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2008 – Lynara Ojeda de Souza

Lynara Ojeda de Souza

Graduada em Jornalismo pela UFMS. Tem especialização em Linguagem Jornalística pela Uniderp/Anhanguera. Assessora de Comunicação e coordenadora de atividades do Programa Escola de Conselhos e assessora de comunicação do Programa de Ações Integradas e Referenciais de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes no Território Brasileiro (PAIR) no Contexto das Grandes Obras, pelo Instituto Aliança e Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.

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Foto: Arquivo Pessoal

O que te motivou a fazer Jornalismo?

“Minha motivação era a mais superficial e comum de todas! Sempre fui comunicativa, então sempre achei que deveria fazer alguma graduação nessa área. Prestei vestibular para Rádio e TV e para Jornalismo, já que era o único curso de Comunicação na UFMS. Ao passar em Jornalismo, é claro que não tive dúvidas e iniciei a graduação na UFMS. Felizmente, o tempo na Universidade me fez desconstruir toda a idéia superficial que tinha sobre a profissão. Ao longo da graduação, me apaixonei pelo fazer Jornalismo em sua essência. O compromisso e a responsabilidade social da profissão me fascinam. O fato é que, na Universidade, pude conhecer e admirar muito o Jornalismo.

Quando você era estudante, como era a estrutura do curso, tanto física como pedagógica?

Nossa turma (2008) teve muita sorte. A Universidade vinha de algumas greves nos anos anteriores, então lembro que uma turma (do terceiro ano) estava com a grade toda atrasada. Mas nós não tivemos esse tipo de problema, nem mesmo com a falta de professores. Tínhamos vários que não Foto: Arquivo pessoaleram doutores concursados, mas no geral tivemos bons professores, mesmo

As dificuldades eram mais de estrutura e equipamentos, computadores velhos, máquinas fotográficas antigas. Era um desafio, mas acredito que a turma se virou muito bem nesse sentido. Tinha muita reclamação, é claro, mas não deixamos isso prejudicar a formação da turma. Sempre estive entre os alunos que reivindicavam melhorias para o curso, mas não deixava de lado o foco, que era a formação.

Tem algum fato importante/engraçado que te marcou durante a graduação?

Vários. Mas um dos fatos mais interessantes e importantes para mim como aluna foi voltarmos a ter um coordenador de curso graduado em Jornalismo. Quando entramos na Universidade, teve um tempo que nosso curso era coordenado por professores que vinham de outras áreas, não estou dizendo que eram ruins, mas acreditávamos que somente um jornalista conseguiria de fato compreender as necessidades que nós acadêmicos tínhamos no processo de formação. Então brigamos para que o novo coordenador fosse jornalista e conseguimos. Em 2007 (se não me engano), a coordenação passou a ser da professora Daniela Ota.

Quais foram as maiores dificuldades ou desafios enfrentados para aprender jornalismo?

Acredito que os maiores desafios sempre foram éticos. Pois aprender a técnica em si é muito fácil e simples. Mas compreender de fato qual é o meu papel e, principalmente, quais são os meus limites enquanto profissional, sempre foram minhas dificuldades.

Qual foi o tema do seu TCC?

Fiz um livro-reportagem em trio (Andressa Domingos de Mello e Luisa Amorim) sobre abuso sexual contra crianças no âmbito intrafamiliar e suas consequências na vida adulta, intitulado: Verbos libertos – Relatos de Abuso Sexual. Orientado pelo professor Edson Silva.

Como você teve contato com a Escola de Conselhos? Porque optou trabalhar as questões sociais?

Meus primeiros contatos com área dos Direitos Humanos foram nas aulas de Técnicas de Reportagem do professor Edson Silva, e de cara me apaixonei. Entre 2006 e 2007, fui voluntária no Caminhos, que era um site laboratório coordenado pelo Edson e que trabalhava nessa área. Foi ótimo, aprendi muita coisa lá. Em abril de 2007, entrei em uma seleção de estágio na

o tema, mas com pesquisas e com a atuação dos profissionais que atuam na promoção dos Direitos Humanos. Posso dizer que me descobri. Estou na Escola há sete anos, e não me vejo fazendo outra coisa. Não acho que escolhi a área, foi ela que me escolheu. Acredito muito na necessidade de termos mais jornalistas atuando diretamente com a temática, de forma aprofundada e responsável. O tema é sério, delicado e exige muito compromisso.

Trabalhou em algum outro veículo?

Sim. Trabalhei paralelamente durante 18 meses no Jornal de Domingo. Foi uma experiência interessante, era bem diferente, mas foi o suficiente para perceber que, enquanto eu puder, continuarei atuando na área dos Direitos Humanos.

As limitações da Universidade te prejudicaram na profissão?

Não, muito pelo contrário. Por mais clichê que pareça, as dificuldades te tornam mais “safo”. Fora que você aprende a encontrar alternativas com mais facilidade. Você precisa se virar e se vira. Entrei no curso de Jornalismo da UFMS há nove anos e desde então conheci mestres incríveis. Também encontrei pessoas que se tornaram amigos para a vida toda. Mas foi no Jornalismo também que descobri minha vocação, minha luta. Descobri que o exercício responsável e ético da minha amada profissão pode ser transformador, libertário, humano. Descobri que ser jornalista vai muito além de saber fazer um textinho redondinho, com bom lead, um gancho bacana. Ser jornalista é a busca eterna pela mudança, pela transparência, pela cidadania, pela igualdade, pela garantia de direitos. Sou muito ” abençoada por ser jornalista e ainda mais por poder fazer do Jornalismo um instrumento singular na construção de um mundo mais justo. Isso tudo só foi possível por eu ter passado pelo Curso de Jornalismo da UFMS. Tenho certeza!

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