SURGE Skateboard Magazine, 21st issue

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2013

Número 21 - julho/agosto

Bimestral

Distribuição gratuita



AURA S.A. - 212 138 500





geral@nautisurf.com


Distribuição www.marteleiradist.com 212 972 054 - info@marteleiradist.com



panorâmica Os cães ladram e a caravana “eleitoral” passa... Eis que sobrevivemos a mais uma época eleitoral em Portugal. Por esse país fora foram às “paletes” de festas, arruadas, promessas e, claro, muitas inaugurações. E o que é que isto tem a ver com o skate, perguntam vocês?… a verdade é: muito mais do que vocês pensam. Afinal, como skaters, todos somos, em parte, “usados como material de campanha” e, melhor ainda… gostamos! Afinal também ganhamos com isso. Vejam a dezena de skate parques que foram inaugurados nas semanas mesmo anteriores às eleições… e, claro, à maneira portuguesa, sempre cada um maior do que outro. Um facto: sabem que Lisboa é a capital europeia com mais skate parques públicos gratuitos? O Porto deve ser das poucas grandes cidades da Europa que não têm nem um. Em contraste, a aldeia de Corticeiro de Cima, no concelho de Cantanhede, tem um de cimento… inaugurado, claro, mesmo antes de umas eleições… a verdade é que, se por um lado essa “política do betão” skater é sempre bem-vinda por nós, por outro lado é um bocado estranho que o skate nacional esbarre sempre nos mesmos problemas… e assim, é verdade, meus amigos, estamos a ficar sem desculpas para sermos os “coitadinhos” do skate na Europa… temos skate parques ao molhos, a calçada também já não serve – os “camones” vêm cá, dão qualquer manobra para a calçada e ainda agradecem… Como é que se explica que dos países nórdicos, onde se passa meses sob as trevas do inverno, saiam skaters em quantidade e qualidade como os da Califórnia ou de Espanha… onde o sol brilha como cá? Já ouvi um skater dizer… “Epá, nesses sítios a malta tem muito guito e pode viajar”… claro que no Brasil, que logo a seguir aos Estados Unidos é a grande potência no skate mundial, todos sabemos que os jovens estão carregados de “guito”! Uma coisa é certa: cada vez está mais provado que não são só as condições, ou a falta delas, que fazem evoluir o skate. Primeiro que tudo está a nossa atitude, no que queremos e, principalmente, no que exigimos de nós e dos outros, sejam skaters, lojistas, marcas, distribuidoras, construtores de skate parques ou, mesmo, membros da classe política, que só se lembra que existimos meses antes de irem a votos. Os cães ladram e a caravana passa mas, por vezes, acho que devíamos ser mais como os burros… pôr umas palas e seguir em frente… Pedro Raimundo “Roskof”

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O Ruben Gamito não se importa nada de entrar na “onda” de inaugurações antes das eleições… tuck knee grab no novo Parque das Gerações fotografia Roskof



El Panado Tour

“Touristas”

Calçada, sardinhas e cegada

Red Bull Skate Arcade

Em mais uma edição do Marisquiño não foi só a overdose de panados que fritou o miolo aos skaters nacionais... A Converse Ibéria veio a Portugal visitar o BP e levou com o tratamento “tuga” completo

1º Foco Irmãos Pinto

O que ainda lhes falta em altura sobra-lhe em atitude em cima do skate

Dc Shoes Summer tour

Ficha Técnica Propriedade: Pedro Raimundo Editor: Pedro Raimundo Morada: Rua Fernão Magalhães, 11 São João de Caparica 2825-454 Costa de Caparica Telefone: 212 912 127 Número de Registo ERC: 125814 Número de Depósito Legal: 307044/10 ISSN 1647-6271 Diretor: Pedro Raimundo roskof@surgeskateboard.com Diretor-adjunto: Sílvia Ferreira silvia@surgeskateboard.com Diretor criativo: Luís Cruz roka@surgeskateboard.com Publicidade: pub@surgeskateboard.com

Ainda dizem que está tudo inventado… a malta da Vans Portugal criou um novo conceito de turismo, um mix de fluvial e skater Jorginho a “dar cartas” numa sala de jogos espalhada pela cidade? Tentem fazer melhor, seus “nerds” colados ao sofá

Asiplanchaba

Quando elas se juntam… primeira tour de miúdas em Portugal. De skate, claro.

Há alguma coisa melhor do que um “amor de verão”?… neste caso, entre a malta da DC, os seus skates e a estrada.

Prémiere Road Less Travelled

Colaboradores: Rui Colaço, João Mascarenhas, Renato Laínho, Paulo Macedo, Gabriel Tavares, Luís Colaço, Sem Rubio, Brian Cassie, Owen Owytowich, Leo Sharp, Sílvia Ferreira, Nuno Cainço, João Sales, Rui “Dressen” Serrão, Rita Garizo, Vasco Neves, Yann Gross, Brian Lye, Bertrand Trichet, Luís Moreira, Jelle Keppens, DVL, Miguel Machado, Julien Dykmans, Joe Hammeke, Hendrik Herzmann, Dan Zavlasky, Sean Cronan, Roosevelt Alves, Hugo Silva, Percy Dean, Lars Greiwe, Joe Peck, Eric Antoine, Eric Mirbach, Marco Roque, Francisco Lopes, Jeff Landi, Dave Chami, Adrian Morris, Alexandre Pires, Vanessa Toledano, Nuno Capela.

Interdita a reprodução, mesmo que parcial, de textos, fotografias ou ilustrações sob quaisquer meios e para quaisquer fins, inclusivé comerciais.

