SURGE Skateboard Magazine, 41st issue: "vício"

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outubro/novembro/dezembro

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Trimestral

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Distribuição gratuita

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2018


DC X MAGENTACOLLECTION

LEO VALLS IN THE VESTREY S, PARIS FR / MANAUD PHOTO


AURA S.A. - 212 138 500


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N E R D I S S E S … Pedro Raimundo “Roskof” editor Não parece, mas é um campeonato de skate… fotografia Nathan Ethier Myette

Ouvi uma vez alguém dizer: procurar vida extraterrestre no universo como os humanos estão a fazer neste momento é exatamente o mesmo que ir à praia encher um copo de água e dizer que no mar não existem peixes. Por mais estranho que pareça, no skate o mesmo princípio encaixa que nem uma luva. Enquanto alguns olham para o skate como o mais estúpido dos brinquedos, ou resultado do Síndrome de Peter Pan cada vez que um grupo de trintões e quarentões agarra na tábua, para outros, o momento em que precisamente pegam no skate é como se uma caixa de Pandora se abrisse. As possibilidades são ilimitadas, acreditem, são mesmo. Mesmo quando são muitas vezes formatados por modas, looks, manobras em voga, trends e outras realidades, o facto de ser algo, acima de tudo, pessoal é o que torna este objeto tão rico. Tomemos o caso da rapaziada da Dime e do seu lendário “Glory Challenge”, que vais poder ver nesta edição que tens nas mãos. Há alguns anos, no alpendre de minha casa um grupo de skaters canadianos discutia uma ideia que dois deles tinham tido. Queriam fazer um evento de skate diferente, algo a gozar com o próprio skate e que nem seria a brincar, a ideia era gozar mesmo a sério. A discussão foi acesa e apenas os dois mentores da ideia a defendiam com unhas e dentes. Nessa altura eles já estavam a organizar a primeira edição do campeonato que teve lugar uns meses mais tarde. Estes eram os tempos de glória do Street League, das primeiras conversas sobre skate nos Jogos Olímpicos e esta rapaziada estava a ir na direção completamente oposta, e mais, a gozarem com eles próprios. Lembro-me de ver o vídeo do evento e chorar a rir do princípio ao fim. Até a Sílvia, que muitas vezes gramava grandes secas minhas a ver vídeos de skate ficou colada a ver o que é este grupo de malucos estava a fazer num suposto campeonato. Como nós, foram milhões por esse mundo que, logo ali, se renderam à ideias do Phil Lavoie e do Antoine Asselin. Hoje, passados alguns anos, o “Glory Challenge” assumiu proporções épicas. Desde monges a cantar, unicórnios, pessoas em chamas, sacrifícios de bonecas, lutas em cuecas e strippers masculinos, até ao 1.000.000 de dólares de Prize Money... toda a gente que pode viaja até Montreal, no Canadá, para participar na maior sessão de gozo ao skate alguma vez realizada... e quem não pode aguarda ansiosamente pela edição seguinte. Por isso, lembrem-se, enquanto a maior parte de nós continua à procura de vida no mar dentro de um copo de água, existem outros que acreditam que conseguem criar um oceano dentro de casa. Ou será que são só os rapazes da Dime que são extraterrestres?


WWW.CARHARTT-WIP.COM ANDREW WILSON — OLLIE TO 50–50 • PHOTO — ALEXANDRE PIRES


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A ver se é desta que nós acertarmos no nome dele… Alex Furtado, noseblunt num spot com mais possibilidades do que parece fotografia Ruben Claudino


Ficha Técnica Propriedade: Pedro Raimundo Editor: Pedro Raimundo Morada: Rua Fernão Magalhães, 11 São João de Caparica 2825-454 Costa de Caparica Telefone: 212 912 127 Número de Registo ERC: 125814 Número de Depósito Legal: 307044/10 ISSN 1647-6271 Sede da Redação: TODOS Rua Pereira Henriques nº3 1950-242 Lisboa Diretor: Pedro Raimundo roskof@surgeskateboard.com Diretor-adjunto: Sílvia Ferreira silvia@surgeskateboard.com Diretor criativo: Luís Cruz roka@surgeskateboard.com Fotógrafos residentes: Luís Moreira João Mascarenhas Publicidade: pub@surgeskateboard.com Colaboradores: Rui Colaço, Renato Laínho, Paulo Macedo, Gabriel Tavares, Luís Colaço, Sem Rubio, Brian Cassie, Owen Owytowich, Leo Sharp, Sílvia Ferreira, Nuno Cainço, João Sales, Rui “Dressen” Serrão, Rita Garizo, Vasco Neves, Yann Gross, Brian Lye, Bertrand Trichet, Jelle Keppens, DVL, Miguel Machado, Julien Dykmans, Joe Hammeke, Hendrik Herzmann, Dan Zavlasky, Sean Cronan, Roosevelt Alves, Hugo Silva, Percy Dean, Lars Greiwe, Joe Peck, Eric Antoine, Eric Mirbach, Marco Roque, Francisco Lopes, Jeff Landi, Dave Chami, Adrian Morris, Alexandre Pires, Vanessa Toledano, Nuno Capela, Ruben Claudino, Rui Miguel Abreu, Telmo Gonçalves, Jorge Matreno, Nathan Ethier Myette.

número 40 disponível online em www.surgeskateboard.com

E M E N T A S O B R E M

S B S A

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Cinco rapazes sentados à mesa depois de um “Banquete”, dá nisto.

D U A R T E

P I R E S

Depois de algum tempo afastado, o Duarte voltou ao que mais gosta. Nós gostamos disso e acho que vocês também vão gostar.

S N A K E T O U R S K A T

C A M P E R P O P E S H O P

A malta da Pop aproveitou a viagem ao campeonato da Globe para uma dose de skaturismo à antiga.

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A máquina, a lenda, um dos melhores skaters nacionais de sempre sentou-se connosco para uma conversa sobre o seu passado e futuro.

Tiragem Média: 4 000 exemplares Periodicidade: Bimestral Impressão: Printer Portuguesa Morada: Edifício Printer, Casais de Mem Martins 2639-001 Rio de Mouro • Portugal Interdita a reprodução, mesmo que parcial, de textos, fotografias ou ilustrações sob quaisquer meios e para quaisquer fins, inclusivé comerciais. Estatuto Editorial disponível em www.surgeskateboard.com

Capa: No decorrer da conversa que tivemos com o Roseiro para a entrevista que vais poder ver nesta edição alguém falou em velhice… não nos parece que este flip a entrar para o bank em Caxias seja uma manobra de velho… ah ok, já percebemos, os 30 são os novos 20! fotografia Roskof


EM ENTA 8


TA

texto Roskof fotografia Roskof / André Pereira

Escusam de estar já com ideias que o novo vídeo da Ementa não se vai chamar Sobremesa. De facto, este foi apenas o primeiro nome que me veio à cabeça... depois do famoso último vídeo da marca, “Banquete”, faz sentido, não? Também me lembrei de leite creme, cheesecake, bolo de noiva e mil folhas, mas não me soam tão bem como o simples: “Sobremesa”. Adiante. Foi com o propósito de acompanhar mais uma aventura destes rapazes bem-dispostos que me juntei a eles para uma viagem rapidinha ao norte do país. 3 dias pelas estradas e spots da zona de Braga. Como qualquer viagem de skaters que se preze, para além das 320 paragens para xixi e outros assuntos diversos, a paragem em spots pelo caminho é uma tradição. Tendo optado – como todos os portugueses – por sermos roubados nas portagens da A8 decidiu-se parar logo na cidade natal de Bordalo Pinheiro. Se não sabes quem é, ou o nome da cidade, tens permissão para ir ao Google no teu telemóvel agora. Sei que já estavas aí com comichão de estares a mexer no papel e não a dar uso ao polegar para cima e para baixo, não é? Ok, já aprendeste alguma coisa e mataste o vício da net? Vamos lá continuar a nossa história.


