GREENSIDE HABITANTES NA TUGA ROAD LESS TRAVELLED “SOU CAPAZ? CLARO QUE SIM. PORQUE NÃO?”
GILETTE, DELATORRE, MARIUS E SILAS
FALLEN EM PORTUGAL 2012
Número 14 - maio/junho
Bimestral
Distribuição gratuita
AURA S.A. - 212 138 500
fotografia Roskof
panorâmica
O empurrão Muitas vezes na vida encontramo-nos numa posição em que não sabemos “se vamos, se devemos ir...”, ou então pensamos “o que raio estou eu a fazer?”… algumas dessas vezes temos por perto alguém que tem para connosco um pequeno gesto que nos leva a dar o passo em frente, mesmo que não saibamos para onde estamos a ir. Pessoalmente, já levei uns empurrões valentes e até acho que devia ter levado mais, mas nestas duas semanas que passei com o Jamie Thomas na estrada, testemunhei mais vezes este “empurrão” do que em toda a minha vida como skater. Histórias sobre ele já me tinham chegado ao ouvido muitas… algumas melhores do que outras, mas, sem dúvida, sempre com um ponto em comum: a sua forte personalidade e postura em relação ao skate e à profissão que muitos sonham ter. Não foi por acaso que ele ganhou o seu estatuto lendário no skate e ao mesmo tempo ganhou o mais importante prémio de empreendedorismo empresarial nos Estados Unidos, apenas com 30 anos. A sua dedicação e persistência, nem que seja na mais simples das manobras, por um lado, às vezes, deixavam-me um bocado surpreendido, (a mim e aos meus companheiros “tugas”
nesta viagem), mas no fim o resultado era sempre o mesmo… afinal aquela manobra valia mesmo o esforço! E o que ele deseja para ele é o mesmo que quer para os seus team riders. “Para viveres do skate tens de trabalhar e querer”, diz ele… e os seus team riders todos os dias às 9h estavam prontos para começar a saltar escadas ou skatar corrimões, o Gamito e o Pombo que vos digam… mas ele não obriga ninguém a saltar… o que faz é explicar como podem dar a manobra ou, simplesmente, lembrar-lhes a satisfação que podem ter ao conseguir. Algumas vezes resultou, outras não, mas ele tentou. Não é forçar, mas dar aquele empurrão extra. É o suficiente para ajudar alguém a ir para a frente. Gostava que mais skaters nacionais tivessem tido a oportunidade de passar duas semanas com ele, não para evoluírem tecnicamente, mas para perceberem que para chegar a um nível profissional – a sério – são precisos sacrifícios, dedicação e, às vezes, por que não… aceitar um empurrão.
2012
página 8
Pedro Raimundo “Roskof”
Distribuição www.marteleiradist.com 212 972 054 - info@marteleiradist.com
Distribuição www.marteleiradist.com 212 972 054 - info@marteleiradist.com
Existem escalas para medir quase tudo, mas ainda não inventaram uma para medir a dificuldade dos ollies… podíamos aproveitar este do Nuno Relógio e começar a trabalhar nisso... fotografia Mascarenhas
2012
Ficha Técnica Propriedade: Pedro Raimundo Editor: Pedro Raimundo Morada: Rua Fernão Magalhães, 11 São João de Caparica 2825-454 Costa de Caparica Telefone: 212 912 127 Número de Registo ERC: 125814 Número de Depósito Legal: 307044/10 ISSN 1647-6271 Diretor: Pedro Raimundo roskof@surgeskateboard.com Diretor-adjunto: Sílvia Ferreira silvia@surgeskateboard.com Diretor criativo: Luís Cruz roka@surgeskateboard.com Publicidade: pub@surgeskateboard.com Colaboradores: Rui Colaço, João Mascarenhas, Renato Laínho, Paulo Macedo, Gabriel Tavares, Luís Colaço, Sem Rubio, Brian Cassie, Owen Owytowich, Leo Sharp, Sílvia Ferreira, Nuno Cainço, João Sales, Rui “Dressen” Serrão, Rita Garizo, Vasco Neves, Yann Gross, Brian Lye, Bertrand Trichet, Luís Moreira, Jelle Keppens, DVL, Miguel Machado, Julien Dykmans, Joe Hammeke, Hendrik Herzmann, Dan Zavlasky, Sean Cronan, Roosevelt Alves, Hugo Silva, Percy Dean, Lars Greiwe, Joe Peck, Eric Antoine, Eric Mirbach, Marco Roque, Francisco Lopes, Jeff Landi, Dave Chami, Chad Foreman.
Quiksilver on tour lá para cima…
Lá em cima andou o team da Quik, cá em baixo andou o tiroliroló, juntaram-se os dois à esquina a tocar a concertina e dar umas manobras… também dava cantiga popular!
Dr.Manka-te
O rei do downhill da Trafaria a mostrar mais uma vez que… nem sequer consegue ficar à frente de uma criança...
Road Less Traveled
12 dias com o team da Falllen e… já sabes, uma carrada industrial de manobras na tua revista.
página 13
Tiragem Média: 15 000 exemplares Periodicidade: Bimestral Impressão: Multiponto, S.A. Morada: Rua D. João IV, 691-700 4000-299 Porto Interdita a reprodução, mesmo que parcial, de textos, fotografias ou ilustrações sob quaisquer meios e para quaisquer fins, inclusivé comerciais. www.surgeskateboard.com Queres receber a Surge em casa, à burguês? É só pedir. Através de info@surgeskateboard.com assinatura anual em casinha: 15 euros Capa: Quando skatámos a Cerâmica em Leira o Sales disse-nos emocionado “Não é todos os dias que o Jamie vem skatar as nossas rampas”. Como nós o compreendemos, afinal também não é todos os dias que podemos tê-lo numa capa num spot nacional. Frontblunt. fotografia Roskof
Habitantes na tuga
Ser habitante de algum lugar é um estatuto especial, mas o team da Habitat conseguiu-o em pouco tempo na nossa terra.
