OBRIGADO A TODOS! Uma vida em exposição
2014
Número 24 - janeiro/fevereiro
Bimestral
Distribuição gratuita
AURA S.A. - 212 138 500
geral@nautisurf.com
c1rcaportugal@ciabrasil.pt
panorâmica “Obrigada… muito obrigada”! Para nós, portugueses, pelo menos para aqueles já na casa dos trintas e poucos, quarentas, há uma maneira de dizer obrigado que nunca nos vai sair da memória. Sim, estou a falar da diva do fado nacional, Amália Rodrigues: ”Obrigada, muito obrigada”. Como ninguém, ela fazia toda a gente sentir-se feliz por ter-lhe dado a oportunidade de mostrar o seu talento. Não que aqui na Surge alguém se sinta como uma diva, mas depois da primeira festa dos Prémios Surge, não estamos a exagerar ao dizer que sentimo-nos super agradecidos pela forma como nos deixaram ao longo destes 4 anos de revista fazer aquilo de que mais gostamos e, mais ainda, festejar à rija numa das noites mais divertidas desde que iniciámos, com “carolice”, a Surge. O nosso intuito com estes prémios nunca foi, nem será, eleger vencedores e vencidos, mas sim puxar e promover o skate nacional. Mas não posso deixar de referir que fomos surpreendidos pela adesão e paixão com que muitos encararam esta iniciativa. Chegámos a ter que desligar telemóveis tal era a quantidade de pessoas a ligar-nos por causa dos prémios… ouvimos as mais diversas
opiniões, anotámos as críticas e aprendemos muito com este evento. E como em tudo o que fazemos, iremos sempre tentar melhorar… afinal é essa, mesmo, a essência do que nos une nestas páginas de uma revista de skate. Foi também esse o objetivo a que nos propusemos quando decidimos fazer uma revista gratuita: promover e puxar mais gente para o skate. É claro que não inventámos a roda, nem pouco mais ou menos com estes prémios, mas, sem dúvida, que ao fim destes 4 anos, poder estar com toda esta gente que nos diz muito – todos juntos numa festa – teve um significado bastante especial. A todos os que participaram, através dos votos, aos júris, às marcas que permitiram que realizássemos esta nossa ambição de há muito… o nosso sincero obrigado! Não foi uma gala, não foi uma cerimónia, não foi uma nomeação… como ouvimos alguém dizer às 7 da manhã à porta do Passos Manuel… Foi do caralho!
Agradecimento às marcas que tornaram possível este evento: DC SHOES, C1RCA, VOLCOM, ELEMENT, VANS, aos juris “residentes”, Nuno Gaia, Rui “Dressen” Serrão, Steve Carreira, Gonçalo Lopes, Marco Roque, Ricardo Fonseca, João Mascarenhas, e a todos os que contribuíram com o seu voto!
fotografia Nuno Capela Nas outras cerimónias de Prémios a malta lê discursos e tal… nos Prémios SURGE é mesmo como nós gostamos, um pandan do caraças!
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Pedro Raimundo “Roskof”
1º Foco Pedro “Kimpas” Machado
Póvoa do Varzim, terra de grandes campeonatos e, agora, também de uma nova geração de skaters a partir tudo.
Jornada na Etiópia
Na terra do lendário Rei Salomão também se anda de skate… nunca ouviste falar nele? Ora aqui está uma oportunidade de aprenderes alguma coisa.
Entrevista Francisco “Kiko” Perdigão
Não adianta estar aqui com grandes conversas, entrevista a um dos skaters favoritos do staff da Surge
Bar-selona
Uma cidade aqui tão perto e ao mesmo tempo tão longe. Isto, está claro, se não fores o Toni, para ele o fim da galáxia é apenas ali ao lado…
Prémios Surge 2014
Foste? Parabéns… Não foste? Para o ano há mais…
Ficha Técnica Propriedade: Pedro Raimundo Editor: Pedro Raimundo Morada: Rua Fernão Magalhães, 11 São João de Caparica 2825-454 Costa de Caparica Telefone: 212 912 127 Número de Registo ERC: 125814 Número de Depósito Legal: 307044/10 ISSN 1647-6271 Diretor: Pedro Raimundo roskof@surgeskateboard.com Diretor-adjunto: Sílvia Ferreira silvia@surgeskateboard.com Diretor criativo: Luís Cruz roka@surgeskateboard.com Publicidade: pub@surgeskateboard.com
Colaboradores: Rui Colaço, João Mascarenhas, Renato Laínho, Paulo Macedo, Gabriel Tavares, Luís Colaço, Sem Rubio, Brian Cassie, Owen Owytowich, Leo Sharp, Sílvia Ferreira, Nuno Cainço, João Sales, Rui “Dressen” Serrão, Rita Garizo, Vasco Neves, Yann Gross, Brian Lye, Bertrand Trichet, Luís Moreira, Jelle Keppens, DVL, Miguel Machado, Julien Dykmans, Joe Hammeke, Hendrik Herzmann, Dan Zavlasky, Sean Cronan, Roosevelt Alves, Hugo Silva, Percy Dean, Lars Greiwe, Joe Peck, Eric Antoine, Eric Mirbach, Marco Roque, Francisco Lopes, Jeff Landi, Dave Chami, Adrian Morris, Alexandre Pires, Vanessa Toledano, Nuno Capela. Tiragem Média: 8 000 exemplares Periodicidade: Bimestral Impressão: Printer Portuguesa Morada:Edifício Printer, Casais de Mem Martins 2639-001 Rio de Mouro • Portugal
Interdita a reprodução, mesmo que parcial, de textos, fotografias ou ilustrações sob quaisquer meios e para quaisquer fins, inclusivé comerciais. www.surgeskateboard.com Queres receber a Surge em casa, à burguês? É só pedir. Através de info@surgeskateboard.com assinatura anual em casinha: 15 euros