10 EMENTA

O dono do café ao lado deste spot estava a chatear o Fernando a dizer que ele já lá tinha ido vários dias incomodar os clientes ao passar de skate a abrir… que tangas, como se fosse qualquer um que desse flips neste road gap

Depois de uma boa sessão de skate numa fonte local decidimos percorrer mais uns quilómetros para norte até à cidade onde descansam Pedro e Inês. Não, não são os teus amigos lá da escola, com o mesmo nome, que são uns grandes preguiçosos. Nós aqui estamos a falar de uma história de amor trágico, com centenas de anos. Se também não sabes nada desta história tenho a dizer-te que devias levar um carolo e ter negativa a história até ires para a universidade sénior. Trágica foi também a manobra que o Tiago Lopes tentou dar nessa localidade, um dos maiores gaps que já vi à minha frente! Eu, sinceramente, nem com 20 colchões lá em baixo me atirava, mas o Tiago apesar de ser um rapaz magrinho tem escondidas no meio das pernas umas “bolas” com várias toneladas. Infelizmente e mesmo tendo caindo bem logo na primeira tentativa, o corpo do Tiago achou por bem desligar o motor das pernas, de modo a que o rapaz não se partisse todo, o que seria o fim do skate para ele durante esta viagem.


Bruno Senra backside overcooked no spot nortenho com mais caca de cão por metro quadrado… malta de Famalicão, onde está o vosso civismo?


12 EMENTA

Caldas da Rainha é mais conhecida pelos “falos”, mas também lá tem umas boas mamas! Raphael Castilho, flip


Felizmente que a moral com a malta da Ementa é equivalente a 350 presidentes Marcelo em ácido e, assim, continuámos a nossa estrada para norte até ao túmulo do Soldado Desconhecido. Sim, leste bem, é um soldado desconhecido que está sepultado no local onde skatámos a seguir. Este tributo a todos os soldados caídos em nome de Portugal parece-nos muito bem, mas de certeza que a mulher dele ainda hoje está a pensar onde é que ele está, se calhar foi daqueles que disse que ia comprar tabaco e acabou na campa de soldado desconhecido. Ok, se precisares vai lá ao Google outra vez, senão ficas todo perdido e ainda ficas enjoado a ler este texto. Nesse spot arranjámos uma pequena grade de madeira e deu para nos entretermos lá um bom bocado, enquanto ganhávamos coragem para as 2.30h de caminho até Braga e mais um assalto aos nossos bolsos nas portagens. Chegamos à cidade do Minho já em piloto automático e como o Né, skater natural de Braga, era o condutor, ao mesmo tempo ia-nos fazendo uma visita guiada à cidade. Desculpa, Né, deves ter dito cenas muito fixes sobre a tua cidade, mas não me lembro de nada, estava com os olhos abertos, mas a dormir ao mesmo tempo. Na manhã seguinte seguimos até à cidade onde o galo sem cabeça safou um caramelo qualquer de ser queimado vivo. Não sei se hei de acreditar nessa história, mas em uma coisa eu acredito: aqueles curbs que eles têm são do melhor que existe em Portugal. O BP e o Fernando destruíram aquela praça e por isso decidimos voltar para Braga de modo a skatar alguns dos spots clássicos da cidade. Um dia perfeito, até que um caramelo a guiar um camião do lixo me fez partir o transmissor dos flashes que me tinha sido emprestado pelo Telmo. Desculpa, G, sacrifiquei o transmissor para a salvar a máquina fotográfica e o resto do equipamento. O que valeu foi mesmo a sessão de skate com o Fernando, o Pedro Abreu e o Luís Oliveira a destruir um gap no centro da cidade e o Rapha e o BP a batalharem um curb longo, mas a saírem vencedores com duas no bucho. Estas duas últimas manobras só foram possíveis devido a um treinador de bancada que lá apareceu e deu todas as técnicas e dicas para a rapaziada dar as manobras. Fiquem atentos ao vídeo da Ementa, que essa personagem de certeza que vai lá aparecer em grande. Nessa noite, para celebrar um grande dia de skate decidimos ir dar uma volta à night em Braga. Segundo o Né a cidade à noite (só) era equivalente a Sodoma e Gomorra antes de levarem com os calhaus em chamas em cima… sim, estas duas cidades não eram para meninos. Quando chegámos lá a única coisa que ouvimos foram grilos... e as ruas estavam vazias. Bebemos todos um ginger ale, os mais malucos beberam um copo de moscatel e fomos para as nossas caminhas. No dia seguinte decidimos visitar o Santuário de Santa Luzia e o Fernando pôs os donos do café local a rezar para nos irmos embora, enquanto passava a 200 pela esplanada deles a caminho de um road gap. Missão comprida e seguimos para a vila mais antiga de Portugal. A ideia era skatar um spot DIY local, mas as melhores fotos, sem dúvida, são do Rapha a tentar apanhar gambozinos na ribeira local… depois do BP dar a manobra dele, fizemos um pequeno desvio ao Porto... tinha arranjado na net dois transmissores usados pelo preço de um e assim redimi-me do estrago causado ao material do meu amigo. Obrigado, OLX!


14 EMENTA

Por estes dias o Né já anda a dar swicth-ollies novamente na Noruega, não nos parece é que seja de t-shirt.


A fĂ­sica diz que supostamente nunca conseguimos saltar mais do que a nossa altura. Pois o Bruno Senra prova o contrĂĄrio com este ollie para tail-slide em Ponte de Lima


16 EMENTA

No dia seguinte com os flashes a trabalhar foi particularmente bom não ter de os usar nos spots em que passámos. É sempre assim, quando precisamos deles não trabalham, quando temos dois não são precisos… alguém devia inventar um daqueles ditados populares sobre este assunto. E foi com muitas lições de história e muitas manobras dadas, que nos pusemos à estrada de volta à cidade das Sete Colinas e dos Tuk-tuks. Todas estas manobras e mais algumas estarão brevemente no novo vídeo da Ementa. Quanto ao nome, como já tinha referido, não faço a mínima ideia, mas esta parte mais gastronómica agrada-me, ou isso ou “fui comprar tabaco”, mas depois arriscávamos a não ver imagem nenhuma…

Uma pessoa não pode estar descansada a tirar umas fotos a artesanato, que aparece sempre alguém a skatar ao fundo… Fernando Lima - Hardflip



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entrevista: Roskof fotografia: Roskof/ Helio Dilmam/Bernardo Gomes