Greenside
Quando as folhas caem é simplesmente um novo começo. Não percebes? Espera por este artigo.
Páscoa (em) Santa
O coelho da Páscoa foi substituído pelo boneco da Volcom e em vez de ovos descobriu foi umas castanhas... na pinha… como nós gostamos de campeonatos na Páscoa!
facebook.com/pages/Circa-Portugal/
fotografia Luís Colaço
CONSUL TÓRIO DO DR. MAN KA-TE Dá a tua opinião sobre a revista. Envia-nos as tuas ideias ou sugestões. Manda fotos de spots novos na tua zona e do rabo da tua melhor amiga… sei lá… escreve por tudo e por nada… se aqui o Dr. Mankate curtir, publicamos a tua carta na revista e se tiveres sorte, pode ser que te toque alguma coisa… Abraços e beijos na bunda. Dr. Mankate drmankate@surgeskateboard.com 2012
www.mankatetainha.com
Sr. Dr.! Como tem passado?? Escrevo para felicitar a iniciativa do João Sales e dos skaters de Leiria que construíram o spot que vi na última surge. Está absolutamente magnífico! É bonito ver que ainda há pessoal com vontade de fazer algo diferente, que sai fora do que é comum. São estas atitudes que me dão pica para andar. Grande abraço e boas consultas, Bernardo Osório Amigo Bernardo, como vai tudo, malandro? Aqui o Dr. tem passado muito bem, obrigado. Os skaters de Leiria são do cacete! Sempre cheios de iniciativa, são os maiores! Ainda não tive a oportunidade de visitar o spot que construíram. Como tu, tive conhecimento apenas pela Surge. Parece um sonho! O João Sales e companhia com certeza que não vão parar por aqui. Aquela malta não pára! Aproveito para deixar aqui o meu beijinho na bunda para toda a malta de Leiria e agradecer por não terem nascido com bracinhos curtos! Graças a eles, o Castelo de Leiria deixou de ser o monumento mais notável da cidade! Ficamos à espera de mais surpresas... Obrigado por teres escrito, Bernardo. É bom saber de ti. Beijo na bunda para ti também, para não ficares com ciúmes... Dr. Manka-te
Hey, Dr.Manka-te! Tudo em cima? Bem, isto é o seguinte: eu AMO a Surge e eu AMO andar de skate! Quando estou triste ando de skate, quando estou contende ando de skate, porque só andar de skate me faz sentir bem e afasta os problemas. E quando preciso de andar de skate e não tenho pica, leio a Surge e a vontade surge logo! A Surge mostra-nos o que ainda há de bom no skate, ou melhor, que ainda existe bom pessoal a andar de skate e não apenas porque sim. Skate não é uma coisa que se faz à toa, só porque é fixe, skate é outra coisa, é a amizade e a vontade de ensinar o outro, é cultura, é diversão, é aprender com os erros e, quando se cai, é levantar e tentar fazer melhor, sem desistir, meu! E sempre, sempre rodeado de bons amigos, estarei eu certa, doutor? Quero agradecer aos meus bons amigos com quem partilho quedas e sorrisos. À Catarina, ao Luís, Diogo M., Diogo Preto, aos Carlos, ao Hugo, ao Pedro Lorga, ao David, ao Gameiro, Bruninho Garcia e ao maluco do Anton! E em especial à Surge e a esta excelente equipa que está sempre presente quando nos sentamos no chão, exaustos, a olhar cada imagem, cada texto e cada palavra. OBRIGADA! Vá pessoal, já chega de paneleirices. Kiss no Ass e muito SKATE, do bom! Inês Eusébio. (Skate é vida, p’ra rapaz e rapariga ;D) Oi babe! Muito amor tens tu, minha querida! Estejas triste ou contente, a solução é mesmo patinar. É a melhor terapia que conheço! Tens umas noções muito correctas do que é, realmente, o skate. Fico contente. Amizade, cultura, diversão, etc... não podias estar mais certa! Espero que a Surge te continue a mostrar o que realmente importa! Obrigado pelo teu apoio. Envia lá fotos do teu rabo, de preferência sem nódoas negras, ok? Muitos beijinhos no teu rabinho! A Surge é para ti, babe. Dr. Manka-te
Olá Doutor. Sou o Zé, da Costa de Caparica. Sou um skater numa terra de surfistas. Já fiz surf, como a maioria da malta da minha zona. Mas com o passar do tempo fui deixando de me identificar com essa malta. Gritam histéricos dentro de água, não percebo bem porquê, têm muitas manias e são, no geral, uns cromos de merda! Falo no geral, porque uma grande parte dos meus amigos são cromos desses... hehehehe Poucos são os skaters que existem por aqui. Aqueles que andavam comigo acabaram todos por deixar de andar e começaram a fazer surf ou bodyboard. Encontra-se muitos surfistas de skate, é verdade, mas skaters puros são poucos. Não existem quase spots, talvez seja por isso. Normalmente vou até Almada andar, porque aí, como tu sabes, já encontro mais pessoal da minha raça. Não é fácil ser skater na minha zona, mas a Surge ajuda bastante a ter pica e nunca desistir! Obrigado Surge. Forte Abraço. Zézinho, como é que é malandro! Sabes que da tua terra já saíram uns quantos skaters? O boyola que aparece na capa da edição passada da Surge, começou a andar aí. Na altura ainda havia menos spots... É normal que a maioria dos teus amigos sejam do surf, ó Zé! À pala do surf é que se orienta umas gajas, pá! Tens que perguntar a uma das lendas do surf português, o Marcos Anastácio, porque é que ele começou a fazer surf. Porque era bacano? Porque era moda? Achas? Por causa das gajas, pá! Batias muito menos serapitolas se fosses do surf, acredita! Que se lixe, o youporn e o x-videos também ajudam... que remédio! Continua a ir para Almada, que lá respira-se muito skate e faz-te bem! Beijo na bunda, meu puto! Dr. Manka-te página 17 Dr. Manka-te
