Querido Edward
agosto/2020 TAG Comércio de Livros Ltda. Rua Câncio Gomes, 571 | Bairro Floresta Porto Alegre - RS | CEP: 90220-060 (51) 3095-5200
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Redação Fernanda Grabauska Luísa Santini Januário Débora Sander produto@taglivros.com.br Revisão Caroline Cardoso Impressão Gráfica Eskenazi Projeto Gráfico Bruno Miguell M. Mesquita Gabriela Heberle Paula Hentges Kalany Ballardin design@taglivros.com.br Capa Bruno Miguell M. Mesquita Gabriela Heberle Paula Hentges 2
Ao leitor Este é um livro com um apelo universal. Toda obra que você recebe em casa sempre é discutida entre muitos leitores antes de ser enviada pelo clube e, ao finalizar o livro que está na sua caixinha, todos esses leitores afirmaram a mesma coisa: esta é uma história que faz valorizar os momentos em família. O que o protagonista de Querido Edward passa não é algo que alguém se imagine vivendo, e isso é o que nos prende a essa narrativa – a nossa torcida para que o menino, abalado pela tragédia, consiga se reerguer e encontrar a felicidade. É uma bandeira recorrente da TAG que livros são portais de empatia. Sentindo com o coração do outro, alcançamos novos horizontes, novos entendimentos. Nesta edição da revista, você vai entender um pouco mais sobre a questão do luto e como esse processo psicológico se dá em crianças. Você também vai conhecer a história de outros sobreviventes de desastres. Esperamos que você torça pelo protagonista desse romance como nós torcemos. e que entenda que a base de toda a recuperação – das pequenas às grandes tragédias – é a amizade e o amor. Com carinho, Equipe TAG
Este mês na sua caixinha Em agosto, você recebe dois mimos. Pela primeira vez na história do clube, esperamos que você deixe de utilizar um deles o mais rápido possível! É que estamos enviando uma máscara de rosto: ela é personalizada, reutilizável e confeccionada em suplex, material anatômico e com acabamento em duas camadas de tecido. E, neste tempo em que nossos sonhos são tão malucos e sentimos tanta saudade de conviver com quem amamos, enviamos um caderno inspirado no projeto gráfico de Querido Edward. Esperamos que, quando todos pudermos nos abraçar novamente, você releia o que escreveu com o coração mais feliz. Sabemos que a pandemia é um momento difícil – em especial para comunidades em situação de vulnerabilidade. Por isso, nós doamos 5 mil máscaras reutilizáveis a seis instituições contempladas pelo Despertar, projeto social da TAG. Do Rio Grande do Sul ao Pará, pudemos ajudar quase 700 famílias.
Fotografia: Ricardo Ara
Nossa parceira nessa ação foi a Pró Verde Confecções, empresa criadora da Custom ®, marca que confecciona uma variedade de mimos e realiza doações solidárias de máscaras reutilizáveis para ONGs e projetos sociais.
Para ir além Quer saber mais? Leia sobre o Despertar e sobre a Custom ® nos links clube.taglivros.com/projeto-despertar e proverdecustom.com.br .
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Sumário 04
Um encontro delicado
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Entrevista com Ann Napolitano
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Entendendo a morte
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Únicos sobreviventes
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Próximo mês
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Um encontro delicado Texto: Débora Sander
“Dado que a morte é certa, mas o momento da morte é incerto, o que é mais importante?” A frase da monja budista Pema Chödrön, escolhida pela autora deste mês, Ann Napolitano, como epígrafe de Querido Edward, traz um questionamento complexo que o enredo do livro ajuda a responder – nem que seja a partir da elaboração de novas perguntas. A morte é uma certeza que adormecemos para dar continuidade e sentido aos nossos planos, mas, quando ela chega perto, somos tomados por uma consciência radical sobre a finitude da existência. Como ressignificar a partida de quem amamos e criar uma nova realidade, com novos vínculos e sentidos, sem a presença física de pessoas que constituem quem somos? Há uma explicação lógica e que possa trazer algum conforto para as tragédias que nos acontecem? Neste romance, o terceiro da norte-americana Ann Napolitano, a autora nos confronta com as duras
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temáticas da perda, do luto e do trauma. Quem vive esses sentimentos devastadores é um menino de doze anos: Edward Adler, o único sobrevivente em um acidente de avião que vitimou seu irmão e seus pais. Querido Edward nos conduz pelo transcorrer dos minutos no voo 2977, de Nova York para Los Angeles, desde o embarque até a queda da aeronave. Acompanhamos os momentos no avião pela perspectiva não apenas de Edward e sua família, mas de outros passageiros do voo. Um narrador onisciente nos dá acesso à subjetividade desses personagens, suas memórias pessoais e contextos de vida, além das percepções que carregam uns sobre os outros. Com descrições detalhadas e sensíveis sobre o que se passa em suas cabeças, a autora permite que o leitor compreenda e se relacione com os sentimentos de cada um deles. A narrativa alterna momentos dentro do avião com cenas dos meses e anos da vida de Edward após a tragédia. O leitor acompanha o doloroso e traumático processo de perda e as etapas de elaboração emocional do luto do menino a partir dessa experiência, vivenciada durante a turbulenta transição da infância para a adolescência. O percurso do protagonista nos leva a dilemas existenciais profundos, que incluem questionamentos sobre o papel de cada um no mundo e a capacidade humana de criar maneiras de viver e conviver com a dor – fazendo dela, se possível, um impulso para a expansão da existência.