Então Duarte, tudo bem? O que é estavas a fazer neste exato momento? Literalmente, agora mesmo enquanto recebes estas perguntas... ahah Mekiee Roskof, tudo tranquilo, por acaso quando recebi as perguntas estava a ouvir música e a organizar a minha playlist da skatada ahaha Sei que começaste a skatar bastante cedo, mas a certa altura fizeste uma pausa para jogar futebol... um dia destes disseste-me que os teus amigos tinham deixado todos o skate e foram para a bola, arrastando-te com eles… o que é que te fez deixar a bola e voltar novamente para a tábua com rodinhas? Alguma vez te arrependeste? Eles ainda são teus amigos, ou seguiram outros caminhos? ahahah Sim, é verdade, comecei a skatar com 12 anos no “Jardas” um spot bem conhecido ali na zona de São Bento. Tinha alguns amigos que skatavam comigo lá, mas quase todos deixaram de skatar para jogar à bola. Como passei a skatar sozinho comecei a sentir-me desmotivado para continuar e fui atrás deles para o futebol, mais ou menos com 15 anos. Depois, por volta dos meus 18, um amigo que era da minha turma no secundário comprou uns patins e estava sempre a chamar-me para ir andar com ele no skate parque de São Sebastião. E foi a partir dessa altura que eu comecei a sentir pica para skatar novamente. Hoje em dia, olho para o skate de forma diferente e arrependo-me de não ter continuado, mesmo sozinho. Ainda falamos de vez em quando, mas cada um seguiu o seu caminho ahaha.


Odivelas sempre foi uma cidade famosa por causa daquela música das meninas, mas cada vez está mais conhecida por bons spots… feeble


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DUARTE PIRES

Sabemos que estás a trabalhar numa grande loja de equipamento desportivo, és daqueles que mal apanhas lá um miúdo convence-lo logo a comprar um skate, ou se ele quiser comprar uma trotinete, por ti tudo bem? Sim, de momento estou a trabalhar na Decathlon da Amadora, tento sempre vender em primeiro lugar os skates, mas o mais difícil disto tudo é convencer os Pais de que o skate não é assim tão perigoso como as pessoas pensam que é, desde que tenha sempre a supervisão dos pais. E é assim que tento jogar a sementinha do skate nos miúdos que vão lá a loja ahaha Recentemente temos te visto a dar cartas em bastantes campeonatos, isso é fruto do novo skate parque de Monsanto? Temos visto que estás quase a construir lá casa... ou costumas andar ainda mais pela rua? Lembro-me de que as primeiras vezes que te vi estavas sempre na Praça da Figueira, ainda costumas lá parar? O skate parque de Monsanto tem sido um grande impulsionador para mim, não vou mentir, tem me permitido evoluir bastante no skate. Tenho passado bastante tempo lá, quase todos os dias antes do trabalho são passados a skatar em Monsanto, mas tento sempre combinar skatar na rua, pois é o que me dá mais prazer. A Praça da Figueira é um dos spots de que gosto mais de skatar em Lisboa, já fiz várias amizades lá e para além da skatada é alto convívio com o pessoal, sempre que tenho mais tempo passo por lá.


Se o Duarte quiser convencer os pais dos miúdos que vão lá à loja onde ele trabalha que skate não é perigoso é melhor não lhes mostrar a foto deste hardflip!


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DUARTE PIRES

Switch big-spin enquanto uma avózinha que ali estava ao lado perguntava ao neto se ele queria que ela lhe comprasse um skate… respect, avó!


És dos poucos skaters que já apanhámos várias vezes na rua a filmar. A última vez foi com o Bernardo Moreira, no túnel de Alcântara... está algum projeto para sair brevemente, ou andas apenas a juntar imagens, por enquanto? Sim, em breve vai sair um vídeo da marca que me apoia, a BD Skateboards, que faz 10 anos de existência e estou a trabalhar nesse vídeo. Sempre que tenho oportunidade tento ir produzir algumas imagens na rua.

Agora que entraste para a Ementa SB, o Gorev também já te deu formação de vendas? Como é que é fazer parte desse grupo de personagens? Já vais ter algumas coisas no novo vídeo da Ementa? Eu não entrei para a Ementa SB, nunca me propuseram a entrar, apenas sou amigo de grande parte do pessoal que faz parte da marca e sempre que possível tento sair com eles para a skatada para tentar filmar na rua, eles transmitem granda pica para skatar. Tens uma skatada bem versátil, quem eram os skaters que te inspiravam antes da paragem para a bola e nestes dias que correm? Antes da paragem não tinha assim skaters que me inspirassem, apenas via vídeos de skate e curtia da cena, nos dias que correm já tenho alguns. Nomes como Luan Oliveira, Rodrigo TX, Austyn Gillette, entre outros, inspiram-me muito para skatar.

Como já disseste, és patrocinado da BD skateboards, a marca espanhola que também apoia o Gui Lima. Como é conseguiste isso? Fostes lá a Zamora beber umas “canhas” ou eles vieram cá? Estás a trabalhar em algo para eles? Sim, é verdade, já vai fazer 1 ano e meio que sou apoiado, a marca começou a ser distribuída aqui em Portugal pelo Valter Canhoto “Caboz” e no início falei com ele para saber se me podia ajudar com material mais barato, lembro-me que lhe enviei alguns vídeos que fazia na altura e tudo ahahah Neste momento posso dizer que já estou mais dentro da marca, nunca fui a Zamora conhecer o pessoal, mas está para breve, tenho que combinar com o meu “ Puto” Gui para irmos lá skatar e conhecer o pessoal da BD. Como te tinha dito, neste momento estou a trabalhar para o vídeo dos 10 anos da marca, onde vão sair algumas manobras que tenho filmado por aí. Vimos-te a dar uma manobra bem fixe naquele rail de Monsanto que o Gustavo Ribeiro e o Tiago Lopes já assassinaram. O que achas desta nova geração do skate nacional? ahaha é verdade, aquele rail é perfeito para aprender manobras novas, eu sou um bocadinho suspeito para falar deles, conheço-os aos dois e admiro muito a skatada que eles dão. Esta nova geração está a partir tudo, não só eles os dois, mas muito pessoal... não vou dizer o nome se não nunca mais saio daqui ahahah Granda “props” ao meu G Tiago Lopes por estar sempre a skatar comigo e puxar pela minha skatada. Estamos juntos, G. Lembro-me de te ouvir dizer que o teu sonho era ir em tour com malta. Porquê? E quando é que te vais pôr à estrada para skatar? É uma experiência que nunca tive, viajar com amigos numa carrinha à procura de spots por aí. Um dia ainda vou fazer uma, de certeza. Já me fiz à estrada algumas vezes... em 2017 fui a França com o Thiago Monteiro para participar no Far’n High... mais recentemente, este ano por volta de maio fiz uma viagem para Paris e Barcelona para tentar filmar street e conhecer os spots de lá... essas imagens vão sair agora no vídeo dos 10 anos da BD.


