Pela segurança no trânsito

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EDIÇÃO INFORMATIVA DA CNT

ANO XXV NÚMERO 281 MAIO 2019

CNT e SEST SENAT desenvolvem ações para garantir mais segurança no trânsito; nos últimos dez anos, mais de 83 mil pessoas perderam a vida em acidentes somente em rodovias federais policiadas


TRANSFORMAR VIDAS, ESSA É A NOSSA MISSÃO. O SEST SENAT tem a missão de transformar a realidade do transporte brasileiro e contribuir para elevar a competitividade dos transportadores por meio da educação profissional, da promoção da saúde e da melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores do setor. Acesse o site www.sestsenat.org.br e encontre a Unidade mais próxima a você!

Sérgio Reis

Amigo do trabalhador do transporte


Thales Augusto Especialista ferroviário

Para o meu trabalho, é muito importante ter uma certificação internacional e expandir os horizontes.

0800 728 2891

www.sestsenat.org.br

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REPORTAGEM DE CAPA Acidentes de trânsito mataram mais de 83 mil pessoas somente em rodovias federais policiadas nos últimos dez anos, gerando um prejuízo de R$ 50 bilhões por ano. CNT e SEST SENAT desenvolvem ações para garantir mais segurança no trânsito PÁGINA 16

­­­­T R A N S P O R T E A T U A L ANO XXV | NÚMERO 281 | MAIO 2019

ENTREVISTA • John Davis, especialista em negócios familiares, fala sobre a sucessão nas empresas página

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SEST SENAT

Grande final do Rodeio de Caminhões é realizada no simulador de direção página

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RODOVIÁRIO

As discussões do 19º Seminário de Transporte Rodoviário de Cargas

EDIÇÃO INFORMATIVA DA CNT FALE COM A REDAÇÃO (61) 3315-7000 SAUS, Quadra 1 - Bloco J - entradas 10 e 20 Edifício Clésio Andrade • 10º andar CEP: 70070-010 • Brasília (DF)

CONSELHO EDITORIAL Bruno Batista Helenise Brant João Victor Mendes Myriam Caetano Nicole Goulart Valter Souza

esta revista pode ser acessada via internet:

edição

www.cnt.org.br | www.sestsenat.org.br

Cynthia Castro - MTB 06303/MG Livia Cerezoli - MTB 42700/SP diagramação

Gueldon Brito, Jorge A. Dieb e Rafael Bittencourt revisão

atualização de endereço:

atualizacao@cnt.org.br Publicação da CNT (Confederação Nacional do Transporte), registrada no Cartório do 1º Ofício de Registro Civil das Pessoas Jurídicas do Distrito Federal sob o número 053. Tiragem: 60 mil exemplares

Filipe Linhares Os conceitos emitidos nos artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da CNT Transporte Atual

página

FERROVIÁRIO

Setor de passageiros apresenta propostas para políticas de mobilidade página

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AQUAVIÁRIO

AÉREO

Entenda as estratégias para reduzir as emissões de gases poluentes

Redução de ICMS sobre querosene aumenta frequência de voos

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40

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ECONOMIA

SUSTENTABILIDADE

Conheça a proposta da CNT sobre a precificação do diesel

Cartilhas indicam boas práticas sobre condução econômica e manutenção do veículo

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MOBILIDADE

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INSTITUCIONAL

Despoluir é apresentado CNT lança nova durante evento na edição do Atlas Embaixada de Portugal do Transporte página

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página

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página

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MOBILIZAÇÃO

SEST SENAT desenvolve ações de enfrentamento à exploração sexual

w w w. c n t. o r g . b r

EXPANSÃO

Seções Duke

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Editorial

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Mais Transporte

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CIT

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Alexandre Garcia

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Agora você pode encontrar todos os boletins da CNT no mesmo lugar.

Inaugurada nova unidade do SEST SENAT em Maringá página

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ITL

Gestores participam de curso de extensão na Alemanha página

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CNT TRANSPORTE ATUAL

Duke

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CNT TRANSPORTE ATUAL

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Para termos um trânsito melhor, devemos mudar o nosso comportamento EDITORIAL

VANDER COSTA

N

Segurança no trânsito, um debate necessário

esta edição, tratamos da segurança no trânsito. A legislação já evoluiu muito, com a Lei Seca, o exame toxicológico e, principalmente, com o controle de jornada dos motoristas, que veio por meio da lei n.º 12.619, reformada pela 13.103. A redução de ocorrências com veículos de grande porte já pode ser observada nas estatísticas, mas os acidentes rodoviários ainda são muitos e causam grandes prejuízos. Nossa revista traz informações com o objetivo de provocar debates que apontam para aonde queremos ir. Queremos continuar reduzindo os acidentes ou é hora de acabar com a obrigatoriedade do exame toxicológico? Você gostaria de viajar em um ônibus ou caminhão cujo piloto é usuário de drogas? Os prejuízos financeiros provocados por acidentes são enormes, como pode ser observado na reportagem. Mas o trauma pessoal decorrente da perda de um familiar ou amigo é incalculável. Colocar a culpa no custo do exame toxicológico nos parece um exagero. Um exame custa em torno de R$ 300 e precisa ser feito a cada cinco anos. Isso significa algo em torno de R$ 5 por ano, valor que pode ser reduzido para R$ 2,50, se for aprovado o aumento do período para a renovação da CNH (Carteira Nacional de Habilitação) para dez anos. Não nos parece ser razoável colocar nem mesmo uma vida em risco tendo como argumento a economia acima relatada. Para nós, empresários, se vier o fim da obrigatoriedade, deverá permanecer, pelo menos, a possibilidade de o exame toxicológico ser feito como opção de cada empresa de transporte.

Maio Amarelo é um mês simbólico, escolhido para repensarmos as relações no trânsito, principalmente para reavaliarmos nosso comportamento enquanto motoristas, pedestres, ciclistas ou condutores de patinetes. Para termos um trânsito melhor, devemos mudar o nosso comportamento. O SEST SENAT participa da Campanha Maio Amarelo com o objetivo de divulgar a importância da segurança no trânsito, mas o nosso trabalho é realizado durante todo o ano. Investimos em simuladores de direção e realizamos uma série de treinamentos para que os motoristas profissionais melhorem seu desempenho por meio da direção defensiva, econômica e responsável. O treinamento de motoristas é uma forma de o empresário praticar o ganha-ganha, pois a empresa ganha com a redução de acidentes e de custos. As técnicas de direção defensiva não são conflitantes com relação à direção econômica. Muito pelo contrário. Elas são complementares. A maioria dos acidentes de trânsito é evitável com práticas simples, como o controle de tempo de direção; o combate ao uso de drogas químicas, aqui incluídas as bebidas alcoólicas; o controle de velocidade; e a manutenção preventiva. São práticas que qualquer empresário pode impor em sua empresa para colher os frutos do transporte sem acidentes. Esta edição não trata apenas de acidentes. Oferece, também, informações sobre o lançamento do Atlas do Transporte, uma publicação da CNT que apresenta a infraestrutura de todos os modais do transporte no Brasil. O Atlas está disponibilizado em versão física, que distribuiremos às autoridades, e na versão digital, que pode ser consultada em nosso site. Muito obrigado.


ENTREVISTA

JOHN DAVIS ESPECIALISTA EM NEGÓCIOS FAMILIARES

Herança ou

profissionalismo? Por EVIE GONÇALVES

F

undador e dono do Cambridge Family Enterprise Group, organização global criada em 1989 dedicada a ajudar famílias a encontrarem um sucesso duradouro, em longo prazo, para negócios, empresas e patrimônio financeiro, John Davis é globalmente reconhecido como pioneiro e especialista em questões relacionadas a empresas e negócios familiares. Desde 1970, vem se tornando o principal pesquisador, autor, conselheiro e porta-voz do tema. Seus conhecimentos ajudam a despertar valores em investi-

dores, desenvolver lideranças, reforçar famílias, profissionalizar negócios e transferir conhecimento sobre negócios sustentáveis para as próximas gerações. Especializado em gestão, psicologia e economia, o professor Davis, como é conhecido, tem orientado negócios de famílias multigeracionais em mais de 65 países. Renomado acadêmico, lidera programas na MIT Sloan School of Management, em Massachussets, nos Estados Unidos. Além disso, foi professor na faculdade Harvard Business School por 21 anos. Leciona sobre estratégias para que os

negócios familiares se posicionem melhor no futuro. Também ministra palestras em conferências e workshops de negócios familiares ao redor do mundo, como o Fórum Econômico Mundial, por exemplo. Professor Davis escreveu, ainda, importantes trabalhos sobre a dinâmica dos negócios familiares. Sua principal contribuição é o “ThreeCircle Model of the Family Business System” (Modelo de Três Círculos do Sistema de Empresas Familiares, na tradução livre). Também é coautor do livro “Generation to Generation: Life Cycles of the

Family Business” (Geração a Geração: Ciclos de Vida dos Negócios Familiares, na tradução livre). O material é utilizado em escolas de graduação de negócios ao redor do mundo. O doutor em Administração de Negócios pela Harvard Business School foi palestrante do Workshop Family Business – Alta Performance, realizado na sede da CNT (Confederação Nacional do Transporte), em Brasília. Nesta entrevista à CNT Transporte Atual, ele fala sobre o tema central da sua carreira. Confira os principais trechos.