Capa: Sinceramente houve uma altura na festa dos Prémios da SURGE, em que já não sabíamos para que lado era o teto… uma noite em grande! fotografia Nuno Capela
Olhem para eles todos sentadinhos como meninos bem comportados a ver o “True to This”, da Volcom… se nós soubéssemos o que vinha aí… ou se calhar, até sabíamos! 2014
fotografia Nuno Capela
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fotografia
A primeira edição dos prémios Surge... Que palhaçada! Por amor de Deus! Mas o que é isto? Prémios da revista Surge? Só faltava a passadeira vermelha para a malta das rodinhas desfilar! Que tremenda pouca vergonha! Coiso e tal, todas as revistas dos armados em bons fazem, nós vamos fazer também... Ridículo! Mesmo à surfista! DJ Lince? Hahahahahaha que bimbalhada! Eu cortei-me logo. Desfilar? Dasss... Ainda por cima no Porto! Uma terra que nem skate parque tem! Cidade de coxos, onde ninguém sabe dar um ollie! Em Almada é que era! Fiquei apenas tentado, porque havia a hipótese de concretizar um sonho de menino. Visitar o estádio do Dragão para cagar ao lado de uma sanita, numa casa de banho qualquer. Assim meio metro ao lado, ou então que o calhau raspasse no tampo, deixando um bocadinho de molho, mas que ficasse todo ele depositado no chão. É um dos meus maiores sonhos, mas ainda não foi desta!
Dr. Mankate drmankate@surgeskateboard.com
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Falando agora da atribuição dos prémios... Que roubalheira! Apito Dourado, claro está! Então não é que os prémios foram quase todos para o Porto?! Mas o que é isto, pá? Sei bem que o Pinto da Costa teve mão nisto. A mim não me enganam! Já que este ano a fruta não resultou no futebol, virou-se para o skate! Uma vergonha! Para variar, ninguém vai ser punido, como de costume! Vai ser tudo arquivado! O país assim não anda para a frente! Que tristeza! Prémios Surge... Piu!
Beijos na bunda! Dr. Manka-te
pรกgina 15 Dr. Manka-te
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PEDRO MACHADO entrevista e fotografia Renato Laínho
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Estes obstáculos são muitas vezes chamados de “jersey barriers” mas o Pedro está-se bem marimbando para isso… só lhe interessa é este wallie boardslide
Wallie 50-50 backside 180 num spot que já viu mais skate do que a maior parte dos skate parques de Portugal… viva os antigos campeonatos da Póvoa!
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Então Kimpas, que tal vai a vida? Quem és tu? Vai bem. Sou o Pedro Machado, tenho 20 anos, sou de Vila do Conde e skato há 7 anos. O que significa o que skate para ti? Nem sei como responder a isso.. só consigo dizer que sem o skate a minha vida não tinha piada nenhuma e provavelmente não ia conseguir ser feliz como sou em cima do meu skate. Como é skatar na Póvoa? Temos bons spots, apesar de estarem um bocado degradados. Costumo skatar com o Júnior e com o Tone na Póvoa durante a semana, ao fins de semana e nas férias. E em tours ando sempre com o Pedro Fangueiro e com o Pedro Silva a partir hotéis. Tiraram o parque da Póvoa por um puto filho dum gajo da Câmara se ter aleijado lá de bike e a desculpa que deram para tirarem foi por aquilo não ter placas... e não só tiraram o parque, como as rampas antigas ao lado, os 3 quarters de pedra à frente do budah... e ainda nos puseram skate stoppers na praça à frente da Omni como bónus... e tudo porque um Zé cabra não sabe que deixar um puto daquela idade a andar num parque sozinho vai dar merda. Nós já tentámos fazer com que o parque volte, mas eles estão-se a cagar e só querem saber do Varzim (futebol)... mas não vale a pena perder tempo a queixarmo-nos, temos é que aproveitar o que temos. O que fazes quando chegas a um spot? Quando chego a um spot tento arranjar sempre alguma cena diferente para dar, algo que ainda ninguém se tenha lembrado de tentar. Curto spots em que se possa ser criativo e que não sejam assim muito fáceis de skatar, para dar mais pica à cena hehe. Normalmente demoro um bocado para me habituar ao spot e depois quando meto na cabeça que vou dar, dou mesmo.
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E que tipo de cenas curtes mais skatar? Transições... eu sempre curti skatar quarters, mas no ano passado estive aleijado no joelho e só conseguia skatar isso, praticamente... então a partir daí comecei a aprender toques novos todos os dias e a ganhar à vontade... por isso, por um lado nem foi muito mau ter-me aleijado hehe.
O que fazes fora da tábua? Caguei para a faculdade e fui trabalhar para ter mais tempo para skatar. Não faço muito, trabalho na loja de roupa dos meus pais, onde faço cenas do tipo ajudar cotas a escolher as cuecas, e à noite normalmente curto ver uns filmes de terror, ou ficar a ver as palhaçadas no facebook.