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DUARTE PIRES

Pelo que pudemos observar das vezes em que estivemos juntos és um rapaz sensato e com a cabeça no lugar, mas se o o skate te permitisse fazer uma loucura qual seria? Sim, pode dizer-se que tenho a cabeça no lugar, mas se o skate me permitisse, uma das loucuras que eu fazia era ir viver sozinho para outro país só para viver do skate. Digo isto porque sou uma pessoa muito apegada à família e amigos e não sei como seria a minha vida sem ter a presença dessas pessoas. Agradecimentos e últimas palavras? Em primeiro lugar, queria agradecer aos meus pais por me apoiarem nas minhas escolhas e sempre estarem ao meu lado nas decisões que tomo na minha vida. Agradecer também à minha namorada por estar sempre ao meu lado e a alguns dos meus amigos, que desde o início me deram pica para skatar: Diego Castro, Mayky Jefferson, Fernando Lima, Bruno Capicaco, Bruno Pires, entre outro pessoal que skata na Praça da Figueira. Estamos juntos, meus G’s. Por último queria agradecer-te a ti “Roskof” pela oportunidade que me deste em poder participar da Surge e espero poder continuar a trabalhar contigo… Fiquem atentos ao novo vídeo da BD, que vai ser só bombas ahahha Boas skatadas

Bancos… a melhor invenção para as nossas pernas, estejamos a andar de skate, ou não. Nollie heel noseslide


E R I C E I R A S U R F S K A T E . P T

P HOTO: JORGE M ATRE N O


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BT OL UM T O


EA

Texto Telmo Gonçalves Fotografia Hannes Mautner

Lembram-se daquela semana em que fez 40º graus à sombra? O team da Blue Tomato não escolheu melhor altura para vir fazer uma tour. Por mais que não seja novidade ver Camones pela na nossa terrinha, são eles que muitas das vezes nos vêm dizer que afinal aquele spot com chão de merda ou com seguranças de segunda à sexta, até dá uma boa chapa! Atitude e vontade é o que vejo a faltar aos tugas que passam demasiado tempo no parque a encher o instaboobies, enquanto os de fora me mostram spots da tuga, em que nunca tinha posto os coutos. Com a maior das vontades, eu e o Adilson mostrámos tudo o que conhecíamos por Lisboa, Almada e toda a Margem Sul. Spots virgens continuam por skatar e é só enganarmo-nos no GPS e encontramos spots do caralho! Já ouvi dizer que somos um dos países com maior número de skate parques per capita, mas o que eu vejo é spots na rua em barda!


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BLUE TOMATO

Existem back tails flip out e depois existem os backtails flipĂŁo out, como este do Marco Kada


Começar pela Margem sul e fazer uma lista de spots é coisa leve... Não levar a malta ao Largo de Jesus antes de ser destruído era algo que não podia não acontecer. 42º só para começar o dia! No Barreiro a coisa ainda mais fácil estava... Mármore acabadinho de pôr pronto para estrear, rails à balda, viras a esquina e dás com mais hubbas e um double kink... viva o Barreiro! Miratejo, nem tudo é fácil... É curioso, mas todos os que vêm cá, querem skatar

num dos 3 ledges curvos do Mira onde o Roger deu um back tail bs flip out... mas um já foi destruído e substituído por uma palmeira... Ya! Forúm Almada: quanto mais ao barrote estiver lá dentro mais tempo tens para skatar cá fora. Estatísticas... No dia a seguir pela fresca fomos em direção à praia de Santa Cruz e mais uma vez: o Roger a fazer das suas! Swith Croocked.

Mesmo a skatar spots em sítios com má fama como o Monte, foi na hipster zone do Cais do Sodré que o Tobi Fleischer ficou sem o telefone… mais uma prova de que as aparências enganam. Boardslide Pop-out


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BLUE TOMATO

As temperaturas a aumentar e nós a caminho de Leiria com 40º no bucho. Nem calor nem frio, o Adilson, animal como nós tão bem sabemos foi logo dar o gap para boardslide na Praça de Leiria. Depois de cansar a boneca a dar lines na Praça, o Marco queria mesmo era saltar escadalhões e, claro, os blocos ficam a menos de 5min dali! Heelflip e Hardflip para fechar o dia!

O que é que um Camone pode dizer ao tuga? 60 cent por café! Boas praias para fazer surf Desperdício de plástico Preço nas Portagens da 25 de Abril e o caos no trânsito Um cigano roubou-me o Iphone!

O que é que um tuga pode dizer a um Camone? Restaurantes com peixe fresco do belo e barato. As vistas lindas que Almada tem para o Rio e Lisboa. E se queres ir para o boda, logo à noite, Bairro Alto e Lux!

É tudo muito bonito, mas o que é certo é que passei uma manhã inteira na esquadra para saber do Iphone do Roger depois de ter apanhado uma intoxicação alimentar pelo peixinho fresquinho num restaurante em Cacilhas!

O Adilson aproveitou a boleia dos camones e foi a Leiria laurear o queijo, como dizem os antigos… boardslide na Fonte Luminosa


Tobi Fleischer foi atĂŠ ao Banco levantar dinheiro e dar um Flip front board. Que senhor!


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BLUE TOMATO

O Philip Schuster é uma lenda do skate austríaco, a partir de agora com esta manobra passa também a ser uma lenda do Miratejo, tailslide para swicth-crooked reverse



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BLUE TOMATO

Em qualquer Capital o excesso é maior, não só pelo caos no trânsito mas também pelos spots. Passámos os últimos dois dias em Lisboa e arredores e a quantidade de sítios para andar de skate era demais! O que me leva a crer que, não tarda, estes meninos voltam. Contas feitas, sem sair de Portugal eu e o Adilson ficámos agradecidos a este team da Áustria pelas viagens ao nosso próprio país, que nos fizeram conhecer um pouco mais os cantos a casa...

Depois de beber 4 cafés a 60 cêntimos, este switch crooked do Robert Klaus foi fácil.



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texto Bernard Aragão fotografia Ruben Claudino

Tudo começou com o convite da Globe para o team da POP ir participar no Snake Sessions EU, em Hossegor, que basicamente é um campeonato de mini rampa entre lojas de diferentes países europeus. E como o que nós gostamos é de estar na estrada a curtir e a skatar novos spots, de uma ida de dois dias a um campeonato surgiu uma tour de uma semana. Quarta-feira, 1º dia da tour: após uma inesperada ida da carrinha à oficina para trocar o tubo de escape que pelos vistos estava furado, apanhámos o nosso grande amigo e fotógrafo de serviço, Ruben Morais Claudino com cinco horas de atraso. Mas tudo chill porque a ideia e vibe da tour era mesmo essa, ir com tempo e voltar sem pressa, para desfrutar o melhor que a natureza e as cidades têm para nos oferecer. Infelizmente, não pudemos levar a nossa team/família toda, mas fomos bem representados pelo POP, nosso cãopanheiro e mascote, o Gonçalo Vilardebó, o Laurence Aragão, o Duarte Pombo, o Alex Furtado, o Ruben Claudino e eu no papel de “team manager” e “filmer” pois estou em recuperação de uma cirurgia ao ombro e ainda não posso skatar. Fizemo-nos à estrada com muita pica, carrinha cheia de tendas, malas, skates e pranchas de surf, porque o trajeto era repleto de alguns dos melhores spots da Europa para surfar. Ao fim de alguns quilómetros, fizemos a paragem obrigatória em Belmonte para a rapaziada esticar as pernas, afinal de contas não há nada melhor que o bowl de BEEEELMOOONTEEE para aquecer para um campeonato de mini-rampa. O Laurence mostrou um grande à vontade a ripar sem pads naquelas transições gigantescas, onde poucos se aventuram e tivemos direito a um BS Smith ao estilo do Titio Laurie. Com o pôr do sol e as pernas bem oleadas fizemo-nos novamente à estrada, afinal era uma viagem de mais de 2000 quilómetros.