Tiragem Média: 8 000 exemplares Periodicidade: Bimestral Impressão: Printer Portuguesa Morada:Edifício Printer, Casais de Mem Martins 2639-001 Rio de Mouro • Portugal

Há sempre muito mais à volta do skate do que só as manobras. Novo documentário da Fallen, com Portugal em destaque

www.surgeskateboard.com Queres receber a Surge em casa, à burguês? É só pedir. Através de info@surgeskateboard.com assinatura anual em casinha: 15 euros

Capa: Numa altura em que por todo o lado nascem skate parques é sempre bom lembrar… tomem conta do que é vosso! Ilustração Ivo Palma

Pedro Dylon a provar que nem nas pausas do trabalho para o site da SURGE consegue estar parado… ollie, enquanto a malta que ele estava a filmar descansa... fotografia Mascarenhas

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fotografia Luís Colaço

CONSUL TÓRIO DO DR. MAN KA-TE Dá a tua opinião sobre a revista. Envia-nos as tuas ideias ou sugestões. Manda fotos de spots novos na tua zona e do rabo da tua melhor amiga… sei lá… escreve por tudo e por nada… se aqui o Dr. Mankate curtir, publicamos a tua carta na revista e se tiveres sorte, pode ser que te toque alguma coisa… Abraços e beijos na bunda. Dr. Mankate drmankate@surgeskateboard.com

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www.mankatetainha.com


Desculpe estar a incomodá-lo mas já há algum tempo que me apetecia escrever-lhe. Sou o Luís e venho do Porto. Como toda a gente sabe, ou devia saber, o Porto tem, ora, deixem-me ver .......00000 skate parques! Por isso venho aqui dar o meu apoio à KATE Skate shop e ao seu projeto do “skate parque”. Acho que traz motivação aos skaters para construírem os seus próprios spots e para a malta mais nova aprender a dar uns truques. O segundo assunto sobre o qual gostaria de falar é sobre os gajos que querem que se traga skate longboard para a Surge. Eu passo-me quando se viram para mim e dizem que andam de skate e bla bla bla, sou o maior e não sei quê... E no final da conversa, eles tinham andado de longboard numa avenida qualquer. O skate verdadeiro para mim é aquela pequena tábua que, com um par de trucks e quatro rodas, consegue fazer desde ollies a kicks desde 50 50 a nose grind , ou seja, tudo e mais alguma coisa! Isso sim é skate, estamos entendidos! Agora que já disse tudo o que tinha para dizer, beijos na bunda para ti e para todos os outros skaters de Portugal PS: Peço desculpa aos skaters de longboard se vos ofendi. Como é que é Luís, Não me trates por você, meu amigo, na família do skate todos nos tratamos por tu, não existe o Sr. nem o você. Dava-te já um carolo se estivesses à minha beira! Não haver um skate parque no Porto é uma história muito antiga, companheiro! Nunca é demais falar sobre isso e sobre os skate parques que estão espalhados pelo país. A realidade é que hoje em dia já existe um número razoável de skate parques em Portugal. Digo razoável, mas não aceitável. Digo razoável porque quando comecei a andar existia apenas um, o skate parque de Pedrouços. Digo “não aceitável” porque... bem, já lá vamos! Aquele minúsculo quadrado de Pedrouços, com algumas rampas esquisitas, fazia a delícia de muita gente. O pessoal não tinha nada e tinha que se contentar com o que havia. Normal. Grandes skaters surgiram em Lisboa graças àquele skate parque. Os tempos foram mudando e o skate foi evoluindo. Surgiu, então, a segunda caixa de fósforos para andar de skate em Portugal: o skate parque de Almada, a minha abençoada cidade. Apesar de pequeno, era um skate parque. Um sonho! Para nós, de Almada, e para a malta dos arredores foi um acontecimento fabuloso, histórico, que marcou as nossas vidas e a história do skate em Portugal para sempre. Se já existiam bons skaters em Almada, a partir dali todos se tornaram melhores, todos evoluíram e, consequentemente, mais skaters apareceram na cidade. Lisboa e Almada tinham os melhores skaters do país. Evolução natural das coisas. Skate parque na cidade, bons skaters! Falar de skate em Portugal nesta altura, era falar de muito poucas cidades... e lembro-me bem que já se falava, e muito, do Porto! Isto foi há 20 anos... A partir dali, foram aparecendo skate parques um pouco por toda a parte, especialmente nesta última década. Sítios para andar de skate não faltam. Para quem, como eu, viveu o skate desde o final dos anos 80, isto é quase inacreditável! Nunca imaginei que pudessem existir tantos parques nos dias que correm. O panorama geral é positivo. Existem muitos mais parques e obviamente que existem muitos mais skaters. Mas vendo de uma forma mais aprofundada, penetrando nas entranhas da coisa... muita porcaria se continua a fazer! Existem verdadeiras aberrações espalhadas pelo País! É inaceitável que se continue a gastar rios de dinheiro a fazer skate parques de merda!... que se façam parques em zonas onde ninguém anda

e não existam onde realmente são necessários e faziam todo o sentido! Rampas gigantescas e suicidas, onde os bombeiros têm que ir salvar quem se aventura a andar nelas, porque não consegue sair lá de dentro, etc.... uma palhaçada! Parem de fazer merda! Se querem fazer, façam bem! Recorram aos skaters! Não inventem! Parem com essa merda, porra! Mas no meio da trampa, também podemos dizer que, finalmente, existem alguns skate parques dignos desse nome em Portugal... que foram desenhados por skaters que percebem minimamente do assunto, a quem dou os meus parabéns. Se não fossem estes poucos ou quase nenhuns a desenhá-los... ui, meu Deus! No que toca à minha cidade, onde cada vez existem mais skaters, a caixa de fósforos que nos fez felizes há 20 anos atrás, lá está, sem vida, obsoleta, esburacada, desatualizada, sem skaters, a servir para os cães cagarem e mijarem. A renovação daquele espaço é absolutamente necessária, mas a esperança é cada vez mais escassa. A Câmara Municipal, que parecia estar ao lado dos jovens skaters no século passado, simplesmente esqueceu-se deles... Em relação ao Porto. Existem excelentes skaters há mais de 20 anos na cidade. Um dos melhores skaters portugueses da atualidade é de lá, uma das maiores e melhores comunidades de skate existe lá, é onde está uma das melhores lojas, que sobrevive com muito esforço, principalmente devido à dedicação e amor ao desporto do seu dono, que faz coisas pelo skate naquela cidade como poucos fazem no resto do mundo. Às vezes até apetece dizer “ó Gaia, faz-me um filho!”... por tudo isto e muito mais... COMO É QUE AINDA NÃO EXISTE UM SKATE PARQUE NO PORTO? Luís, em relação ao longboard... sai da frente, Guedes! Hehehehehe... Não podes ser tão fundamentalista. Longboard é skate... Beijo na bunda, meu caro, Dr. Manka-te

