BIG DAWG DC BATALHA DAS LOJAS II PÂNICO NA ALDEIA VOLCOM EURO TOUR
AVENTURA DE SKATE EM TRÁS-OS-MONTES 2012
Número 12 - Janeiro/Fevereiro
Bimestral
Distribuição gratuita
AURA S.A. - 212 138 500
fotografia Roskof
panorâmica Ainda estamos vivos? Ui, esperem… 2012 e ainda cá estamos?… o mundo não acabou envolvido numa bola de fogo de proporções bíblicas, os Maias (a civilização, não a astróloga) afinal estavam enganados?… pois, é verdade que o ano está a iniciar e não se sabe o que aí vem, mas vá, pelo menos começou com belos dias de sol, o que só por si já é um bom sinal. É caso para dizer que podemos já começar a cumprir as nossas resoluções de ano novo… geralmente nesta altura está um frio do caraças, o que nos leva a adiar a prática das nossas resoluções… “vou fazer mais exercício”… epá mas agora está frio, deixa vir o tempo melhor, que logo começo… vou fazer dieta... pois, mas com este frio não sabe muito bem comer saladas e peixinho… um entrecosto quentinho sempre cai melhor… e pronto... depois, chega-se a meio do ano está um calor do caraças…”epá agora está muito quente para andar a correr e como já não fico em forma para este verão
deixa-me beber umas bejecas e comer uns tremoços na esplanada e logo começo em Setembro, que para o ano seguinte já vou estar aqui com uns abdominais de fazer inveja ao Brad Pitt”… resoluções, cada um tem a sua e vícios também. Conseguir andar mais de skate é o meu vício transformado em resolução para 2012. Como acontece
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com muito boa gente, o saber se vou conseguir concretizar ou não é uma incógnita... mas quando neste início de ano ouvi dizer que muitos dos “velhinhos do skate” adoptaram a mesma resolução que eu, fiquei mais descansado… pode ser que eles puxem por mim quando o sofá estiver a chamar, tal como quando éramos miúdos puxavam por nós para nos mandarmos escadas abaixo…. mais do que um ano para pensar, 2012 é um ano para fazer… já cá estamos… siga skatar! Pedro Raimundo “Roskof”
Distribuição www.marteleiradist.com 212 972 054 - info@marteleiradist.com
Ficha Técnica Propriedade: Pedro Raimundo Editor: Pedro Raimundo Morada: Rua Fernão Magalhães, 11 São João de Caparica 2825-454 Costa de Caparica Telefone: 212 912 127 Número de Registo ERC: 125814 Número de Depósito Legal: 307044/10 ISSN 1647-6271 Diretor: Pedro Raimundo roskof@surgeskateboard.com Diretor-adjunto: Sílvia Ferreira silvia@surgeskateboard.com Direção de Arte: Luís Cruz roka@surgeskateboard.com Publicidade: pub@surgeskateboard.com Colaboradores: Rui Colaço, João Mascarenhas, Renato Laínho, Paulo Macedo, Gabriel Tavares, Luís Colaço, Sem Rubio, Brian Cassie, Owen Owytowich, Leo Sharp, Sílvia Ferreira, Nuno Cainço, João Sales, Rui “Dressen” Serrão, Rita Garizo, Vasco Neves, Yann Gross, Brian Lye, Bertrand Trichet, Luís Moreira, Jelle Keppens, DVL, Miguel Machado, Julien Dykmans, Joe Hammeke, Hendrik Heizman, Dan Zavlasky, Sean Cronan, Roosevelt Alves, Hugo Silva, Percy Dean, Lars Greiwe, Joe Peck, Eric Antoine, Eric Mirbach, Marco Roque, Francisco Lopes, Jeff Landi.
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Tiragem Média: 15 000 exemplares Periodicidade: Bimestral Impressão: Multiponto, S.A. Morada: Rua D. João IV, 691-700 4000-299 Porto Interdita a reprodução, mesmo que parcial, de textos, fotografias ou ilustrações sob quaisquer meios e para quaisquer fins, inclusivé comerciais. www.surgeskateboard.com Queres receber a Surge em casa, à burguês? É só pedir. Através de info@surgeskateboard.com assinatura anual em casinha: 15 euros
Capa: Agora está na moda dizer que temos que voltar a trabalhar o campo, o Tiago “gueto” Oliveira segue o conselho e aí vai ele com as suas ferramentas! fotografia Luís Moreira
O João Neto agora tem uma escola de skate no Porto. Se quiseres aprender a dar estes nollies frontside-heelflip já sabes… e não te esqueças de lhe levar a maçã! fotografia Luís Moreira
Pânico na Aldeia
Se pensas que já sabes falar bem português, espera até veres o glossário destes meninos.
Albert Nyberg - Entrevista
O skater responsável pelo maior número de cirurgias maxilo-faciais, tal a quantidade de queixos caídos depois de ver a sua parte no Berrics, conta-nos o segredo do seu sucesso.
DC Paralelo 44
Uma das tours nacionais com mais conteúdo dos últimos tempos. Vídeos, fotos, e freestyle de kuduro, boy!
Cachupa em Cabo Verde
Marco Roque foi a Cabo Verde comer uma cachupa e de caminho fez um skate parque…
Dr. Manka-te
Há rimas, primas e outras coisas acabadas em… manka-te!
Volcom Bigdawg tour
O rei das trevas que nos perdoe, mas a estrada é mais importante.