FOTOS | ARQUIVO SISTEMA CNT

“Nem todo mundo quer ou merece ser o dono da empresa. Por que sobrecarregar a próxima geração com proprietários que irão obstruir ou não contribuir?” Quais as principais práticas que levam ao sucesso dos negócios familiares ao longo dos anos? O sucesso familiar é difícil de ser sustentado por gerações, mas isso pode ser feito. Minha fórmula para o sucesso de longo prazo familiar é: crescimento + talento + unidade. As famílias deveriam aumentar o número de assentos nas empresas de acordo com a sua taxa de crescimento sustentável, que é a taxa do retorno financeiro de que ela precisa para continuar investindo e reinvestindo, dando retorno para a sociedade por meio da filantropia e satisfazendo as necessidades do seu crescimento. Além disso, precisa atrair, desenvolver, reter e incentivar

o talento familiar e não familiar. Precisa ir além do talento dentro do negócio. Famílias precisam ter talentos desenvolvidos para múltiplos papéis a fim de sustentar o negócio familiar para outras gerações, incluindo donos e membros do conselho capazes, criadores de riqueza, líderes de impacto social e membros da governança familiar. Elevar as novas gerações aos valores familiares também é um processo de desenvolvimento de talentos. As empresas precisam desenvolver continuamente a unidade na família e do grupo que detém a propriedade. É preciso ter alinhamento e aproximação da missão para o negócio familiar na tomada de decisões-chaves, manter o

comprometimento com seus ativos e escolher talentos capazes de manter o movimento para a frente. O que deveria ser feito se o membro da família que herdará o negócio não for um bom dono? Nem todo mundo em uma família quer ou merece ser o dono da empresa. Nós cos-

tumamos tratar a empresa familiar como o direito de herança, mas realmente precisamos pensar nisso como um trabalho. Esse trabalho exige que um indivíduo se importe o suficiente com a empresa para aprender sobre ela, apresentar-se bem em reuniões importantes, não esperar recompensas financeiras ou trabalhos não merecidos e se


dar razoavelmente bem com os outros donos. Eu aconselho famílias que, se depois de tentar ajudar um herdeiro a se tornar um bom dono isso não acontecer, elas não deveriam passar ações com direito a voto para aquela pessoa. Por que sobrecarregar a próxima geração com proprietários que irão obstruir ou não contribuir? Como preparar a família para atuar de forma profissional dentro de uma organização? Um profissional é um indivíduo com altos padrões de desempenho e ética que atua nos melhores interesses da

empresa e dos seus públicos. Profissionalismo não tem nada a ver com categorias familiares ou não familiares. Tem a ver com atitudes e comportamentos da pessoa. Como as chances de sucesso de uma família de negócios aumentam? Com disciplina suficiente para agir de forma responsável em relação ao negócio e quando decisões precisam ser tomadas objetivamente, de acordo com critérios e processos justos. Sistemas e processos são, frequentemente, os principais condutores do profissionalismo, porque

“Profissionalismo não tem nada a ver com categorias familiares ou não familiares. Tem a ver com atitudes e comportamentos da pessoa”

elevam os padrões de desempenho e criam consistência nas abordagens. Algumas maneiras de desenvolver a disciplina familiar são: desenvolvimento de regras, processos e planos; retorno aos empregados da família e aos membros do conselho; encorajamento e recompensas; conselho forte e fóruns de governança para os donos e familiares discutirem suas metas e responsabilidades com o negócio; não aceitar violações de valores. A família precisa ter uma atitude profissional com o negócio e fazer o planejamento e a elaboração de regras profissionais. É arriscado não fazer essas coisas. De que maneira empresas familiares devem se adaptar ao novo cenário de transformações tecnológicas e disruptivas? Adotar a mentalidade do dono da empresa é essencial na atual era da disrupção digital. É um dos poucos elementos que ajudam uma empresa em um período de ruptura. A mentalidade do proprietário é a primeira a se destacar, pois os donos analisam constan-

temente o ambiente e o horizonte. Isso dá aos proprietários um melhor entendimento sobre o que está acontecendo ao redor da empresa. Além disso, a mentalidade do dono leva a uma visão menos apaixonada dos verdadeiros pontos fortes e fracos da empresa e das principais capacidades dos proprietários. Como a mentalidade dos proprietários incentiva positivamente esse cenário? Com experimentações e disposição de aprender com outras empresas. Isso proporciona um bom aparato de defesa para guiar a empresa em momentos disruptivos. Negócios familiares que seguem a mentalidade dos donos estão aptos a se moverem rapidamente e a serem ágeis, porque estão prontos para fazerem a estratégia avançar no momento correto. De que forma gerações novas e antigas devem compartilhar a efetiva transição do negócio familiar? Durante a transição para a sucessão, que pode levar de


“A nova geração de líderes e proprietários deve buscar objetivos estratégicos que interessem. Assim, estará motivada a construir o patrimônio da família” cinco a dez anos, ou mais, a nova e a antiga gerações precisam compartilhar e estar alinhadas com uma estratégia unificada. Elas conseguem fazer isso quando seus planos

se encaixam. No começo da transição, a próxima geração deve estar alinhada com os planos da antiga geração. Ao longo do tempo, entretanto, os planos podem mudar, assim como as

lideranças e as transferências de propriedade. Técnicas de parcerias entre gerações incluem: compartilhar abundantemente informações; ouvir e integrar pontos de vista e habilidades de ambas as gerações nas decisões; falar com uma só voz interna e externamente; desenvolver, juntos, uma estratégia geral para o negócio da família; expressar apreço pelas contribuições uns dos outros; oferecer suporte mútuo uns para os outros. Quais os papéis das próximas gerações nesse cenário de mudanças? Atualmente, negócios precisam de jovens talentos para mudar empresas, porque demandam agilidade. Interpretar mal o ciclo de vida da indústria pode ser um erro

fatal. Além disso, a nova geração de líderes e proprietários deve buscar objetivos estratégicos que interessem. Assim, estará motivada a construir o patrimônio da família. Isso significa que a próxima geração precisa de tempo e de espaço para identificar e buscar novas direções e atividades para o negócio. Qual a principal habilidade para a sobrevivência e o sucesso dos negócios familiares na próxima década? Relacionamento externo. A próxima geração deve assumir um caminho de construir o negócio e trazer uma mudança construtiva. Ela pode olhar para os parceiros que podem adicionar capital e habilidades complementares que permitam que a empresa familiar reduza seus riscos e se abra para a expansão de mercados. A próxima geração deve se relacionar externamente para conhecer novas pessoas, para aprender mais sobre novos modelos de negócios e áreas de crescimento e sobre como explorar novos mercados e iniciativas. l


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MAIS TRANSPORTE Híbrido plug-in mais potente da história da Ferrari

DIVULGAÇÃO | FERRARI

A Ferrari lançou o híbrido SF90 Stradale, que pode rodar no modo totalmente elétrico. Esse é o modelo da marca italiana mais potente de sua história: são 1.000 cv de potência. Com um motor 3.9 V8 biturbo, de 780 cv, a máquina trabalha com outros três motores elétricos, que geram mais 220 cv. Um dos motores elétricos recupera energia cinética para que seja reaproveitada nas acelerações. Os outros dois motores elétricos ficam nas rodas dianteiras e são os únicos a trabalhar ao colocar o carro no modo 100% elétrico eDrive. Ele pode andar entre 25 km/h e 135 km/h, sem usar o motor a combustão. A SF90 Stradale chega à velocidade máxima de 340 km/h e aceleração de 0 a 100 km/h em 2,5 segundos.

Maior embarque de granel da história O porto de Paranaguá (PR) movimentou, no fim de maio, a maior quantidade de grãos para exportação da história. A façanha de levar 90 mil toneladas de farelo de soja – o equivalente a mais de 2,5 mil carretas carregadas – coube ao navio chinês Lan Hua. A operação durou quatro dias. A embarcação chinesa possui 254 metros

de comprimento e 43 metros de boca (largura) – tamanho superior ao de dois campos de futebol – e é o maior navio graneleiro já recebido no corredor de exportação. Em média, os navios que chegam para carregar granéis sólidos no porto de Paranaguá medem entre 199 e 229 metros de comprimento.


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O início da retomada do crescimento econômico brasileiro deve mesmo ficar para 2020. A lentidão na aprovação da reforma da Previdência e outros fatores, muitos de ordem internacional, têm contribuído para compor esse cenário de pouco otimismo. A análise é do economista Mauro Schneider, da LCA Consultores – Soluções Estratégicas em Economia, que ministrou a palestra “Aceleração do crescimento econômico: como e quando?”, na sede da CNT, em Brasília, em maio. Segundo ele, a velocidade com que avança a agenda de reformas é decepcionante e, eventualmente, outros fatores se somam a esse e estão limitando a melhoria da economia. Schneider comenta que está havendo uma desaceleração do crescimento mundial e isso afeta o Brasil. “Temos vários elementos de risco e de criação de turbulências, perturbações, que têm feito oscilar o humor dos empresários e o comportamento dos mercados financeiros.” Ele cita, por exemplo, a oscilação na zona do Euro, a guerra comercial entre Brasil e China e a possibilidade de recessão nos Estados Unidos como pontos que interferem negativamente para o Brasil. “Há momentos em que tudo parece mais sério, mais grave, e a confiança cai. Os preços dos ativos diminuem, as bolsas de valores perdem valor. Isso acaba tendo influência negativa sobre a atividade econômica ou sobre as perspectivas. A volatilidade significa isto: oscilações de humor. Isso, por si só, não é bom”. Na avaliação do economista, a reforma da Previdência do Brasil é o primeiro passo para a recuperação econômica. “Isso porque ela

ARQUIVO PESSOAL

Cenário internacional é desfavorável para o Brasil

ataca um problema central de desequilíbrio das contas públicas. Do ponto de vista de fundamentos macroeconômicos, esta é a primeira lição de casa a ser feita: equilibrar as contas públicas.” Entretanto, ele reconhece que é necessário tomar outras medidas. “Vai ser muito importante aprovar a reforma da Previdência por todos os motivos concretos e simbólicos. Mas isso não vai representar uma mudança milagrosa da economia do dia para a noite. A agenda tem que avançar em outros temas também.” (Por Cynthia Castro)

Conectando veículos com semáforos A Audi vai colocar em uso, a partir de julho, na Europa, a tecnologia Audi Traffic Light Information, que permite conectar veículos com os semáforos. Com a inovação, os condutores poderão ver no painel qual a velocidade para chegar ao próximo semáforo verde. Se não for possível dentro do limite de velocidade permitido, uma contagem aparecerá para a próxima

fase verde. A primeira cidade que receberá a ferramenta será Ingolstadt, na Alemanha. O sistema será acionado em modelos Audi selecionados, que incluem todos os modelos e-tron. Nos Estados Unidos, o sistema já é utilizado há mais de dois anos em mais de 5.000 cruzamentos nas cidades de Denver, Houston, Las Vegas, Los Angeles, Portland e na capital Washington.