página 15 Dr. Manka-te


texto e fotografia Vasco Neves

Numa altura em que a crise começa a fazer-se sentir no skate português, a DC SHOES Portugal continua a apostar forte com este DC Summer Tour, uma viagem do Norte ao centro do país, com demos, sessões de autógrafos e, é claro, muita streetada, com o Jorge Simões, Pedro Roseiro, Francisco Lopez, Luís Coutinho, Daniel Pinto e o mais recente rider, Nuno Cardoso.

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Será que sou eu, ou em cada tour que passa, a carrinha fica mais cheia? Desta vez não foi diferente, quero dizer, o Coutinho levou pela primeira vez uma mala de viagem normal... isso foi diferente, mas as mil e quinhentas paletes de Red Bull tiraram um bocado de espaço. Como o pessoal da DC não pára, arranjou-se logo solução, meteu-se o Canina a rapar em cima da carrinha e lá começou a viagem. Estou a brincar, o Canina não ia a rapar. Este Summer Tour começava da melhor forma no spot do Ciso, em Viana do Castelo: thrashada, churrasco, birra, águas e refrigerantes (porque o pessoal é atleta), até uma tenda de tamanho familiar, montada ao lado do Bowl, havia. Primeiro dia em altas... Check! No segundo dia aconteceu algo inexplicável: íamos a caminho da Maia para uma demo e de repente: - olha o Rafa dos Ementa ao lado do Roseiro, esperem lá, esta é a carrinha dos Ementa! Era verdade, os Ementa estavam entre nós. Não, nós é que estávamos dentro dos Ementa, esperem lá, isto não soa muito bem... deixem-me escrever isto de outra forma. O team da DC SHOES Portugal estava sentado dentro da carrinha dos Ementa... com uma palete de Red Bull debaixo dos pés, assim já soa melhor. Viana do Castelo tem muitos emigrantes em França. Curiosamente o França tem muitos pivot nosegrabs em Viana… vamos lá entender isto...?

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Com o som a bombar na carrinha amarela, continuámos o caminho até à Maia, parando apenas em Vila do Conde para checkar uns spots ao pé da praia. Uma vez mais, algo de inexplicável acontece: com o pessoal a skatar uma rampa mesmo à frente de um restaurante, de repente surge a dona do estabelecimento e já sabem... - “posso tirar-vos uma foto?” – pergunta a dita senhora. Nestes casos começa-se logo a pensar que vai tirar uma foto para mostrar à polícia. - “É para meter no Facebook!” – exclama a senhora. Mas, esperem: - “Querem que tire o carro que está aí ao lado da rampa?” Não pode ser, isto não está a acontecer, pois não? Mas estava e foi como se, pela primeira vez, skatar em frente a um restaurante fosse cool... já sabem, quando forem a Vila do Conde vão comer uma francesinha ao Eusebios.


Depois desta tour o Canina foi contratado por uma conhecida marca de pilhas para se vestir de coelho e andar por aí a tocar tambor… há grandes vidas! tail slide big flip out

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O Canina estava tão onfire que neste blunt até os bombeiros apareceram.


De uma francesinha à demo na Maia foi um instante e depois de uma sessão com o pessoal local no double set, fomos ver um rail a descer, ao pé de um prédio. Lembram-se da senhora do restaurante? Aqui tivemos o senhor do balde de água. Não sei se conhecem, mas é aquele senhor que costuma estar escondido atrás dos estores e, de repente, vai buscar o balde à cozinha e “aqui vai disto”. Mas nem tudo é mau porque no dia seguinte o team só tinha que dar uma demo à tarde no skate parque da Gafanha e logo a seguir uma sessão de autógrafos na Quiksilver de Aveiro, isto tudo depois de uma valente streetada pelo Porto.

Com um dia cheio de skate, a viagem até Coimbra foi do estilo Star Trek, warp speed com vibrações nos músculos e tudo. O cansaço era patente, mas havia uma pessoa que continuava como o coelhinho da Duracell: o Daniel Pinto era até agora o MVP da tour, sempre a bombar cheio de pica. Até manuals o Canina deu. Com muitas cidades visitadas, Coimbra era um dos locais que faltava no mapa da DC SHOES Portugal. E que cidade para skatar: bons spots para todo o gosto, rails, curbs, gaps, manuals... pessoal, vão skatar a Coimbra e de certeza que não se vão arrepender. Por exemplo, o Cardoso não se arrependeu de skatar o spot dos manuals, como o Roseiro e o Coutinho também não se arrependeram dos rails da faculdade. E, com o dia a acabar, a lista de spots a ir ainda não ia a meio.

Jorginho smith-pop out

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O pólo 2 da universidade de Coimbra agora dá doutoramentos em backside 5-0s. Primeiro Sr. Dr…. Pedro Roseiro

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Movimento digno de acabar com uma batalha de breakdance‌ Jorginho crooked inward heel out

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Para os que pensam que o Cardoso só skata curbs e manuals, embrulhem lá este backside flip numa escadaria

Coimbra ficava para trás e umas dezenas de quilómetros à frente, Leiria estava marcada no mapa. Marcado estava também o dia seguinte, que começou logo com uma mega sessão na “Cerâmica” de Leiria, com o João Sales e a malta dos Parceiros. Muito feeling, churrasco, mete mais umas birras, águas e refrigerantes (já sabem), acrescenta a pintura branca do spot com direito a solário à pala, o Roseiro, o França e o Sales a ripar e o que é que podes pedir mais?