O Pedro deixou um “bife” neste spot para dar este backside wallride. Se fosse vegetariano nada disso acontecia.
Já reparei que te levantas rápido depois de malhar, o que é que sentes? Nunca tinha reparado nisso, mas eu ajo normalmente porque não sinto dores... bem, pelo menos no momento, porque depois à noite ando sempre todo roto.
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Quando tudo estiver perdido, não desesperes: há sempre um blunt ao fundo do túnel
Que tens a dizer sobre a foto do wallride? Tenho a dizer que foi o spot com as piores condições que já skatei. Um wallride na descida de escoamento do esgoto, chão com todo o tipo de lixos, uma descida super inclinada e que não dava ângulo quase nenhum para entrar – o que até deu a sua pica. Lembro-me também que ficou um bife da minha mão lá na parede e tive de tirar uma meia e atar à mão para não ficar sem ela a seguir. Enfim, foi uma boa skatada. apoios: skinii skateboards, guilty68, street wave música: ouço de tudo desde que dê pica para skatar! curto ouvir rap tipo B.I.G, Odd Future, Flatbush Zombies, etc.. mas também curto cenas tipo Slayer, Black Sabbath e Iron Maiden Spots de sonho: onde curtia skatar era nos spots tipo esgotos em Arizona Skaters que te dão pica: Evan Smith, Mark Suciu, Madars Apse, Grant Taylor e Collin Provost Skater tuga: Joao Allen
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JORNADA NA ETIÓPIA Consegue ser bastante surpreendente perceber até onde podemos ser conduzidos quando estamos a “bordo” de uma pequena tábua com os seus quatro rodízios. Na companhia do jovem e intrépido parisiense Oscar Candon e do berlinense que dispensa apresentação, Michaël Mackrodt, há umas semanas dei por mim no coração do Corno de África, no solo de um dos berços da humanidade, a Etiópia. Um país com uma história rica e atormentada, o único a conseguir conservar a sua autonomia depois da divisão africana pelas potências europeias e que empresta as cores da sua bandeira a todo um continente, símbolo de soberania e de independência. Partimos uma vez mais em busca de spots virgens, explorando Addis Abeba, a quarta mais alta capital do mundo, em constante mutação, e a região do Lac Tana, mais recolhido e tradicional, zona de um dos efluentes do rio Nilo. A história em imagens sobre um périplo intenso e atípico num país no mínimo fascinante e cheio de contrastes...
texto e fotografia Kévin Métallier
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Óscar Candon – Fs Boardslide – Wello Seffer Road (Addis Abeba) As ruas da capital da Etiópia desfrutam de animação quase ininterrupta. Lugar cheio de vida, onde os autóctones adoram encontrar-se, discutir, passear-se à sombra de uma palmeira, ou de uma varanda ainda em construção... o teatro da vida social local. Assim que os europeus, brancos, irrompem na cena em cima dos skates é inútil tentar passar despercebido a uma multidão de curiosos. O Oscar teve que esgueira-se entre o pessoal para conseguir chegar ao bloco de betão...
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Oscar Candon - Ollie transfer
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Michaël Mackrödt - Backside smith
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Michaël Mackrödt - Lipslide - Victoria Square (Addis Abeba) Apesar da vaga de urbanismo e desenvolvimento que se vem fazendo sentir na capital, de há alguns anos a esta parte, os spots acabam por ser raros em Addis Abeba. Por outro lado, a cidade também é grande, é preciso paciência e perseverança para descobrir mais matéria-prima para o nosso trabalho. O Victoria Square é o spot central, onde acabámos por passar a maior parte do tempo. O Oscar e o Michi deram aqui a maioria das manobras, entre as quais este volumoso lipslide. Só uma pequena precisão: é indispensável subornar os vigilantes para poder skatar aqui a qualquer hora sem entraves.
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Oscar Candon - Switch K-grind - Bahir Dar Não ficámos mais do que 3 dias em Bahir Dar. Um período relativamente curto, mas não o suficiente para evitar que estes três jovens brancos, de tábuas em punho, a rolar incansavelmente nas poucas ruas pavimentadas existentes, ficassem amplamente conhecidos por todos os habitantes dali do bairro. Em cada deslocação, um exército de miúdos atirava-se, literalmente, a nós, tentando alcançar o precioso “jogo” com rodízios, objeto de concupiscência entre os jovens autóctones. Ainda dedicámos um certo tempo a que todos, sem exceção, pudessem experimentar. Escusado será dizer que aquando da sessão neste ledge, onde se concentram os raros 2 m2 de superfície lisa de toda a cidade, o Oscar teve direito a uma série de gritos e aplausos, quer nas tentativas, quer quando acertou a manobra. África é linda!
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UNS TÊM A PASSADEIRA VERMELHA, NÓS TEMOS CARTÃO CASTANHO… SIM, É UMA MODA NOVA QUE ESTAMOS A COMEÇAR!
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ESPALHO DO ANO António “Toni” Pereira
CAI DE BOCA EM PORTUGUÊS, FAZ UM “ESCORPIÃO” E FICA A FALAR INGLÊS… SEM MARGEM PARA DÚVIDAS…TRALHO DO ANO PARA O TONI… PARA VER E REVER, OU COMO ELE DIRIA… TO SEE, AND TO SEE AGAIN, OR SOMETHING LIKE THAT, TRIGO LIMPO FARINHA AMPARO!