Leia a entrevista completa com o economista

DIVULGAÇÃO | AUDI


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MAIS TRANSPORTE

A ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) aprovou o fim da obrigatoriedade do adesivo de identificação para os veículos cadastrados no RNTRC (Registro Nacional de Transporte Rodoviário de Cargas). Com isso, os veículos passam a ser fiscalizados apenas por meio eletrônico, e os transportadores ficam isentos de arcar com o custo da exigência. De acordo com o diretor da ANTT, Marcelo Vinaud, a agência optou pela medida porque, atualmente, 98% da fiscalização é feita por meio da placa do veículo – situação que não era

observada à época da criação do adesivo. A ANTT também alterou o valor da multa aplicada a transportadores que imponham dificuldade às fiscalizações durante o transporte rodoviário de cargas por meio de evasão ou obstrução. O valor da multa – até então, de R$ 5 mil – foi reduzido para R$ 550. De acordo com o diretor, a multa foi criada para fiscalização nas empresas, ou seja, a possibilidade de que os fiscais encontrassem documentos fora da lei em locais físicos era maior, o que aumentava o risco de evasão ou obstrução.

Aplicativo mostra dados de chuvas e auxilia motoristas Os brasileiros podem ter, em seus celulares, os dados de chuvas e o nível e a vazão dos rios de todos os cantos do país. A novidade está no aplicativo Hidroweb Mobile, criado pela ANA (Agência Nacional de Águas). Com o aplicativo, é possível saber o quanto choveu e o nível dos rios nas cidades, auxiliando motoristas em viagem. Os dados são atualizados de hora em hora. Para o setor de transporte, é possível ver as condições das rodovias que são margeadas por rios, principalmente aquelas que não são pavimentadas e podem ser interditadas por causa das chuvas. O app disponibiliza informações coletadas nas mais de 3.000 estações hidrometeorológicas gerenciadas pela agência e pode ser baixado gratuitamente. O aplicativo está disponível na Play Store (Android) e no App Store (iOS). O Hidroweb também pode ser acessado por meio de computadores pelo link http://www.snirh.gov.br/hidroweb/publico/ mapa_hidroweb.jsf

DIVULGAÇÃO | ANTT

ANTT acaba com obrigatoriedade de adesivo de identificação do RNTRC


A premiação mais esperada do ano

Inscrições 35 17 de junho a 5 de agosto (até as 18h) 60

mil

por categoria

mil

PARA TRABALHOS VEICULADOS DE 7/8/2018 A 5/8/2019

grande prêmio

Categorias

impresso

fotografia

televisão

rádio

meio ambiente internet e transporte

premiocnt.cnt.org.br


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CAPA

FOTOS / ARQUIVO SISTEMA CNT

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Um chamado à no

paz

trânsito

A CNT e o SEST SENAT desenvolvem iniciativas que ajudam a estancar as enormes perdas humanas e econômicas causadas pelos acidentes automobilísticos no país por

CARLOS TEIXEIRA e GUSTAVO T. FALLEIROS

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C

om contornos de cordilheira, o gráfico abaixo, é na verdade, uma paisagem sinistra. Ele traduz em números a escalada de mortes por acidentes de transporte terrestre (ATT) no Brasil. Uma montanha de vidas perdidas, em que os poucos declínios parecem coincidir com o endurecimento da legislação, caso de 1998, 2008 e 2012 – anos em que entraram em vigor, respectivamente, o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), a chamada Lei Seca e a lei n.º 12.760, que permite ao agente de trânsito apontar a embriaguez do condutor sem depender de bafômetro. Somente em rodovias federais policiadas, o país registrou 1,6 milhão de acidentes e 83.481

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mortes entre 2007 e 2017. E quando se diz que os óbitos são a “ponta do iceberg”, não é mera força de expressão, pois a quantidade de feridos é muito maior. O impacto econômico desse quadro é na ordem de R$ 50 bilhões por ano (cifra de 2015). O cálculo foi feito pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), levando em conta os danos aos patrimônios público e privado; os gastos na reabilitação de vítimas; os custos previdenciários, judiciais e policiais; e também os prejuízos causados pelos congestionamentos. O sofrimento das vítimas e dos seus familiares é imensurável, como enfatiza o presidente do Sistema CNT, Vander Costa. “Quando um acidente ocorre, o

mal já está feito, não tem retorno. Precisamos de um compromisso para evitar a repetição da tragédia. Iniciativas como o Maio Amarelo têm esta função: renovar o alerta”, afirma ele, citando a campanha nacional, cujo tema deste ano é “Atenção! Dê sentido a vida”. O SEST SENAT abraçou a causa e, ao longo do mês, mobilizou todas as suas Unidades para a realização de blitze educativas, cursos, palestras, atividades de lazer e apresentações culturais voltadas para a conscientização no trânsito. “Não há dúvida de que essas perdas prejudicam a sociedade como um todo”, reforça Vander Costa. “Como são diversos os fatores que colaboram para essa situação, só conseguire-

mos fazer frente ao problema com políticas públicas muito bem desenhadas e executadas”, recomenda. A CNT é conhecida pelos estudos técnicos, que buscam justamente subsidiar os gestores com informação de qualidade. A publicação “Acidentes Rodoviários e a Infraestrutura”, por exemplo, é referência no assunto. Os fatores citados podem ser combatidos se, antes, houver a compreensão de que os acidentes não são acidentais. Vejamos as circunstâncias de uma colisão frontal em uma rodovia. A via era duplicada? Havia sinalização adequada? O pavimento estava em bom estado? Quais eram as condições de visibilidade? Um dos motoristas tentou uma ultra-

MORTES POR ACIDENTES DE TRANSPORTE TERRESTRE BRASIL, 1996-2016 NÚMERO ABSOLUTO DE MORTES

50000 45000 40000 35000 30000 25000 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 FONTE: SISTEMA DE INFORMAÇÕES DE MORTALIDADE DO SUS (SIM/SUS) – MINISTÉRIO DA SAÚDE.


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passagem irregular? As pastilhas de freio estavam gastas? Enfim, muitos componentes podem estar relacionados — sem qualquer participação do acaso. A pessoa atrás do volante Uma vez descartado o fator “azar”, os especialistas em trânsito e mobilidade concentram seus esforços naquilo que pode ser aperfeiçoado. A escolha mais óbvia recai

sobre o ser humano, aquele que opera a máquina. Sempre é possível ensiná-lo a guiar com mais segurança e eficiência. Os chamados cinco elementos da direção defensiva ilustram perfeitamente a busca por excelência: conhecimento, atenção, previsão, habilidade e ação, que podem ser trabalhados e desenvolvidos, como de fato o são nos diversos cursos presenciais e online oferecidos pelo SEST SENAT.

Nesse contexto, “conhecimento” significa domínio das informações sobre leis de trânsito, funcionamento do veículo (incluindo manutenção preventiva) e condições adversas. “Habilidade” pode ser entendida como destreza e dialoga com o conceito de ecocondução (veja matéria na página 52). Tudo isso se interioriza com mais treinamento. Não há atalhos e, infelizmente, alguns motoristas profissionais chegam “crus” ao mercado.

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“Daí, a importância de cursos que melhoram a capacitação profissional”, defende Renato Campestrini, gerente técnico do ONSV (Observatório Nacional de Segurança Viária). “Esses cursos são extremamente positivos, inclusive aqueles que agregam o uso dos simuladores. O equipamento permite um ambiente controlado, em que o profissional pode ser colocado à prova, em condições de dificuldade, sem riscos ao patrimônio públi-

Lesões fatais

A PIRÂMIDE DAS LESÕES “No trânsito, os casos de lesões não fatais são estimados, em nível global, entre 20 e 50 milhões/ano. Calcula-se ainda que, para cada pessoa morta nesses acidentes, há cerca de 70 atendimentos emergenciais e 15 internações hospitalares. Os traumatismos no trânsito resultam em sobrecarga dos setores de emergência, radiologia, fisioterapia e reabilitação, havendo casos nos quais essas lesões demandam mais da metade da ocupação dos centros cirúrgicos, e mais de 80% das hospitalizações, com uma média de 20 dias de internação.” (FONTE: ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE. TRÂNSITO: UM OLHAR SOBRE A SAÚDE PARA O TEMA. BRASÍLIA: OPAS, 2018)

Lesões que demandam hospitalização Lesões que demandam atenção de urgência/emergência Lesões que demandam atenção primária Lesões tratadas fora do sistema de saúde, não tratadas ou não reportadas FONTE: WORLD HEALTH ORGANIZATION. GLOBAL PLAN FOR THE DECADE OF ACTION FOR ROAD SAFETY 2011-2020.


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co, à vida dos usuários das vias e à própria vida”, argumenta. Os dados do Escola de Motoristas Profissionais, do SEST SENAT, confirmam essa visão. O projeto, que oferece treinamento para o transporte de passageiros e de cargas perigosas desde 2017, aferiu uma redução média de 29% nos erros ao dirigir. Os demais valores da condução defensiva – atenção, previsão e ação – apontam para outras dimensões do humano, com ênfase no bem-estar físico e psíquico. Dirceu Rodrigues Alves, diretor de comunicação da Abramet (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego), acredita que os maiores obstáculos estão aí. “Velocidade, uso de álcool, cansaço e sono são algumas dessas questões. Além disso, o motorista profissional sofre com o estresse, com o medo de ser assaltado. Ele está sujeito a contraturas musculares e enfrenta variações térmicas importantes”, enumera. Sim, esses trabalhadores têm um corpo e precisam cuidar dele. “É uma população de alto risco em termos de saúde”, confirma Drauzio Varella. O renomado médico é porta-voz do Programa CNT SEST SENAT de Prevenção de Acidentes, para o qual gravou uma série de vídeos educativos. “Os vídeos são dirigidos aos principais problemas dessa população. E quais são eles? Obesidade, vida

sedentária, falta de atividade física. Eles passam o dia inteiro sentados. É difícil dizer que é possível levar uma vida saudável com esse tipo de atividade”, reconhece. Com essa preocupação no horizonte, o SEST SENAT realizou uma ação exclusivamente voltada para os caminhoneiros em abril passado, durante a Semana Mundial da Saúde. Em mais de 70 pontos em todo o país, entre postos de gasolina e terminais de cargas, foram oferecidas orientações em nutrição, psicologia, odontologia e fisioterapia, além de aferições veiculares pelo Programa Despoluir. Ao todo, foram 50.605 atendimentos. Em breve, os esforços vão se repetir na Semana Nacional de Atenção ao Caminhoneiro, para marcar o Dia do Caminhoneiro, celebrado em 30 de junho, e na Semana Nacional do Motorista, comemorada em 25 de julho. “A nossa missão é transformar a realidade do transporte brasileiro, e isso passa também pela redução de acidentes de trânsito. Temos um compromisso com a segurança dos motoristas e de toda a sociedade, por isso, procuramos levar os nossos serviços de educação, conscientização e atendimentos de saúde para cada vez mais perto desses profissionais”, destaca a diretora-executiva nacional do SEST SENAT, Nicole Goulart.