Depois de muito Rock´n Roll seguiu-se o Hip-Hop, com o Jorge Simões e o Nuno Cardoso a representar o submundo underground da cidade invicta, ou seja, “partiram” os curbs da Fonte de Leiria, muitos toques técnicos e um final de dia com direito a Josel e tudo. No dia seguinte o pensamento era mesmo aquele do “queimar os últimos cartuxos”. Último dia, últimos toques, últimos Red Bull`s. Tudo corria às mil maravilhas. Skatada num bank, depois um double set no último spot da tour. Numa manobra que estava mesmo dada o Jorginho cai e apoia mal a mão... mais uns minutos e as dores começavam a apertar. Era o sinal do DC Summer a terminar. Última estação: Hospital Santa Maria. Felizmente a lesão não foi grave e, olhando agora para trás, parece que o guião deste DC Summer Tour já estava escrito. Mais uma página no livro da DC SHOES Portugal...

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O Luís Coutinho tem tanta pinta, que até o seu reflexo de um swicth flip é perfeito

Agradecimentos DC SHOES Portugal, Francisco Lopez, Pedro Roseiro, Jorge Simões, Luis Coutinho, Daniel Pinto, Nuno Cardoso, Rafael Alves, José Piteira, Ciso e o pessoal de Viana, João Sales e o pessoal dos Parceiros, Tribos Urbanas.

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Rómulo e BP no relacionamento perfeito entre gerações

fotografia Nuno Capela, Rui “dressen” Serrão e algumas do Roka texto Rui Serrão

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Andava há anos a ouvir a malta dizer-me para ir a Vigo ao Marisquiño porque era uma grande curte e ia-me divertir à brava. Depois de tantos anos em campeonatos, alguns noutros países, estava saturado daquilo tudo, por isso quando me falavam no Marisquiño não me soava muito apelativo. Mas no ano passado o meu amigo Roka foi e, para meu espanto, veio cheio de pica, a dizer que tinha curtido bastante e que iria voltar no ano seguinte! Vindo do Roka só podia ser mesmo uma grande curte – ele não é nada fácil de satisfazer neste tipo de coisas – por isso, pensei que não ia falhar no ano seguinte! página 27


Carlos Neira ollie transfer

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Aníbal Martins front feeble panado style‌


Chega a altura e depois de muitas pessoas terem dito que iam... Pumba! A desgraçada da crise e contenção orçamental de que tanto falam bate-nos à porta ainda com muita mais força! E ninguém tinha dinheiro nem para mandar cantar um cego à porta da igreja! Porra, já tinha a cabeça feita que ia e agora estava na lama porque ainda não era desta. Nah... temos de ir! A Surge ia ajudar nas despesas e, desenterrando uns trocos aqui e outros ali, mais comidinha levada de casa... estava feito. Eu, o Adilson, o Rómulo e o Roka metemo-nos à estrada e, com boa conversa e um cheiro a panados que não se podia, foi um tirinho até chegarmos a Vigo. Depois de instalados no hotel da organização, com uma vista maravilhosa sobre a Praia/Baía de Vigo, foi altura de irmos à descoberta da cidade e confirmar o que realmente diziam dela. Foi muito fácil encontrar os Tugas e mais fácil ainda perceber o porquê de gostarem tanto daquilo: muitos bons spots, perto uns dos outros, um grande ambiente de festa e... o que até então, para alguns, seria a El Panado Tour, depressa passou a ser a “El Calçon Tour” visto que em cada 100 raparigas, 90 andavam de calções bem curtinhos e 80 delas tinham as bochechas de fora.

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“Já fui tão feliz em Vigo”, pensava o Jorginho, enquanto dava este nollie front blunt

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Passámos para a zona de bares onde os tugas costumam ir e aquilo era tudo nosso, parecia uma noite no Bairro Alto ou no Piolho, tal era a quantidade de portugueses que lá estavam. Havia malta que tinha vindo do Porto de bicla – mesmo que alguns ao chegar à Póvoa de Varzim já estivessem arrependidos de tal ideia – havia hostals com quartos para 3 pessoas, em que estavam 16, com biclas incluídas. Vi malta que nem me lembro da última vez que os tinha visto a viajar para irem a um campeonato... enfim, era fácil de perceber aquilo de que me tinham falado nos anos anteriores.

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Quanto ao campeonato, só vi a final de “Pros”. Durante o resto do tempo andei a tentar aproveitar os belos spots. Mas não foi nada fácil, visto estar uma brasa que não se podia... o calor era tanto que até o chão queimava. Quando terminavam as runs, os skaters quase que apagavam exaustos e, se na praia devia estar uma maravilha, para andar de skate não era o caso. Deu para perceber o que o Gamito tem lá muitos fãs, em especial o Speaker do campeonato, que o BP passou a ser reconhecido em todo o lado e que o Jorginho é respeitado como se fosse um Pro de uma grande marca mundial... não foi por acaso que a prova terminou com a invasão da quadra e a pegarem nele aos ombros, depois de uma manobra sua. Enfim, tal como pensava no ano passado: “para o ano estou lá! Outra vez!”

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texto e fotografia Mascarenhas

A ideia inicial da tour seria passar pelo Porto e ir ao MarisquiĂąo, a Vigo, mas depressa se tornou claro que o pessoal estava mais inclinado para fazer praia e dar uns mergulhos no rio. Acontece que nem vimos a quadra, isto porque o Nery, mesmo antes do campeonato, deu um valente tralho nas ruas de Vigo, que arruinou as costas ao menino.