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FOTO DO ANO João Mascarenhas, Rapha – Flip (SURGE, ed. 20)
JOÃO MASCARENHAS E RAPHAEL COM PH, A DUPLA QUE CONSEGUIU, SEGUNDO OS JÚRIS E O PÚBLICO, A MELHOR FOTO DO ANO TIRADA SEM SER COM TELEMÓVEL E PUBLICADA NUMA COISA DE PAPEL COM CORES E TUDO…
QUANDO SE TRABALHA EM PARCERIA DURANTE MUITOS ANOS, COISAS BOAS ACONTECEM. POR EXEMPLO, PODE SER QUE FILMES ALGUNS DOS MAIORES ABUSOS DE SEMPRE NO SKATE EM PORTUGAL. RUBEN RODRIGUES E JOSÉ PITEIRA VENCERAM A BATALHA (NO BOM SENTIDO) PARA VÍDEO DO ANO. VÍDEO DO ANO Battlefield – José Piteira / Go.S Tv
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3ª IDADE Nuno “Gaia”
QUANDO ANUNCIARAM AO MICROFONE QUE O NUNO GAIA TINHA GANHO O PRÉMIO DE 3ª IDADE, ATRIBUÍDO PELA SURGE, ELE ATIROU O ANDARILHO AO AR E AINDA PARTIU A CABEÇA A DOIS OU TRÊS… É O QUE DÁ METEREM-SE COM OS MAIS VELHOS.
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LOJA, GALERIA, PONTO DE ENCONTRO, CENTRO DE ATENDIMENTO PSICOLÓGICO, TERTÚLIA PARA CONSTRUTORES DE RAMPAS DE SKATE, LOCAL DE PEREGRINAÇÃO… HÁ POUCAS COISAS QUE NÃO SE TENHAM PASSADO DENTRO DAS PORTAS DA KATE SKATESHOP NO PORTO… MAIS QUE UM EXEMPLO, UMA INSPIRAÇÃO! LOJA DO ANO Kate
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FELIZMENTE PARA A MALTA DA EMENTA SB, NO DIA EM QUE FOMOS ÀS CALDAS DA RAINHA ARRANJAR O PRÉMIO SURPRESA DELES, AQUELE ERA O MAIOR “CARALHO” DISPONÍVEL. MAS FOI MERECIDO: FIZERAM RIR, ANDARAM DE SKATE, CRIARAM UMA MARCA PORTUGUESA, REPRESENTARAM, SEM DÚVIDA, O ESPÍRITO DE QUE GOSTAMOS NO SKATE… FIGURA DO ANO 2014 EMENTA SB! FIGURA DO ANO Ementa SB
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PARA UM PUTO CHIRILA QUE HÁ ALGUM TEMPO QUASE NÃO FALAVA, RECEBER O PRÉMIO DE PUTO DO ANO FOI UMA EMOÇÃO. O ANÍBAL MARTINS DISSE QUASE 3 PALAVRAS SEGUIDAS A AGRADECER OS VOTOS DA MALTA! MAS AFINAL QUANDO SE TEM AQUELE ESTILO EM CIMA DE UM SKATE, PARA QUE É QUE É PRECISO FALAR? PUTO DO ANO Aníbal Martins
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SKATER DO ANO Jorge Simões
TODOS OS SKATERS NOMEADOS NESTA CATEGORIA MERECIAM O PRÉMIO: JOÃO ALLEN, PEDRO ROSEIRO, THAYNAN COSTA, HELDER LIMA, RUBEN RODRIGUES, BRUNO SENRA “BP”, E JORGE SIMÕES. FORAM, SEM DÚVIDA, QUEM PUXOU MAIS PELO SKATE NACIONAL DENTRO E FORA DE PORTAS. NO FINAL, COMO SE COSTUMA DIZER, SÓ UM “LEVOU O CANECO” PARA CASA E OS VOTOS FORAM PARA O JORGE SIMÕES. ACABADINHO DE CHEGAR DO BRASIL DISSE-NOS MAIS TARDE QUE O PRÉMIO SOUBE MELHOR QUE UMA CAIPIRINHA… PARA NÓS, CHEGA! 2014
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entrevista e fotografia JoĂŁo Mascarenhas
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Já te conheço há algum tempo, se pensares bem já são uns valentes anos desde que tu e o Cordeiro me apareceram à frente com penteados que mais pareciam os do Marco Paulo. Lembras-te da pequena conversa que tivemos? (Risos) Sim, lembro-me perfeitamente, como se tivesse sido há pouco tempo. Em Algés. Estávamos eu e o Cordeiro a olhar para um corrimão gigante, - nunca na vida nenhum de nós vai dar aquilo, - e a pensar quem é que poderia ser o maluco a tentar... de repente aparece um algarvio, que eras tu, a dizer que conhecia o Nuno Relógio e que ia trazê-lo para dar aquele corrimão. Entretanto começámos os três a falar de skate e eu e o Cordeiro chegámos à conclusão que tu até percebias alguma coisa de skate e fotografia de skate ahah. Não eras mais um daqueles malucos que aparece do nada a dizer que sabe fotografar skate... entretanto já deste provas que percebes muito bem do assunto.