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NÚMEROS DA ATUAÇÃO DO SEST SENAT Os atendimentos contribuem para a qualidade do trabalho do motorista profissional Entre 2018 e maio de 2019, o SEST SENAT realizou

55.040 matrículas

nos cursos de direção defensiva

O SEST SENAT dispõe de

105 simuladores

híbridos em funcionamento. Eles são capazes de simular a condução de diversos modelos de ônibus e caminhões, além de condições adversas na pista

Atendimentos de saúde do SEST SENAT entre 2018 e maio de 2019 Assistência fisioterapêutica

Entre 2017 e maio de 2019 foram realizadas

23.629 matrículas nos

cursos de direção simulada

Assistência nutricional

663.347

172.652 Assistência psicológica

205.079

Assistência odontológica

2.137.087

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Números do SEST SENAT em educação presencial: 465

cursos presenciais

23.398.014

horas de treinamento

653.200

alunos capacitados

O Programa CNT SEST SENAT de Prevenção de Acidentes já realizou 4.609 ações Entre 2018 e junho de 2019, foram abordados 1 milhão de trabalhadores do transporte


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INFRAESTRUTURA E EQUIPAMENTOS IMPORTAM Bons motoristas dominam um conjunto de conhecimentos que garantem um certo patamar de segurança. Porém, deve-se atentar para não transferir para o indivíduo a responsabilidade exclusiva de um sistema complexo como o trânsito. A ressalva é feita por Victor Pavarino, consultor de segurança no trânsito da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (Opas/OMS). Compreender a questão pelo viés da saúde, como propõe o organismo internacional, significa estudar as causas e trabalhar para erradicar uma “epidemia” que deixa mortos e feridos (morbimortalidade). “Sem desmerecer a importância do comportamento de condutores e pedestres, a imputação dos acidentes a um ‘fator humano’ induz muitas falácias e pouco se presta à modificação do quadro da morbimortalidade no trânsito, pois humanos também são os que concebem as vias e os veículos; negligenciam sua manutenção; fazem, aplicam ou deixam de aplicar leis”, critica o especialista. “Não se quer aqui reduzir o peso das condutas indevidas, mas lembrar que elas são, em grande parte, determinadas por um ambiente que propicia ou, até mesmo, induz condutas infracionais”, continua. O fator “infraestrutura” ficou mais do que evidenciado no estudo “Acidentes Rodoviários e a Infraestrutura”, publicado pela CNT em 2018. Na ocasião, a Confederação Nacional do Transporte elaborou uma lista dos cem trechos rodoviários mais perigosos do país a partir da análise de 4.571 segmentos de até 10 km e o número de óbitos registrados em cada um. As “rodovias da morte” são justamente aquelas com avaliação negativa (regular, ruim ou péssima) em pavimento, sinalização e geometria da via. “Não se trata de coincidência. O país continua precisando de investimentos para corrigir essas falhas”, afirma Bruno Batista, diretor-executivo da CNT. A publicação traz, ainda, uma hipótese a ser investigada. A obrigatoriedade de equipamentos de segurança nos veículos, como freios ABS e airbags, que passou a valer em 2014, parece ter ajudado a reduzir o número de óbitos nas rodovias federais policiadas no ano seguinte — a queda foi de 8.234 para 6.865. É um dado que deve ser visto com cautela, pois efeitos inesperados podem ocorrer. Asfalto em excelente estado, por exemplo, pode acabar virando um “convite” para motoristas que gostam de pisar fundo. O especialista em trânsito, mobilidade e segurança Renato Campestrini afirma que a consciência do condutor também é muito importante para a maior segurança no trânsito. “Não basta transitar em um veículo com seis ou sete airbags, se for de forma inadequada. É lógico que o equipamento não vai salvar o motorista que se coloca em situações de extremo risco”, avisa.

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SABERES ALIADOS DO PROFISSIONAL DO TRANSPORTE Psicologia “A psicologia lida com as emoções, com os sentimentos, com o sofrimento humano, com aquilo que incomoda. A pessoa pode vir a refletir diante do que está acontecendo e, quem sabe, buscar novas saídas para aquela situação. Quanto ao trabalhador do transporte, a gente sabe que ele está exposto a acidentes, a vias sem infraestrutura adequada. Esse profissional fica muito tempo longe de casa e, às vezes, tem uma questão de privação de sono. Esse trabalhador está exposto a várias questões que podem influenciar a sua saúde mental. Eu costumo dizer o seguinte: se um caminhão (que foi feito para isso) precisa de uma manutenção mínima para rodar, imagine o ser humano, que tem as emoções. Isso pode transbordar. A psicologia vem para ajudar esses profissionais e também como uma forma de prevenção, para que alguns casos não se agravem ou para que esse sofrimento não aconteça de forma tão avassaladora.” Ana Paula Carvalho, psicóloga do SEST SENAT

Nutrição “Quando o corpo recebe o ‘combustível errado’, encontra dificuldade de desempenho. Em primeiro lugar, dê ao corpo o que ele precisa. Uma queixa rotineira dos motoristas é o cansaço e, com isso, eles pedem uma alimentação ‘energética’. Se o corpo está cansado, nada melhor que uma atividade física, mesmo que por pouco tempo, para oferecer ao corpo e à mente aquele bem-estar proporcionado pela endorfina. Depois, uma alimentação rica em nutrientes — quanto mais colorida melhor, pois assim oferecemos uma variedade de vitaminas. Não podemos nos esquecer da hidratação. O consumo de água é essencial ao nosso organismo.” Marina Rezende, nutricionista do SEST SENAT


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Fisioterapia “Os profissionais quase sempre procuram alívio para dores no ombro e na coluna decorrentes da posição do motorista ao volante, que causam fadiga para a cervical, a lombar e o ombro. É muito importante a forma correta de se sentar no banco. Além disso, os profissionais devem fazer pausas. Ensinamos a eles exercícios básicos para manter a coluna equilibrada. Eles precisam de alongamento e exercícios para o fortalecimento dos braços. Tudo isso compõe um trabalho de reabilitação e prevenção, com incremento na qualidade de vida.” Diego Lopes, fisioterapeuta do SEST SENAT

Odontologia “Há uma relação direta entre bem-estar e boa direção. Quando há saúde, não se sente dor. No aspecto da saúde bucal, a gente comumente pensa na dor originada por cárie ou doença periodontal. Esses quadros podem efetivamente desestabilizar uma pessoa que está dirigindo a ponto de causar um acidente. São situações em que a pessoa perde a noção do lugar, do que ela está fazendo, de tanta dor. O SEST SENAT trata essas pessoas de forma curativa e preventiva. Portanto, a gente pode afirmar que, quanto mais saudável for o paciente, mais segura será a sua direção no trânsito, pois a sua atenção não estará dispersa.” Elisa do Carmo Agostini Balbinot, dentista do SEST SENAT

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Rodeio de caminhões Motoristas de caminhão de todo o Brasil disputam a final do Rodeio de Caminhões no simulador de direção do SEST SENAT por

CARLOS TEIXEIRA


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emoção de ganhar o Rodeio foi demais, principalmente pela dificuldade que o simulador apresenta. 90% das ações são iguais à de um caminhão: painel, aceleração, câmbio, marcha e freio. E eu agradeço às aulas que tive no simulador do SEST SENAT de Londrina (PR). Quem tiver a oportunidade de treinar no

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equipamento deve fazer isso, pois auxilia muito na melhoria da direção”, afirmou Danilo Fernandes, motorista da transportadora Nichele e grande campeão da oitava edição do Rodeio de Caminhões, realizada em maio, em Porto de Galinhas (PE). Idealizada pela Raízen, distribuidora de combustível licenciada da marca Shell no Brasil,

DIVULGAÇÃO | PRO SIMULADOR


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a competição tem como objetivo estimular a direção segura entre motoristas de caminhão-tanque. Essa foi a primeira vez que a grande final foi disputada em um simulador de direção. “Segurança é a prioridade número um para a gente. Por isso, investimos tanto nas relações com os nossos parceiros. A parceria com o SEST SENAT permitiu que a gente aliasse tecnologia e pessoas para gerar o melhor resultado para as empresas e para o setor e garantisse mais segurança para a sociedade”, destaca o presidente da Raízen, Luiz Henrique Guimarães. Ele, que também teve a oportunidade de dirigir no simulador, arremata: “Deu

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para sentir a dificuldade que os motoristas passam. O simulador é uma ferramenta fundamental para a segurança nas estradas”. O diretor-adjunto do SEST SENAT, Vinícius Ladeira, que acompanhou a grande final do Rodeio de Caminhões, afirma que a parceria veio para ficar. “Estamos muito felizes em ter o nosso simulador participando dessa competição. A Raízen faz um grande trabalho de segurança no trânsito e, por isso, trouxemos um dos nossos simuladores para fazer parte desse momento. O SEST SENAT tem um compromisso com a segurança. Essa é mais uma ação que desenvolvemos com esse foco”, destacou ele durante o evento.