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Enquanto a malta atestava a carrinha, o Allen divertia-se no restaurante da estação de serviço... boardslide Portugal reprezent!

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Bem, voltando ao início, era bem cedinho quando saímos de Lisboa, juntando o João Allen, o meu conterrâneo, Nuno Relógio, e o Afonso Nery. E ao volante o tio-manager, Humberto Matias. A vantagem de fotografar malta que gosta de rua é que ainda nem tínhamos chegado ao nosso primeiro destino e já tínhamos reunido 3 fotos. No Porto apanhámos o outro membro do team, o Luís Moreira... e mais fotos. Já que a tour estava num bom

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caminho, aproveitámos para uma “saídinha” pela cidade. Ficámos a conhecer um bar chamado Piolho, que não passava de um corredor com um balcão e máquinas de imperial a 50 cêntimos e meio litro a 1 euro. Maravilha. Sinceramente fiquei a pensar neste bar durante dias, seria um bom negócio... o Piolho estava tão cheio que parecia uma cabeça de um ciganito que não lavava o cabelo desde que nasceu...


Se fizerem a A1 em direção ao Porto é só spots por todo o lado. Tentem descobrir este... Afonso Nery nollie backside flip

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Antes de sair do Porto já o Luís falava em ir ao rio perto da casa dele. Para quem não sabe, o Luís é de Valença e a casa dele é à beira do Rio Minho, com uma paisagem inacreditável... acontece que chegámos bastante tarde a Valença e já não deu para mergulhos no rio, mas a família do Luís recebeu-nos com grande hospitalidade e com um jantar de carne assada, acompanhado de um vinho verde feito pelo pai do Luís. Um grande agradecimento pelo vinho... e pelo jantar também.

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Sempre que vou a Vigo apanho um clima semelhante ao do Algarve, mas o que eu não sabia era que a água do mar estava melhor do que qualquer dia na Costa da Caparica durante o verão... parece que as ilhas Cyes protegem a Praia de Vigo das correntes de água gelada que se faz passar por ali. E assim foi, durante os dias que estivemos em Vigo fizemos praia... sem esquecer o skate, claro, era para isso que ali estávamos.


E depois de tanta praia ainda decidimos regressar a Valença para o tão falado mergulho no rio. Pusemos as fitas na cabeça e seguimos caminho para o último destino, onde mandei um mergulho de cima da ponte em cueca... que até me iam saltando pelo ar. Estava feito o nosso objectivo: praia, mergulhos no rio e as “saídinhas” na noite de Vigo, sempre sem esquecer o que ali viemos fazer... skatar...

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Este double set no Porto já tem história… o Nuno Relógio acrescenta mais um capítulo, com este 360 flip

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Quem fotografou este flip do Luís Moreira diz que depois ele o levou a saltar de uma ponte, onde as cuecas lhe iam voando… o malandro!

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texto e fotografia Mascarenhas

Tudo começou com um telefonema da SURGE a perguntar-me se queria ir a Barcelona para a final mundial do Red Bull Skate Arcade... Pensei “hum... ir a Barcelona? Com o Jorginho? Fotografar?”... claro que vou! Com o Miguel Bastos (Red Bull Portugal) e o Jorge Simões, estava feito o trio para a final mundial do Skate Arcade, em que iriam participar os vencedores dos 18 países da fase eliminatória. Muitos nem sequer conhecíamos, mas depressa ficámos a conhecer, muita malta simpática e a andar bastante. Com estadia num hotel de 4 estrelas e motorista com menina da Red Bull à nossa espera no aeroporto, a viagem parecia bastante aliciante...

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“É melhor dar logo 5-O antes que comece a chover”, pensou o Jorginho Dowie Macaré limpou a água e a concorrência, com a sua consistência… backside lipslide

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Durante o briefing que antecedeu a competição foi-nos dito que o primeiro nível decorreria no Macba! Foi a primeira competição a ser realizada na tão famosa praça de Barcelona. O que não nos disseram é que tinham trazido uma pedra mármore de propósito para a competição... imaginem o trabalho de pô-la por cima dos curbs perfeitos do Macba. Nível dois: realizado na marina de Barcelona com bastante público a assistir e onde surgiram dois “macacos” armados em sevilhanas, que pareciam ter bebido um barril de vinho cada um. Ao fim do dia soubemos que o Jorginho tinha passado ao último nível. Coisa que já se esperava, pois o rapaz até tem talento pr’á coisa... Mesmo a acordar todos os dias às 8 da manhã, ainda conseguimos sair à noite, até um bar com um bowl. Sim, é isso mesmo, cerveja e skatada no bowl!

página 47 Red Bull Skate Arcade


Para a final fizemos uma viagem de autocarro de cerca de uma hora. Subimos as montanhas e daí pudemos ver realmente o tamanho da cidade. Mas o clima na montanha é diferente e a meio da competição choveu durante 2 horas! Já esperávamos ficar por ali e um 5ª lugar para o Jorginho... não podia ser... do nada, a chuva fez uma pausa... a malta da Redbull, com 1 tonelada de toalhas e 50 vassouras, limpou a quadra em menos de 30 minutos e o campeonato estava “on” outra vez. Na final o Jorginho teve uma run ao nível de que estamos habituados, mas o holandês Douwe Macaré andou mesmo muito e arrecadou o primeiro lugar. Alcançado o segundo lugar, era noite de festa! Mas eu tinha avião de volta às 7 da manhã... como estava tudo a correr tão bem, tinha de fazer asneira e ia perdendo o avião... nem sempre tudo nos corre feição, mas diria que ao Jorge Simões correu bastante bem. Parabéns Jorginho!

backsmith

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Assim que o chรฃo secou, o Jorginho deu este noseblunt sรณ para confirmar que jรก se podia skatar novamente