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Distribuição www.marteleiradist.com 212 972 054 - info@marteleiradist.com
Distribuição www.marteleiradist.com 212 972 054 - info@marteleiradist.com
fotografia Luís Colaço
CONSULTÓRIO DO DR. MANKA-TE Dá a tua opinião sobre a revista. Envia-nos as tuas ideias ou sugestões. Manda fotos de spots novos na tua zona e do rabo da tua melhor amiga… sei lá… escreve por tudo e por nada… se aqui o Dr. Mankate curtir, publicamos a tua carta na revista e se tiveres sorte, pode ser que te toque alguma coisa… Abraços e beijos na bunda. Dr. Mankate drmankate@surgeskateboard.com 2012
www.mankatetainha.com
Olá Dr. Manka-te Chamo-me Ana, tenho 12 anos e sou de S. João da Madeira. É a primeira vez que estou a ler a surge, estou sempre a pedir à minha mãe que me dê um skate, mas ela acha muito perigoso. O que hei-de fazer para convencê-la? Por favor dá-me a tua resposta. Minha querida Ana, não sei bem o que deves fazer... mas às vezes insistir é a chave do sucesso! Podes também ir tirando da carteira dela umas moedas, sem que ela consiga notar. Vais juntando e num instante tens o teu skate. Fácil! Podes também arranjar uma máscara como a minha e assaltar uma bomba de gasolina! Sem skate é que não dá... Espero ter ajudado. Beijinhos Dr. Manka-te
Boas, chamo-me Hélder e sou de Barcelos, escrevi para dizer que a Surge é uma grande revista, sendo um grande apoio ao skate nacional. Boas fotos e tudo, só falta é fotos de meninas a skatar, é o único mal hahaha… nem sempre chega a Surge à nossa skate shop e andamos sempre com a euforia para ver quando chega, dá-me muita pica lê-la. Nós por cá nos vamos arranjando sem skate parque a curtir milhões o nosso spot (os poetas) metendo corrimões, separadores, qualquer cena que nos apareça à frente que dê para dar alguma coisa com o skate. E depois para estragar tudo vem o people da câmara municipal para nos tirar as cenas... já não basta não nos darem o skate parque! Vai continuar a ser assim, mas enfim, o mais fixe é dar umas boas skatadas com o pessoal, conhecer novas cenas, novos spots, arranjar sítio para esconder os obstáculos haha, etc. Isto tudo mesmo para aliviar o stress das aulas. Parabéns pela revista. Não se esqueçam das meninas!! Beijos na bunda Malandro como é que é! O pessoal aqui da Surge tem um carinho especial por Barcelos. Infelizmente ainda não passei por aí, mas sei que a nossa equipa foi muito bem recebida quando passou por essas bandas! Desde já agradeço em nome de todos! Viva Barcelos! Os poetas é um alto spot. Conheço por fotos e vídeos. Com um spot desses, para quê um skate parque? Os poetas é que é, pá! Pois, a malta da câmara é que é tramada... aqui por Almada é igual! Deitam tudo fora, mas o pessoal continua a construir obstáculos! Existem sempre umas obras para ir roubar madeira... Hélder, não deve tardar muito e estás a ver fotos de miúdas na revista. Já existem bastantes a andar de skate por cá. Não tarda elas dominam isto tudo! Isso é que era. Gostava muito que os homens deixassem o skate, amigo. Farto de skaters a cheirar mal da virilha! Agora se forem elas a mandar um odor, até desculpo... Eu nunca me esqueço das meninas, acredita que elas dão 10 a zero aos homens em tudo! Tens irmãs? Abraços e beijos na bunda a todos em Barcelos Dr. Manka-te
Dr. Manka-te Sou o Xavier Laríco E na semana passada aterrei um treflip de perna alçada. Adoro esta revista é tudo para mim, se custasse mil euros até vendia o meu rim! Quando ‘tou todo podre e não me apetece skatar vou mandar um cagalhão com a surge a acompanhar! Tive o trabalho de escrever isto em poesia, como resposta agradeço que mandes uma foto da bunda da tua tia. Sou o Dr. Manka-te e gostei das tuas rimas mas se fosses um bacano mandavas fotos das tuas primas A revista Surge para muita coisa serve junto à sanita deve estar quando o papel higiénico faz greve Se gostas assim tanto Bem podias ajudar Vendias o belo do rim Para mil euros poderes mandar Da minha rica tia Não vais levar nada Se ela te apanha distraído Levas logo uma paulada Beijinhos na bunda meu puto Abraço do Dr. Manka-te página 17 Dr. Manka-te
Esta foi das primeiras tours em que o Luís Coutinho não foi parar ao “estaleiro” e ainda bem, porque senão não estavas a ver este backside flip gigante.
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PARALELO 44 fotografia Vasco Neves texto Francisco Lopez “França”
No dia do arranque é sempre de esperar uma viagem, e assim foi. Partida em Lisboa em direção ao Porto para apanhar o Jorge Simões, a juntar ao grupo já formado pelo Pedro Roseiro, Luís Coutinho, Alexis Santos, Daniel Pinto e eu, Francisco Lopez, sempre ao volante da carripana. Mas este grupo tem sempre dois apêndices indispensáveis, os nossos DCVisualBoys, Vasquinho e Piteira, sempre com os seus gadgets de última geração. O Vasquinho com os seus modelos Compact e tripés só com dois pés, o Piteira todas as tours traz uma novidade... ou luzes que parecem os olhos do sapo Cocas, ou um cruiser que parece um carro de F1... uma pega para a máquina, onde podes apoiar o copo da Fanta, sei lá… inventa sempre qualquer coisa.
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Não sei porquê mas sempre que vou com esta rapaziada para algum lado até parece que vou em família, as crianças sempre atrás, Canina e Jorge, no meio a meia-idade, os gajos dos sms a toda a hora, Roseiro, Couto, Piteira... à frente a experiência… isto ao final de umas quantas tours até parece que cada um já tem lugar marcado na carrinha, tu ali, aquele acolá, estes além, e pronto é só fechar a porta e arranca choné. Pode até parecer paneleirice mas sinto-me mesmo um pai cigano, sempre na estrada com a família, até já sabemos as manhas de cada um e tudo, olhem lá esta do Jorge: chegámos a Famalicão para explorar uns banks... ainda estava na conversa e a fechar a carrinha com a Piteira e lá vinha o Jorge a correr. Eu disse ao Piteira ”olha este já tem uma para gravar” e ele, mesmo à tripeiro, “tens ceeêra? Já tenho uma linha”. Viajar tem muito que se lhe diga, muitos quilómetros, muitas horas na carrinha, camas por dividir... por falar em dividir olhem lá mais uma, vejam se adivinham: o gajo que toda a gente espera de manhã porque quase sempre é o último a acordar, a mexer-se, a tomar banho, a conseguir verbalizar uma palavra que seja, e a ver que o dia já começou... quem é? Continuem a ler que eu já vos digo...
Ainda o Vasco não tinha montado os flashes já o Jorginho tinha dado uns 5 backsmiths perfeitos… raio do puto, nem deixa os fotógrafos relaxar um bocado!
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Já suspeitávamos que o Roseiro anda numa missão de destruir todos os spots grandes que encontra. Caso houvesse alguma dúvida aí está mais uma prova… frontboard...
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Luís Coutinho com os pés bons até nos troca a todos... a nós e a ele… switch-flip backside 50.
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Desta vez fomos para o norte de Espanha, para completar a saga espanhola de tours de 2011, escolhemos Vigo, Gijon e Oviedo como destinos, mas isso não interessa nada saber, é mais giro contar que o Canina consegue ir as horas todas de carrinha a dizer merda. Mas merda com muita classe, desde improvisos com batidas e ritmos mirabolantes, como ele próprio diz, a horas ininterruptas de stand up comedy, e quando chegamos ao apartamento, depois de andar de carro e skate, o gajo manda abaixo um monster e tens live act para mais umas horinhas, não há que enganar. Como eu dizia há pouco, viajar tem muito que se lhe diga: cidades, apartamentos, estacionamentos, carrinha, carrega/descarrega malas... por falar em malas, quem é que tem sempre a maior mala de todas?? Quem é? Usa sempre a desculpa, “É pá tenho aí o meu skate dentro… por isso é que está assim” e depois vais a ver tem: máquina de barbear, máquina de cabelo, secador de cabelo, estojo de primeiros socorros, estojo de ferramentas, tábuas, truks, rodas, dois pares de ténis, com sorte ainda na caixa, não sei quantas mudas de roupa, mais um monte de paneleirices de que eu nem vou falar, mas no fim temos que concordar, pois o Luís é mesmo é do switch, por isso é que anda todo trocado e nunca sabe do que pode precisar.
O França, para além de ser pai, nos tours tem de ser avô, tio, primo e, até, mãe da malta. Felizmente o skate dá para libertar o stress de ser chefe de uma família tão grande… backside tailslide transfer.