A competição O Rodeio de Caminhões foi lançado pela Raízen em 2011. Neste ano, participaram da competição 200 motoristas, representando mais de 40 transportadoras. As etapas classificatórias foram realizadas em Maringá (PR), Paulínia (SP), Brotas (SP) e Anápolis (GO). Em todas elas, os motoristas participaram de provas em veículos com cinco testes de precisão de manobras, em um tempo máximo de sete minutos. Nas provas, os motoristas passaram por obstáculos de curva com cones, estacionamento de ré, estacionamento paralelo ao meio-fio em 90 graus, condução em linha reta com pinos e linha

de parada, além de serem submetidos a testes teóricos das rotinas operacionais. Os 50 competidores com os melhores desempenhos disputaram as provas finais no simulador de direção do SEST SENAT, em um percurso de 4,5 km, com obstáculos como neblina, lama, chuva e vias urbanas. Na última etapa, cinco motoristas disputaram o troféu e um carro 0 km em um percurso de descida de serra também no simulador. O segundo colocado ganhou uma moto; o terceiro, uma TV; e o quarto e o quinto colocados ganharam um tablet cada um. Em todas as provas, os motoristas são avaliados em critérios de infrações, como: conduzir

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fora da pista; não utilizar luzes em condições adversas; não respeitar o farol ou sinais de parada; e não respeitar o farol vermelho. Condutas erradas na direção também são consideradas, como uso incorreto dos freios, condução agressiva e não utilização do freio retarder. Nas provas disputadas no simulador, 30% da avaliação é feita de acordo com critérios estabelecidos pelas empresas transportadoras. Os outros 70% são regras que constam no CTB (Código Brasileiro de Trânsito), com as infrações que um motorista não deve cometer, como circular na contramão, colidir com veículos ou animais. Cada motorista começa com 500 pontos e, ao longo do percurso, vai perdendo pontuação a cada infração cometida. Para competir, os profissionais devem trabalhar em transportadoras de combustível que tenham atingido uma série de indicadores de performance de segurança no período de um ano. Os motoristas também devem ter um histórico de zero violação, sem terem apresentado picos de velocidade e terem cumprido um rigoroso sistema de regras de jornada de trabalho. Carlos Henrique Souto, um dos 50 classificados para a fase final, conta que o simulador apresenta situações idênticas às do cotidiano nas estradas. “A sensação que nos passa é a mesma de quando estamos diri-

gindo, em aspectos de direção defensiva, como tempo de visão e distância de seguimento. Isso mostra para nós, motoristas, que podemos aplicar no nosso cotidiano as boas práticas, que são um modo de manter a segurança no trânsito.” Simuladores do SEST SENAT Disponível em mais de cem Unidades Operacionais em todo o país, o simulador de direção do SEST SENAT repete a experiência de dirigir vários tipos de ônibus e de caminhões e permite que o motorista vivencie diversas situações que podem ocorrer no trânsito, como condições meteorológicas adversas, tráfego intenso e perigo na via. Com isso, é possível testar e adequar as reações do condutor. No uso do simulador, os motoristas podem vivenciar situações de risco, por meio da capacitação com tecnologia avançada. A prática no equipamento faz parte do treinamento de motoristas de cargas e de passageiros e dá aos alunos experiência para enfrentar desafios reais da profissão. Entre os resultados obtidos com a capacitação simulada, estão o aumento da segurança no trânsito, a redução do consumo de combustível, a diminuição dos gastos com manutenção e dos custos operacionais do transporte. Luciano Albuquerque, instrutor do SEST SENAT, destaca que, com o uso do simulador,

é possível preparar os motoristas para enfrentar situações adversas sem colocá-los em risco. “Com isso, o condutor passa a se comportar de uma forma melhor ao volante. E o impacto aparece não somente no aumento da segurança mas também na redução do consumo de combustível e na conservação das peças do veículo. Dá para aliar a parte educacional com a parte técnica.” O motorista Antônio Vasconcelos, competidor do Rodeio que já utilizou o simulador do SEST SENAT durante os treinamentos, destaca como o equipamento permitiu melhorar a forma de condução. “Depois que comecei a treinar no simulador, melhorei muito a minha direção, principalmente na parte de economia de combustível. Hoje, eu uso menos o acelerador e consigo ter uma direção muito mais eficiente e mais segura. Foi uma grande experiência.” José Guilherme Carvalho, gerente de operações e segu-

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rança da Transportadora Veronese, que teve sete motoristas entre os 50 finalistas e dois na grande finalíssima, frisa que os simuladores do SEST SENAT contribuem enormemente para o desenvolvimento do setor de transporte no Brasil. “A chegada do simulador permite que possamos ter treinamentos focados em segurança no trânsito seguidos de aplicação imediata desses conceitos de uma maneira muito abrangente, pois é possível simular muitas situações de risco em curto espaço de tempo, sem colocar a vida das pessoas em risco. Até mesmo a direção econômica pode ser treinada e desenvolvida, trabalhando nossa responsabilidade com o meio ambiente. Por isso, a Transportadora Veronese está incluindo o treinamento no simulador como item obrigatório no processo de treinamento de indução e reciclagem dos nossos motoristas de veículos de cargas e passageiros.” l

O SEST SENAT oferece mais de 30 cursos com o simulador de direção para o treinamento de motoristas profissionais. PARA SABER MAIS, ACESSE:


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RODOVIÁRIO

Reformar para construir

Reforma da Previdência é tema central do 19º Seminário Brasileiro do Transporte Rodoviário de Cargas; CNT e SEST SENAT realizam, durante o evento, a exposição “O Transporte Move o Brasil” por

EVIE GONÇALVES


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m um cenário de lenta recuperação da economia e de reflexos significativos na infraestrutura brasileira, a necessidade de realização de uma ampla reforma da Previdência tem integrado os debates do setor transportador. A lógica é simples. A redução do déficit previdenciário, que em 2018 foi de R$ 195,2 bilhões, é o impulso necessário para o reaquecimento econômico, gerando

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maior estímulo à produção e, consequentemente, à atividade de transporte. Essa demanda esteve no centro das discussões do 19º Seminário Brasileiro do Transporte Rodoviário de Cargas, que ocorreu em maio, na Câmara dos Deputados, em Brasília. O evento foi realizado pela NTC&Logística em parceria com a Comissão de Viação e Transporte e contou com o apoio da CNT.

Apesar de a Confederação acreditar que a proposta apresentada pelo Executivo necessita de ajustes, representantes do setor são unânimes em afirmar que uma reforma pode garantir investimentos e destravar a economia nacional. O vice-presidente da CNT, Flávio Benatti, representou a Confederação e foi enfático ao tratar dos impactos da aprovação de uma reforma previden-

ciária junto ao setor. “À medida que se tem crescimento, a roda começa a girar. Com isso, não vai se falar, por exemplo, em preço mínimo de frete. Não podemos engessar o mercado com custos mínimos de operação. Precisamos de que a economia seja pujante para que possamos restabelecer o equilíbrio econômico do mercado”, disse. José Hélio Fernandes, presidente da NTC&Logística


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(Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística), acredita que a aprovação da reforma vai criar estabilidade e dar segurança para quem investe. “Se a economia crescer, o país produzirá mais e haverá mais produtos para serem transportados. Além disso, uma vez que se diminui o déficit na Previdência, os recursos podem ser deslocados para investimentos na infraestrutura”, ressaltou.

A opinião foi corroborada pelo sócio fundador da XP Investimentos, Daniel Cunha. Na sua apresentação, ele disse que o Brasil enfrenta o que pode ser considerada uma “armadilha de baixo crescimento”. Atualmente, esse acréscimo não passa de 1% ao ano, o que, segundo o economista, mal cobre o aumento da população brasileira. “A sensação de estagnação é muito

difícil. Retomando a confiança dos investidores e equilibrando as contas públicas, naturalmente, há espaço para crescermos 3% ao ano ou até mais. E um dos setores que mais conseguem se beneficiar dessa potencialização econômica é o de transporte.” As projeções da corretora dão conta de que, caso a economia tenha esse resultado positivo, é possível que

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sejam revertidos cerca de R$ 150 bilhões nos próximos quatro anos, a partir de 2020, para o setor de infraestrutura. “Interesse e apetite existem. Só precisamos dar condições de sustentabilidade aos investidores. E isso, invariavelmente, passa por uma reforma da Previdência”, observou Cunha. Ele acrescentou que o Brasil vive um cenário de forte penetração no mercado internacio-


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nal e que o principal interesse é o setor de infraestrutura. O secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, avaliou que a necessidade de aprovação da reforma não se limita ao setor empresarial, mas já se tornou uma demanda da sociedade. “Pesquisas apontavam, no passado, que 70% da população tinha dúvida sobre a necessidade de reestruturação do sistema previdenciário. Agora, mais de 60% da sociedade considera que o tema é vital”, explicou. A justificativa é que a deterioração fiscal vem sendo sentida na

Além da participação nos debates, a CNT e o SEST SENAT também tiveram protagonismo no evento por meio da exposição “O Transporte Move o Brasil”, que destacou a relevância do setor transportador para o desenvolvimento do país. Além disso, os participantes conheceram e puderam experimentar o simulador de direção, tecnologia utilizada no treinamento de motoristas em mais de cem unidades do SEST SENAT em todo o país.

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pele pelos brasileiros. “Temos que deixar de dividir o Brasil entre nós e eles. Quem gera emprego é quem empreende e quem tem coragem de ir à luta. Esse é um risco que não dá para mensurar”, defendeu. Infraestrutura Outro assunto debatido no evento foi a infraestrutura do país. O diretor-adjunto do SEST SENAT, Vinícius Ladeira, também representando a CNT, disse que o entendimento da Confederação é sempre pela busca da melhoria da qualidade dos sistemas de trans-


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RECONHECIMENTO

A diretora-executiva nacional do SEST SENAT, Nicole Goulart, foi homenageada com a Medalha de Mérito do Transporte - NTC 2019. Criada em 1984 e concedida pelo Conselho Superior da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística, a medalha é um reconhecimento a pessoas físicas e jurídicas que tenham se destacado por seu trabalho em benefício do transporte rodoviário de cargas no Brasil. Na ocasião, Nicole Goulart foi representada pelo diretor-adjunto do SEST SENAT, Vinícius Ladeira. Também receberam a honraria o deputado federal Diego Andrade e os empresários do setor D’Janir Azevedo, José Arlan Silva Rodrigues, Kagio Miura e Tayguara Helou. A solenidade de entrega das homenagens ocorreu durante o jantar comemorativo do 19º Seminário Brasileiro do Transporte Rodoviário de Cargas.

porte. “Quanto mais eficiente o transporte, mais segurança para os usuários. É necessário que se faça uma adequação não somente das rodovias mas também de todos os modais, para que haja redução no custo do setor como um todo. O SEST SENAT também está inserido nesse processo e está preocupado tanto com a infraestrutura quanto em oferecer qualidade para quem opera”, explicou. Ladeira lembrou da histórica falta de investimentos em infraestrutura, cenário agravado pela crise econômica e

pela insuficiência de recursos públicos. “Hoje, o governo investe algo em torno de 0,17% do PIB (Produto Interno Bruto) em infraestrutura de transporte. O diretor ressaltou, ainda, que somente 12,4% das rodovias brasileiras são pavimentadas. Levando-se em consideração a distribuição da malha no país, os números equivalem a 25 km de rodovias pavimentadas para uma área de 1.000 km2. Nos Estados Unidos, por exemplo, país com dimensão territorial semelhante à do Brasil, o núme-

ro é de 437 km a cada 1.000 km2. “Para além disso, a malha rodoviária cresceu somente 8,4% entre 2008 e 2018, enquanto a frota de veículos cresceu mais de 80% no período”, lembrou. O secretário-executivo do Ministério da Infraestrutura, Marcelo Sampaio, afirmou que, mesmo em um cenário de poucos recursos, a cartela de investimentos e concessões previstas pelo Executivo é robusta. Para tanto, citou a previsão dos leilões da Fiol (Ferrovia de Integração OesteLeste), da BR-163 e da BR-101, de

hidrovias no rio Madeira, além da privatização de arrendamentos portuários e dos investimentos para a manutenção rodoviária. Segundo Sampaio, as parcerias com a iniciativa privada e com os fundos internacionais são essenciais nesse processo. “O Brasil parou de crescer porque não tem infraestrutura suficiente para escoar. Temos um programa grande de projetos, mas não temos condições de avançar sem as parcerias e sem a aprovação da reforma da Previdência”, concluiu. l