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QUIKSILVER ON TOUR LÁ PRA CIMA…
2012
texto Diogo Osório fotografia Vasco Neves
Já estava à espera que o Rodrigo e o Pombo chegassem um bocado amassados das rampas gigantes da Estónia e, a dar-me razão, o Pombo apresentou-se ao serviço com um dos cotovelos extremamente inchado. Para perceberem a dimensão da coisa, o cotovelo lesionado estava com o dobro do tamanho... 7h30. Estávamos todos preparados para seguir rumo ao norte do país. Diretos para Matosinhos para apanhar o Zé Maria, o pestinha do team. Já em Guimarães, encontrámo-nos na “Fuxia” com alguns skaters locais, para seguir para os spots
míticos da capital europeia da cultura. O local onde encontrámos mais pessoal da nossa tribo foi no estádio de futebol de Guimarães, onde fomos muito bem recebidos e onde existem alguns curbs com um piso bastante aceitável. O Pombo, com o seu cotovelo anormal, ainda aqueceu um bocado no estádio, mas como estava amassado encostou logo à box. Depois de aquecer fomos skatar para uma rua que tinha uns gap’s e mais alguns obstáculos, a caminho do hotel. Para não variar, fomos repreendidos por alguns moradores, mas o Rodrigo e o Zé ainda conseguiram gastar um bocado das rodas.
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Em “modo preparação”, à tarde perguntámos ao pessoal onde costumavam sair à noite: “para o convento” foi a resposta. Já no hotel, perguntei na receção onde seria o tal convento... para minha surpresa, nunca tinham ouvido falar... enfim, virámos a página e seguimos para uma cervejaria conceituada da cidade, onde investimos numas francesinhas especiais. Após a janta, voltámos à busca e depois de várias tentativas, que incluíram ligar ao Rui Almeida, skater e tatuador de Guimarães, lá descobrimos o spot... nem queríamos acreditar: a sede da associação era mesmo num antigo convento, no centro histórico da cidade. O espaço era surpreendente, bem como a decoração, com arte dos criativos locais exposta, ateliers de design e estúdio de tattoos. Até existe uma sala de ensaios para o pessoal desafinar um bocado as guitarras. Nesta visita ainda deu tempo para atirar umas setas no bar do convento, mas sem esticar a corda, porque o dia seguinte seria bastante intenso. Arrancámos o Zé Maria a ferros da cama e seguimos para Viana do Castelo. A estação de comboios foi ponto de encontro, mas a skatada aí durou pouco tempo, porque os senhores da autoridade fizeram o favor de expulsar o pessoal. Terminámos a manhã num antigo skate parque de Viana, onde existe uma mini-rampa bastante degradada.
Como estávamos em Viana do Castelo não podíamos deixar de ligar ao mítico Narciso, skater e “front man” de umas das melhores, senão a melhor banda thrash de Portugal. Comprámos uns frangos e na hora de almoço fomos conhecer a obra prima deste nosso amigo. Foi uma session de puro skate à antiga, com o Ciso e o Rodrigo a partir a loiça toda. Curto, mas intenso e que deixou um bichinho para visitar mais vezes Viana do Castelo. Já em Braga, seguimos para o parque da vinhas. Existem aí bons obstáculos... corrimões, curbs e gap’s de vários tamanhos. Neste spot, o Pombo ganhou coragem, que é coisa que não falta a este rapaz, e aventurou-se a andar num corrimão. O resultado foi um Smith Grind e uma aterragem em queda livre com todo o peso do corpo... em cima do cotovelo lesionado. Apesar do incidente e de o Zé Maria ter partido a sua última tábua, foi uma tarde bem passada. Ao fim do dia, o pessoal ainda teve energias para desfrutar um bocado do ambiente notuno Bracarense, com a ajuda do melhor “tour guide” de Braga e arredores, o famoso “Chinês” da Skills skateshop.
Diogo Osório frontside indy
2012
Dizem que Braga é a cidade mais jovem de Portugal, talvez seja por isso que depois de uma queda de morte na Póvoa, o Duarte Pombo rejuvenesceu para dar este smithgrind
página 23 Quiksilver on tour lá pra cima...
Zé Maria Backside 360 Rodrigo Albuquerque, lipslide no corrimão de Matosinhos, que o Pombo pensava que era na Póvoa do Varzim…alguém que ofereça um gps ao Pombo!