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Entrevista: Ann Napolitano
“Eu realmente gostei de Edward e o amei como pessoa.” Texto: Fernanda Grabauska
TAG – Uma tragédia similar levou você a escrever a história de Edward. Você pode me contar como surgiu a ideia do livro? Ann Napolitano – A gênese de Querido Edward foi minha obsessão com um acidente aéreo que aconteceu em 2010. Um voo comercial que ia da África do Sul a Londres – cuja maioria dos passageiros é de holandeses voltando de férias – se acidentou na Líbia, e todos no voo morreram, à exceção de um garoto de nove anos. O garoto holandês foi encontrado ainda com o cinto de segurança afivelado, a cerca de 800 metros de distância dos destroços. Os investigadores especularam que ele estaria sentado perto da fuselagem e que teria sido basicamente ejetado do avião. Ele quebrou a perna e perfurou um pulmão, mas, apesar disso, estava bem. Todos os outros passageiros, os pais e o irmão do garoto, inclusive, morreram. Eu não conseguia parar de ler sobre a história, e rapidamente soube que tinha que escrever para conseguir entender como um menininho poderia encontrar um modo de lidar com o trauma do acidente, da perda de toda a família, e encontrar uma maneira de viver verdadeiramente.
Foi um consenso entre nós, aqui na TAG, que Querido Edward é um livro que faz chorar bastante. No entanto, não há uma linha piegas na obra inteira. Fico curiosa sobre seu processo 6
de escrita: como você dosou os sentimentos dos personagens de forma tão precisa? Em que você estava pensando? Obrigada! Eu queria que a história de Edward soasse emocionalmente verdadeira, então escrevi e reescrevi até que ela parecesse correta. Pareceu um pouco com segurar um diapasão sobre as páginas e ter certeza de que estava atingindo as notas corretas, linha após linha. Eu sabia que seria um romance terrível se a jornada de Edward não fosse precisa e honesta, então isso foi muito importante para mim.
Como foi a experiência de escrever um personagem criança? Às vezes é difícil para nós, leitores, acreditar em narradores crianças, então eu imagino que deva ser ainda mais difícil para um autor construir um protagonista forte como Edward. Pelo livro ter começado por imaginar como se sentiria o garoto holandês depois de perder sua família em um acidente que aconteceu, foi natural escrever meu livro do ponto de vista de um menino jovem. Eu realmente gostei de Edward e o amei como pessoa, então não me senti limitada nem pela idade nem pelo gênero dele. Apenas tentei habitá-lo totalmente, passo a passo.
Você tinha o sentimento de que estava escrevendo um best-seller ou ficou surpresa quando o livro se tornou uma sensação? Eu não senti que estava escrevendo um best-seller, de jeito algum! Fiquei preocupada que o livro não seria publicado – eu demorei oito anos para escrever Querido Edward e, nesse tempo, questionei se alguém de fato leria esse livro. Fiquei chocada quando ele foi vendido tão facilmente para uma editora, e fiquei chocada mais uma vez quando ele virou um best-seller. 7
Você é uma professora veterana de escrita criativa. Pretende continuar ensinando ou vai se dedicar exclusivamente à escrita a partir de agora? Ontem mesmo dei uma aula a respeito de enredo – então vou continuar a ensinar, só não o tempo todo. Eu realmente amo ensinar e falar com outros escritores sobre o ofício de escrever ficção.
