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74 MILHÕES DE VIDAS SALVAS, DESDE 2000

74 MILHÕES DE VIDAS FORAM SALVAS, DESDE 2000, GRAÇAS AOS ESFORÇOS MUNDIAIS PARA ERRADICAR A TUBERCULOSE. ESTE ANO, O TEMA DO DIA MUNDIAL DA TUBERCULOSE, ASSINALADO NO PASSADO DIA 24 DE MARÇO, FOI “SIM! PODEMOS ACABAR COM A TUBERCULOSE!”. 2023 É UM ANO CRÍTICO, COM OPORTUNIDADES PARA AUMENTAR A VISIBILIDADE E O COMPROMISSO POLÍTICO EM TORNO DA DOENÇA, JÁ QUE SE VAI REALIZAR UMA REUNIÃO DE ALTO NÍVEL DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE A TUBERCULOSE, NO PRÓXIMO MÊS DE SETEMBRO.

A24 de Março de 1882, o cientista alemão Robert Koch apresentou, pela primeira vez, a sua descoberta da bactéria causadora da tuberculose. Nestes 141 anos, foi percorrido um longo caminho: existem testes, tratamentos e uma vacina contra a tuberculose, que salvaram inúmeras vidas. A tuberculose é, hoje, uma doença evitável, tratável e curável. Desde 2000, as mortes por tuberculose diminuíram quase 40%, a nível mundial, e mais de 74 milhões de pessoas tiveram acesso a serviços relacionados com a doença. “No entanto, esta doença ainda mata 1,6 milhões de pessoas, todos os anos, afecta muitos milhões e tem enormes impactos nas famílias e comunidades. A pandemia de Covid-19 e os conflitos em curso em muitos países perturbaram gravemente os serviços de prevenção, detecção e tratamento. Como resultado, pela primeira vez em mais de uma década, a Organização Mundial da Saúde (OMS) relatou um aumento no número de mortes por tuberculose, no ano passado”, notou o Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus, director geral da OMS, na conferência de imprensa que antecedeu as comemorações do Dia Mundial da Tuberculose. Em 2015, no âmbito dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável, as nações do mundo comprometeram-se a acabar com a tuberculose até 2030. No próximo mês de Setembro, os líderes mundiais reunir-se-ão em Nova Iorque para a segunda reunião de alto nível sobre a doença. “Acreditamos que esta reunião poderá ser um ponto de viragem na luta contra a tuberculose, se os líderes assumirem compromissos reais e duradouros no sentido de se investir na resposta à doença”

Acabar com a tuberculose até 2030 é uma meta extremamente ambiciosa. Há cinco anos, para apoiar este objectivo, a OMS criou uma iniciativa emblemática para promover a investigação e expandir o acesso aos serviços relacionados. “Temos de disponibilizar as ferramentas de que dispomos a mais pessoas. Mas também precisamos de novos instrumentos”, sublinhou o Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus. Efectivamente, o aumento da resistência está a minar a eficácia de alguns medicamentos utilizados para tratar a tuberculose. E a única vacina desenvolvida até à data, a BCG, tem mais de 100 anos e não protege suficientemente adolescentes e adultos, que são responsáveis pela maioria dos casos de transmissão da doença.

É por isso que a OMS propôs a criação de um Conselho de Aceleração das Vacinas contra a Tuberculose, para facilitar o desenvolvimento, o licenciamento e a utilização de novas vacinas. “No entanto, é evidente que não conseguiremos acabar com a tuberculose se não abordarmos os seus principais motores: pobreza, subnutrição, diabetes, VIH, consumo de tabaco e de álcool, más condições de vida e de trabalho, estigma e discriminação, entre outros”, enumerou o director geral da OMS. “Por essa razão, decidimos prolongar a iniciativa por mais cinco anos, até 2027, e alargar o seu âmbito”

Erradicar a tuberculose

Acabar com a tuberculose não é tarefa exclusiva da OMS, dos governos ou dos sistemas de saúde. Este objectivo exigirá acções e uma maior responsabilização por parte de todos os governos, agências, doadores, investigadores, sector privado e sociedade civil. “As vozes das pessoas afectadas pela tuberculose são as mais fortes e devem ser ouvidas mais alto”, disse na mesma conferência a Dra. Tereza Kasaeva, subdirectora geral interina da OMS para as doenças transmissíveis e não transmissíveis. 2023 é um ano crucial para impulsionar a agenda para acabar com a tuberculose, uma vez que existem várias oportunidades de alto nível para aumentar a visibilidade, o compromisso político e os investimentos para a resposta à doença. Pela segunda vez, os Chefes de Estado reunir-se-ão para deliberar sobre a aceleração dos esforços para acabar com a tuberculose, na reunião de alto nível das Nações Unidas, que terá lugar na Assembleia Geral em Setembro. Duas outras reuniões de alto nível da ONU serão realizadas ao mesmo tempo, centrando-se na cobertura universal de saúde e na preparação para pandemias. Recentemente, o director geral da OMS anunciou o alargamento do foco da iniciativa emblemática para 2023-2027, que apresenta novas metas que reúnem países e partes interessadas no redobro dos esforços para garantir o acesso universal à prevenção, aos cuidados e às mais recentes ferramentas e tecnologias para combater a tuberculose, no caminho para a cobertura universal de saúde.

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