2012
Quinta-feira esteve reservada às cidades de Vila do Conde e Póvoa do Varzim. O dia começou junto ao mar, mas o arranque foi muito mais lento do que nos dias anteriores, o pessoal ainda estava um bocado moído. As carcaças já pediam descanso, mas ainda tínhamos algum caminho por percorrer... no final da manhã seguimos rumo à Póvoa do Varzim e aproveitámos para varrer alguns spots que o Zé Maria conhecia. Encontrámos um double set, que o Pombo, com o seu cotovelo super-hiper-inchado, se prontificou para dar de ollie. Foram várias as tentativas, mas infelizmente o Pombo caiu mais uma vez e desta bateu com a cabeça, ombro e, para não variar, com o seu querido cotovelo. Fomos à farmácia comprar umas compressas anti-inflamatórias e encontrámo-nos com o pessoal da Póvoa na Omni Skateshop. O dia terminou em grande no anfiteatro da Póvoa, onde queimámos o resto das energias.
O Zé Maria era sempre o mais demorado no despertar e na manhã de sexta-feira o Rodrigo e o Pombo decidiram acordar o Zé com as pistolas de pressão de ar... haviam de vê-lo saltar da cama... pegámos na carrinha e seguimos para a Invicta. Fizemos uma visita ao “Gaia”, da Kate, para saber novidades relativamente a novos spots... Após passagem nos míticos curbs da Praça dos Leões, para descontrair os ossos do street, seguimos as indicações do Gaia e fomos até ao skate parque de Vale de Cambra. Agora um à parte: aconselho vivamente a uma visita a este novo parque, pois contém obstáculos para todos os gostos e bastante acessíveis, e um micro bowl muito divertido.
pรกgina 25 Quiksilver on tour lรก pra cima...
Albuquerque pivot-fakie no Greenside… espera mais umas páginas e já vais saber o que isso é.
Para terminar esta maratona em pleno e carregar as baterias como deve ser, fomos atestar o depósito aos leitões da Mealhada, antes de aterrarmos em Leiria no spot D.I.Y. dos nossos amigos João Sales, “Pastel” e Nuno Cainço. O Pombo não conseguia cavar por causa do cotovelo, mas antes de agarrarmos nos skates, o Rodrigo, o Romeiras, o Zé e eu, ainda demos o nosso pequeno contributo com umas “enxadadas”. Foi uma session que deixou muita água na boca para regressar. Queremos agradecer a todos os que nos receberam ao longo deste tour intenso, com muito skate, convívio e boa disposição. Sk8 4 EVER 2012
página 26 Quiksilver on tour lá pra cima...
“PESSOAS QUE RESIDEM ACTUALMENTE NUM LUGAR.” Por estranho que pareça, esta definição aplicada aos skaters da Habitat que nos visitaram não faz grande sentido. Então qual será a definição de habitantes que não param quietos no mesmo sítio? Habitantes itinerantes, viajantes? …mas, que raio, se são viajantes não podem ser habitantes… bom, este foi apenas um dos temas das conversas com o pessoal da Habitat no terraço lá de casa… isto, quando estávamos a habitar lá em casa, porque nesta semanas também andei a habitar com eles por esse país fora, exceto, claro, cinco dias em que eles decidiram ir habitar a Madrid, onde o Marius Sylvanen e o Brennan se juntaram ao Austyn Gillette, ao Silas Baxter-Neal e ao Dave Chami… ora vamos lá ver se nos entendemos: tínhamos dois habitantes cá em casa, que se juntaram a mais três habitantes em Madrid, a quem se juntou o Brian Delatorre, o último habitante chegado de Nova Iorque, ao mesmo tempo que o resto da malta regressava de Madrid… bom, até a mim, que andei a apanhá-los no aeroporto, me baralharam, mas felizmente tudo correu bem e pudemos habitar lá em casa sem grandes problemas… não sei se a “patroa” diz o mesmo, mas é assim: pelo menos não se juntou a um marinheiro e não tem a casa sempre cheia de marujos… texto Roskof fotografia Dave Chami
2012
A fonte dos Leões foi criada para que as águas subterrâneas do Porto pudessem respirar e para que o Austyn Gillette pudesse dar estes crookeds… sempre atenciosa, a malta do norte.
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A melhor manobra do dia neste spot não foi esta… um caramelo viu o Marius a dar o ollie e pensou que conseguia fazer o mesmo em bicicleta de estrada… resultado: fez uma égua de 5 metros até se espetar contra o Austyn Gillete e contra a montra de uma pastelaria… imagens que vamos de certeza ver no próximo vídeo da Habitat.
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Brian Delatorre, para além de fazer tattos no Porto e juntar-se a flash mobs para dançar em Lisboa, também foi a Santa Cruz para dar este 5-0… já um verdadeiro habitante nacional.
Por falar em marinheiros, nestes dez dias choveu como o raio… e eu que lhes tinha dito: “venham, Portugal nesta altura do ano é como as Caraíbas”… pois, só se for como as Caraíbas na época dos furacões… só para podermos skatar a “Fonte”, em Leira, fizemos a viagem de Lisboa lá duas vezes. O Austyn queria mesmo lá filmar umas coisas para a sua nova video part, afinal vai ter um novo pro-model de sapatilhas na Habitat e diz ele que elas ficavam muito bem naquele mármore branquinho. Nestas viagens e nas nossas conversas descobri que tenho em casa uma cassete vhs com uma video part dele com 10 anos…
2012
no legendário vídeo da Térmite, uma antiga marca de skate em que quando chegavas aos 12 anos de idade ias para a reforma… ou isso, ou arranjavas outro patrocinador... e foi assim, diz ele, que o Joe, o dono da Habitat, lhe começou a enviar tábuas... por falar em Joe… um dia acordo, chego à sala e tinha um habitante novo, o Joe tinha chegado do Ohio pela calada da noite… não, da manhã... porque a malta nesse dia tomou o pequeno-almoço em Cacilhas, quando saímos do barco no regresso de Lisboa... o dono da Habitat em minha casa? Aproveitei logo para saber a história toda da marca
Quando estiveres neste spot vais duvidar que o Silas Baxter-Neal tenha dado este ollie para frontside wallride naquela parede… mas acredita em nós, o homem consegue skatar qualquer coisa!
