters em Braga, André, José, Luís, Rui, Orlando... obrigado pelos bons tempos! Giraldo e Ana, obrigado por tudo!

página 74 Braga não, saga!



intro e entrevista Roskof

No mundo da fotografia de skate há quase sempre mais histórias a circular sobre os fotógrafos do que sobre os skaters, afinal não são todos que têm estofo para passar parte do ano de um lado para o outro, geralmente com um grupo de rapazes aos quais dificilmente podemos chamar de descontraídos. Muitos não se aguentam e seguem as suas vidas por outros caminhos… o nome Eric Antoine já o conheço há muito, ele é dos tais que se aguenta nesta vida e é presença constante em todas as grandes publicações de skate mundial. Um dia, num chat na net acabei por meter conversa com ele, falámos de skate e de muitas outras coisas, poucos meses depois fui apanhá-lo ao aeroporto. Quando entrou no carro a primeira coisa que disse foi “onde é o supermercado? Eu quero cozinhar todos os dias”… ok, disse eu… eu gosto de comida francesa... no dia seguinte, às 8h da manhã ouvi um reboliço de tachos e panelas na cozinha, quando lá chego estava ele a pôr o jantar no forno… às 8 da manhã! Diz ele: “estou a cozinhar há duas horas, assim quando viermos do skate ao fim do dia já temos o jantar feito, é só aquecer”. Até hoje conheci poucas pessoas dedicadas à fotografia como ele. De facto, depois dos dias que passou em Portugal e desta nossa conversa, percebi que em tudo o que faz se dedica ao máximo… como devemos fazer com tudo aquilo de que gostamos. Para saberes mais sobre o seu trabalho visita: www.ericantoinephoto.com

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Stephen Gunter - Bs Tail

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Robin fs ollie

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Anna&Capri

No meu contacto ao longo dos anos com muitos fotógrafos de skate reparei que há muitos nomes que vêm e vão, sabemos que é difícil ter uma carreira onde estamos constantemente apaixonados pelo que fazemos. Depois destes anos todos, o que faz ter a ainda a paixão para tirar fotos de skate? Bom, em primeiro lugar eu ainda ando de skate, vejo vídeos de skate e ainda ganho pica apesar de ter 37 anos, acho que isso ajuda, e por outro lado eu vejo-me como um fotógrafo que tira fotos de skate e não como um skater que tira fotos. Eu faço muita fotografia para além do skate e ando sempre a fazer experiências. Já o faço há mais de 15 anos e encontro sempre coisas novas. Desde que tenha este sentimento eu sei que vou sempre aprender e progredir, por isso, enquanto for assim vou continuar. Na vida estamos sempre a aprender desde que tenhamos os nossos olhos abertos e não os fechemos, a pensar que já sabemos tudo. Todos sabemos que os skaters podem ser pessoas difíceis quando se trata de trabalho, muitas vezes o fotógrafo tem de ser o psicólogo, o amigo e o patrão, tudo ao mesmo tempo. Em termos de ética no trabalho o que é para ti mais importante? Tenho de admitir que essa é a parte mais difícil quando se trata de viajar com miúdos com pouca experiência e às vezes completamente alienados da realidade. Eu costumava ficar louco com algumas coisas mas ultimamente tenho tido mais calma e deixo essas coisas para o team manager, isto, se houver um. Senão tento viajar maioritariamente com pessoas interessantes e responsáveis, que sejam descontraídas. Se não me identificar com as pessoas, então, não me divirto e passa a ser apenas um trabalho como qualquer outro. Na vida, quando me desiludem eu também não me esforço muito para remediar isso, aprendi há muito tempo que não te podes dar bem com toda a gente… mas há sempre surpresas, conheces pessoas fantásticas nesta vida… isso também me dá alento para continuar.

página 79 Eric Antoine portfólio


Ok, esta é a minha pergunta cliché... nestes dias em que temos fotos de capas de revistas tiradas com telemóveis reparei que ainda usas bastante material analógico, ambrótipos e técnicas de laboratório antigas que, ironicamente, também conseguimos reproduzir com a manipulação digital. Gostas de sujar as mãos ou é esse processo que te torna mais envolvido na fotografia? Felizmente capas tiradas com o i-phone ainda não chegaram ao skate… acho. Mas tenho que discordar contigo… não consegues os mesmos resultados com o digital, podes chegar lá perto mas não é a mesma coisa… como te disse, eu sou fotógrafo, eu não tiro as fotos necessariamente a pensar como vão resultar na revista, estou sempre mais interessado em fazer uma boa foto que fique bem no papel e numa parede. Eu interesso-me por toda a fotografia e tento saber o máximo sobre tudo relacionado. Eu também tiro fotos com o i-phone, até as imprimo e guardo numa caixa em casa, não sou contra a fotografia digital, tem o seu propósito, só fico desiludido com o facto de as pessoas não as imprimirem, não ficarem com esses objetos lindos... só as vêm nos seus ecrãs brilhantes. Apesar de poderes trabalhar a fotografia digital e conseguires o efeito que queres, de que serve isso se só vais ver no ecrã?… e gosto de objetos intemporais, as fotos antigas para mim são isso. Eu uso muitas técnicas mas, sim, estou sempre mais virado para as técnicas antigas, recentemente tenho feito muitos ambrótipos com o método das chapas de colódio húmido, isto preenche todas as minhas necessidades de fotografia. Adoro móveis e objetos antigos e fico mesmo feliz quando ando à procura de material fotográfico do século XIX, restauro-o, faço os meus próprios químicos e começo a revelar. Demora tempo, tempo é a chave… afinal também nos leva à morte mais rápido ou mais devagar, depende de como o vemos. Quando leva tempo fazemos a coisa com mais amor e paixão… eu levo o meu tempo.