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SNAKE CAMPERS TOUR


A rapaziada apanhou o fotógrafo com 5 horas de atraso. A sorte é que o Ruben é um rapaz paciente, senão esta foto do wallride do Laurence tinha de ser tirada com telemóvel.

Quando a fome apertou, comemos na primeira estação de serviço espanhola que apareceu e posso dizer-vos que a receita espanhola de sopas à base de azeite é qualquer coisa de especial. De volta à estrada fizemos o máximo de quilómetros até o cansaço ser demasiado e sairmos da auto estrada para acamparmos no primeiro terreno que encontrámos. Quinta-feira, 2º dia, acordámos e fomos diretos para Hossegor, a fim de dar entrada num “bungalow” altamente que a malta da Globe nos arranjou para ficarmos hospedados durante os dias do evento. Natureo, era o nome do village camping que foi batizado pelo nosso team como “Na-Tour-E-Eu”. Nessa noite ainda tivemos um “welcome dinner” com o pessoal da Globe e lojas convidadas. Sexta-feira, como o campeonato era só de tarde, fomos dar uma volta de reconhecimento à Vila de Hossegor e deparamo-nos com o belo skate parque de Capbreton, onde rendeu uma boa sessão. De volta ao Natureo, demos um mergulho na maravilhosa

piscina, onde não era permitido o uso de “boardshorts”, apenas sungas. Claro que, skater style, foi toda a gente de calções de banho e ainda fizemos uma bela sessão de mergulhos. Bem fresquinhos, apanhámos o BUS para o Globe HeadQuarters onde o campeonato ia decorreu numa belíssima mini rampa pronta a estrear. O Snake Sessions, foi basicamente uma bela tarde de skate com muita festa, alto nível de skate, BBQ e free beer.


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SNAKE CAMPERS TOUR


O Laurence foi o nosso represente a chegar mais longe, ficando pelas semifinais. Depois do campeonato, já com a mini rampa encharcada de Champagne, ainda houve uma sessão épica, com o troféu a servir de extensão. A festa do skate estava montada e fomos para a “after party” no St. Andrews Beach Brewery, onde nos deparámos com uma vibe totalmente diferente, muito “reta” e betinha. Claro que em representação da tuga fizemos a festa acontecer, criámos uma pista de dança, soltámos os nossos melhores dance moves e “mandamos vir o helicóptero”. Na manhã de sábado, infelizmente despedimo-nos mais cedo do nosso Pombo que teve de voar para Lisboa para não perder as aulas na universidade, fomos até à praia para curar a ressaca e pelo caminho o Alex estreou um gap acabadinho de construir. Já na praia o Gonçalo e o Laurence mandaram uma bela surfada, num pico bastante disputado, que depois nos apercebemos estava repleto de surfers do WCT. No final do dia ainda fomos skatar os spots do paredão junto ao mar. Famintos, fomos jantar ao “Jack’s Burguers”, restaurante onde trabalha o nosso amigo “français” Antoine Bunel, que nos guiou até uma reserva Natural para acamparmos num spot brutal em frente a um lago “incroyable”.

Laurence ainda com a camisa do surf num pivot-fakie


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SNAKE CAMPERS TOUR


E quando acordámos fomos testar o novo skate parque de Seignosse, a 500m do spot onde tínhamos dormido. Da parte da tarde fomos streetar e o Alex deu o Noseblunt drop da sua vida. A parede era tão grande, tão inclinada e rough, que os “avecs” aplaudiam e gritavam “BRAVO”! Para fechar o dia em grande, recebemos um sms do Josh Baron (team manager da Globe) e fomos ter a um parque aquático para skatar com o lendário Mark Appleyard, o Vincent Milou e o Yentl Touboul, da Wasted Talent Mag. A seguir à skatada nos escorregas do AquaPark, a convite da malta da Globe fomos jantar à grande e à francesa, com direito a rodadas de Pina Colada e muito boa vibe.

Os surfistas lá atrás estão a pensar, quem me dera fazer aquilo! Alex Furtado, flip Laurence, lipslide só para impressionar as 3 miúdas na montra… seu maroto!

Segunda-feira, rumamos a Biarritz, onde skatámos o museu “City Ocean”, o épico spot com os quarters gigantes feitos de pedra da calçada e com um bowl no meio. É verdade que o spot é bem mais hardcore de skatar do que parece, mas de qualquer das formas, é incrível como é que aquilo não foi feito a pensar nos skaters, uma obra prima de arquitetura skatável. Que haja cada vez mais arquitetos destes. Quando já não se aguentava mais a temperatura de 40ºC à sombra, fomos até à praia para chillar, nadar e surfar um mar refrescante, mas bem mais quente do que a temperatura a que estamos habituados.


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SNAKE CAMPERS TOUR


Laurence, Front rock em milhares de rocks… Há pessoas que escalam só para chegar lá acima, o Alex Furtado escala só para descer a mil! Noseblunt drop


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SNAKE CAMPERS TOUR

Com o cair da noite, no alto mar, não muito longe faziam-se sentir trovões e relâmpagos e enquanto nos preparávamos para ir dormir, o Pop apavorado pela trovoada, fugiu. Sabendo que quando há trovoada e ele está em casa, esconde-se dentro da banheira, procurámos durante horas em todos os arbustos, buracos, sítios possíveis e imaginários, mas não o encontrámos. No dia seguinte acordámos com o nascer do sol para retomar a procura, fomos à polícia e a todos os veterinários de Biarritz e ninguém tinha visto o Pop. Quando voltávamos para o acampamento, tristes e desanimados, mas sempre com esperança, vimos ao longe o nosso melhor amigo de quatro patas a caminhar perdido e exausto, por trás do spot dos quarters de pedra da calçada que tínhamos skatado na véspera. Enquanto eu encostava a carrinha e assobiava, o Laurence de lágrimas nos olhos saltou porta fora enquanto o chamava aliviado com o reencontro. O Pop mal percebeu de onde vinham os assobios e os chamamentos, veloz como uma chita, correu na nossa direção, saltou para dentro da carrinha e prometeu que dali não saía tão cedo. Com o final do pesadelo do desaparecimento do nosso cãopanheiro, fomos até à praia para uma surfada matinal na companhia do Lucas Puig. O Ruben estava em pulgas para ir tirar fotografias na rua, por isso fomos streetar. O nosso amigo Antoine na véspera tinha-nos falado de um spot que consistia numa falésia com uma pedra natural que servia de bank, mesmo em frente de um “point break” de surf incrível. Lá encontrámos o bank, mas deparámo-nos com um bar com esplanada montado mesmo em cima do spot. Claro que isso não impediu o Gonçalo de serpentear as mesas e cadeiras da esplanada para dar um potente Nollie BS Heel.


Estava na hora de rumarmos Sul e fomos até Irun, na fronteira de França-Espanha. Mal entrámos na cidade deparamo-nos com skatespots brutais, alguns já conhecidos de videoparts, outros por batizar. O pessoal saltou logo da carrinha com a pica toda. O Laurence depois de ter dado um ollie por cima de um banco de que até o Lili Nairans ficaria orgulhoso, foi direto a um rail de 11 degraus com um run up um bocado manhoso e ao final de umas tentativas deu FS Lipslide. Para fechar a sesh, fomos aos famosos blocos onde o Dylan Rieder deu Fakie 360flip, que ficavam mesmo em frente ao rail. Enquanto o Alex tentava andar, fomos agressivamente abordados por polícias à paisana e logo de seguida chegaram mais três carros de patrulha. Depois de explicarmos a situação em fluente “portenhol”, os polícias pediram para ver a filmagem, curtiram e deixaram-nos ir apenas com um aviso. Fomos jantar e fizemo-nos à estrada. Quando o cansaço já não permitia mais, ao final de algumas tentativas e com o auxilio do Google Maps, encontrámos um spot para acampar junto a um skate parque que facilmente entraria no artigo da Thrasher “Certified Piece of Suck”.