desde os primórdios… um dia conto-vos. Quer dizer, não sei quantos anos à espera e agora sabiam ao mesmo tempo que eu? Não pode! Por esta altura, o Silas e o resto da malta já estavam a acordar e a conversa passou rapidamente da história da Habitat para a história da noite anterior… eu bem os tinha avisado. “Vamos ao bairro”, diziam eles. A primeira coisa que fiz foi dar-lhes um papel com a morada de casa, não fossem eles lembrar-se de ir habitar para outro lugar… todos (menos o Marius, que já tinha ido uma noite comigo) recusaram… assim que pusemos o pé no bairro, viraram-se e quase em uníssono...
“precisamos da tua morada já”. O Marius riu-se com aquele sorriso nórdico… tipo “Muttley”… sim, porque o rapaz, apesar de viver em San Diego e rolar com a malta da Skate Máfia, é originário de Helsínquia, na Finlândia. Quando falámos da sua terra natal perguntei logo se ele conhecia o Vito… lenda de Almada, que agora vive lá para cima… a reação dele foi a clássica de qualquer um que tenha privado com o Vito: “Não acredito! Conheces o Vito?” - disse ele… quando lhe contei as histórias todas dele aqui… respondeu… “sim, só pode ser o Vito que agora habita em Helsínquia”.
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Cada tentativa de manobra neste spot é um ataque cardíaco. É que se o skate cai não há maneira de o recuperar… a menos que fiques à espera dele no farol do Bugio... Marius Sylvanen Backside tailslide
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O pessoal da Habitat disse-nos que só queria skatar sítios conhecidos, porque em spots novos os miúdos não tem referência e não dão valor às manobras... esta escultura da Trafaria já é um ícone em revistas de skate, mas para veres como é difícil este backside ollie do Marius, só mesmo indo lá!
O Silas foi o primeiro a usar o papelinho com a morada: “estou velho para estas coisas, tive uma filha há semanas e não durmo há dias”. Além disso também ia regressar aos “states” mais cedo para ir ter com a família, antes de mais uma viagem com a Habitat para a Colômbia. Mas antes de ir para a Colômbia quis ir a Leiria. Ele tinha visto o spot da cerâmica na edição anterior da revista e dizia que não podia ir-se embora sem lá dar uma manobra. Para quem não sabe, o Silas é originário e ainda vive no Oregon, o estado americano onde os spots DIY nasceram. No dia seguinte deitei-me e quando acordei, o Silas já não habitava a minha casa, voava já a caminho da família. Para o Brian Delatorre a família também é a coisa mais importante, não fosse ele descendente de Cubanos. Tanto, que no Porto o “Ghetto” lhe fez uma tattoo com um barco e a dizer simplesmente “Mãe”…” quando ela olhar para a tattoo vai-se passar”, disse-me ele quando chegou ao pé da malta… ele estava contente e para nós isso chegava. Bom trabalho, Ghetto!
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Austyn Gillette frontside heelflip
Nessa noite, para festejar, disse-lhes para eles experimentarem “firewater”… caso não saibam, é aguardente traduzido à pressão… não me pareciam muito convencidos… mas quando acordei de manhã no meu “abrigo” habitual no Porto tinha o seguinte voice mail do Marius…”Pedro, experimentámos a firewater… firewater for life!!” E ainda se ouvia ao longe o Brian e o Austyn aos gritos! Mais uma recordação de Portugal… a
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juntar às que eles tinham recebido na demo no Indoor Skate, em Torres Vedras: desde cachecóis da seleção, a camisolas do Benfica, chouriços… melhor só no Preço Certo. Mas habitar um lugar é mesmo isso, é viver tudo o que há de melhor naquele sítio e quando nos mudarmos levar isso cá dentro… se pudermos levar um chouriço ainda melhor!
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texto Ciso fotografia Ciso e Luís Moreira
A DISTÂNCIA ENTRE O SONHO E A REALIDADE
É A ATITUDE.