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Realmente a primeira impressão muitas vezes engana. “Ó Kiko, então afinal o Mascarenhas percebe, ou não, de fotografia…?” diria que fez um belo trabalho com a foto deste teu ollie para o bank
Pois, mas não te lembras é que o Cordeiro me perguntou se eu era do inline (risos)... uma coisa é certa: com o passar dos anos eu continuo a fotografar-vos e vocês os dois continuam a andar de skate juntos, na rua ou no parque. Já é uma relação de muitos anos, certo? Mas na verdade amam-se ou não? Ou é mais uma relação de amor/ódio? Já não me lembrava dessas palavras do Cordeiro, mas foi uma pergunta bem metida. Sim, já nos conhecemos há uns anos, desde 2007, talvez. Conheci-o também em Algés num spot chamado “Fluni” e desde então começámos sempre a skatar juntos. Eu vejo o Cordeiro como um irmão, trato-o como se fosse da minha família e por isso posso dizer que amo-o como meu irmão/amigo. Quando me perguntas se é “amor/ódio” eu percebo onde queres chegar... é verdade que já assististe a algumas discussões entre mim e ele, se calhar algumas coisas sem sentido, mas nem sempre as pessoas têm as mesmas opiniões, pensamentos, conclusões e interpretações. Mas não passaram de discussões entre irmãos. página 51
São sempre essas amizades que resistem e perduram. Tu sempre preferiste a rua ao parque e vejo-te como uma pessoa criativa. O skate para ti é um processo para criar algo? Um modo de vida? Ou um desporto? Sem sombra de dúvida que prefiro a rua em vez do parque. Comecei a andar de skate na rua e foi a isso que me habituei. Para mim o skate é um estilo de vida, é andar de rua em rua, de spot em spot, estares com os amigos a fazer uma coisa que adoras, conhecer novas pessoas, viajar com os amigos. Vejo isto tudo como uma arte, cada um expressa-se de maneira diferente, com a sua personalidade e originalidade próprias. Por isso espero que o skate fiquei presente durante muitos anos na minha vida e, acima de tudo, espero divertir-me com ele. O Largo de Jesus fez parte da tua aprendizagem, certo? Pelo menos quando penso em Largo de Jesus lembro-me sempre de ti, até fizemos aí uma fotografia para esta entrevista... o Largo vai ser destruído, ouvi dizer, o que vão fazer lá? E que recordações guardas do spot? Cresci muito a skatar no Largo e tenho muitas recordações deste spot. Em relação a essa fotografia, adorei como ficou, queria ter uma foto no Largo, mas não queria que fosse nada nos banks, então deu-me na cabeça de tirarmos a foto num sítio onde nunca ninguém skatou. Não queria, obrigatoriamente, um grande abuso, quis que ficasse mais uma boa foto. A destruição do Largo de Jesus deverá mesmo acontecer. E já existe um novo projeto para o mesmo local, que é um jardim. Fico mesmo triste porque mesmo que façam um skate parque em Setúbal, não vou certamente skatar com a mesma pica com que skatava no Largo. Conheci muitas pessoas e tenho bastantes recordações, como por exemplo o pessoal da velha guarda com quem eu comecei a skatar quando era mais novo, o Bob, o Vítor Dimas, o Paris, o Torrelli, o Pescada, o Choi, o meu irmão, entre muitos mais.
Um spot épico com uma manobra épica… é disto que gostamos, backside flip wallride
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Apesar da especial dedicação à madeira, o Kiko também trabalha bem a terra. Vejam só a trincheira que cavou especialmente para dar este backside flip
A malta da velha guarda de Setúbal de certeza que vai ficar contente ao ver este frontside hurricane… é sempre bom ver os miúdos a crescer
Recentemente fiquei em tua casa uns dias e fui muito bem acolhido. Consegui reparar que na tua família são todos muito criativos, parece algo que vos está no sangue... acabaste de tirar um curso e começaste a criar peças muito interessantes em madeira, queres falar um pouco sobre isso? Como começaste e o que estás a planear para o teu futuro na Marcenaria? Espero que tenhas gostado de cá estar, és sempre bem-vindo! Cá em casa, eu, o meu irmão e a minha irmã seguimos todos os passos da minha mãe, nas artes. Fazemos todos coisas diferentes uns dos outros, o meu irmão seguiu a pintura, a minha irmã o design de moda e eu a arte de trabalhar a madeira. Tirei um curso durante dois anos, de Marcenaria, na Fundação Ricardo Espírito Santo, em Lisboa. Ganhei uma grande paixão pela madeira e pelo mobiliário feito em madeira, é um mundo gigante nesta área, pode fazer-se tanta coisa... é um trabalho que sei que vou querer fazer para o resto da vida e o mais importante para mim é ser feliz a fazer uma coisa que me dá prazer. Para o futuro tenho uns projetos em que já estou a trabalhar, neste momento estou a fazer um site com o meu trabalho e ando a fazer uns colares feitos em madeira. Quero também abrir um empresa/oficina com um ex-colega meu, em Lisboa de preferência... já estamos a tratar de tudo para que saia uma coisa com pés e cabeça. E recentemente começaste a fazer colares. Em alguns deles usas madeira de tábuas antigas, como te surgiu essa ideia? E aproveita para pedir tábuas à malta (risos) Sim, comecei a fazer uns colares feitos de tábuas de skate, mas nunca pensei que fosse pegar... a ideia surgiu há pouco tempo e claro que a minha maior inspiração foi o Haroshi, apesar de não ser o único a fazer isto desta forma. Existem muitos mais marceneiros/escultores a usar tábuas de skate, mas o mais conhecido é, sem dúvida, o Haroshi. Foi uma ideia que começou como uma “brincadeira”, mas está a correr bastante bem, e já tenho muitas encomendas para fazer, o que me deixa contente. Tenho que fazer um pedido no Facebook a todos os skaters do país para me oferecerem tábuas partidas ahahah
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Pertences a um team de tábuas criadas pela Tribal Urbano. Sei que é difícil criar uma marca portuguesa e muitas tentaram. Vês potencial no futuro da marca? E que conceito trazem ao skate português? Agradeço desde já ao Pedro Ascensão e ao Eduardo Viegas por terem apostado em mim para representar esta marca. Chama-se FORUS e o conceito vem do inglês “For Us”, é uma marca que está a começar e “queremos” ao máximo fazer um bom trabalho e divulgá-la da melhor forma pelo país. Espero que a marca continue por muitos mais anos e que corra bem, para isso acontecer basta fazer-se um bom trabalho. Queres responder o que achas do skate em Portugal? Ou passas à frente? (Risos) Passo claro… calma, isso era mesmo uma pergunta para a revista? Ou estavas a gozar?