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Para um fanรกtico da PS3, este front feeble do Tiago Pinto no mundo real nรฃo estรก nada mal

entrevista e fotografia Mascarenhas

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“Ai meu querido Tiaguinho, este crooked pop-out deixa-nos orgulhosas” – disseram as velhas de Almada quando viram a fotografia

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Eles dizem que ainda têm muito tempo para pensar em namoradas… felizmente no que toca ao skate o Tomás não perde muito tempo a atirar-se… 50-50

Vocês são conhecidos por “Pintainhos”, sentem-se orgulhosos dessa alcunha? (Tiago) Claro que sim!!! Ainda por cima existem vários skaters com o apelido “Pinto”, como o João Pinto, o Daniel Pinto, a.k.a. Canina, e o irmão dele, o Miguel, que são grandes skaters. Tiago, o teu irmão anda sempre ligado a baterias “duracell”, isso dá-te pica para skatar com ele? Se dá! Ele quando skata parece que se não lhe dissermos que é para ir embora, ele continua a andar :) Tomás, já reparei que gostas de dar ollies em tudo o que é alto, gostas de gaparia? Estás a ver se te crescem asas para voares não é? Eheheh ya curto bué dar gaps... dá para ter essa sensação, mesmo!!! Vocês são uns viciadinhos em PS3, que eu já vos apanhei na Gandaia a jogar skate... e a escola, também são viciados nela, ou nem por isso? (Tiago) epá... somos, claro que somos. Adoramos jogar ps3, andar de skate e também temos que gostar da escola que é uma obrigação. Temos que gostar porque sem ela nunca seremos ninguém na vida... Vocês têm muita sorte em ter uma mãe como a Luísa, pois ela anda sempre com vocês e apoia-vos imenso. Até já foi a casas abandonadas e invadiu propriedades privadas na

vossa busca por spots novos! Como é que veem isso? (os dois) Felizmente temos uma mãe destas, que nos apoia em tudo. Mas claro que há contrapartidas, como não termos negativas e não desobedecermos. Sendo de Almada vocês têm bastantes skaters da velha guarda na vossa cidade, malta que vos pode ensinar, acima de tudo, princípios sobre o skate. Como veem estes velhotes? Estes Velhotes são os maiores!! Especialmente o Rómulo, o Dressen e o Guimbi são muito bacanos connosco, porque nos ajudam a andar melhor e dão-nos conselhos de vida muito importantes. “É de pequenino que se torce o pepino”, sempre ouvi dizer. Afinal, qual de vocês já tem namorada? Ahahah isso é algo que se trata com o tempo, isto é difícil de escolher entre elas ehehehe Já oiço falar da vossa parte de vídeo que está para sair há algum tempo, vocês gostam mais de rua ou de skate parque? (Tiago) Sim, está para sair em breve, esperemos que gostem claro :p Prefiro andar na rua com os meus amigos a skatar, mas também adoro andar em parque porque lá aprende-se melhor as manobras... é como quando se desenha algo importante: primeiro faz-se o esboço, que neste caso é o skate parque, e depois faz-se o desenho final, que é levar as manobras para a rua...

página 53 Irmãos Pintos


Dizem que as formigas são dos animais mais fortes do mundo porque conseguem levantar até 10 vezes o seu próprio peso. Então o que dizer do Tomás que é capaz de dropar várias vezes a sua própria altura?

Agradecimentos? (Tiago) queria agradecer à SURGE por esta oportunidade única, aos meus pais que sempre me apoiaram, ao Mileu que me ajudou a dar os primeiros passos, ao pessoal de Almeirim – Rodrigo Russo, João Rosa, Karsten, etc. À Lakai, aos meus amigos da skatada (não vou pôr o nome deles todos, senão 2013

ocupava a página toda eheheh) ao Dylon pela paciência que tem comigo a filmar, ao Mascarenhas, à Gandaia e às “Velhinhas” de Almada, pelo incentivo e pelas dicas, conselhos... peace :p (Tomás) O meu irmão já disse quase tudo, mas quero agradecer ao Guelas e a todos os que me dão pica. página 54 Irmãos Pintos



CONVERSE EM LISBOA

CALÇADA, SARDIN Bom, a história do “território vizinho desconhecido” já está gasta, portanto passamos à frente e vamos contar-vos o que foi a visita do team CONVERSE em Portugal. Os skaters do team ibérico fizeram uma escapadela de verão acompanhados por um fotógrafo. O resultado foi uma pipa de imagens e um par de aventuras para contar... a nós, quem no-las contou foi o team manager da marca, Pali Negrín, ao som de umas belas cervejolas... é isso que vais poder ler de seguida, narrativa acompanhada de imagens de puro skate!

fotografia Patxi Pardinas texto Javier Menendez

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INHAS E CEGADA.

uma imagem vale por mil pauladas

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O fotógrafo não apanhou a sequência da coisa, o Christian Sanchez deu este blunt transfer para fakie e depois switch180 para a calçada a 200km/h…

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Ok, não era para ninguém saber mas o Bruno Senra bebeu a água toda desta fonte com uma palhinha para poder dar este backside 360… respect!

A coisa começou com algo que já vem sendo habitual nas tours de skate e viagens em geral: os imprevistos. Desde logo com a carrinha de aluguer, que tinha sido paga com um cartão de crédito que não estava em nossa posse, mas cuja apresentação era essencial para “levantar” a viatura e seguir viagem com a mesma... restou-nos apelar à boa vontade e compaixão do Sr. do rent-a-car, para que pudéssemos sair dali sem apresentar o dito “plástico”... ‘Bora! Chegar a Portugal e triunfar! Já com um “chaço com rodas” foi altura de irmos ao encontro dos nossos guias... a esta nossa expedição juntaram-se o Pedro Raimundo, o Andrés Costa e o mais recente membro do team da Converse Ibéria, Bruno Senra. Com esta soma de gente, confrontámo-nos com um pequeno problema: os lugares disponíveis eram curtos para a totalidade das pessoas. O team manager, claro, rapidamente solucionou o problema e mandou-nos encolher o cú.

página 59 Calçada, sardinhas e cegada.