10 de maio de 2012, faço hoje 29 anos! Inacreditável, como o tempo passa mesmo a voar. Não dei por isso, nem o sinto na pele, será do skate? Qualquer skater sonha ter um skate parque em casa. Como me parecia inevitável, estou a realizar esse sonho. Deixemos os pesadelos de parte. Dizem-nos que a vida não está fácil, mas é a nós que compete constatar esse facto. Cada um de nós tem a capacidade de melhorar um pouco a nossa vida ou a daqueles que a partilham connosco. Cada um pode ditar ou definir o que pode tornar o mundo num espaço melhor. 2012
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O meu gosto por transições já dura há largos anos. Em 1991, os meus irmãos e um primo que mora na vizinhança, depois de terem assistido ao filme “Thrashin/ Loucos do Skate” onde até os circle jerks estavam presentes, construíram uma mini-rampa. Ficou um pouco estranha e não durou muito. Na altura a informação era escassa e a internet era ainda um segredo. A rampa desfez-se durante o inverno. Chuva e platex não funcionam, por mais plásticos que se coloquem a proteger. Dois anos depois construíram uma bela mini-rampa, onde fiz os meus primeiros quilómetros em transições. Esta, apesar de bem desenhada, era também construída com madeira aproveitada de uma fábrica abandonada. Também não resistiu às adversidades climatéricas. Entretanto comecei a andar mais na rua e conheci alguns skaters, até que um dos meus amigos conseguiu arranjar um espaço num pavilhão da quinta onde vive. Começámos os dois a arranjar madeira e construímos uma nova mini-rampa onde ainda hoje passamos bons momentos, principalmente em dias de chuva, ou à noite. Em 2008 fui em tour com os “Larkin” pela Europa, como roadie. Entre concertos há sempre tempo para visitar os skate parques. Aí pude constatar e testar alguns bons parques. Uns tempos depois, fui novamente em tour. Desta vez com Mr. Miyagi, banda na qual sou vocalista. Conheci o skate do País Basco nessa altura. Já lá tinha estado uns anos antes, mas para surfar. Nem imaginava como seria o skate naquele canto da península. Aí foi-me revelado um país das maravilhas que tenho visitado com alguma regularidade. Gora Euskadi! Estive também em Berlim onde vi pela primeira vez um parque totalmente construído por skaters, sem qualquer burocracia. Das viagens ao País Basco lembro-me especialmente que o regresso vinha sempre carregado de emoções, uma satisfação enorme pelos dias de skate neste paraíso europeu, acompanhado de uma tristeza perturbadora ao pensar que tão cedo não ia andar em bowls como realmente gosto. Aqueles copings de pedra são maravilhosos, assim como as transições rápidas. Voltar para Viana não deveria ser assim. É, realmente, uma cidade bela e agradável para se viver. Essas emoções, o facto de viver em Viana do Castelo, (onde és expulso dos poucos spots que existem), de estar cansado de fazer sempre quilómetros de carro para andar em bowls, e os exemplos de outros parques D.I.Y., foram motivos mais do que suficientes para achar que devia fazer algo em casa, ou perto, em cimento. Sou capaz? Claro que sim. Porque não?
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As árvores podem secar, mas uma rampa em casa é sempre chão que dá frutos… Ciso fakie stalefish
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Uma das tarefas mais difíceis foi mesmo convencer os meus pais a cederem um canto do terreno. Com muito esforço e após muitas respostas negativas consegui a autorização. Eles já conseguem perceber que o skate faz parte de mim e não há volta a dar. Além de terem cedido no espaço, o meu pai acompanhou a obra e deu-me uma preciosa ajuda em relação ao processo de construção. Tenho que lhes agradecer toda a paciência e ajuda. Sem muito perceber ainda, fomos perguntando a pessoas habituadas a trabalhar com cimento, como fazer. Uma das coisas boas de viver numa vila perto de Viana, é que aqui é fácil encontrar alguém disponível a ensinar e dar dicas sobre o assunto “cimento”, assim como arranjar tratores cheios de entulho para alimentar a construção. Numa cidade este tipo de ajuda é mais difícil de obter. 2012
Geralmente o pessoal encosta-se nos cantos da piscina quando quer descansar, aqui o nosso amigo Hugo prefere usar o canto para um feeble fakie
Querem poder pegar fogo às vossas próprias rampas? Têm bom remédio: façam-nas! Ciso smithgrind
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Em janeiro deste ano estava a nogueira completamente careca. Comecei a juntar material e lá fui para o terreno, decidido a fazer alguma coisa para andar de skate. Gastei uns trocos do meu salário e os meus irmãos também contribuíram monetariamente. Mas, sinceramente, é algo bastante lowcost comparando com orçamentos de parques municipais, na sua maioria ridículos, principalmente aqui no extremo norte. Ter a possibilidade de desenhar um skate parque para uma Câmara Municipal e não fazer uma bela obra é realmente triste, irrita-me, mas isso é outra história. Juntei alguns amigos e começámos por fazer um quarter com coping de pedra de um lado, do lado oposto decidimos aproveitar a parede já existente para fazer uma transição seguida de uma vert wall. Fizemos essa parte em quatro sábados, de manha à noite. Este inverno pouco chuvoso foi, nesse sentido, uma grande ajuda. Em finais de janeiro demos os primeiros grinds. Maravilha! Mas confesso que foram sábados duros para o corpo. No entanto, o esforço compensava e tornava esses dias bastante agradáveis. Viam-se já resultados que iriam ficar para sempre. A partir daí a obra foi fluindo, entre grinds e baldes de massa. Não acabou ainda, nem sei quando estará finalizada, mas o que é certo é que já não me assusta tentar fazer rampas maiores. Entretanto nasceram as folhas na nogueira e não tardará teremos nozes.