Belmooooooooonnnnnnnttteeeeeee! Laurence, back smith na rampa mais pequena de Portugal Gonçalo Vilardebó - Crooked Transfer antes de 900 km de estrada seguidos


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SNAKE CAMPERS TOUR

Quarta-feira acordámos numa cidade chamada Durango, ainda a mais de 900 quilómetros de casa... claro que ainda fomos a Bilbao para skatar alguns spots da fascinante cidade e ainda houve passagem obrigatória pelo mítico skate parque de La Kantera. De alma lavada e com a bagagem cheia de manobras, fizemo-nos uma ultima vez à estrada com destino a casa, afinal de contas o dia seguinte era dia de trabalho.

Gonçalo Vilardebó - Nollie back heel na idade da pedra, com aquele cabelo só pode…

Big Up à Globe pelo convite para o Snake Sessions, que nos proporcionou altos momentos e a toda a gente que apoia a POP Skate Shop. Keep on rolling and having fun!


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Dizem que quando estamos no fim da vida vemos uma luz ao fundo do túnel, mas os skaters são diferentes. Por exemplo, o Kesley vê frontside flips… fotografia Renato Lainho


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fotografia: Ruben Claudino

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fotografia, Ruben Claudino

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Esta árvore há muito que queria aparecer nas páginas da Surge, depois de muitas insistências o João Allen fez-lhe a vontade…Wallie

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Quando virem o vídeo deste 50-50 do Gil Nascimento vão ver que quando ele aterra ainda tem tempo de chutar uma pedra de calçada com o skate…com jeitinho ainda inventa uma nova modalidade


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O Duarte Pombo tem andado bastante atarefado com os estudos, mas quando tem uma folga aproveita bem. Transfer para front-board - PĂłvoa do Varzim fotografia Ruben Claudino


O João “Kanela” da madeira foi um dos primeiros skaters nacionais a ter uma foto publicada na surge, é bom ver que quase 10 anos depois continua a ripar os spots da ilha, da Madeira, com a mesma pica. Gap para Frontside Noselide fotografia Paulo Macedo

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Caldas da Rainha tem alguns dos melhores pavilhões abandonados para skatar, o Igor Nobre já os conhece todos e aproveita da melhor maneira - Ollie por cima do rail fotografia: Daniel Gomes

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fotografia Ruben Claudino

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fotografia Ruben Claudino

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Se andassem nas “explicações” para vos ensinarem a dar backside flips, este do Rodrigo Gomes era o exemplo que vos iriam mostrar…

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Já lá dizia o ditado, quem skata por linhas tortas jamais se endireita, a menos que sejas o Manel Santos e dês wallrides em qualquer lado


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fotografia Raphael Castilho

fotografia Renato Lainho

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Com o frio que já está sabe sempre bem ver malta a andar de calções… Pedro Abreu, noseblunt drop em Madrid

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O “feiticeiro”, como agora é conhecido o Tiago Lopes a espalhar magia pela Terra do nunca… frontboard pop-out


Dizem que quando estamos no fim da vida vemos uma luz ao fundo do túnel, mas os skaters são diferentes. Por exemplo, o Kesley vê frontside flips… fotografia Renato Lainho

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fotografia Ruben Claudino

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Vicente Milou, frontside air no edifício francês com mais calçada portuguesa por m2…





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EDRO

entrevista: Roskof/Laurence Aragão fotografia Jorge Matreno / Roskof

Roskof: Como é, Rosas, estiveste aqui numa jam com Laurence e o Bernard, vais começar agora aos 30 a aprender a tocar algum instrumento? Ahah eu ao longo da vida já toquei vários instrumentos e não tenho 30, tenho 28… Laurence: O Roseiro nasceu no mesmo dia do Paul Rodriguez…

Roskof: Não me digas que era o teu ídolo? Roseiro: Não, men, não era, curti bué da parte dele no “In Bloom” da Transworld, mas a minha onda quando era mais novo era mais Dustin Dollin e punkalhada prá frente... também curtia bué o Cory Duffel e as t-shirts às riscas vermelhas e pretas mas de calções e com grandes enchumaços nos pés ahah

Podem construir os muros que quiserem. Para um skater como o Roseiro não há nada que o faça parar, backside wallride

Roskof: pois, das primeiras vezes que te vi andavas em Monsanto com aquelas famosas t-shirts às riscas da Clean Spirit nos campeonatos da Tribal Urbano, não foi? Roseiro: Mesmo, curtia bué esses campeonatos da Tribal e também aqueles da Split. Houve um em que chegou a vir o Tosh Towned, nessa altura adorava skatar em Monsanto, mas onde passava mais tempo era em Alcabideche. Onde comecei a andar foi nos Jardins do Casino, nem sequer havia Alcabideche, mas foi nesse parque que eu ganhei as bases, foi aí que aprendi a dropar, a skatar pirâmides… mas, ya, quando apareceu Monsanto passávamos lá tardes inteiras a skatar e a curtir. Depois comecei a ir também à expo, lembro-me de ver o Ruben Rodrigues já a dar grandes voos e Benihanas naquele quarter em frente… Laurence: Eu lembro-me de lá em Alcabideche cada vez que aparecia o Roseiro ficávamos todos a vê-lo andar... ele era o único que conseguia dropar a extensão… ah e lembro-me que aparecia sempre lá com as namoradas


OSEIRO 64

PEDRO ROSEIRO

Roseiro: Ya, a minha skatada era sempre àquela hora ao fim do dia a seguir à praia, ia para o skate parque dar os meus toques.

Laurence: Algo que a maior parte da malta não sabe é que o Roseiro dá as manobras que quer quando lhe apetece, a maior parte da malta faz grandes planos e treina a dar a mesma manobra não sei quantas vezes e ele dá as que está a sentir no momento e está-se a marimbar para o resto. Roskof: És mesmo assim?

Roseiro: Ya, já uma vez tive uma experiência, fui para a Poça a pensar em por o meu flip em dia, passei a tarde toda naquilo, pensava que já estava nos pés, no dia a seguir já não conseguia dar um de jeito… o segredo às vezes é não pensar muito, quando começo a pensar demais a coisa não resulta… Laurence: Mas se for para dar um flip mega-perigoso ele concentra-se e vai com tudo… como alguém me disse uma vez, é mais fácil guiar rápido do que lento porque acabas por estar mais concentrado ahah Era ele e os que andavam com ele: o Chalabardo, o Lou, o João Roseiro que é o irmão dele… Roskof: Xii, pois era nem me lembrava já do teu irmão, ele andava muito mesmo… Roseiro: Andava e bem mais que eu, punha-me a um canto e era muito mais atirado que eu e não tinha medo de nada…

Laurence: Sim, mas essa malta já era mais velha, o trio dos mais novos eram o Roseiro, o Schvetz, e o Bernardo Gomes… os três partiam a louça toda, foi o início daquela turminha do Bana e nós éramos os putos da Praia da Poça que os seguiam e criou-se o grupo do Reality Slap

Roskof: E o que é que aconteceu ao filme do Reallity Slap? Isso nunca saiu...