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O Kiko gosta cada vez mais de misturar materiais, o que não nos surpreende... vejam como mistura madeira, ferro, plástico e pedra para este backside wallride
Normalmente temos um grupo de tertúlia que costuma fazer umas viagens, mas estamos em falta. Quais são os planos para a próxima “tourtúlia”? Em 2013 a tourtúlia esteve de baixa, mas este ano vamos fazer uma viagem certamente todos juntos. Andamos a pensar num InterRail pela Europa durante 10 dias. Vai ser tipo gipsy tour ahah. Mas estou com muita pica, adoro skatar com este grupo de amigos! Para quem não sabe somos seis ao todo: João Neto, Nuno Cardoso, Filipe Cordeiro, Pedro Silvestre, João Mascarenhas e eu. Somos os seis todos diferentes uns dos outros, com estilos diferentes e acho que é isso que torna estas viagens sempre uma grande comédia.
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O Convento de Jesus foi construído há mais de 500 anos, a Praça infelizmente não irá durar tanto tempo... o Kiko, com este nosegrind, presta tributo ao local que o viu nascer como skater e que irá ficar gravado para sempre na sua memória. Já estive contigo em várias viagens e há quem diga que tens uma ténia a viver dentro de ti? Para um gajo que pesa pouco mais de um saco de cimento, tu comes bastante? É verdade que peso muito pouco, mas a história da ténia é um grande mito. Foi o Cordeiro que andou a meter na cabeça de toda a gente que eu tenho uma ténia, só porque estou sempre a comer de pouco em pouco tempo e não engordo. É verdade que comer é das coisas que mais adoro na vida e às vezes torna-se um vício. Era bom pesar mais uns quilos, mas a balança nunca acusa a mais... Já percebi que partilhamos o mesmo gosto pelo skate do Evan Smith, mas estou certo que tens mais influências... de que maneira és influenciado por outros skaters e que imagem gostas de dar ao teu skate? A aventura que tivemos para a foto do bsflip demonstra vontade de criar algo diferente, queres relacionar essa história com o tipo de imagem que curtes no skate? É uma grande verdade que sou fã do Evan Smith, adoro vê-lo a skatar, mas claro que tenho mais influências. São tantos os skaters que admiro que é muito difícil referir apenas três ou quatro... adoro o Madars Apse, Grant Taylor, Anthony Van Engelen, Gino Iannucci, Mark Gonzalez, Eric Koston, Kevin Terpening, Dylan Rieder, Curren Caples, Greyson Fletcher, Mark Suciu, Danny Garcia, etc! Eu não ligo muito aos abusos que os skaters dão, dou bastante mais valor à maneira como dão as manobras, à criatividade e ao estilo, claro. A fotografia do backside flip no buraco é provavelmente a de que mais gostei. Adorei todo o trabalho que deu para podermos tirá-la e quando encontrei aquele buraco, a primeira coisa que me veio à cabeça foi que iria dar uma foto linda e não muito vista no skate. E é disso que eu tento procurar quando tiro fotos contigo. Gosto muito de misturar a natureza com o skate e esta representa um pouco daquilo que eu sou como skater.
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A quem queres agradecer pelo apoio e força que te dão? Quero agradecer à minha família, sobretudo à minha mãe e ao meu irmão. Se não fosse ele talvez não andasse de skate. Ao Cordeiro por estar sempre presente, ao Bob (Bruno Vinagre), ao Francisco Mendes, a todos os meus amigos... não preciso de dizer quais são, eles sabem. A ti por teres feito esta entrevista comigo, ao Roskof e à Tribal Urbano por me darem as condições de que preciso para skatar.
Não parece, mas quando o Kiko deu este bigspin heelflip tinha 3 francesinhas, 4 entremeadas e 5 quilos de papas de sarrabulho no bucho… isto é que é metabolismo!