Vejam só o pormenor dos azulejos! André num backlip
2012
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Situação clássica: uma caixa de tábuas perdida algures num avião e ficámos mais 2 horas à espera da chamada para podemos apanhar o team da Fallen no aeroporto… o Pombo e o Gamito estavam mais ansiosos do que duas noivas de encomenda. Afinal, não é todos os dias que os convidam para passar 12 dias com o Sandoval, o Carlin, o Asta, o Hardy, o Cervantes e com o Jamie Thomas. Assim que o pessoal da Fallen entrou na carrinha a primeira coisa que disse foi: “não conhecemos nada aqui, estamos nas vossas mãos”, o que me soou um bocado estranho, mas, como viríamos a aperceber-nos mais tarde, era mesmo verdade, todos os spots que nós estamos fartos de ver, eles na Califórnia nem sequer sabem que existem. Para terem uma noção, nenhum deles conhecia a Praça de Jesus, em Setúbal, nem quando lhes falei do ollie do McRank por cima do corrimão, sabiam do que estava a falar. De vez em quando é bom sabermos isto, afinal na época da informação imediata ainda há coisas que se mantêm secretas, mesmo que sejam fora do país de origem. No fim da viagem este fator seria um ponto a nosso favor. fotografia Chad Foreman e Roskof texto Roskof
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A nossa concorrência neste “Road Less Travelled” não era fácil, o team da Fallen já tinha passado pela Turquia, Itália, Croácia e África do Sul, com a missão de filmar o documentário que será exibido em festivais de cinema por todo o mundo. Seria Portugal capaz de corresponder às expectativas? Nunca duvidei, mas, como me diz a experiência, por vezes o que para alguns é um bom spot a outros não diz nada. Ainda na carrinha perguntei-lhes: “o que é que vocês preferem skatar?” – ao que me responderam logo em coro – “qualquer coisa, nós não somos esquisitos”. Lembrei-me logo que estava com o pessoal da Fallen, famosos por skatar tudo e mais alguma coisa, a qualquer hora do dia e sempre até não dar mais. Quem me dera que houvesse mais destes aqui em Portugal! Parece que, cada vez mais, o pessoal só anda num género de coisas… se andam em corrimões e escadas, não andam em curbs e vice-versa… vejam o Tom Asta a skatar, pessoal!
Para o pessoal das lojas deixar o Jamie dar este 360 flip à vontade, a conversa foi que estávamos a filmar um anúncio para a tv... é incrível como assim se pode fazer tudo... Duarte Pombo backlip
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O jet-lag têm destas coisas, depois da chegada ao hotel, quando esperava que fossem descansar, afinal a malta foi toda para o looby, pronta para sair em 5 minutos. O Jimmy Carlin depois de me contar que a última vez que teve jet-lag esteve 4 dias sem dormir disse... “Não queremos ir andar de skate… mas queremos passar o resto do dia acordados, por isso podemos ver uns spots”. Sempre a trabalhar… mais tarde neste dia, em conversa com o Chad, um dos donos da Fallen, ele dizia: “tu prepara-te que estes rapazes estão em viagem mas não estão em férias, vais ver manobras logo a partir das 9 da manhã”… e não é que ele tinha razão? Logo no primeiro dia, e ainda com o jet-leg, ficámos a conhecer em primeira mão a rotina destes meninos… que vos digam o Ruben Gamito e o Duarte Pombo… que ao quarto dia já estavam a pedir férias!… Pois, é assim rapazes, para poderem andar a skatar e a viajar pelo mundo com tudo pago têm de levar as coisas a sério. Como o Tony Cervantes diz “quando estou em casa tenho tempo para festas, quando viajo para andar de skate quero aproveitar o máximo”. Infelizmente nesta viagem o Cervantes não conseguiu aproveitar muito, porque numa das tais sessions às 9 da manhã, em Vila Nova de Gaia, uma queda levou-o ao Hospital com o cotovelo deslocado. 2012
O Tom Asta devia chamar-se Asta “Allroad”, o skater mais todo o terreno que vimos nos últimos tempos… swicth frontside heel Quando skata, oTommy é o tudo ou nada, não interessa quantas tábuas são precisas. Para este heelflip foram precisas 3
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Se o Tony Cervante nรฃo tivesses deslocado o ombro ias ver muito mais fotos dele em pรกgina dupla neste artigo. Feeble transfer
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Mesmo assim, e com o braço ao peito, passou o resto dos dias em Portugal com um sorriso na cara, só equiparado àquele que esboçou quando lhe contei como funcionava o sistema de saúde em Portugal: a caminho do hospital só me perguntava como é que ia pagar, porque não tinha seguro de saúde em Portugal. Contava-me ele que nos Estados Unidos, sem seguro, se chegar ao hospital com uma lesão destas apresentam-te uma conta de 20.000usd! Podemos queixar-nos do nosso SNS, mas lá que é para todos, é! De volta aos caminhos de Portugal, deixem-me contar-vos um segredo: nestas viagens com skaters de fora eu
próprio aprendi a desfrutar mais do nosso país. E não é por eles me dizerem “uau isto aqui é lindo, a história, a arquitetura etc....” mas sim porque eu próprio também olho para as nossas coisas de outra maneira, talvez esteja mais concentrado nisso, uma vez que quero mostrar-lhes o máximo… de qualquer maneira tem sido das coisas mais gratificantes destas viagens. Mas de volta à estrada, que já chega de desabafos...
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O James Hardy é do Alabama, o estado natal do Jamie. Cá para nós deve ser mais um daqueles sítios onde metem algo na comida das criancinhas, que as faz dar frontside flips em qualquer lado…
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Para as fotos do Road Less Travelled o conceito era usar só luz natural, nada de flashes... excecionalmente usámo-los à pressa neste frontsideflip às 10h da noite, porque senão o Tommy Sandoval nem via o skate...