Roseiro: Isso é que é um grande filme ahaha… não, na altura a malta também entrou para o Bana e acabámos por lançar um “leftovers” muito manhoso e usar as manobras fixes no vídeo do Bana, mas o espírito mantêm-se. Reality Slap era o nome do grupo da malta da linha que se juntava para as skatadas e deu força para serem criados novos projetos aqui na zona… como por exemplo o Parque das Gerações... até então não tínhamos aqui nenhum local para a malta se juntar. Aqui não havia nenhuns spots, como a Praça da Figueira ou o Mac em Almada. Mas ainda houve malta que lançou algumas vídeo parts, como o Ruca, ou o Gonçalo Vilardebó… Laurence: E quando é que a malta começou a reparar em ti?

Roseiro: Epá, acho que foi num campeonato em Paço de Arcos organizado pelo Skatebyte. Fui lá, mas nem participei no campeonato, o Gonçalo “Sort” estava lá com o Bana e ele disse-lhe que eu era um puto com potencial que ia andar bem, a partir daí o Bana começou a apoiar-me, e passados 3 anos recebi uma proposta da DC. Nesses anos costumava ir aos campeonatos e até me safava. Nessa altura havia o Etnies Open e o DVS Amador e em Olhão decidi participar no Open e passei à final. Devem ter reparado em mim e na semana a seguir a Dulce do Radical ligou-me a dizer que a DC tinha interesse em patrocinar-me… ligou-me para casa, fizemos logo uma grande festa, o meu irmão nem queria acreditar, ficámos todos malucos e na altura foi a melhor coisa que me aconteceu. A DC, sem dúvida, ajudou-me a evoluir bastante como pessoa e como skater. Quando o França entrou na DC começámos a fazer aqueles tours, toda a gente em Portugal esperava pelos nossos vídeos, sem dúvida, na altura era o melhor trabalho no skate nacional, tínhamos mesmo aquele sentimento de família, era um grande team, com o Coutinho, o Alexis, o Marco Roque, o Canina, o Jorginho… nenhuma marca em Portugal fazia que a DC fazia.

Dizem que o Seixal está na moda, Drop pop-out numa visita à margem sul.

Na conversa que tivemos com o Roseiro ele disse-nos que felizmente nunca teve nenhuma lesão no skate, nem um simples pé torcido… há pessoas com sorte - Noseblunt



Roskof: Achas que por na altura não teres certas ferramentas como as redes sociais, isso acabou por vos prejudicar? Afinal, quando o Ricardo Fonseca se tornou pró da Cliché quase nem telemóveis havia…

Laurence: Quantos anos estiveste com a DC? 66

PEDRO ROSEIRO

Roseiro: 10 anos. Foi uma grande experiência, mas claro depois as coisas evoluem aparece nova malta e agora ando a curtir o skate de outra forma.

Laurence: Se o Roseiro fosse desta geração as coisas tinham sido mais fáceis para ele. Houve alguns skaters da geração dele que por um motivo ou outro não conseguiram chegar lá fora. De Santo Casamenteiro, o Santo António passou a santo dos Backlips…sinais dos tempos?

Roseiro: Epá, acho que não é por aí, em primeiro lugar Portugal está sempre também um bocado ao lado, as marcas preferem ter o francês, ou o espanhol, que são mercados muito maiores e com mais vendas... depois, quando comecei a skatar também nunca me passou pela cabeça seguir esse caminho como profissão… andava de skate porque curtia e nem sequer pensava em nada… mesmo assim ainda surgiram umas oportunidades, com a DC, a About… só nos meus vinte e poucos é que comecei a perceber que se calhar conseguia fazer alguma coisa mais a sério. Até lá a minha cabeça nem pensava nisso. Só queria curtir.

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Roskof: Mas o que é que se passou com a DC? Epá, não percebi muito bem, eles quiserem baixar o meu plafond e não percebi o porquê quando nesse ano tinha sido o único a filmar duas partes para eles, uma mais de produto, mas a outra skatada à séria. Tudo bem que na altura o Jorginho tinha uma maior margem de progressão e o Gustavo tinha acabado de entrar, mas dai a retirar o budget a uma pessoa que está lá há quase 10 anos, sempre vestiu a camisola pela marca e que era a cara da marca em Portugal... não sei se foi por estar mais cota. Fiz uma contraproposta, não foi aceite, mas para a frente é que é caminho e decidi o melhor para mim.

Laurence: A verdade é que Roseiro é um Ferrari no meio dos Fiat Puntos ahah Roseiro: Mas a ilusão de uma carreira como skater profissional não a tenho.. Roskof: Mas entraste agora para a Vans, é uma grande marca e o team manager disse-nos quando te viu a andar que tu eras uma máquina…

Roseiro: Sim, lindo!!! E curto bué a marca. Hoje sou um bocado mais racional e curto estar a trabalhar para uma marca, dá-me pica… tento fazer o melhor e ajudar a crescer tudo o que me apoia. Roskof: Mas tiveste um pró-model pela About, certo?

Roseiro: Sim, mas nunca me senti como pró, hoje em dia também qualquer pessoa pode fazer uma marca e ser pró e eu nunca me senti assim, mesmo com o nome na tábua. Roskof - Mas recebias salário das marcas, não?

Roseiro: Epá, era mais travel budgets, tinha algum plafond por ano para viagens, mas também quem pagava as videoparts era eu, era eu que pagava as despesas aos filmers, que pagava a gota, os almoços para irmos filmar. Na altura filmava bué com o Vasquinho. Roskof: Ainda trabalhaste bastante com ele, não foi?

Roseiro: Claro, o Vasquinho puxou mesmo muito por mim, era das melhores pessoas da cena. Tenho pena que o Skatebyte tenha ido à vida, era do melhor que havia no skate nacional. Também trabalhei com o Vasco bastante para a Onsk8, tive duas capas. Uma delas o frontrock foi mesmo daquelas skatadas de final do dia a seguir à praia. Estava lá a dar uns rock n rolls e o Vasco disse-me: epá tu consegues dar ali um frontrock e eu dei aquilo! Nem estava a pensar que estava a tirar fotos para revistas, ou o que fosse. O Vasco era um grande fotógrafo, um dos puros mesmo da skatada. Hoje em dia acho que faz falta essa malta estar envolvida no skate. Hoje em dia as pessoas pensam demais em tudo, é tudo muito calculado, é tudo muito social media… tudo tem de ter uma fachada e, para mim, a verdadeira essência do skate não é essa. Laurence: Mas olha que o Roseiro teve uma foto durante muito tempo no Hi5 a fazer Bodyboard, mas felizmente hoje já faz surf Roseiro: Ya, tinha uma foto a dar um invert… ahahaha mas na areia!! Laurence: E apagou a primeira vídeo part de skate que filmou Roskof: A sério? Roseiro: Ya, é das coisas que mais me arrependo na vida. Epá, foi numa altura que já andava melhor e olhei para aquilo e apaguei, hoje em dia ia adorar ter aquilo para ver…


Polvos, eólicas e piscinas… não seria algo de que estivéssemos à espera que fizesse sentido numa foto de skate, mas com o Roseiro vale tudo… no comply bem acima da altura recomendada


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O chão neste bump por cima do corrimão é algo que parece, mas não é… passem neste spot do Alto de São João e vejam o abuso que este flip é.