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FERROVIÁRIO

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Uma visão

de

transporte

para o país A ANPTrilhos apresenta conjunto de propostas do setor metroferroviário com o objetivo de orientar as políticas públicas de mobilidade por

GUSTAVO T. FALLEIROS

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preciso projetar o futuro para que ele se torne o presente. Esse exercício de antecipação é uma das forças do documento “Setor Metroferroviário Brasileiro – Agenda de Governo 2019-2022”. Elaborado pela ANPTrilhos (Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos), o documento elenca 24 propostas, sendo cinco delas consideradas prioritárias. A associação fala em nome de um segmento em expansão e que se propõe a equacionar uma questão-chave da vida nas cidades: a mobilidade. Dirigido aos elaboradores de políticas públicas, o texto abarca desde modelos de financiamento até o ambiente regulatório, tendo a sustentabilidade como pano de fundo. “Na nossa avaliação, o governo federal deve liderar as ações e orientar os demais entes federativos, assegurando um caráter de longo prazo nesses proje-

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tos”, defende o vice-presidente da ANPTrilhos, João Gouveia Ferrão Neto. Não é algo que se faça da noite para o dia. A principal mudança sugerida pelo programa talvez seja de mentalidade. “O que a gente entende, em temos de mobilidade urbana, é que ela está focada no transporte rodoviário. Em hipótese alguma, somos contra o transporte público sobre pneus. A gente entende que esse deveria ser potencializado, como um alimentador do sistema estruturante sobre trilhos”, explica Ferrão Neto. A prioridade dos meios coletivos é um ponto a ser trabalhado junto à sociedade. A agenda vislumbra que, uma vez expandido o acesso do serviço sobre trilhos, haverá condições para “quebrar o sentimento de que o transporte público é alternativa de ‘segunda categoria’ na comparação com os indivi-

PROPOSTAS PRIORITÁRIAS Elaboração de um abrangente Plano de Estruturação Estratégica de Mobilidade Urbana, com foco no transporte de passageiros sobre trilhos. Prioridades de investimentos no Plano de Mobilidade Urbana Nacional. Fortalecer Marcos Regulatórios – Segurança Jurídica. Incentivo para a modernização e ampliação dos sistemas de transporte sobre trilhos. Instituição de taxas de financiamento mais atrativas para projetos estruturantes de transporte sustentável de passageiros. duais motorizados”. Há países que despertaram para o tema e aplicaram limites à indústria automobilística. No Japão, por exemplo, a liberação da venda de carros está condicionada à existência comprovada de vagas nas garagens. Restam poucas dúvidas de que essas transformações impactariam positivamente as metrópoles. Segundo a publicação, “atualmente, 85% da população brasileira vive e circula nos grandes centros. Essa multidão precisa frequentar tais regiões, consideradas ‘bolsões’ concentradores de serviços sociais,

onde as pessoas buscam trabalho e acesso à justiça, à saúde, ao lazer etc.”. Nesse sentido, um transporte mais eficiente incentiva não somente o desenvolvimento mas também a cidadania. “Não se consegue dar dignidade ao cidadão em termos de direito de ir e vir fora do contexto das cidades inteligentes (smart cities)”, sentencia o vice-presidente da ANPTrilhos. Pilares da mudança De acordo com a ANPTrilhos, a viabilidade da iniciativa passa necessariamente por algumas condicionantes. Uma delas é a elaboração de um Plano de Estruturação Estratégica da Mobilidade Urbana Nacional. Como o nome sugere, ele reor-


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NÚMERO DE PASSAGEIROS TRANSPORTADOS CRESCEU 21% O setor metroferroviário transportou, em 2018, 10,9 milhões de passageiros por dia útil. Isso representa um crescimento de 9,2% com relação a 2017. Por ano, foram 3,7 bilhões de passageiros – 21% a mais do que no ano anterior. Os dados constam do Balanço do Setor Metroferroviário 2018/2019, divulgado pela ANPTrilhos. Segundo Joubert Flores, presidente da associação, o crescimento experimentado no ano passado é fruto da expansão do sistema e do aumento da capilaridade, ou seja, do aumento do número de estações. Em 2018, a malha brasileira expandiu 41 km e chegou a 1.105 km, somando 48 linhas, 613 estações e mais de 5.000 carros de passageiros. O aumento se deve, principalmente, às obras no Metrô de São Paulo, na Linha 4 – Amarela – e na Linha 5 – Lilás. A operação do VLT de Fortaleza (CE) também se destacou nesse quadro, contribuindo com 13,3 km. Para 2019, a previsão de crescimento da malha é 9,8 km. Representante de 100% das empresas públicas e de capital privado do segmento, a ANPTrilhos é uma entidade civil, sem fins lucrativos e de âmbito nacional, criada com o objetivo de promover o desenvolvimento e o aprimoramento do transporte de passageiros sobre trilhos no Brasil.

ganizaria os modais em torno do potencial do transporte sobre trilhos. Ferrão Neto pontua que “a gente tem uma capacidade de transporte de massa muito maior, e os modos de trilhos conduzem 60 mil passageiros/hora/sentido”. Um segundo aspecto preponderante é a segurança jurídica, que, na avaliação dele, é o principal ímã de investimentos. “O mundo tem liquidez de recursos para vir investir aqui, mas a gente não pode ter projetos em que o ente público ‘rasga’ o contrato. A segurança é não apenas para o investidor privado mas também para o planejamento das diversas atividades abarcadas pelo poder público. O fator ‘marco regulatório’ é um alicerce para que a gente tenha propostas de investimentos de outros países, dispostos a entrar com PPPs (Parcerias Público-Privadas)”, resume.

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Outro movimento importante seria a criação da Autoridade Metropolitana de Transporte. Esse organismo sui generis viria ao encontro das necessidades das regiões metropolitanas, cujos fluxos circulatórios habitualmente ultrapassam os limites geográficos e políticos dos municípios. O que se imagina é que a questão da alocação de recursos ficaria muito mais racional e eficiente, pois a visão seria sistêmica. Embora complexo, esse desenho institucional guarda semelhança com os atuais consórcios públicos. Ele também encontra guarida na Lei de Mobilidade Urbana (lei n.º 12.587/2012) e no Estatuto da Metrópole (lei n.º 13.089/2015). Desse modo, estão dadas condições para a “virada”. l


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AQUAVIÁRIO

Para um futuro limpo Setor debate estratégias para reduzir as emissões de gases poluentes; redução de velocidade e novo combustível ainda geram impasse por

CARLOS TEIXEIRA


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os últimos anos, grande parte da atenção do setor de transporte aquaviário mundial tem se voltado para a questão ambiental. Em 2018, a IMO (Organização Marítima Internacional) estipulou metas para a diminuição das emissões de gases de efeito estufa nas operações marítimas, tendo como parâmetro o ano de 2008. Até 2030, a redução deve ser de 40% e, em 2050, o índice deve chegar a 70%. Com esse desafio, representantes do setor têm se reunido para debater as estratégias mais viáveis para cumprir as metas estabelecidas pela organização e manter a produtividade das operações, mas algumas questões ainda geram impasse. Uma das propostas – a redução da velocidade de tráfego de grandes navios – foi debatida durante a 74ª sessão do MEPC (Comitê de Proteção do Meio Ambiente Marinho), realizada em maio, em Londres, na Inglaterra. Dados da GloMEEP (Global Maritime Energy Efficiency Partnerships), entidade ligada à IMO, indicam que reduzir a velocidade em

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10% pode diminuir o consumo de combustível em cerca de 20%. Além disso, a redução da velocidade pode também cortar emissões na frota marítima atual sem a obrigação de realizar modificações nas embarcações, já que essas têm um ciclo de vida entre 25 e 30 anos de atividade e alterações estruturais podem comprometer investimentos e operações. Atualmente, cerca de 30% da frota marítima mundial é composta por grandes navios, responsáveis por 75% das emissões de carbono de todo o setor de transporte marítimo. O tema divide opiniões. De acordo com o assessor da representação permanente do Brasil na IMO, Mario Mendonça, a proposta de redução da velocidade dos navios sofreu uma grande resistência em Londres. “China, EUA e Brasil são contra a obrigatoriedade, porque é preciso verificar cada situação. A diminuição da velocidade já existe. O operador e o armador já se preocupam com isso, pois o consumo de combustível no motor marítimo é exponencial, visto que quanto mais velocidade, mais consumo. Entretanto é preciso ter

atenção às particularidades. Para quem entrega frutas in natura, por exemplo, fica difícil navegar em uma velocidade baixa devido à especificidade da carga”, explica. De acordo com ele, a comunidade europeia tem exercido certa pressão sobre a questão, com alguns países sugerindo tabelas para os navios com questões como consumo, tamanho e tipo. “Mas acaba não fazendo sentido para o armador de forma geral”, completa. O caso do enxofre Outra questão discutida no encontro da IMO diz respeito à diminuição das emissões de enxofre. A proximidade da entrada em vigor do novo regulamento estabelecido pela IMO, relativo à redução do teor da substância nos combustíveis que abastecem os navios do transporte de cargas (dos atuais 3,5% para 0,5%), marcado para janeiro de 2020, vem movendo o mercado. O assessor da representação brasileira na IMO, Mario Mendonça, frisa que a decisão já foi tomada, contudo ainda existem algumas questões importantes a serem equacio-

nadas. “Com certeza, teremos problemas. Um dos assuntos levantados pelo Brasil é que, em determinados portos do mundo, é bem provável que não exista disponibilidade do novo combustível.” De acordo com ele, em situações assim, a norma permite que o armador abasteça com o combustível com mais percentual de enxofre em volume suficiente para chegar até o porto mais próximo e completar o abastecimento com o novo combustível mais limpo. Ao término da operação, o combustível que porventura tenha sobrado deve ser retirado do tanque e o compartimento precisa ser limpo. “Só que isso, para uma operação de navio, é totalmente inviável devido ao tempo gasto para limpar o tanque. No Brasil, esperamos não ter esse problema, pois o nosso petróleo do pré-sal possui baixo teor de enxofre”, salienta Mendonça. É importante destacar que a norma não permite que se carregue combustível-extra a bordo. A modificação de combustível pode trazer também aumento de custos e potenciais interrupções na cadeia