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ELEMENT/NIXON fotografia Jo達o Mascarenhas modelos : Filipe Marinheiro / Maria Ventura
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Walkshort Element Essex T-shirt Element Mystic Camisa Element Tropical Rel贸gio Nixon Rover II
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Cal莽as Element Lavender Top Element Crush Rel贸gio Nixon Mod Bright Blue 2014
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Blusão Element ROBIN Top Element MASSENA Calções Element Leah Relógio Nixon
Camisa Element Symbol T-shirt Element Becket Calças Element Owen Relógio Nixon Kensigton Waste Denim
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texto Luís Moreira fotografia Luís Moreira/Renato Laínho
Fui para Barcelona para acompanhar parte das filmagens do Jorginho para o vídeo da Jart e dar umas voltas de skate. Mas não foi só o Jorginho que andou por lá. O pessoal do Porto esteve em peso em Barcelona durante uns dias. Até o velhadas do Nuno Gaia lá esteve. Deve ter sido por isso que ganhou o prémio de SKATER TERCEIRA IDADE DO ANO! Parabéns, tio! Voltando a Barcelona, a comitiva da Kate e amigos só puderam abandonar o país por dois ou três dias, dependendo dos casos. Uns por causa do trabalho, outros porque têm que tomar conta dos netos, enfim. Motivos não faltam. Não que isso queira dizer que não fizeram valer esses três dias, porque isso, meus amigos, podem querer que fizeram! Muito skate, muita festa e, até, uma sessão de graffiti!
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Vocês não conseguem ver, mas em cada uma daquelas janelas há uma miúda catalã a espreitar este crooked do Nuno Cardoso… seu malandro!
Estes poucos dias em Barcelona foram ainda mais frenéticos do que o costume. Como havia pouquíssimo tempo e provavelmente só daqui a 10 anos é que o Gaia vai estar recuperado de subir e descer as escadas de embarque para o avião, tivemos que os fazer render ao máximo. Corremos os spots todos (graças ao nosso incondicional patrocínio do Metro de Barcelona) e acho que todos nós voltámos com, pelo menos, uma conquista no que toca a manobras. À chegada ao hotel houve logo uma conversa marcante entre o Toni e o gajo do Hostel, na qual o tal gajo do Hostel perguntou ao Toni como é que andava o tempo em Portugal... ao que ele respondeu: “You know, some rainy days, windy days, yesterdays…”. Yesterdays passou, então, a ser sinónimo do tempo de merda do Porto, no inverno. 2014
Para um gajo que dizem que não se aguentava nas canetas por subir e descer escadas de avião, esta sequência do Nuno Gaia não está nada mal… backside ollie fakie 5-0 shove-it página 71
Enquanto a malta viajava com “patrocínio” do Metro de Barcelona, o André Costa aproveitava da melhor maneira as infraestruturas de transportes da cidade… backside wallride
O primeiro spot a que fomos foi o MACBA (é um spot novo que ainda ninguém conhece em Barcelona) e não bastava os cães defensores da ordem estarem sempre a expulsar o pessoal de lá, um cão não tão defensor da ordem, mordeu o Red num pé. Foi muito engraçado para nós e, provavelmente, para o cão. Não tanto para o Red, calculo. No meio disto tudo, ainda tive o prazer de skatar com o Dylon, o viajante Fernando Klewys e o Def, que ainda deu umas manobras fodidas no pouco tempo em que estivemos juntos. Uma das coisas que me impressionou nesta viagem, mais do que qualquer manobra, foi a originalidade gastronómica do Renato Laínho (Rena). Combinações de ingredientes em sandes que estou quase certo de nunca terem sido feitas na história da humanidade. Um exemplo que me vem agora à cabeça é a magnífica sandes de beterraba enlatada com banana. Alguém quer provar?
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André Costa, frontside Hurricane Quando o tempo está “yesterday” é isto que o Toni gosta de fazer: frontside wallrides em redes de metal… sempre dentro de casa, pois claro
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A crise chega a todo o lado... era para ser uma pirâmide inteira, mas como os cortes não perdoam também em Espanha, esta ficou por metade. Mas isso não impediu que o Jorginho desse este switch flip Não foi só no avião que o Toni trocou coisas, aqui trocou as voltas ao skate para o bigspin boardslide 2014
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No segundo dia, enquanto íamos a Fontana a umas escadas para eu tentar um kickflip, perdemos o Romeo, como se de um porta-chaves se tratasse. Para agravar a situação, o telemóvel dele estava na minha mochila, por isso, impossível encontrá-lo. Fomos dar com ele no MACBA umas horas valentes depois. Ainda bem para ele, pois assim livrou-se do estrondo que tivemos com a polícia. Fomos todos postos em fila contra uma parede e microscopicamente revistados porque havia pessoal que tinha coisas na mochila sem saber que tinha. Mais a mais, se tivessem pedido identificação ao nosso amigo Juan Salas, ele teria sido logo deportado para o Brasil, já que o seu bilhete de identidade estava no Hostel, como é natural. No última noite decidimos que íamos aproveitar ao máximo o pouco tempo restante e por isso fomos para a bowl do Nevermind e tomámos conta daquilo. Houve quem andasse de skate, quem tirasse umas fotos e, até, quem tenha usado um par de meias como papel higiénico! Basicamente, éramos donos daquilo. Depois desse episódio, fomos skatar até ao W e estava um vento demoníaco. Acabamos por ficar sentadinhos cheios de frio a pensar no que íamos fazer a seguir, quando de repente começa a chover... e decidimos levantar a bandeira branca e ir embora.