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Carlos Neira frontside board slide pop-out no novo corrimão da Portela

A estreia da tour foi no, já, mítico Largo de Jesus e nos seus planos inclinados, perfeitos para ganhar confiança com o país vizinho. Obrigatória foi também uma passagem pelo elevador de Santa Justa, para uns retratos nas alturas... além disso, a nossa visita coincidiu com as festas da cidade e, claro, fomos às sardinhas e misturámo-nos com os “locais”... foi sardinhas e sangria a noite toda. Já durante o dia, a primeira paragem e ponto de encontro era sempre a “Praça do Mac”, assim batizada por causa do restaurante gourmet que aí está instalado. Nessa praça encontrámos curbs de mármore para todos os gostos, que deram origem a várias sequências com o Bruno Senra e o Dani López... e a “poucos passos” dali... outro spot para por à prova as habilidades do Octavio Barreira. Um obstáculo com um grande grau de dificuldade: um plano inclinado com um curb gigante, e com o metro de superfície a passar no meio... quando acertou a manobra só teve tempo de se desviar do metro, que passou a centímetros. Uma manobra quase mortal para o Sr. Barreira. Olé.

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Para além de tomar conta da malta toda, ainda tem de mostrar serviço… um verdadeiro profissional, Pali Negrín Fakie 5-0 shove-it

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pรกgina 63 Calรงada, sardinhas e cegada.


No dia seguinte a carrinha dos cús encolhidos passou pela “Expo”. Além desta “furgoneta” com 11 skaters, todos os dias se juntaram mais 3 carros carregados de portugueses, por isso era difícil passar despercebido nos spots e evitar que aparecesse alguém para reclamar. A primeira paragem foi em quatro blocos gigantes com rails. Os mais novos nem sequer consideraram a hipótese... mas em pouco tempo já havia fotos do Bruno e no Neira... cantou-se vitória e continuou-se a história. Nesse mesmo bairro

2013

havia uma série de banks com um rail perfeito... só estranhámos que num local destes não houvesse nenhuma foto ou filmagem que tivéssemos visto... mas rapidamente percebemos o porquê! A saída para a manobra era exatamente debaixo das portas de entrada... o Octávio e o Tahyna sabiam que não iam durar muito ali e o primeiro ollie foi suficiente para que aparecesse a vizinhança. Só deu para uma foto e... ala... o bank seguinte era muito maior e aí a coisa complicou-se, e de que maneira. Não


Depois de ter levado com um pau no braço partido, Carlos Neira a provar que é preciso bem mais do que isso para o pôr no “estaleiro” nose grind pop-out

por causa do bank, mas por causa de uma vizinha que saiu de casa com um pau na mão e vontade de aquecer o lombo do Octávio. O Carlos Neira apanhou uma paulada no braço já partido e com gesso! Foi a foto com mais “likes” no Instagram da Dogway... Depois do incidente, a malta da CONS rumou a um rail onde o Neira imortalizou um krooked transfer. Mesmo antes da chegada da polícia, cheia de vontade de sacar os livrinhos de multas.

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Octavio Barrera backside tailslide flip-out num spot histórico, que em breve vai passar à história


Depois de uma experiência quase mortal, Octavio Barrera alivia a pressão com um bom ollie

Às vezes a lógica não se deixa ver e às vezes o destino reserva-nos coisas boas, outras vezes coisas más... outras vezes as duas ao mesmo tempo. Durante uma visita a uma piscina abandonada, onde abundavam os ladrilhos partidos, o Dani López trouxe para casa uma manobra, enquanto que o filmer ficou com uma cicatriz de recordação. Nunca se sabe o que nos reserva o futuro e isso é o melhor de estar em tour. Tudo pode acontecer. Como por exemplo o Javier Mandizabal vir de propósito para dar uma manobra que tinha tentado no mesmo local há 12 anos, ou como a cerveja local ter 5,2º, ou como termo-nos esquecido dos papéis da carrinha no hostel e sermos obrigados a terminar esta tour tal e qual como a começámos, ou seja, a discutir com o tipo do aluguer. Assim são as coisas quando vamos de viagem... até ao regresso nunca sabemos o que vai acontecer. E é isso que nos cativa! Faz as malas e... siga... o mundo está à tua espera. VIAJA.

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página 66 Calçada, sardinhas e cegada.



Se há coisa de que aqui, na Surge, sempre gostámos é de ver filmes de skate com os nossos amigos. E quando alguns deles, ainda por cima, aparecem no filme, a coisa torna-se ainda melhor… muito melhor. Quando temos a oportunidade de ver filmes num sítio tão castiço como o “Primeiro Andar”, ali mesmo ao lado do Coliseu, então, já é sinónimo de festa! E foi lá, no écran gigante, que pudemos visualizar pela primeira vez o “Road Less Travelled”, o novo filme da Fallen, que procura trazer para o grande ecrã uma visão diferente daquela que é mostrada na maioria dos projetos de vídeo relacionados com o skate nos últimos anos. Hoje em dia o débito de manobras em vídeos é maior do que baboseiras a sair da boca de alguns dos nossos políticos… como o próprio Jamie Thomas explica no início do filme, o objetivo foi trazer até nós os vários lados da história. Sim, porque todas as manobras têm uma. E muitas vezes mirabolante… neste “Road Less Traveled” houve de tudo: atropelamentos de mota, ameaças com espadas e, até, ataques com gás pimenta nos olhos. Houve quem dissesse que era uma desculpa para o Sandoval estar sempre com os olhos vermelhos… adiante No entanto, este novo filme da Fallen tem algo de especial… claro que falamos na divulgação de Portugal por esse mundo fora, já que temos uma grande parte filmada aquando da visita do team da Fallen ao nosso país, no ano passado… claro que é sempre estranho ouvir pessoas a falar de Portugal como se fosse um destino super exótico, afinal somos conhecidos por nunca darmos valor ao que temos, mas a verdade é que quando estivemos com a rapaziada da Fallen cá e sempre que os encontramos por aí, fazem questão de lembrar-nos do país espetacular que temos e de como adoraram cá estar. Ok, chega de baba e vamos ao filme propriamente dito. Turquia, Portugal, o Oeste Americano e Tailândia tiveram direito a uma parte em “Road Less Traveled”. Croácia e África do Sul ficam reservadas para os extras, que devem ser lançados em breve e pelos quais iremos aguardar ansiosamente, porque sabemos que ainda ficaram por mostrar muitas boas imagens e manobras em Portugal.