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de suprimentos, destaca o diretor global de frete marítimo do Grupo Panalpina, Joerg Twachtmann. “As novas regras afetam muitas partes das cadeias de fornecimento, incluindo os proprietários e operadores de navios, empresas que usam o transporte marítimo para movimentar seus produtos e provedores logísticos que oferecem soluções e serviços de frete marítimo, já que cerca de 90% do comércio mundial é feito por mar e o combustível rico em enxofre alimenta a frota mercante de, aproximadamente, 95 mil embarcações em todo o mundo, incluindo navios porta-contêineres.” Twachtmann cita que, para minimizar o impacto, as empresas estão buscando alternativas como equipamentos e sistemas que limpam os gases de escape e de exaustão, purificando as emissões antes de

serem lançadas na atmosfera e permitindo que os navios continuem a usar combustíveis com teor de enxofre mais elevado e ainda assim cumpram o novo limite estipulado pela IMO. “Embarcações que utilizam purificadores de circuito aberto, por exemplo, são as que ocasionam mais discussões, pois descarregam resíduos na água, poluindo áreas marinhas sensíveis. Até então, esse é um tipo de equipamento permitido, mas que enfrenta pressão de algumas regiões, sendo mais recentemente proibido na China e em Cingapura. Também há os purificadores de circuito fechado ou híbridos, que permitem o armazenamento tem-

porário de resíduos e o posterior descarte”, explica ele. Outras opções para diminuir as emissões são as fontes alternativas de combustíveis, como o GNL (Gás Natural Liquefeito), que possui menor índice de emissões de óxido de enxofre, mas os altos investimentos que exige e a baixa disponibilidade do produto podem pressionar ainda mais as taxas de frete, afirmam representantes do setor. Dados da IMO de 2015 mostram que o transporte marítimo internacional liberou, na atmosfera terrestre, mais de 810 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2), principal gás de efeito estufa, repre-

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sentando 2,25% de todas as emissões decorrentes de atividades humanas naquele ano. Os números colocam o setor na sexta colocação entre os principais emissores de gases de efeito estufa do planeta, caso ele fosse um país. E esse índice pode aumentar. Com o incremento do comércio internacional e o consequente aumento da frota nas próximas décadas, as emissões podem chegar a 3,5 bilhões de toneladas de CO2 em 2075, segundo números do ICCT (Conselho Internacional do Transporte Limpo, da sigla em inglês). Diante dessa nova realidade e dos desafios que se impõem, na Conferência de Londres, ficou estabelecido que será realizado o “Quarto Estudo de GEE da IMO”, um novo inventário de emissão de gases do setor. O estudo deve abranger os anos de 2012 e 2018 para que se possam desenvolver novos cenários do crescimento do transporte marítimo até 2050. l


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AÉREO

Menos tributos, mais recursos São Paulo decide reduzir alíquota de ICMS sobre querosene de aviação de 25% para 12%; empresas aéreas oferecem contrapartida de 490 novas frequências semanais por

EVIE GONÇALVES


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batalha para a redução das alíquotas estaduais do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) que incidem sobre o QAV (Querosene de Aviação) é antiga dentro do setor aéreo brasileiro. Trata-se do principal custo da aviação – cerca de 31% do valor de um voo é destinado somente para pagar combustível – e de um insumo precificado em dólar, ainda que 92% do volume produzido no Brasil seja consumido no próprio país. Atualmente, as alíquotas praticadas nos estados chegam a até 25%. São Paulo ainda é o único estado que pratica a maior alíquota do país (25%). Mas o índice parece estar com os dias contados. O governo local enviou um projeto de lei à Assembleia Legislativa que reduz o ICMS pago pelo querosene de aviação de 25% para 12%. Até o fechamento desta edição, o projeto estava em plenário para ser votado. A expectativa era que a

ALÍQUOTAS MÍNIMAS SOBRE QUEROSENE DE AVIAÇÃO, POR ESTADO:

aprovação ocorreria ainda em junho para vigência retroativa ainda no mesmo mês. O projeto “São Paulo para Todos” faz parte de uma parceria entre o Executivo local e as companhias aéreas. Como contrapartida pela redução do ICMS, as empresas se comprometeram a incrementar 490 novas frequências semanais para 38 cidades, em outros 21 estados. Além disso, São Paulo vai ganhar um programa de “stopover”, que permite ao passageiro incluir, em sua viagem, uma parada de até três dias na capital paulista, sem custo adicional no valor da passagem. Os viajantes também terão acesso a pacotes turísticos com descontos em hotéis. Desde que a parceria foi firmada as companhias aéreas já anunciaram 450 novas frequências. A Gol vai oferecer seis novos destinos a partir do segundo semestre, incluindo Franca (SP) e Barretos (SP), no interior do estado. A Latam, por sua vez, anunciou um novo voo

CEARÁ

de Guarulhos para Navegantes (SC), além de novas frequências para Manaus (AM), Belo Horizonte (MG), Rio de Janeiro (RJ), Foz do Iguaçu (PR) e Salvador (BA). De acordo com o presidente da Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas), Eduardo Sanovicz, a decisão do governo paulista segue uma trajetória iniciada por outros estados, nos últimos dez anos. “Com a decisão, São Paulo traz a alíquota do ICMS para a média nacional, que é de 12%. A medida vale muito a pena. Nenhum estado que aderiu voltou atrás porque, mesmo com perda inicial de arrecadação, eles ganharam mais voos, maior conectividade, mais turismo, mais negócios. Além disso, a partir do crescimento dos voos, alguns ganharam mercados internacionais. O Ceará, por exemplo, ganhou um voo direto para Paris. Já Pernambuco ganhou um para Madrid”, comemora. Ele explica que a lógica em relação à incidência do ICMS

sobre o QAV é simples: quanto mais se diminui o imposto, mais se reduz o custo do voo porque o querosene fica mais barato. “A medida gera efeitos positivos na cadeia, pois as empresas abastecem mais e aumentam a oferta de aviões. Isso gera mais pessoas circulando nas cidades e aquece a economia local”, diz Sanovicz. Em São Paulo, a perda de arrecadação inicial estimada pela Secretaria de Fazenda ficará em torno de R$ 300 milhões anuais. Entretanto, a pasta contabiliza que a recuperação se dê em até 24 meses, alcançando, também, mais R$ 110 milhões. “Só esses números já pagam a conta. Mas ainda temos que levar em consideração os empregos gerados, a maior movimentação de combustível, o acréscimo dos voos e o maior uso do sistema de transporte local. Tudo isso gera riquezas”, diz o secretário de turismo, Vinicius Lummertz. Ele calcula que o programa vai estimu-

0%*

ACRE, AMAPÁ, MATO GROSSO DO SUL, PARÁ, PERNAMBUCO, RIO GRANDE DO NORTE, SANTA CATARINA, RORAIMA, TOCANTINS MINAS GERAIS

3%

4% *No caso de companhias que possuem hubs, como TAM e GOL


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lar 54 mil novos empregos na capital. Além de aquecer a economia, a iniciativa também corrige uma distorção antiga no setor aéreo, chamada tankering, que é a prática das próprias companhias de encherem o tanque nos aeroportos onde o preço do querosene é menor, mesmo que o nível de combustível seja superior ao que é necessário para o trecho a ser voado. Guilherme Amaral, sócio da área de direito aeronáutico da ASBZ Advogados, avalia que a prática não é boa nem do ponto de vista ambiental, uma vez que tanques mais cheios emitem mais poluentes, nem do ponto de vista econômico. “O ideal é que o avião seja abastecido a cada voo, ou seja, que ele saia com combustível suficiente para o trecho a ser voado. O mais comum é que as empresas queiram que o avião voe o mais vazio possível. Se a alíquota for mais equilibrada em todos os estados, esse é

o caminho natural”, acredita o especialista. Além disso, ele avalia que a decisão de São Paulo, como a maior economia do Brasil, não é importante apenas para o estado mas também para todo o país. “A medida movimenta as finanças públicas, ainda que, inicialmente, a arrecadação diminua. O estado arrecada menos por litro de combustível, mas vai abastecer tanto a mais que a decisão acaba compensando. Sem falar que incentiva a arrecadação em outras frentes. Uma cidade do interior que tinha quatro voos semanais passará a ter oito. É mais gente comendo sanduíche no aeroporto, mais táxis que são pegos, mais trabalhos gerados. Reduzir a alíquota é incentivar o aumento da atividade econômica”, ressalta. Briga fiscal A decisão de São Paulo de reduzir a alíquota do ICMS sobre o querosene de aviação não agradou a todos os estados do

país. Eles alegam que serão prejudicados, porque poderão perder a arrecadação oriunda do abastecimento das aeronaves. E reclamam, ainda, da política do Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária) de autorizar a concessão de benefícios fiscais para a prática de alíquotas abaixo de 12% somente para 13 estados da Federação (Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Sergipe). O advogado tributarista, Felipe Lessa, avalia que a política do Conselho pode gerar discrepância entre os estados. Ele explica que todas as reduções abaixo de 12% são regidas pelos convênios 73/2016 e 188/2017 e que, por se tratarem de benefícios fiscais, precisam, necessariamente, ser aprovadas pelo Confaz. “Sem o aval do Conselho, os estados que não estão contemplados nos

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convênios não podem baixar suas alíquotas. E eles alegam que a redução de São Paulo agravará ainda mais suas arrecadações, uma vez que haverá um fluxo natural de mais aeronaves abastecendo na capital paulista. Por isso e para terem maior chance de competitividade, pleiteiam a inserção nos convênios do Confaz”, explica. “A falta de equidade na política do Conselho acaba gerando distorções no mercado. De fato, São Paulo possui atrativos naturais para pouso de aeronaves, o que não ocorre com outros estados, que precisam de estímulos. Conceder benefícios para alguns, e não para todos, acaba gerando um prejuízo”, avalia o tributarista. Questionada sobre o motivo pelo qual os estados de fora dos convênios do Confaz não conseguiram ingressar junto à política de benefícios fiscais, a assessoria de imprensa do Ministério da Economia disse que “a ata das reuniões do Conselho é reservada”. l FONTE: SECRETARIA DE FAZENDA DE SÃO PAULO