A gente sempre pede aos autores que deixem uma mensagem aos 25 mil leitores que receberão seus livros no Brasil. No entanto, eu queria que você desse um conselho aos muitos escritores aspirantes que estão entre os associados do clube sobre como começar a escrever histórias. Muito obrigada a cada um de vocês por ler Querido Edward! Eu agradeço profundamente. Se você é um escritor jovem ou pensa em se tornar um escritor, há algumas coisas que eu sugeriria: 1. Escreva todos os dias, mesmo que por apenas 10 minutos. Quanto mais escrever, quanto mais frases você guardar, quanto mais histórias você tentar contar, melhor será sua escrita. 2. Leia todos os dias. Leia tudo. Leia escritas belas. Essas escritas se instalarão por osmose e se mostrarão quando você tentar formar frases. A leitura vai ajudar e, claro, é uma atividade maravilhosa por si só. 3. Encontre um ou dois leitores em que você possa confiar para dar retorno sobre seu trabalho. Não importa o quão talentoso você seja, é necessário ter uma perspectiva externa para ajudá-lo a ver onde brilha a sua ficção e onde ela precisa de mais trabalho. Se você não conhece alguém que possa preencher esse papel para você, faça aulas on-line ou presenciais de escrita. Sua escrita vai melhorar muito mais rapidamente se você tiver o retorno de outros escritores. Pode ser assustador entregar suas páginas para alguém, mas é muito importante. 8
A estante da autora O primeiro livro que você leu: o primeiro livro que lembro de ler quando era criança talvez seja Trixie Belden, uma série sobre uma detetive adolescente. O livro que você está lendo agora The Mirror & The Light, de Hilary Mantel. O livro que mudou a sua vida: Comer animais, de Jonathan Safran Foer. O livro que você gostaria de ter escrito: A assinatura de todas as coisas, de Elizabeth Gilbert. O ultimo livro que fez você chorar: The Magician’s Elephant, de Kate DiCamillo. O ultimo livro que fez você rir: Nothing To See Here, de Kevin Wilson. O livro que você dá de presente: The Dutch House, de Ann Patchett O livro que você não conseguiu terminar: não gostaria de dizer porque parece maldade com o autor, quando na verdade era eu que não estava no clima durante a leitura. Fotografia: Jake Chessum 9
Entendendo a morte Dos processos emocionais do ser humano, o luto é um dos mais particulares. Embora solitário no sentir, sua superação vem de uma rede de apoio. No caso de jovens, o suporte emocional da família e dos amigos é ainda mais importante. Para entender como funciona o luto em jovens e crianças, conversamos com Ana Lúcia Naletto, psicóloga especialista em luto e coordenadora do Centro Maiêutica, em São Paulo.
Texto: Débora Sander
TAG – Quais são as particularidades do luto na criança? Ana Lúcia Naletto – Acredito que, antes de tudo, é importante dizer que a criança vive, sim, o luto. Muitas pessoas acham que não por esse processo ser diferente na criança e no adulto. Em geral, reconhecemos alguém de luto como uma pessoa visivelmente triste e chorando. Se a criança não fica desse jeito, entendemos que ela não está de luto, mas isso não é verdade. Se ela tinha um vínculo importante com quem morreu, ela vai viver o luto. A forma como isso vai se manifestar varia conforme o contexto e a idade. A passagem do tempo para ela é algo muito diferente do que é para nós. O próprio conceito da irreversibilidade da morte é algo que as crianças menores não têm muito claro. Para elas, “nunca mais” é uma coisa muito abstrata. Na criança, o luto pode se manifestar como um comportamento mais arredio, arisco, irritadiço, apático. Outra manifestação muito comum é que ela fique mais apegada, grudada, querendo saber onde o
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adulto está, a que horas volta, querendo dormir junto. Às vezes elas ficam com raiva da pessoa que morreu, porque é quase um abandono. Elas não entendem que a morte não é uma escolha.
Quais são os principais desafios que os adultos encaram ao lidar com o luto infantil, quando eles mesmos estão, muitas vezes, enlutados? Quando os adultos que estão acolhendo a criança também estão de luto, existe uma tendência a acolher o núcleo mais frágil. As pessoas costumam se voltar para quem elas acham que está mais ferido, ou para quem está demonstrando mais. Então, se há uma criança de luto, muitas vezes o adulto suprime a própria dor para tentar dar conta da criança. É comum quando morre um dos genitores, por exemplo: morre a mãe, aí o pai se preocupa em dar aquela força para os filhos, mas na verdade ele está de luto também. Eu costumo dizer que, em uma família, quando acontece uma morte, são vários feridos. Todos estão machucados, cada um de um jeito.