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Quem também deve ter ficado ansioso e contente foi o Ruben Gamito, que também aparece em destaque nesta produção da Fallen, com três grandes abusos. Claro que a casa veio abaixo assim que o nome do Ruben apareceu no ecrã, e, pelo que vimos no filme, foi o único nome de skater que não pertence ao team mundial da marca a receber esse privilégio… respect!! Quando os créditos começaram a rolar na tela, o Ruben foi literalmente engolido pelos amigos… e amigas... a felicitá-lo. E, claro, como em todas as boas prémières, a festa ainda só tinha começado. Por isso já sabes, se queres mostrar aos teus amigos um grande filme de skate e ao mesmo tempo fazê-los sentir orgulho cá da tuga, “Road Less Travelled” é o teu filme. Road Less Traveled estará disponível, em breve, nas melhores skate shops e também na i-tunes store

fotografia Nuno Capela texto surge


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fotografia Mascarenhas Sebastiรฃo Faro, Francisco Melim, Daniela Sobral, Daniela Sanches

Calรงas Brixton - Toil chino Casaco de malha Brixton - Miles Camisa Brixton - Memphis

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ChapĂŠu homem Brixton - Ranch ChapĂŠu mulher Brixton - Gia Camisa mulher Vans - Authority woven chili pepper T-shirt mulher Vans - Love Vans scoop

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Colete homem Brixton - Coker T-shirt homem Brixton - Rover Ténis mulher Vans - Sk8 hi Inka Ténis mulher Vans - Ditsy floral leah Ténis homem Vans - Era Pro

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texto Veronica Trillo fotografia Roger Ferrero

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Asiplanchaba é o nome de site dedicado a promover e potenciar a cena feminina num mundo povoado principalmente por homens e onde a própria indústria está claramente masculinizada, não só em termos de produtos disponíveis, mas também em tudo o que tenha ver com reportagens com miúdas interessadas em skate, surf, ou snowboard. Assim, arranjámos este plano de nos juntarmos para fortalecer a presença feminina nos meios de comunicação... sejam elas de uma grande cidade, ou de uma aldeola onde 5 rapazes andam de skate. A ideia é que, independentemente do nível, tenhamos algo que nos motive a evoluir cada vez mais. Asiplanchaba é feito de miúdas para miúdas, mas cada vez ficamos mais espantadas e contentes pelo apoio que muitos rapazes nos têm dado, seja a promover os nossos vídeos, ou a acompanhar as nossas tours...

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Kate, a pessoa, n達o a loja... smith grind

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Andrea com flip bem afinadinho na casa da música

Nos últimos anos, durante o verão temos realizado tours de skate com algumas das melhores skaters, sempre com o mesmo objectivo: dar a conhecer ao mundo o nível de skate feminino atual através de um vídeo e de uma reportagem. Este ano a aventura começou quando, em conjunto com a organização do Marisquiño, em Vigo, conseguimos criar pela primeira vez, em 13 anos de campeonato, a categoria feminina de skate. Assim, Vigo foi o ponto de encontro das participantes de mais uma tour. Durante a prova em Vigo toda a gente dizia que o Porto era um ótimo sítio para skatar e que era uma cidade muito interessante. Assim, não foi muito difícil decidir que seria esse o nosso próximo destino, logo após o Marisquiño. Mas voltando a Vigo, assim que chegámos e reunimos a equipa toda: Kate Shengeliya, da Rússia, Eugenia Ginepro, da Argentina, Andrea Benitez, Andrea Wilshusen e Silvia Serret, de Espanha, foi com surpresa que encontrámos a Lúcia Seixo, uma skater de Lisboa que não parava de skatar um minuto e ainda por cima nos apresentou ao Hugo Cruz, que logo se ofereceu para nos ajudar na viagem ao Porto. Depois da final feminina do Marisquiño, onde a skater portuguesa, Lúcia, ficou em 3ª lugar, a Kate, da Rússia, em 2º e a argentina, Eugénia, em 1º, fizemo-nos logo à estrada, ou melhor aos carris, pois fomos de comboio até ao país vizinho. Quando chegámos ao Porto, nem acreditávamos no que víamos: uma cidade antiga, linda e com uma energia espetacular. Desde o primeiro momento no Porto contámos com a ajuda da malta da Kate, do Hugo Cruz e da sua escola de skate e do António Pereira, mais conhecido por Tony, que nos levaram a muitos spots, inclusive ao novo parque DIY que estão a construir na cidade. Respect amigos! Grande projeto. Ficaremos para sempre gratas pela maneira como os nossos amigos skaters do Porto nos receberam, nos mostraram todos os melhores spots da cidade e nos abriram as portas de casa. No último dia e no mítico spot da casa da música, enquanto nos recordávamos de tudo o que havíamos visto nesta cidade e pensávamos em tudo o que ainda faltava ver e visitar, chegámos a uma conclusão muito simples: 3 dias no Porto não é nada e assim que pudermos temos que voltar... sabe mais sobre estas miúdas em www.asiplanchaba.com

página 81 Asiplanchaba

Eugenia layback frontside rock and roll na transição “infernal”, como ela lhe chamou



c1rcaportugal@ciabrasil.pt



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