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Pois é, ser pai de 7 dá muito a fazer, tratar dos hotéis ou dos apartamentos, dar de comer às crianças, pagar as contas que vão ficando para trás, saber o próximo destino, pôr os miúdos a andar de skate, é sempre complicado… quem nunca complica muito é mesmo o Alexis, quando o vais acordar já está acordado, quando é para comer é sempre o menos esquisito na comida, meia mala do Coutinho serve bem para as coisas dele, dão-lhe água, cola, ou cerveja, ele bebe, mas depois quando todos pensamos que o spot já acabou e que vamos bazar, ele lembra-se de ir andar de skate e de nos “complicar” a todos com o que é capaz de fazer. Tentando outra vez concluir o raciocínio, viajar tem muito que se lhe diga, histórias, aventuras, descobertas. Por falar em descobrir, a esta hora já devem ter descoberto que é o sonecas do team… se não, esperem mais um bocadinho que eu já conto, porque agora veio-me à cabeça a imagem do Piteira todo corcunda ao final do dia a dizer ”É pá, já não dá mais” e eu “Então é da dor de costas?” e ele ”Não é mesmo é da luz”. Depois, normalmente, vem o comer, porque enquanto há luz, há Piteira em ação, já o Vasco se vejo que está a esmorecer e que já pouco se aguenta nas pernas, a ficar todo corcunda, vou rapidamente ao café mais próximo e trago-lhe um pack de 6 que tudo se resolve.
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Depois destes dias posso dizer-vos que Vigo foi bem louco, fomos expulsos pela polícia, mas foi louco, assim como Gijon, também foi louco, e também fomos expulsos pela polícia, e Oviedo… também fomos expulsos pela polícia, mas também foi bem louco. Aqui em Oviedo encontrámos um guia bem à maneira, o André. Foi ele que nos guiou até um jantar de despedida e 8 horas de caminho até Portugal com direito a stand up comedy. Bom, a ver se é desta: viajar tem muito que se lhe diga, só não sei bem é o quê… mas sei que repetia esta e qualquer outra viagem com estes companheiros. Já descobriram quem é o sonecas?? É o Roseiro ahahahahah
O Alexis podia ter ido para massagista tal é a suavidade do nosegrind shove-it five-o que deu neste curb de Vigo.
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Canina, ou como é agora conhecido, “KANINA o rei do kuduro de Carcavelos” num nollie flip… “solta esse mambo”.
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PANICO NA
texto e fotografia LuĂs Moreira
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Preâmbulo: Quando pensamos em tours de skate, muitas vezes pensamos em spots específicos, manobras específicas que queremos dar nesses spots e em dias mais ou menos planeados. Desta vez, decidimos fazer tudo ao contrário. Em dois dias, falámos com quem tínhamos de falar e fomos todos para a aldeia do Rolando para andar de skate. Exatamente para onde não sabíamos, mas fomos. Sim, porque o Rolando tem uma aldeia
perto de Foz Côa. Uma aldeia que é pouco mais do que uma rua com duas casas, um riacho, um café e uma caixa multibanco. Apesar de não haver rede de telemóvel, passaram-se quatro dias em que mal tivemos tempo para respirar, sempre com coisas para fazer e sempre à procura de spots pelos arredores. Desde skate, moto4, às fogueiras no rio, houve inúmeras coisas que fizeram com que esta tour fosse uma das melhores que já fiz.
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Rolando, o xerife da aldeia‌ drop.
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Ato I - Porto Campanhã --> Vezúvio A linha do Douro está cheia de paisagens bonitas que proporcionam uma viagem calma e relaxante. Para nós, a viagem deu para fazer tudo menos para relaxar. Desde estender roupa no porta-bagagem, andar de skate, stripteases, até aprender a fazer ponto de cruz, fez-se de tudo um pouco e estampou-se bem (1). Tinha que se arranjar maneira de fazer com que a viagem durasse o menos possível, pois a pica de chegar à aldeia era muita. Durante o caminho, fomos tentando ligar ao Rolando a dizer que estávamos a ir para lá e que precisávamos que ele nos fosse buscar à estação, mas como na aldeia dele não há rede, não foi possível. Começámos todos a pensar que íamos ficar a dormir na estação, até que ele lá se lembrou de nos ligar do telefone fixo a perguntar se sempre íamos para lá. Ato II – O pânico chegou à aldeia Acabados de chegar, fomos pousar as tralhas todas a casa do Rolando e jantar. Pegámos nos skates e fomos fazer uma descida de reconhecimento pela rua, aliás, aldeia. Não demorou muito até os moradores locais começarem a aparecer nas janelas, admirados ao ver um bando de putos em cima de skates a dar ao pé como se não houvesse amanhã. Encontrámos uma divisória numa estrada a descer que serviu de manual pad e deu para curtir um bocado e dar umas esbanjas (2) valentes. Depois disso começámos a descer a rua com trotinetes, bicicletas sem pneus, moto4, enfim, tudo o que tivesse rodas servia perfeitamente. Para fechar a noite, fomos todos ao Quinita, ou “nikita” como nós lhe chamávamos, que é o café lá da aldeia, que para além de servir para ir beber uns copos, era também o nosso centro de comunicação com o mundo exterior, apesar de ninguém parecer muito preocupado em estabelecer contacto. Ato III - Construir para skatar A casa do Rolando tem tudo para construir obstáculos para skatar, desde kickers a mega rampas. A sério, o Danny Way ia adorar a casa dele. Ao lado da sua casa há um sítio com chão relativamente liso onde não passam carros. Pegámos em carrinhos de mão, chapas, madeira, etc. e estivemos toda a tarde lá a andar e a construir spots. Ajudámos também a preparar o taildrop do Rolando. Depois de uma visita rápida a casa para jantar, voltámos para o spot com uma banheira, que para além de ter servido de lareira para aquecer e iluminar o spot, serviu também para dar umas manobras por cima. Amigos, fogueira, skate e uma almofada de vinho tinto... um real gourmet (3). Ato IV - Chegada do Morang Ben-u-Ron/Partida do Toniglota O Morang Ben-u-Ron chegou a meio da tarde preparadíssimo para animar o pessoal, como sempre, e cheio de pica para skatar. Já não o víamos há bastante tempo e já tínhamos saudades de estampar bem com ele. Pouco depois do Morang chegar, o Toniglota abandonou o barco. O que nos valeu foi que ele, nos dois dias em que esteve connosco, falou mais do que nós todos juntos nos quatro dias. A sério, o Toniglota consegue ter monólogos intermináveis ao pequeno almoço, almoço, jantar, hora de dormir, sempre! Ele já se estava a preparar para ir embora sem nenhuma manobra fotografada até que o convencemos a ir dar uma das suas tonizisses (4) antes de partir... e ele lá foi dar o drop em fifty. Ainda se esbanjou bem antes de acertar e quando acertou correu para dentro do carro e fomos leva-lo à estação. 12 quilómetros em que o carro do Rolando até viu o Elvis (5)... quando chegámos à estação o último comboio do dia estava mesmo a chegar. Mais duas tentativas e tinha perdido o transporte.
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Como é que será um “Guetto” numa aldeia de Trás-os-Montes?… até prova em contrário é um fakie halfcab flip noselide.
Ato V - Macedo de Cavaleiros Acordados e cheios de pica, discutimos o destino para ir skatar e, depois de algumas chapadas, decidimos ir para Macedo de Cavaleiros, ideia do Godzilla. Entretanto ligámos ao Tio para trazer uma bina para os carrascos poderem ir todos em viagem. Chegados a Macedo conhecemos a má disposição do Alce, o team rider com mais pica de sempre, pois esteve toda tarde sentado agarrado às nicotinas. Além da má disposição do Alce, estava um frio do caralho que fez com que tenha custado bastante a aquecer. A manhã até estava a ser calminha, mas depois do almoço e de mandarmos uns calhaus ao mar, começámos a dar-lhe nos skates e nas cervejas. Entretanto, quando foi para fotografar o bs smith do Godzilla, ele lembrou-se de comprar uma vela, que mais parecia feita de arroz, para encerar o curb. Como se isso não chegasse, os flashes não queriam disparar... e o curb continuou a não querer deslizar. Mas tirando isso tudo, o dia acabou bastante bem com os carrascos a estampar bem e o Godzilla a dar umas nas 6 escadas.