Como agir quando a criança se recolhe a ponto de não querer falar? Até onde se deve respeitar esse limite que ela coloca, ou, por outro lado, como estimular que ela fale sem desrespeitar seu direito ao silêncio? Nesse aspecto, acho muito importante que o profissional que acolhe uma criança que passou por uma situação de perda seja alguém com formação nos estudos do luto, porque às vezes a dor da pessoa é tão intensa que ela não tem condições de falar. Como terapeuta do luto, eu tenho que entender que dar conta disso é importante. Para ela ser tratada, não precisamos necessariamente falar sobre o assunto. E aí se constrói a confiança de saber que ela pode estar com alguém que olha para ela sem essa sombra de tudo o que ela viveu. Tem muito luto que não dá para mexer 11
diretamente, que leva tempo, e a pessoa tem que sentir que há espaço para isso. Ter o seu desejo de não falar respeitado já é terapêutico em si. De qualquer forma, é importante abrir o canal de comunicação com a criança para ela saber que pode falar, que os adultos aguentam aquele assunto.
Qual é a melhor forma de falar sobre morte com crianças? É importante conversar sobre o assunto mesmo antes de que alguém próximo morra, para que ela esteja preparada? Preparado, mesmo, ninguém está. Mas, quando o assunto não é tabu, isso é mais bem digerido, mais bem tratado, a dor do luto é mais bem cuidada. Uma família que fala abertamente sobre o assunto ajuda a criar um ambiente mais saudável para uma eventual situação de perda. Se ela for poupada do tema da morte até o momento em que viver uma situação mais pesada, vai ser uma carga muito maior para processar. E os adultos acham que precisam florear um pouco a questão da morte, então, em vez de dizerem que uma pessoa morreu, dizem que foi morar com o papai do céu, que virou estrelinha etc. Isso não faz bem para a criança. Ela precisa da concretude, da palavra “morrer”. Se disser que foi morar com o papai do céu, ela pode achar que foi uma opção, pode se sentir abandonada. O que a gente orienta é sempre usar a palavra “morreu” e explicar que a pessoa não volta mais. Depois, você pode dar um sentido mais espiritual, religioso, simbólico.
Você acredita que a literatura tem um papel no processo de luto? Mergulhar em obras que falem sobre essa dor, escrever sobre essa dor, seriam ferramentas relevantes para lidar com uma perda? A arte e a vida psíquica deveriam caminhar juntas, porque a arte é uma forma de a gente dar contorno 12
às nossas experiências emocionais, inclusive a dor. Na terapia de luto, usamos muito a literatura infantil sobre o assunto, seja direta ou indiretamente. É uma forma de acessar a situação com conforto, como se você colocasse um travesseiro para não deitar direto no chão. Quando a pessoa está lendo um livro, ela se permite experimentar com segurança as sensações do personagem, porque não é ela que está vivenciando aquilo de fato. A gente também sugere que a pessoa em luto produza, escreva. A escrita é uma via de expressão, e dentro do processo de luto a expressão é fundamental. Eu achar um jeito de por a minha dor para fora é imprescindível para eu não adoecer, física ou emocionalmente. Tem gente que não chora facilmente, por exemplo, e o choro é uma forma de expressão, mas não é a única. Então, essa pessoa pode se expressar escrevendo, lendo, criando. Há muitas pessoas que pedem leituras que ajudem a compreender o luto, mas essas não são leituras técnicas, e sim histórias de pessoas que passaram por isso. A literatura pode ser também uma distração dessa dor: a pessoa pode ler um livro sobre alguém que viaja, vive várias aventuras que não têm nada a ver com o luto e a morte. Enquanto ela está lendo aquele livro, ela não está em contato com a dor. Nesse sentido, a leitura pode ser tanto um jeito de entender o luto quanto uma maneira de fugir dele – assim como o cinema, a música e as artes no geral, que também desempenham esse papel.