Ouviram falar no backside crail do Jorginho num bar em Barcelona? Ah… nevermind!
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Depois de comer uma sandes de beterraba enlatada, com banana, este flip do Luís Moreira nas 12 é uma verdadeira brincadeira de meninos…
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Foi muito triste vir embora porque tivemos que nos despedir do Romeo, que agora vive em França e não voltou connosco para Portugal. Por outro lado, a viagem de regresso foi uma animação. O Toni conseguiu vender pulseiras de macramê à tripulação do avião. O TONI VENDEU PULSEIRAS À TRIPULAÇÃO DO AVIÃO! Ou melhor, trocou por comida e bebidas para o pessoal. E é preciso ver que fazer com que a Ryanair ofereça alguma coisa em troca de outra coisa, que não seja dinheiro, é no mínimo um feito histórico. Por isso, em nome do Toni: Desculpem lá qualquer coisinha.
Depois de ter sido microscopicamente revistado, o João Castela vingou-se dos polícias de Barcelona, com uma manobra de skate e infração de trânsito ao mesmo tempo, nose blunt drop numa via rápida da Catalunha.
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Juan Salas
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CRÓNICAS DE UM SKATER Ninguém neste mundo tem mais força interior do que um skater. Atrás de cada manobra aprendida estão horas a fio de trabalho, centenas de quedas e falhanços, gritos, choros, sangue, muito suor e, sobretudo, amor pelo que fazemos… aterrar pela primeira vez uma manobra é a mais bela manifestação dessa força única que molda um skater. Para um “espectador” comum das nossas skatadas, as quedas são horríveis e inúteis; para nós, cada queda e cada manobra perdida são lições. Ninguém melhor do que um skater para mostrar o quanto se pode aprender com os erros. Essa é a nossa vida! O skate muda as nossas vidas. Dá-nos uma vontade louca e um espírito de vivência que não se encontram em nenhum dos ditos “desportos a sério”. Reparem num “game of skate”, quando alguém dá uma manobra que o “adversário” não consegue ou nunca tentou, o que é que acontece? Explica-se como é que se dá e, na eventualidade de ele aterrar, aplaude-se loucamente o feito, mesmo apesar de termos perdido a hipótese de “lhe dar uma letra”. Nós, skaters, ajudamo-nos mutuamente de forma constante. Apesar de sermos só nós e o nosso skate, o espírito coletivo é gigantesco! Na nossa vida os fracassos e as quedas estão constantemente presentes. O skate ensina-nos a cair e levantar, vezes e vezes sem conta, até conseguirmos aquilo que queremos. Isto reflete-se, obviamente, em outras partes da nossa vida, seja na escola ou no trabalho. Nós, skaters, temos esta qualidade tão própria e única mas, infelizmente, ninguém lhe dá valor. Quantas vezes já ouvi, enquanto estudante, que muitos dos selecionados para certos trabalhos foram escolhidos por terem no seu currículo “disciplina musical”, ou outros desportos que são, quer queiramos quer não, reconhecidos e respeitados mundialmente: “Enquanto os outros miúdos estavam a ver TV ou a brincar, estes miúdos estavam a esforçar-se e a aprender, isso torna-os capazes de algo que outros talvez não sejam” – dizem, desculpando-se e tapando ainda mais os olhos a esta sociedade de interesses, que caminha de olhos vendados. E nós?!? Quem se lembra que enquanto outros miúdos brincavam ou enquanto os outros treinavam, nós caíamos e levantávamo-nos imediatamente? Quem se lembra que nós não desistíamos ao enfrentar tantas dificuldades? Quem se lembra do sangue que brotava das nossas pernas ou dos nossos braços, e apesar disso estávamos ali a tentar aquele truque ou aquela line uma vez mais? Quem dá valor a toda a nossa persistência, criatividade, paixão e dedicação? Isto não torna os skaters portadores de qualidades invejáveis? Não será isto útil no nosso futuro, ou vamos viver num mundo de fadas? Não são estas nossas características procuradas? Pois, a sociedade continua a ver-nos como marginais e o mundo avançará! Enquanto as pessoas não perceberem a fibra que realmente compõe um skater, muitas oportunidades, progressos e avanços do mundo serão perdidos. Ao andar de skate estamos sempre por nossa conta e apesar de sermos vistos como marginais, lá estamos para deixar a nossa pegada e mostrar quem somos e o que fazemos. Todos nós temos personalidades, estilos e maneiras de agir diferentes. E temos um incrível talento para ver para além do superficial: quando um sítio parece não ser adequado a nada, um skater consegue sempre inventar uma forma de fazer algo único. Dons que a sociedade insiste em desprezar. Pensem: não está o mundo a perder com a opinião que tem de nós? Nós podemos dar muito a este planeta, só precisamos de reconhecimento e de humildade por parte da população… só assim as coisas podem melhorar. Vamos lutar para não passarmos despercebidos, ou para não sermos vistos de forma negativa. Vamos mostrar às pessoas que somos bem mais do que aquilo que pensam de nós. Está na altura de nos orgulharmos de sermos skaters e de fazermos a sociedade entender como está errada! Xavier Silva 2014
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