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ato VI - Rio a arder Depois de uma grande skatada e um bom banquete em casa do Rolando, decidimos ir para a ponte das cabras lá da aldeia, uma ponte que, para atravessá-la, temos que andar aos saltos agressivos de pedra em pedra. Ainda assim conseguimos fazer uma fogueira no meio da ponte. Depois de alguma fruta e uns copos de carrascão, decidimos tirar uma foto ao pessoal à volta da fogueira e foi ai que chegou o MVP desta mini tour, o Farpas, o gajo que nos punha a ver o Elvis a andar de moto4. Foi também nesta precisa noite que descobrimos que o Nitro Nicotinas é piromaníaco e que o Luís à noite transforma-se no Godzilla, pois não consegue manter uma conversa sem ser ao berros. Depois de umas valentes horas a estampar ao máximo, o Capitão Moscatel e o Morang começaram a ter distúrbios alimentares e tiveram que ir embora... e foi nesta parte que todos começámos a pensar: “Como é que vamos atravessar a ponte de pedra em pedra a todos pardais?”. Mas até correu bem, tirando o Rambo e o Morang que tiveram uns problemas de equilíbrio e tiveram que atravessar a ponte a rastejar. Quando chegámos a casa, o Morang dirigiu-se logo ao vaso sanitário onde quase queria passar a noite a virar a báscula (6) enquanto os outros devoravam o salame e o pão todo que havia na casa do Rolando.
Ben-u-ron num nollie backsideheel para baixar a febre do skate.
Ato VII - Chipicão Zombie Depois de uma viagem pelos montes ao som de Roberto Carlos e Los Cheles, chegámos a Foz Côa e foi de admirar quando nos deparámos com um skate parque em forma de bowl. Pusemo-nos logo em cima do skate e só queríamos dar brita, foi um grande bar (7). Depois de umas horas já a skatar no skate parque, fomos para o spot dos bancos onde o Rambo ainda deu umas manobras técnicas com o pé torcido. Enquanto isso, vimos um cão que mais parecia saído da série “The Walking Dead”, um cão zombie com uma ferida gigante na cara a pingar sangue. Já quase de noite e cheios de fome, fomos um de cada vez ao café gastar uns clipes em chipicaos até acabarmos com o stock, mesmo antes de voltarmos para a aldeia.
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Epílogo: Depois de arrumarmos as coisas e acabarmos com os clipes da caixa multibanco (que foi bastante pouco), chegou a hora de regressar a casa... para isso o Romeo teve que levar-nos à estação de comboios, mas em vez de nos levar na bina, deu-nos boleia na carrinha de caixa aberta dos pais. Ou seja, o Rambo, o Paus e Pedras e o Rolando foram na parte da frente e o Godzilla, o Nitro Nicotinas e o Capitão Moscatel foram na parte de trás a ver o real Elvis cada vez que se fazia uma curva até chegarmos à estação. E assim fomos para casa cheios de vontade de voltar lá em breve. Temos de agradecer à família, ao Rolando e à família pela hospitalidade e, principalmente, à D. Sílvia (mãe) pelas comidas gourmets e pela paciência para nos aturar. Prometemos uma visita em breve.
Se víssemos esta imagem ao vivo, as foices e enxadas não nos assustavam mas aquele caramelo de triciclo com capacete é uma verdadeira visão do inferno!
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Personagens: Tio - Filipe Tio Morang Ben-u-ron - Ruben Nogueira Gozzilla - Luís Moreira Capitão Moscatel - Juan Salas Paus e Pedras - Luís Fernandes Rolando - Romeo Mateus Farpas - Júlio Farpas Nitro Nicotinas - Paulo Pinho Alce - Ricardo Cunha Toniglota - António Pereira Rambo - Tiago de Oliveira Glossário: 1 - Estampar - rir descontroladamente. 2 - Esbanja - Cair 3 - Gourmet - Muito bom 4 - Tonizisses - Manobras esquisitas características do Toniglota 5 - Ver o Elvis - Bater mal 6 - Virar a Báscula - Vomitar 7 - Grande Bar - Sinónimo de Gourmet
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texto e fotografia Jelle Keppens
Tenho que confessar-vos que fiquei bastante chateado quando soube das datas desta tour. Afinal ia perder o “Grasspop” um festival de metal a que não faltei com o meu grupo de amigos nos últimos 6 anos. O Ozzy Osbourne estava confirmado e, como qualquer fã de metal, já há meses que andava a contar os dias para ver pela primeira vez o “príncipe das trevas” ao vivo. Além disso também ia perder a maior concentração europeia de choopers e hotrods... por outro lado também não imaginava que iria trocar isto tudo por alguns dos melhores momentos da minha vida passados na estrada.
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Copenhaga Eu, o Christian (team manager da Volcom) e o Roberto Aleman iríamos passar as próximas 5 semanas juntos. Tudo começou em Anglet, França, durante o sales meeting da Volcom, mesmo que isso não fizesse parte da tour... mas como a partir daí não iríamos passar nenhum tempo sozinhos, para mim marca o seu início oficial. Depois desses dias no sudoeste de França, apanhámos o avião para Copenhaga onde chegámos no dia do aniversário do Rune Gliberg e onde o resto do team da Volcom já se dividia por vários apartamentos da cidade (o que não facilitava nada, sempre que queríamos fazer qualquer coisa). Para além disso, sempre que saímos para skatar éramos tantos... e o nosso capitão era o Dustin Dollin, ou seja, nunca nos deitámos antes das 3 da manhã! Como nessa semana ele também fazia anos podem imaginar… mas, mesmo assim, foi brutal ver toda a gente a skatar durante esses dias, acho que podemos dizer que bons tempos equivalem sempre a bom skate. Uma das coisas de que não me esqueço nos últimos tempos em Copenhaga é a vitória do Raven no Bowl de Faeldenpark durante o Cph pró, mas desta vez houve algo me deixou os pelos todos arrepiados. Estava toda a gente já em modo festa no skate parque, incluindo eu, quando fui mijar atrás de uns
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arbustos. Quando acabei e estava de volta à zona da cerveja de borla encontrei o Alex Perelson a dirigir-se para o snakerun… perguntou-me se tinha a câmara por perto e se sabia onde estava o Choi (cameramen da Volcom)… pensei: que raio vai ele fazer? Disse-me que ia dar uma volta sozinho no skate parque porque não se sentia confortável a andar com tanta gente a olhar para ele. Fiquei por ali durante um bocado porque adoro vê-lo a andar, estava a ficar escuro e depois de algumas voltas de aquecimento ele começou a dar manobras no oververt como se fosse uma mini-rampa. O que estava a ver deixou-me de boca aberta e pouco depois espalhou-se que o Alex estava a destruir o parque. Juntou-se uma multidão! Não consegui dizer nada tal era o nível de skate que estávamos a ver. Bêbados ou não, todos concordaram que foi das sessões de skate mais incríveis que viram na vida. Um homem sozinho numa missão, só para ele. Até o Jake Phelps, que estava ao meu lado não sabia o que dizer quando o Alex deu backsmith, backlip e backside nosegrind na secção do cotovelo do oververt. E sabem que mais? No outro dia era domingo e em vez de ir à missa ele voltou ao skate parque e fez tudo outra vez, mas sem proteções!