James Hardy frontside ollie
2012
Quando disse ao James que o Ricardo Fonseca estava ali no spot, ele emocionou-se: “a sério?… sou dos maiores fãs dele!… vou dar esta para ele” switch 50-50
“Rise with the Fallen” é um dos lemas da marca e encaixa neles como uma luva. Tal como os “tugas” que os acompanharam nestes dias perceberam, mesmo que haja algum “caído” os outros tratam logo de o levantar, seja quando estão a skatar ou a lidar com os stresses do dia a dia… até a nós, “tugas”, faziam isso! Eu e o Marco Roque, os condutores de serviço, que o digamos... quando, no dia da demo no Ski Parque, ficámos a pé na autoestrada, a mais de 200 quilómetros de Lisboa e a menos de 3 horas da demo, com carrinhas a deitar fumo, estávamos em stress... e eles todos a tentar acalmar-nos e a dizer que tudo ia correr bem e que ia ser uma das melhores demos que iríamos ver! Estavam tão descontraídos que o James Hardy aproveitou o tempo para secar a roupa que tinha lavado no lavatório do hotel, ali mesmo na autoestrada… mas a verdade é que foi mesmo: assim que chegámos ao Ski Parque saíram disparados do carro e nós, e todos os presentes, pudemos testemunhar uma das maiores “carnificinas” de manobras em Portugal nos últimos tempos. A vontade de skatar era tanta que o Tommy Sandoval durante a demo partiu duas tábuas e mesmo assim não parou um segundo. página 59 Road less travelled...
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Comecei a tirar esta sequência para ver o ângulo... quando dei por mim ele deu a manobra à primeira… assim é que é trabalhar! Ruben Gamito Backside Flip
Depois daquela que, segundo nos disse o Jamie Thomas, foi uma das mais longas e loucas sessões de autógrafos que já tinha feito, ainda chegaram ao pé de nós e perguntaram-nos se tínhamos gostado… nem respondi… ri-me. Quando lhes perguntei a eles o que tinham achado disseram…”foi das melhores demos e dos melhores públicos que já tivemos”, e seguimos para a Boca do Inferno, no Bairro Alto, para festejar um dia que começou torto mas acabou bem. Ao contrário do que possam pensar, nesta noite ninguém se “desgraçou” e a razão era só uma: tinham só mais dois dias de skate no nosso país. E como eles próprios diziam, os nossos spots eram bons demais para deixá-los para uma próxima visita. Sim, porque todos, sem exceção, disseram que ainda tinham muitas manobras para dar nos spots que viram em Leiria, Coimbra, Porto e Lisboa…
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Quando o Jimmy deu este hardflip pela primeira vez eu estava completamente a “apanhar bonés”. Como profissional a sério que é, perguntou-me se queria que desse outro... e assim podes desfrutá-lo aqui na tua revista. Obrigado Jimmy!
Se para a nós estas cidades são das mais conhecidas para o skate, para eles, antes desta viagem para o “Road Less Travelled”, eram perfeitas desconhecidas… se ganhámos com isso? Acho que sim. Na despedida deles no aeroporto foi claro que Portugal será cada vez mais uma “estrada mais viajada” para o skate. 2012
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O pessoal da ManelSport, Chicama Surfwear, 3S Surf Company e Rádio Káset, devia dizer ao Renato Aires que vai em contramão, antes que apanhe uma multa… 50-50 a subir.
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texto Sílvia Ferreira fotografia Roskof
Depois desta, achamos que é seguro dizer que não há nada como uma skatada pela tarde para ressuscitar as carcaças num domingo de Páscoa. Isso, ou as notas de 50 euros a acenar por cima dos curbs e corrimões do novo skate parque de Santa Cruz, (havia pelo menos umas 20 para oferecer às melhores manobras), ...e era dar ao pé como se não houvesse amanhã. Certo é que com o Sealand Fest, (em que se inseriu este Open de Skate), este domingo de Páscoa foi, no mínimo, diferente do habitual. Senão vejamos: amêndoas não havia – mas houve bolo de aniversário do Guelas, que cumpriu o propósito na perfeição! O Coelho da Páscoa também não pôde vir, mas mandou o seu mais alto representante, – o logótipo da Volcom –, neste caso não se pode dizer que tenha dado conta do recado, já o pessoal deu bem conta dele! Também... ninguém o mandou trocar os ovos por autocolantes e DVS’s... e além disso, a partir de agora, a tradição dificilmente volta a ser o que era e os ovos vão ser renegados para todo o sempre! Em suma, foi um domingo que só veio gerar confusão nos nossos mais enraizados costumes. Como se isto não bastasse, para acabar o dia, os On Your Knees deram um concerto de Páscoa em versão punk/rock. Já viram isto em algum lado? Esperamos que para o ano haja mais! página 65
Vê o vídeo em www.surgeskateboard.com
Rafa viu a ementa do campeonato e pediu um Fs Flip acompanhado de um bom vinho...
Deviam criar uma linha de apoio contra a violência aos logótipos das marcas, vejam lá o tratamento que as crianças deram ao logo da Volcom...
Afonso Nery transfer para Lipslide
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218 870 173
ANTI ESTÁTICO Enquanto muitos jogam a dinheiro lá ao fundo no casino de Troia, o Kiko joga com o skate com este 50-50 na Arrábida. Nem se questiona quem ganha mais… fotografia Mascarenhas
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O Rogério Carvalho tem muitas alcunhas, mas a nossa favorita é “princesa”… se bem que deve haver poucas que deem gaps para back tail fotografia Jorge Matreno
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Se alguma vez eu quando era puto olhava para o lado em vez de estar a vibrar com este frontboard pop out do Helder Lima… putos, nem só de bola vive Portugal!! fotografia Eric Antoine
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Francisco Lopez backtail transfer fotografia Vasco Neves
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NÓS DEIXAMOS! dia sim, dia não, e às vezes ao meio-dia, temos vídeos novos no site
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