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Únicos sobreviventes A história de Querido Edward foi resultado do intenso interesse da autora pelas notícias de um acidente real, ocorrido em maio de 2010. O holandês Ruben Van Assouw, de nove anos, foi o único sobrevivente da queda de uma aeronave que ia de Joanesburgo, na África do Sul, a Trípoli, na Líbia. No acidente, ele perdeu seus pais e seu irmão, e foi adotado pelos tios. Segundo Ann Napolitano, escrever esse livro foi uma forma de lidar com a perplexidade que sentiu ao pensar de que maneira uma criança que passa por essa situação consegue ressignificar o trauma e encontrar novos sentidos para a vida. Na história da aviação, houve 14 acidentes com um único sobrevivente. Conheça algumas dessas histórias:
Texto: Débora Sander
Cena do documentário Juliane cai na selva
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Voo LANSA 508 – Em dezembro de 1971, um avião que percorria o trajeto entre as cidades peruanas de Lima e Pucallpa foi atingido por um raio e caiu. Juliane Koepcke, na época com 17 anos, foi a única sobrevivente. Outras 91 pessoas morreram, incluindo a mãe dela. A adolescente passou dez dias sozinha caminhando pela floresta onde o avião caiu, lutando para sobreviver mesmo gravemente machucada. Ela foi resgatada por homens que passavam de barco por um rio na mata. Juliane tinha habilidades de sobrevivência por ter morado durante alguns anos com os pais em uma estação de pesquisa em uma floresta. Sua história é contada no documentário Juliane cai na selva (2000), do cineasta alemão Werner Herzog. Ele tem envolvimento pessoal com a história: teria embarcado no avião que caiu não fosse por uma mudança de itinerário de última hora.
Cena do filme Sole survivor
Cena do filme Sole survivor
Cena do filme Sole survivor
Voo Galaxy 203 – Em janeiro de 1985, uma aeronave que faria o trecho de Reno a Minneapolis, nos Estados Unidos, caiu logo após a decolagem. George Lamson, então com 17 anos, foi o único sobrevivente entre as 71 pessoas a bordo. Seu assento foi arrancado do avião em função do impacto e arremessado para o meio de uma estrada. Ao cair, Lamson ainda conseguiu soltar o cinto de segurança e correr para longe da aeronave, escapando da explosão. Seu pai e outro passageiro também sobreviveram, mas morreram um mês depois por ferimentos causados pelo acidente. Voo Comair 5191 – Em agosto de 2006, uma aeronave que saía de Lexington com destino a Atlanta, nos Estados Unidos, caiu, deixando 49 mortos. O único sobrevivente foi o copiloto do avião, James Polehinke, que perdeu uma perna no acidente. Além de conviver com o trauma de ser o único sobrevivente, ele também teve que lidar com o sentimento de culpa pelas mortes do acidente, causado por falha humana. Voo Yemenia 626 – Em junho de 2009, um voo que percorria o trecho de Sana’a, no Iêmen, até Moroni, nas Ilhas Comores, caiu no Oceano Índico, deixando 152 mortos. A única sobrevivente foi a francesa Bahia Bakari, então com 13 anos de idade. Sem conseguir nadar e sem colete salva-vidas, a menina se agarrou aos escombros por horas até ser resgatada. Bahia perdeu a mãe no acidente. Em 2010, ela lançou seu próprio livro, chamado Moi Bahia, la miraculée (Eu, Bahia, a garota milagrosa). 15
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Próximo mês Setembro reserva um best-seller de um dos escritores mais conhecidos dos Estados Unidos. Conhecido como o “rei do thriller legal”, ele utiliza sua experiência no mundo do direito na hora de compor histórias eletrizantes. E haja imaginação: desde 1991, ele escreve um livro por ano! No livro que você receberá na caixinha de setembro, um advogado com a vida pessoal em frangalhos dedica todas as suas energias na libertação de detentos no corredor da morte. Ganhando um salário insuficiente, mesmo assim ele se empenha em procurar o perdão para presos condenados injustamente – mas um caso em especial o coloca em uma corrida contra o tempo e contra o sistema judiciário norte-americano.
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Sua estante merece! A TAG apresenta mais uma edição de luxo para você se apaixonar e embarcar numa leitura emocionante! Capa dura • Hot stamping dourado • Miolo ilustrado • Acompanha marcador de páginas
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“O presente é o mais frágil dos artefatos improváveis. Podia ser diferente. Qualquer parte dele, ou sua totalidade, podia ser outra coisa.” – Ian McEwan 18