Peter Molec switch-frontsideflip num secret spot de Praga.
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O Nassim Guanmaz levou o Gravette ao carrossel e foram ao “grego”, o que é estranho porque ele roda sempre tão bem nestes frontside ollies 360. página 47 Big dawg tour
Aaron Suski foi o único que adormeceu com o Dollin a destruir o quarto… viva o jet lag. Frontside noseslide. Mechele Para aliviar um pouco as coisas arranjámos uma pequena equipa e voámos até à minha terra natal na Bélgica, onde arranjámos quartos numa cervejaria/hotel: queria que todos se sentissem confortáveis na companhia de uma cerveja coroada como a melhor do ano, a “Gouden Carolus”. Skatar perto de casa tem sempre as suas vantagens: conhecemos todos os spots e sabemos quando os podemos skatar ou não. O que dá jeito quando trazemos skaters famosos atrás. O Chris Pfnaner e o Dustin Dollin deram alguns abusos que infelizmente não estão nesta reportagem porque as fotos foram transformadas em anúncios.
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Na semana que passámos na minha terra, havia também a grande feira local. Uma noite, depois de jantar, decidimos passar por lá e o Axel e o Nassim convenceram o Gravette a experimentar um daqueles carrosséis que te leva disparado para o céu e que depois roda em todas as direções, isto depois de terem comido a maior dose de guisado de sempre. Tenho pena de não ter tirado umas fotos do antes e do depois, porque eles saíram todos verdes! Depois disso fomos à procura de “remédio”, fiz algumas chamadas e fomos até casa de um amigo meu, também skater. Quando lá chegámos, disse ao Gravette para tocar à porta sozinho... quando ele abriu a porta ficou boquiaberto: afinal não é usual teres o David Gravette à tua porta para te visitar, numa noite qualquer da semana.
Temos de dizer ao Thaynan para cortar o cabelo ou usar uma bandelete… é que nem se consegue ver a cara dele neste nosegrind.
Berlim Conduzimos para Berlim e o Jake testou a velocidade do seu carro de aluguer na “autobahn”: 217km/h. Dei-lhe os parabéns e disse que ele tinha batido um novo recorde com um Opel. Só quando cheguei a Berlim é que me calhou partilhar o quarto com o Dustin Dollin. Ficámos num hostel, naquelas camaratas de 7 pessoas. O Dollin nem fez o check-in, deu-nos as malas e desapareceu para a noite da cidade. Bebemos uns copos num bar do outro lado da rua e quando o sol se preparava para nascer fomos para o hostel, pus os meus headphones e subi para o beliche. Do Dollin nem sinal… até que um barulho me fez acordar sobressaltado: “The Spawn” tinha chegado (para quem não sabe, é o alter-ego do Dustin). Consegue ser o gajo mais irritante quando chega da noite… acorda toda a gente e mete a tocar a pior música que consegue descobrir no ipod, com as colunas no máximo… mesmo a pedir que lhe deem alguma atenção. A coisa que mais odeio é ser acordado cedo e ainda mais quando não dormi quase nada... nem a minha miúda me acorda quando me deito tarde. página 49 Big dawg tour
Reparei que o resto da malta também se estava a passar com o barulho mas ninguém dizia nada. Eu estava à espera que o Suski se passasse, mas ele estava com o jet lag e meia dúzia de cocktails no corpo e nem reagia. Não aguentava mais, tinha que fazer alguma coisa! Quando o Dustin foi à casa de banho, saí do meu beliche, tirei o ipod da cama dele e escondi-o debaixo da minha almofada. Quando ele voltou ao quarto e reparou que a música tinha parado, começou a ameaçar que iria dar cabo de quem lhe roubou o ipod. Eu disse-lhe que o tinha e que se ele o queria de volta tinha que passar por mim primeiro. 110kg vs 60kg... siga! Ele saiu e foi dar cabo do juízo à malta do outro quarto. Ficou lá no resto da nossa estadia em Berlim. Nos dois dias seguintes acho que lá ninguém dormiu. Mas ele também não é assim tão mau, quando estás com ele na noite ele arranja tudo para todos, bebidas à borla, entradas em “discos”, táxis e até miúdas… é engraçado ver como ele apanha as grupies e depois as passa para os amigos, apresentando-os como os melhores amigos e melhores pessoas de sempre… o Dustin trata de tudo.
2012
Em Portugal temos o trio Odemira… na Bélgica, o duo frontboard… Axel Crusybergs e Christian
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Praga Entrar no comboio para Praga foi como entrar num filme. Era um antigo comboio Checo com compartimentos para 6 pessoas. Tudo era antigo, a viagem durou 6 horas, sempre à beira rio, onde vi algumas das mais épicas paisagens de sempre. A meio da viagem eu e o Peter fomos à procura do bar do comboio. Quando o descobrimos ficamos boquiabertos! Parecia que estávamos no expresso do oriente. Um experiência que não vou esquecer tão depressa. Quando chegámos à cidade e como estávamos em modo backpacker, decidimos usar só transportes públicos para chegar ao verdadeiro hotel backpacker de Praga: o Hilton. A verdade é que o Hilton em Praga é barato, comparado com qualquer outra cidade e foi aí que decidimos ficar… jacuzi, piscina, sauna, massagens, casino e um pequeno almoço que nem conseguíamos imaginar. Acho que depois de 5 semanas na estrada também tínhamos direito a um prémio. No entanto, Praga também consegue ser uma armadilha para os turistas, por isso o meu conselho é para não comerem nos sítios mais óbvios, escolham os mais pequenos, são bons e baratos. Estivemos num almoço com 10 pessoas e a conta não chegou a 50eur!… devia ser assim em todo o lado! Como o Peter Molec é local levou-nos a skatar alguns spots que a maior parte das equipas nunca visita. Esta viagem iria acabar em grande com o P.A.R.T.Y., um campeonato que também é um festival. O que quer dizer que a festa é no skate parque... e começou a sério logo na primeira noite. Sabem como as coisas são… depois de tanto tempo na estrada há sempre uma música que fica o hino do tour, desta vez foi a Palmdale do Afromen. O Collin Provost estava sempre com ela a bombar. Como eu conhecia um dos djs dessa noite fui ter com ele e pedi-lhe para tocar a música… o telhado levantou voo, apesar de não haver um! Durante a viagem também tinha prometido ao Suski e ao Roberto que lhes pagaria 10 cervejas e foi nessa noite que o fiz. Na última noite estava à espera de alguns amigos na entrada do Hilton e sentei-me ao pé de um grupo de pessoas que pareciam fazer parte de uma banda de hip-hop. Começámos a falar, eles eram de Los Angeles e perguntaram-me o que estava a fazer em Praga, por isso contei-lhes a história das ultimas 5 semanas. Um deles disse que estava a fazer um documentário sobre skaters dos bairros de L.A e pediu-me o contacto porque eventualmente iria precisar de algum comentário de skaters europeus. Depois foi a minha vez de lhes perguntar o que estavam ali a fazer. Disseram-me que se chamavam West Side Connection e que tinham vindo para tocar num grande festival de hip-hop... delicadamente, disse-lhes que não sabia nada de hip-hop e não fazia a mínima ideia de quem eles eram… sou fã do Ozzie, lembram-se?! Um deles disse que se chamava Dub-C… também não me dizia nada… mas eles apreciaram a minha honestidade ao dizer que não percebia nada de hip-hop. Por isso falámos mais um pouco, eles cantaram algumas letras e um deles apresentou-me ao amigo que estava ao lado dele e que pouco falava. O seu nome era Ice-Cube. Ah, esse nome já tinha ouvido, mas também não conhecia nenhuma música dele, por isso começaram a cantar também uma música dele. Neste momento os meus amigos chegaram, era um grupo de miúdas que tinha conhecido em Copenhaga, ficaram a olhar para mim mas não vieram ter comigo, percebi que tinham reconhecido os dois rappers… por isso fui buscá-las e apresentei-as aos meus novos amigos, tirámos uma foto todos juntos e seguimos caminho. Estivemos na noite até de manhã, quando regressámos ao Hilton para o mega pequeno almoço adivinhem quem estava também de volta do concerto e juntou-se a nós… ah pois! Keep it gangstar y,all!! Vejo o “príncipe das trevas” para a próxima!