ERIC ANTOINE

Por falar em sujar as mãos, eu sei (porque provei) que és um grande cozinheiro e amante de boa comida, é por causa de todos estes anos a viajar com muitos que só querem comer fast-food? (risos) Isso também faz parte de levar o meu tempo e desfrutar da vida, eu não me alimento, eu gosto de comer. Eu cozinho muito porque muitas vezes não consigo encontrar o que gosto ou é muito caro. Adoro boa comida e bom vinho e gosto de a descobrir em todos os países por onde passo. Em geral gosto de tudo o que é bom e, como te disse, levo tempo a fazê-la. Eu sei que agora a maior parte das pessoas, com o trabalho, os miúdos, tem dificuldade em arranjar tempo para isso, mas, como costumo dizer, é uma questão de escolheres como queres passar o tempo… eu prefiro cozinhar do que estar em frente ao televisor… tenho mesmo prazer nisso... deviam experimentar.

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Antiz Invasion

Max Schaff


p谩gina 81 Eric Antoine portf贸lio


Anna, Ambr贸tipo

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ERIC ANTOINE

Na opinião de muita gente tens o emprego de sonho, viajar pelo mundo inteiro a tirar fotos com grandes skaters... muitos nem sequer consideram isso um emprego... para ti quais a melhores recompensas e o preço a pagar por esse estilo de vida? Pois, eu também acho o mesmo, acho que o preço que tenho de pagar é estar longe das pessoas de que gosto, porque estou sempre na estrada e esse tempo não volta para trás, mas também já fiz tantas viagens e vivi tanta coisa diferente que não me arrependo de nada. E, para além disso, quando estou em casa faço questão de desfrutar do descanso. Mudei-me recentemente para o campo e tenho conseguido ter um bom equilíbrio entre as viagens e a minha vida tranquila.

Nestes dias das “aps” vídeos, webclips, revistas digitais, somos bombardeados todos os dias com tanta informação que cai no esquecimento no dia seguinte, como vês o futuro da arte fotográfica? Nisso tens razão... cai no esquecimento no dia seguinte, tem tudo a ver com o que já referi, de guardares os objetos. Eu gosto da ideia que as pessoas tinham há 40 anos atrás, ninguém tinha muitas posses… alguns livros, objetos, fotos que mantinham ao longo da vida... tinham sentimentos por esses objetos, brinquedos ou imagens. Agora as pessoas tem uma quantidade estúpida de coisas que lhes enchem os dias, que já nem sabem o que querem, o que procurar, ou o que gostam. Talvez tanta escolha não seja uma coisa boa para nós humanos, dispersamo-nos facilmente. No que diz respeito à fotografia de skate como arte, acho que realmente decaiu, raramente vejo uma edição especial de fotografia que me deixe espantado com a qualidade das fotografias. Eu comecei a tirar fotos de skate porque para mim era uma forma de expressão que estava sempre a evoluir, adorava aquilo, cada anúncio trazia algo de novo, toda a gente fazia experiências com as fotos, com o design… acho que se perdeu esse espírito no caminho. Eu vejo muitos vídeos que são diferentes e inovadores mas, como disseste, são vistos num ecrã minúsculo por uma pessoa sozinha em frente a um computador com uma qualidade de merda e esquecidos no dia seguinte. Tenho saudades de quando os skaters se juntavam para ver um vídeo novo, ficava tudo maluco e saíam para skatar juntos… posso ser um velho e nostálgico tolo… até nem gosto de me ouvir dizer estas coisas.