Laurence: Eu sabia a parte dele de cor e salteado, na altura não havia instas nem social media, quando curtias um skater ias à procura dele no youtube e via tudo o que houvesse dele, do mais antigo para o mais recente...

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Roseiro: Essa videopart filmei com aquelas cybershots, deviam ter 5 megapíxeis, editei no movie maker, fui ao Kazaa buscar uma rockalhada e já esta. Depois um dia fritei, olhei para aquilo, não me fez sentido e apaguei, grande burro ahah Laurence: Havia uma parte nesse vídeo em que a imagem ficava preta, era o Rosas que não sabia fazer o render do vídeo e eu ficava à espera a ver, eu sabia que ele tinha mais manobras para dar. Roskof: Mas tens agora uma nova para sair, não?

Roseiro: Sim, tenho uma nova part para o Bana pronta, e tenho aí mais uns projetos novos para sair mas ainda está nos segredos dos deuses... Roskof: A ver se não acontece como o da Reality Slap ahaha E para a Vans, estás a trabalhar já em algo? Roseiro: Sim, é uma marca com que me identifico bué, adoro o lifestyle, os riders, é uma marca que para mim faz sentido estar presente, por isso vou por mãos a obra e dar o melhor contributo. Roskof: A cena começou quando ganhaste a Final do Shop Riot Europeu, certo?

Roseiro: Se queres que te diga acho que cá na final europeia eles nem deram por mim, só um ano depois, quando foi a final Europeia em Breda e ganhei o Best trick é que eles andaram a perguntar quem é que eu era... e o Bana disse que era o outro rapaz que costumava andar lá com os twins ahahah Nesse ano os gémeos não puderam ir, então o team era eu, o Canina e o Gui Lima e acho que foi a partir daí. Roskof: Então e agora o que é que andas a fazer a nível profissional?

Roseiro: Basicamente o meu trabalho full time é na Academia dos Patins, construo skate parques, faco também parte de projetos na área dos eventos e demonstrações, depois trabalho com a minha namorada, a Joana, na marca dela, a “Rats and Bananas”, sou eu que faço a peças de decoração da marca e tenho um projeto pessoal de carpintaria a começar... desde obras, remodelações... ainda estou a ver o que isto vai dar. Laurence: Ele está a ser tímido, a verdade é que já não consegue dar conta do recado com tantas solicitações para trabalhos, estive a ver uma remodelação que ele fez de uma oficina e ficou brutal! Mas o Roseiro é mesmo assim, para ele nunca o que ele faz está bom que chegue ahah até mobiliário de casa, o homem faz! Roskof: Então começaste a carpintaria depois de te envolveres com a construção dos skate parques? Roseiro: Eu sempre curti fazer trabalhos manuais, quando o pessoal ia lá a casa fazer obras eu ficava lá a ajudar e a aprender como é que eles faziam, era daqueles com o “Bicho Carpinteiro” haha a Academia simplesmente despertou-me este interesse por trabalhos em madeira e, claro, curto bué construir skate parques apesar de achar que podíamos melhorar em vários aspetos, mas é mil vezes melhor trabalhar na cena de skate do que estar aí num trabalho com que não te identifiques de todo. Roskof: E onde é que achas que andam os skaters? É que principalmente nos últimos anos têm sido construídos uma quantidade industrial de skate parques por todo o lado, mas não se vê grande aumento do numero de skaters… Roseiro: Epá, talvez oferta a mais, até nos eventos temos coisas a acontecer todos os fins de semana e o pessoal dispersa-se, antigamente só havia os eventos do Radical e o pessoal juntava-se mais. Hoje em dias tens muita gente a organizar coisas. Uns melhores que outros mas, lá está, os tempos são diferentes. Antigamente íamos a um campeonato e tinhas pavilhões cheios de público, a Póvoa, Vila-Franca, Benfica, Algarve... aquilo era quase como um concerto. Mas acho que hoje há bem mais gente a andar de skate do que quando eu comecei.

Roskof: E o que achas aí da nova geração: Gabriel, Gustavo, Bp, Tiago, Jorginho, etc… achas que eles estão a conseguir condições melhores para fazerem carreira do skate? Há aí uns rumores de que o Ricardo Fonseca há 15 anos tinha bem melhores condições que eles...

Roseiro: As condições deles não sei, mas uma coisa sei, que enquanto a malta cá não se unir mais, sejam tanto os mais novos como a malta mais antiga e conseguirmos ter uma voz mais ativa, a cena toda do skate nacional também não evolui, temos

que ser todos juntos a remar para o mesmo lado. Era muito bom termos pessoas como o Ricardo Fonseca, o Ruben Rodrigues e outros com uma voz mais ativa na cena. São pessoas como eles que podem defender melhor os interesses dos skaters. Hoje muitas vezes sinto-me como o mais velho quando estou ao pé da malta. Mas acho que a nova geração se continuarem o trabalho deles e não se dispersarem vão chegar longe, sem dúvida. Roskof: Não me digas isso, tu sentes-te velho? Não me pareceste muito velho enquanto batemos algumas chapas para esta entrevista


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Roseiro: Epá, vá, velho não, talvez um pouco mais perro, mas a razão principal é mesmo a malta mais velha ter deixado de aparecer para dar as suas skatadas… não tem bem a ver com o meu nível de skate, é mais uma coisa pessoal, a qualquer sítio onde vá hoje, sou sempre o mais “maduro” lá ahah Mas sinto falta da presença da malta que seguia... sem dúvida que eles me ajudaram a chegar onde estou hoje.

Roskof: Sortudo do caraças... e então já sabemos que em relação ao skate vai haver novidades top secret e a nível profissional, idem aspas? Roseiro: Neste momento estou me organizar um pouco mais, investir em máquinas, a tentar arranjar um espaço, e ainda vou decidir o que quero mesmo fazer, em relação a skatada vou continuar a ser o mesmo, ajudar quem me ajuda, fazer evoluir as coisas e em relação às carpintarias, movies, remodelações, decoração restauro…existem vários caminhos por onde seguir, agora faco um bocado de tudo, depois logo vejo o que realmente me dá mais prazer.

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Laurence: O skate do Roseiro pelo contrário tem evoluído…

Roskof: Pois, a manobra da capa não é manobra para velho, de certeza ahah

Laurence: Últimas palavras

Roseiro: Olha, uma coisa boa é que tenho dado melhores manobras e caído menos ahaha… mas felizmente nunca tive grandes lesões, nunca torci um pé, nunca parti nada.

Roseiro: Epá, quero só agradecer à malta toda que puxa por mim diariamente, às marcas que acreditam em mim, à minha namorada e à minha família.

Enquanto todos descem, o Roseiro sobe… frontside flip na direção errada, dizem alguns.


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C H A L L E N texto: A SĂŠrio! Com estas imagens ainda precisas de ler alguma coisa? Fotografia: Nathan- Ethier-Myette

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FRANKY VILLANI | WALLIE



WELCOME TO THE PRO TEAM PEACE VIDEO AVAIL ABLE NOW #ELEMENTPEACE


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