2012
O Jelle disse que enquanto mijava na mata viu o Alex Perelson a ir para a rampa como se fosse destruir aquilo. Depois de ver este frontside nosegring suspeitamos que foi mijar outra vez… esperamos é que tenha conseguido chegar à mata!
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2012
O Jelle pode não perceber patavina de hip-hop mas quando lhe perguntam quem dá os melhores nosegrinds em corrimões a resposta é sempre a mesma: Gravette
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Distribuição Cia.Brasil c1rcaportugal@ciabrasil.pt
CABO VERDE texto e fotografia Marco Roque
2012
Em janeiro de 2011 tive a oportunidade de ir montar um skate parque à Cidade da Praia, em Cabo Verde. No início pensei que fosse só mais um trabalho. Acabou por ser uma grande experiência. Chegámos dia 6 e tínhamos 10 dias para construir as rampas. Fomos ao local para ver como tinha ficado o chão... não havia chão. Foi aí que nos apercebemos que é com calma, muita calma, que aquele povo encara a vida... acabámos por ficar um mês. Enquanto o chão tomava forma e enquanto esperávamos que libertassem o nosso contentor com o material na alfândega, aproveitámos para conhecer um pouco melhor a ilha. Graças ao nosso guia, o Sr. Carlos, tivemos oportunidade de ir da Praia ao Tarrafal, entrando em casa de pessoas com vontade de mostrar o que era Cabo Verde, oferecendo-nos Grogue (o correspondente ao nosso bagaço) às 10 da manhã, ou cozinhando uns belos petiscos em tachos com muita história para contar. Com o passar do tempo, conhecemos pessoas que nos fizeram sentir em casa e ficar com vontade de voltar um dia. Durante as primeiras duas semanas de espera foi-nos proposto construir uma mini rampa para a campanha eleitoral autárquica, com direito a demo. Para isso tivemos a ajuda do
carpinteiro Fernando, um Angolano pugilista que cada vez que nos cumprimentava quase nos partia o pulso, mas que ao mesmo tempo foi a pessoa mais calma que conhecemos. O Fernando adorou o nosso trabalho, o nosso espírito de equipa e ainda disse que um dia gostava de fazer um parque na terra dele, com a nossa colaboração. Reunidas as condições avançámos com a montagem do parque e tivemos todo o apoio necessário para ter o trabalho pronto a tempo. Durante a construção foram sempre aparecendo praticantes destes desportos, com um enorme sorriso. E a motivação que eles demonstravam viria a comprovar-se uns meses mais tarde com uma boa evolução. Terminado o trabalho, só nos faltava o dia da inauguração. Mas quando estávamos a caminho do novo parque para uma pequena apresentação fomos parados pela polícia. Não deixavam passar carros a partir dali, tinham fechado as ruas desde o centro até ao parque, só podia passar que estivesse de skate, patins ou bicicleta... quando chegámos ao local nem conseguíamos acreditar no que víamos, tal era a quantidade de gente... sentimos que a missão tinha sido cumprida: demos vida a um local vazio até à data. Quero agradecer à equipa da Academia dos Patins e ao povo Cabo Verdiano por ter tornado esta viagem inesquecível.
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T: 261 314 142
ALBERT NYBERG
intro roskof fotografia e entrevista Eric Antoine
Esta entrevista ao Albert deve pôr-nos a pensar. Afinal como é que de um sítio onde na maior parte do ano nem sequer há luz do dia, sai um skater que, literalmente, deixou meio mundo de boca aberta com as suas vídeo-parts? Isto é a mesma coisa que ter um campeão do mundo de surf vindo da Rússia, ou algo do género. A determinação e persistência fazem toda a diferença na progressão de um skater e ao ver como estes miúdos nórdicos encaram o skate, nós em Portugal, devíamos parar para pensar um pouco. Ao contrário do que por aí se diz, condições não nos faltam: spots, skate parques, sol, Portugal tem de tudo. Nesta entrevista ao Albert Nyberf ele dá-nos algumas dicas de como conseguiu destacar-se, nestes dias em que bons skaters aparecem de todo o lado, de tal forma que até o Steve Berra o convidou pessoalmente para ir até ao famoso Berrics, em Los Angeles. Com os meios que temos hoje não é difícil divulgar o nosso esforço enquanto skaters, ter a pica para isso já é outra conversa. Esperamos que esta entrevista vos inspire.
2012
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Este Frontside Flip Tailslide não é na Suécia, mas uma sueca ficava bem na foto de certeza.
2012
Quem és tu? Sou o Albert Nyberg, venho de Linkoping, na Suécia. Tenho 19 anos e ando de skate... acho que é por isto que estou a fazer esta entrevista.
Oh, para ser sincero não consigo, mas fico contente que as pessoas a tenham visto, acho que tive sorte e fiz uma boa parte... estou sempre a pensar que vai ser difícil fazer melhor...
Pelo que sei, vens de uma família de skaters... Sim, acho que sim, o meu irmão Lego começou a andar de skate e como eu gostava de o ver andar também comecei. O meu irmão Martin também se juntou a nós e agora skatamos todos juntos... é divertido ensinarmos manobras uns aos outros.
Como é que isso resultou para a Newsoul? Muito bem, estamos já a trabalhar bem em Espanha, Holanda e Alemanha... foi muito bom para fazer contactos... tornou-se numa marca internacional, apesar disso, não quero que fique nada muito sério... tenho medo que me deixe de divertir a fazer coisas grandes e sérias.
O teu irmão mais velho chama-se Lego!? (risos) Ha ha, não, chama-se Victor mas nós chamamos-lhe Lego porque o seu primeiro skate tinha o gráfico de uma figura do Lego. Como é que é andar de skate em Linkoping, no meio do campo? Bom, foi lá que comecei a andar aos 7 anos, não há muitos spots e os que há são um bocado estranhos, mas divirto-me bastante e agora até já temos um skate parque. Pelo que sei é bem longe de Estocolmo... Sim, tentamos viajar o máximo na Suécia para andar de skate, vamos a Estocolmo uma vez por ano, que é onde encontras os melhores spots. Malmo também é fixe, os spots são difíceis mas muito bons para andar. Parece-me que a cena de skate na Suécia é bastante forte, porquê? Porque temos muita gente mesmo apaixonada por skate na Suécia e eles querem criar algo no seu país que os faça sentirem-se orgulhosos. Funciona muito bem. É uma cena muito divertida, muitos skaters, muitas marcas locais, eventos locais e há sempre muitos miúdos a começar a andar. O que é a Newsoul skateboards? Sou eu e o Jean Marc Soulets que fazemos isso. Basicamente fazemos aquilo que queremos, é bom poder decidir tudo, desde os gráficos, shapes, anúncios... tem que ser sempre aprovado por nós antes de ir para a produção. Apesar disso, é mesmo só para nos divertirmos. Por isso andas tanto com o Jean Marc, vocês tem estilos bastante diferentes de skate... Sim, é esquisito sermos tão diferentes e passarmos tanto tempo juntos, acho que desfrutamos da companhia um do outro... ele tem sempre histórias maradas para contar... principalmente acerca de raparigas. E aquela tua parte no vídeo da Newsoul, conta-nos como foi... a última vez que vi tinhas 450.000 views no Youtube... como é que explicas isso?