Swing

página 83 Eric Antoine portfólio


Sei que te mudaste para uma pequena cidade perto dos bosques do norte de França. O que te fez mudar para lá, depois de viveres em grandes metrópoles, como Paris, ou Nova Iorque? Eu nunca gostei de cidade grandes, passei tempos difíceis em Paris, não tinha tempo para nada e como gosto de fazer muita coisa era difícil conseguir isso, quando nem sequer conseguia ter ligação com as pessoas. Eu mudei-me para o campo por causa de mim e da minha mulher. Ela estava doente e pensei que seria bom para ela viver numa casa perto da natureza onde é belo e tranquilo. Ela faleceu no ano passado e decidi ficar naquela casa até que seja possível, porque esta era a nossa casa. É aqui que pertenço agora. Vejo que fazes muitos retratos e quando falas deles os teus olhos até ficam mais brilhantes. As pessoas ainda são a coisa mais importante para ti na fotografia? Sim, eu gosto de conhecer pessoas interessantes, pessoas bonitas, ou que são diferentes, tento fazer retratos sempre que posso, é como fazer uma coleção. A fotografia ajuda mesmo as pessoas a lembrarem-se. Para mim agora ainda é mais importante pois tenho retratos com 20 anos em casa e vejo as diferenças nas pessoas que ainda hoje encontro, algumas delas são pessoas muito diferentes hoje, alguns já se foram, outros eram miúdos e agora são adultos desiludidos com a vida. Os retratos são, talvez, a coisa que mais me dá mais prazer fotografar… depois a fotografia clássica, nus e paisagens. A maior parte das pessoas não percebe o significado disto, talvez seja para perpetuar o trabalho dos fotógrafos do antigamente. É algo de que gosto, guardar estas técnicas e ensiná-las, quero fazer o possível para que estas técnicas não desapareçam. Gostava de transmitir este amor pelas coisas antigas a estas novas gerações. Já estiveste em Portugal várias vezes e tudo o que me sabias dizer das tuas viagens anteriores era que sabias que em Portugal só se come batatas com carne, ainda é assim? (risos) Tenho de admitir que tive algumas más experiências com Portugal, até tinha uma piada com o meu amigo e cameraman Jean (Feil)… sempre que vínhamos cá só comíamos carne com batatas fritas… acho que nestas viagens estivemos sempre com fãs desse género de comida. Não te posso dizer que a minha ideia mudou porque as últimas vezes que estive cá fartei-me de cozinhar em Lisboa e Albufeira, dois sítios muito turísticos. Mas tu e a minha amiga Tânia já me convenceram de que há ótima comida e restaurantes em Portugal. Já estou à espera para regressar a Portugal! Lembro-de de uma tour da Emerica em que nos divertimos bastante, mas depois de uma semana a comer bife com batatas fritas, o Oli, o team manager (que é vegetariano) passou-se, esqueceu o controlo do orçamento e levou o pessoal todo a jantar no restaurante mais caro da cidade. Não sou a melhor pessoa para falar da comida portuguesa… mas quero ser. De certeza que me vais perguntar daqui a um ano a mesma coisa e já vou ter maravilhas para contar. Mas mais uma vez digo, tudo depende de com quem viajas, quem é o teu guia e se eles gostam de comer bem ou não… quem gosta de comer sabe onde ir e prefere morrer à fome a comer porcaria… pode ser uma experiência horrível.

2011

Manwolves Paris

Gauthier Bs Smith


p谩gina 85 Eric Antoine portf贸lio




2011


A Skatomize começou por ser uma exposição de tábuas de skate com a intervenção de criativos de diferentes expressões, artes e talentos, organizada no Porto pela KATE - Streetwear e Skateshop. A primeira edição realizou-se em 2007 para celebrar o “ Go skateboarding day” (no dia 21 de junho) e desde então deu-se continuidade ao evento, que apenas foi interrompida em 2010 para repensar o projeto e afinar os rolamentos. Até aqui, a Skatomize resultava exclusivamente da reinterpretação das tábuas usadas pelos skaters da cidade, que as ofereciam à causa. Este ano, porém, decidimos ir mais longe, dando liberdade a cada participante para escolher o suporte que deseja trabalhar. A intenção é alargar o espetro de possibilidades e dar carta-branca ao artista para que expresse sem restrições essa intimidade que queremos celebrar, entre o skate e as diversas formas de arte. Em poucas palavras, a Skatomize tem como objetivo estimular e projetar a interação entre a modalidade do skate e todos aqueles que, pelo seu engenho e dedicação, se vão destacando na cena artística do momento… Músicos, designers, artistas plásticos, writers, Dj’s e outros criativos, são convidados a honrar o skate, tomando-o como inspiração, para compor uma exposição que leva a rua para dentro da galeria.

página 89 Skatomize

texto e fotografia Kate skateshop


Distribuido por Tribal Urbano

info@tribalurbano.pt

218 870 173



Juan Salas Backside Flip na terra da louça malandra fotografia Luís Moreira

2011


pรกgina 93


Já há muito que se fala de uma manobra destas neste spot, mas como uns falam e os outros fazem, o Jorginho já lá deixou a sua marca… ollie e ollie transfer para lipslide fotografia Luís Moreira

2011


Quem o conhece sabe que o Tony fala mais do que um ventríloquo em ácido, mas neste nosegrind nem precisa de dizer nada para nos calar. fotografia Luís Moreira

página 95 Anti Estático







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