Continuas a estudar? Eu estudei multimédia, fotografia e vídeo, esse género de coisas. Desde que acabei o liceu só tenho andado de skate e pouco mais... provavelmente vou voltar a estudar quando me sentir motivado para isso, por agora ando um bocado preguiçoso. Com o numero astronómico de views do teu vídeo algumas coisas inesperadas aconteceram... Pois, é verdade, um dia acordei e disseram que o Steve Berra tinha escrito qualquer coisa no seu twitter a convidar-me para o The Berrics. Eu li a mensagem e dizia... “Quem conhecer o Albert Nyberg por favor contacte-me”. Ao início nem estava bem a acreditar, depois ele contactou-me mesmo e convidou-me a skatar no Berrics. Então fui até à Califórnia, onde só tinha ido uma vez com o Lomar (cameramen da Newsoul). Tivemos alguns amigos suecos que nos levaram aos spots, fomos ao Berrics várias vezes, levaram-nos a algumas festas na universidade... eheh... observei a cultura americana de perto e achei bastante interessante. Como foi jogar ao skate com o PJ Ladd? Estava nervoso como o raio, isto é tudo muito novo para mim... aqueles pros todos... não estou mesmo habituado, tremia por todos os lados. Foi irreal. E a tua entrevista com o Reda? Oh não! Eu estava tão nervoso, não queria dizer nada de estúpido, por isso calei-me e mantive-me low profile. Melhor calado que estúpido? Exatamente, não quero que os europeus sejam vistos como anormais. O que pensas dos Berrics? Acho que é divertido, eu estou sempre a visitar o site, não penso muito nisso. Está “in”, agora o mundo do skate esta virado para lá, mas dentro de algum tempo vai aparecer outra coisa qualquer. Acho que faz os miúdos contentes e eles fazem bom dinheiro com o site. Acho que é bom.
página 65 Albert Nyberg
Para um skater super técnico uma manobra old-school fica sempre bem… ollie onefoot-tailgrab.
Andaste em muitos skate parques enquanto teenager, é mais fácil andares no skate parque do que nas ruas? Claro, de certeza, durante algum tempo não tínhamos nenhum skate parque e só andávamos nas ruas, andávamos sempre a protestar para a construção do parque, quando o conseguimos foi aproveitar ao máximo. Quantos meses de inverno têm em Linkoping? Do fim de setembro ao fim de março é impossível skatar lá, por isso cada vez mais aprecio quando temos sol para skatar.
2012
Como é que explicas que haja tantos bons skaters na escandinávia? Bom, acho que quando podemos skatar os spots na rua, o fazemos com o máximo de dedicação possível. Não temos a certeza de quando vai chover ou nevar, por isso aproveitamos ao máximo enquanto podemos. O teu irmão mais velho emigrou para Barcelona, tens agora mais contactos no sul da Europa? Sim, o Lego já vive lá há 4 anos, ele estuda arte e design. Temos muitos amigos que não conseguiam viver mais no deprimente inverno sueco e mudaram-se para andar de skate e estudar.
Tailslide para swicth-crooked.
pรกgina 67 Albert Nyberg
Na tua opinião quem são as lendas do skate na Suécia? Acho que o Orre Apa, Sulam e, claro, o Pontus é já uma lenda... Quando é que começaste a fazer aquelas manobras estranhas que tens na tua vídeo part? Lembro-me de ir skatar contigo e com o teu irmão quando tinha aí 10 ou 11 anos e enquanto nós skatávamos um pequeno rail tu estavas num canto a treinar no-complys... sempre gostaste dessa manobra?
2012
Sim, o Lego mostrou-me um monte de vídeos antigos, aqueles filmes Powell e Plan b... e sempre pensei que no-complys e caspers são divertidos... é fixe juntar o velho com o novo e criares o teu próprio estilo... mesmo que não fique com um estilo muito bonito às vezes, mas eu gosto de surpreender as pessoas.
Gostas de passar muito tempo a tentar manobras muito técnicas? Acho que ninguém gosta de passar muito tempo numa manobra, mas há algumas tão difíceis que levam 2 dias a acertar. A felicidade que tens quando dás uma manobra em que te esforçaste ao máximo é demais. Eu não faço half-flips casper todos os dias, mas gosto de experimentar. Mesmo que
não esteja a filmar estou sempre a inventar. Se os acerto ou não depende dos dias. Uma vez disseste-me os teus skaters favoritos, mas eu esqueci-me... diz lá outra vez. Marc Johnson, Jason DIll, Andrew Reynolds, Ray Barbee.
Com um irmão chamado Lego não admira que tenha desmontado facilmente este hardflip 360.
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Algumas das manobras mais difíceis parece que são as que te saem mais facilmente: o hardflip 360 que deste nesta entrevista acertaste em 6 tentativas, num dia em que nem era suposto skatarmos, e sem aquecer... acontece-te muitas vezes? Às vezes, se estou motivado pode ser logo às primeiras, se não estou, pode demorar horas. A motivação é sempre o que faz a diferença.
Andas de skate em transições? Nem por isso, mas gostava... costumava andar no bowl quando era mais novo, mas agora não.
És o típico exemplo de alguém que foi conhecido através da internet, achas que é só por causa dos views que tiveste no teu vídeo? Hummm, acho que agora é, sem dúvida, mais fácil ser visto, toda a gente vê clips na net todos os dias, a informação circula muito mais rápido. Todos nós podemos ter acesso à fama instantânea . O site do Berrics é um bom exemplo de isso. Eu não conhecia lá ninguém e eles convidaram-me só por causa de um vídeo que andou na net. Também tive várias marcas atrás de mim, mas uma pessoa tem que ter cabeça nessas coisas e isso é o que tento fazer.
Mas como é que vais fazer isso, se dizes que andas preguiçoso? Bom, acho que preciso de um bom patrocinador que me mande para um monte de países diferentes.
Qual foi a manobra mais difícil de filmar na tua parte? Foi o half flip casper blunt shove it... demorou um bocado. Para ser sincero, a maior parte das manobras demoraram a acertar.
De que género de música gostas? Indy, experimental... comecei agora a ouvir «The Tallest Men On Earth» que são suecos, pequenos e grandiosos!
Gostas de saltar escadas e coisas do género? Sim, é a influência do Reynolds, acho divertido. O Lego também me estava sempre a empurrar para saltar escadas quando era miúdo... dizia sempre: “consegues fazer isso na boa”... geralmente aos gritos. Para além disso quando és miúdo estás-te a borrifar... saltas de qualquer maneira. Mesmo agora já sendo maior continuo a gostar, é sem dúvida difícil aguentar as quedas, mas também é fixe quando se é alto como eu. Os meus pés provavelmente tocam no chão antes de muitos outros.
2012
Viajas muito? Sim, a minha família não para quieta, os meus pais andam sempre de um lado para o outro... adoro viajar
Qual é a tua relação com os jogos de vídeo? Adoro!! É o que faço quando não ando de skate, gosto dos novos e dos velhos. Skate e jogos... as minhas prioridades na vida. Haha! Bom, acho que a tua namorada não vai gostar muito dessa resposta... Pois, tens razão... mas, tarde de mais... está dito!
Planos para o futuro? Nestes tempos próximos quero filmar mais uma vídeo part, desenvolver o meu skate e divertir-me. Não sou complicado. Só quero ser feliz. Não quero um dia olhar para trás e ficar frustrado com alguma coisa. O que gostavas de aprender? Olha agora gostava de aprender francês. Gosto de línguas e queria saber mais. Também gostava de tocar violino, agora tenho andado a tocar ukelele. Bom, para ser sincero gostava de aprender muita coisa, mas estou com uma branca não me consigo lembrar de nada.
Backsmith
pรกgina 71 Albert Nyberg
texto e fotografia Roskof
Durante a segunda Grande Guerra terá havido poucas figuras cujas palavras tenham sido tão importantes como os actos. Winston Churchill, Primeiro Ministro do Reino Unido na altura, marcou sem dúvida a época, com as suas frases que ora inspiravam, ora satirizavam o acto da batalha. Numa altura em que muitas das skate shops do nosso país, - à semelhança do que acontece com outros negócios em Portugal, - lutam para continuar a trabalhar e a evoluir apesar das dificuldades, sabe sempre bem voltar a ler algumas das melhores citações do velho Winston. De facto, durante esta segunda DC Batalha das Lojas, no Ski Skate Amadora Parque, até cheguei a imaginá-lo no papel de speaker ao lado do Paulo do Radical. 2012
“Dificuldades dominadas são oportunidades ganhas” Apesar da concorrência, Rodrigo Albuquerque e Duarte Pombo levaram o primeiro lugar para a Sample Skate shop. página 75
“Um prisioneiro de guerra é um homem que tenta matá-lo e não consegue, e então pede para que você não o mate”… isto seria o que o corrimão pediria ao Thaynan depois deste boardslide a subir.
“Atitude é uma pequena coisa que faz uma grande diferença.” Vencedor do título de skater do dia… Gonçalo Vilardebó, Frontside Ollie para o flat.
2012
“Quanto mais longe consegues olhar para trás, mais para a frente consegues ver.” Miguel Limão segue o conselho do Winston… backside nosedrive.
página 77 Batalha das lojas II
“Eu sou um optimista, não me parece muito útil ser outra coisa qualquer.” Quem o conhece sabe que está sempre tudo bem... Ruben Gamito, nollie backside flip.
2012
“Sucesso é a capacidade de ir de um fracasso para outro sem perda de entusiasmo.” Apesar de não terem vencido, o Pedro Swetz e o Bernardo Gomes, da Bana Skate shop, continuam para nós a ser uma dupla de sucesso… blunt em equipa.
“Nunca na história da Humanidade tantos deveram tanto a tão poucos.” …uma boa dica para agradecer ao Radical Skate Clube pelos mais de 20 anos dedicados ao skate nacional e por termos o skate parque indoor onde se realizou esta prova.
página 79 Batalha das lojas II
“Um homem faz o que deve - apesar das consequências pessoais, apesar de obstáculos e perigos e pressões - e isso é a base de toda a moralidade humana.”... Pedro Roseiro backtail no curb grande do Ski Skate Parque, sem medo das consequências…
2012
página 80 Batalha das lojas II
ANTI ESTÁTICO Curioso: como é preciso virem skaters de fora fotografar pela primeira vez um spot que está à vista de todos em Lisboa. Eric Gross, frontblunt em Alvalade. fotografia Eric Mirbach.
2012
Tomรกs Petreques frontboard fotografia Joรฃo Marcarenhas
pรกgina 83
ANTI ESTÁTICO Valter Sousa “Piui” front-shoveit num spot das Caldas da Rainha com mais mosquitos do que um remake do “Desaparecido em Combate” com o grande Chuck Norris! fotografia Roskof
2012
O Hélder Lima está sempre a dizer que quer ser cozinheiro, por isso quando o encontrarem podem pedir-lhe a receita para este backside suskigrind revert… fotografia Jeff Landi.
página 85 Anti-estático
ANTI ESTÁTICO
Quanto mais vemos fotos dos spots da Madeira mais nos apetece mudar a revista para lá… mas, espera, já se acabou lá o paraíso fiscal… ok, vamos mudar-nos para as Ilhas Cayman… “Maimoce” – Flip. fotografia Paulo Macedo
2012
pรกgina 87 Anti-estรกtico
Podiam abrir uma licenciatura de skate na Faculdade de Letras, tal é a quantidade de manobras lá feitas. Punham o João Pinto como professor e estava feito… frontside ollie para o flat. fotografia João Mascarenhas
2012
ANTI ESTร TICO pรกgina 89 Anti-estรกtico
ANTI ESTÁTICO Muitas das vezes os melhores spots são descobertos por skaters e fotógrafos onde menos se espera… Diogo Smith frontboard. Fotografia Roosevelt Alves
texto e fotografia Kate skateshop
2012
página 90 Anti-estático
Distribuido por Tribal Urbano
info@tribalurbano.pt
218 870 173
TOQUE
texto e fotografia João Sales
A idade importa? Nunca pensaram que já estão velhos para andar de skate? Nunca vos perguntaram se ainda têm idade para o fazer? Geralmente esta pergunta surge aos 18 anos assim que se tem a carta de automóvel. Ou quando a primeira namorada a sério começa a interferir no tempo livre que temos para skatar. Há quem diga que as mulheres e o skate são como a água e o azeite: não se misturam. E chega a uma fase que elas compreendem que é isto que queremos fazer e que, sim, gostamos mais do skate do que delas (embora nunca lho digamos na cara, sob pena de levar uma bofetada). Reparem como o skate sempre nos foi fiel: agarramos nele seja a que hora for, está sempre disponível e não tem dores de cabeça, nem lhe vem o coiso todos os meses, sempre que precisamos de esquecer os problemas da vida lá está ele (já as mulheres quando não têm problemas inventam-nos), nunca nos troca por outros, podemos bater-lhe sempre que estamos A idade é um estado, não uma condição. Skater desconhecido, frontside crave no novo skate parque da Quiksilver, Ericeira.
2012
página 94
danados e nunca vi nenhuma board a ter uma crise de ciúmes, nem mesmo a insinuar que este ou aquele são melhores que nós. Como é óbvio, ninguém troca a mulher que ama por um skate, mas os dois na vida de um homem fazem dele a pessoa mais feliz do mundo. A paixão por esta tábua com quatro rodas não é abalada por questões de idade. Se gostarmos do que fazemos, provavelmente gostaremos ainda mais quanto mais tempo passar nas nossas vidas. Hoje que já passei muito tempo da minha vida em cima de um skate ou ligado a ele e vejo que os heróis com quem eu cresci e aprendi continuam a ganhar campeonatos, a dar entrevistas e a motivar gerações, dá-me confiança para não largar o skate. Se aos 18 me perguntavam se tinha idade, aos 25 se ainda andava, agora, aos 35, já toda gente encara isto como uma doença crónica. Espero ansiosamente pelos 45 para ver as gerações de pais e filhos a skatarem juntos em Portugal.
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