AMAZONAS, BAHIA, ESPÍRITO SANTO, MARANHÃO, RIO GRANDE DO SUL

7%

ALAGOAS, DISTRITO FEDERAL, PARANÁ, SERGIPE

12%

15%

MATO GROSSO

10%

GOIÁS

RIO DE JANEIRO

11%

SÃO PAULO

25% Paraíba, Piauí e Rondônia sem informação


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ECONOMIA

Em busca de maior

previsibilidade CNT defende que Petrobras adote periodicidade mínima de 90 dias para reajustar o preço do diesel; oscilações constantes afetam atividade transportadora por

DIEGO GOMES


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setor de transporte e a população em geral vêm sendo diretamente impactados pelas variações no preço do diesel. Desde 2016, a Petrobras adota política de precificação dos combustíveis na qual atrela seus reajustes à cotação do petróleo no mercado internacional. Inicialmente, a revisão dos preços era mensal; em seguida, passou a ser a qualquer momento, inclusive diariamente. Mais recentemente, os preços do óleo diesel em suas refinarias passaram a ser reajustados – para cima ou para baixo – em períodos não inferiores a 15 dias. De lá para cá, em função dos sucessivos aumentos no preço

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do insumo, o Brasil presenciou a maior greve de caminhoneiros de que se teve notícia e sofreu uma crise de desabastecimento. Ainda assim, a política de preços do diesel permanece incompatível com a atividade transportadora na avaliação dos principais representantes do setor. Para se ter uma ideia, hoje, o insumo representa 35% do custo operacional do transporte de carga. É o componente que mais pesa no valor do frete e, portanto, o que tem maior impacto nas cadeias produtivas, atingindo diretamente o controle inflacionário e a vida de todos os brasileiros. O presidente da CNT (Confederação Nacional do Transporte), Vander Costa, pon-

1,67 1,65 1,47

dera que a Petrobras não precisa abrir mão da política de paridade de preços internacionais para conciliar os interesses dos seus acionistas com as demandas dos clientes e do mercado em geral. Ele ressalva que a gestão dessas oscilações pode ser feita sem colocar em risco atividades essenciais para a economia nacional, como o transporte de cargas. “Mais grave do que o aumento de preço é a falta de estabilidade e de previsibilidade no custo do combustível. Variações constantes no custo do diesel inviabilizam a formação de preços justos e seguros para o frete. Essa situação expõe os transportadores a incertezas e prejuízos insuportáveis.”

1,67 1,66 1,61

1,66 1,63

1,62

1,59

1,41

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1,24

1,39 1,34

1,68 1,65

1,51

1,42

Levantamento da CNT aponta que o preço do diesel no Brasil não está entre os maiores do mundo se comparado com os valores praticados pelos países-membros da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) e por outros de maior diversidade. De modo geral, de acordo com a Confederação, países mais ricos possuem preços mais elevados para o combustível. Observa-se, porém, o caso dos Estados Unidos, em que, apesar de sua elevada renda, mantêm o preço do combustível em valores menores do que a maioria dos países, até mesmo na comparação com o Brasil.

1,40 1,36

1,32

1,31

1,15

1,13

REINO UNIDO ITÁLIA FRANÇA ALEMANHA ESPANHA

1,24 1,15

EVOLUÇÃO DO PREÇO DO DIESEL COM TRIBUTOS (US$)

1,12

1,05

JAPÃO

1,01 0,92

0,93 0,93

0,79

0,92

0,88

0,95

0,90 0,82

0,76

0,88 0,78

0,89 0,79

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DEZ/16

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JAN/19

FEV/19

BRASIL CANADÁ ESTADOS UNIDOS


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Mecanismo É por isso que, em audiência pública realizada na Comissão de Viação e Transportes, da Câmara dos Deputados, no dia 8 de maio, Vander Costa declarou que é possível adotar um mecanismo simples para garantir a política de preços flexíveis da Petrobras e, ao mesmo tempo, dar previsibilidade ao mercado consumidor. O presidente da CNT defendeu que a Petrobras adote uma periodicidade mínima de 90 dias para reajustar o valor do óleo diesel no mercado brasileiro. Vander Costa afirmou que é compreensível a precificação estar alinhada às cotações

internacionais, mas frisou que a gestão dessas oscilações deve ser feita sem colocar em risco atividades essenciais para a economia nacional, como o transporte de cargas. “Nós, transportadores, não temos a capacidade econômica (financeira) de suportar o aumento de preços diários, quinzenais ou até mesmo mensais. Nossa proposta é que as variações – que acompanham o mercado internacional – sejam feitas no intervalo mínimo de 90 dias.” Segundo ele, a Petrobras tem condições de estabelecer essa periodicidade de ajustes no preço do diesel sem necessariamente alterar a sua política de preços. “A empresa tem

de assumir o custo de fazer um hedge [instrumento que tem como objetivo proteger operações financeiras do risco da volatilidade de preço dos ativos] e, com isso, reduzir o impacto negativo que as oscilações mais severas de preço de petróleo podem ter no mercado brasileiro.” Assim, esclarece o presidente da CNT, a Petrobras não apenas protegeria o seu próprio fluxo de caixa mas também contribuiria para a estabilidade dos preços do diesel no país e para o aumento do grau de confiança do setor de transporte. Vander Costa também propôs que sejam feitos ajustes no frete pago aos transporta-

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dores que atendem à estatal, que é uma grande embarcadora, quando ocorrer oscilação do valor do diesel. “A Petrobras poderia dar o exemplo ao mercado e, quando houvesse o reajuste do diesel, automaticamente subiria o preço do frete pago por ela.” Na avaliação do presidente da CNT, tal iniciativa faria com que o mercado (como as demais petrolíferas que atuam no país) acompanhasse a medida da Petrobras, criando um ciclo virtuoso no mercado de fretes. Isso evitaria que o custo relativo à volatilidade do preço do petróleo – e do diesel – ficasse concentrado nos transportadores. l 75,46

59,41

57,15

55,41 50,42

49,57

38,35

PREÇO DO DIESEL (MAR/19) X RENDA PER CAPITA

37,07

11,41 1,68

ITÁLIA

1,72

REINO UNIDO

1,64

FRANÇA

PIB (PER CAPITA - US$ MIL) VALOR DO DIESEL (US$)

1,42

ALEMANHA

1,38

ESPANHA

1,13

0,90

JAPÃO

BRASIL

0,92

0,81

CANADÁ ESTADOS UNIDOS

FONTE: MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA, RELATÓRIO DO MERCADO DE DERIVADOS DE PETRÓLEO DE MARÇO DE 2019. - PREÇO DO DIESEL: PARA O BRASIL, PREÇOS DA ANP. DEMAIS PAÍSES: AGÊNCIA INTERNACIONAL DE ENERGIA. - PRODUTO INTERNO BRUTO: FMI


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SUSTENTABILIDADE

Que tal ouvir essa reportagem? FOTOS / ARQUIVO SISTEMA CNT


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dos

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O mundo é

ecocondutores

A condução econômica e a manutenção do veículo contribuem para a redução de custos operacionais das empresas e a preservação do meio ambiente. Cartilhas indicam boas práticas para motoristas e gestores de frota por

GUSTAVO T. FALLEIROS


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N

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ão é o mais rápido, não é o mais arrojado, não é o mais competitivo. Motorista nota 10 é aquele que sabe tirar o melhor do veículo com economia e segurança. Os verdadeiros craques do volante estão atentos à mecânica e levam em conta o trajeto, o estado do pavimento e até as condições climáticas. Eles trocam as marchas com precisão, não admitem que a direção esteja “folgada” e prezam pela calibragem correta dos pneus. Afinal, querem ter o carro “na mão”. Dirigir com esse nível de consciência tem várias vantagens. Uma delas é garantir a maior durabilidade das peças. Outra é poupar combustível – uma economia de cerca de 10%, apontam os estudos. Vale lembrar que o consumo de diesel representa 35% do custo operacional do transporte rodoviário de cargas. No rodoviário de passageiros, representa um quarto do investimento. Existe, ainda, o aspecto ambiental. Menor consumo de combustível significa menos gases poluentes lançados na atmosfera. Como sabemos, a poluição do ar é danosa para o sistema respiratório, o que compromete a qualidade de vida nas grandes cidades e, indiretamente, onera o sistema público de saúde. As complicações vão além, pois a queima de diesel libera CO2, um dos gases

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do efeito estufa, responsáveis pelo aumento médio da temperatura no planeta. Por isso, motoristas com esse nível de excelência são também chamados de ecocondutores. Como as qualidades desses profissionais não têm nada a ver com talento, mas com atenção e conhecimento, todos podem desenvolvê-las. Uma das contribuições da CNT (Confederação Nacional do Transporte) e do SEST SENAT para esse aprendizado são as cartilhas “Ecocondução – Eficaz para o Meio Ambiente e a Qualidade de Vida” e “Manutenção Preventiva – Benefício para Todos”, ambas idealizadas no âmbito do Programa Ambiental do Transporte – Despoluir. A manutenção preventiva, como veremos, é um dos pilares da ecocondução. “Na nossa visão, o trabalhador do setor de transporte é um potencial disseminador de boas práticas”, afirma a coordenadora de projetos especiais da CNT, Erica Vieira Marcos. “Esse engajamento é fundamental para a diminuição dos impactos adversos na natureza e para a obtenção de um transporte cada vez mais limpo e eficiente”, complementa.

CARTILHAS DO PROGRAMA DESPOLUIR Os guias rápidos do Programa Despoluir trazem informações valiosas para transportadores, condutores, gestores de frota e trabalhadores da área de manutenção e garagens que desejam atuar de maneira mais eficiente e ambientalmente responsável. “São cartilhas para se ter no porta-luvas, para entrar no cotidiano do transportador”, esclarece o diretor-executivo da CNT, Bruno Batista. A coleção inclui os seguintes títulos: “Arla 32 – Uso Correto”, “Óleos Lubrificantes Automotivos – Uso e Destinação Adequada” e “Baterias Automotivas – Boas Práticas no Uso e na Destinação”.

Os conteúdos estão disponíveis em


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CONSELHOS PRÁTICOS PARA UM ECOCONDUTOR Leia o manual do veículo Dirija com atenção, respeito às regras de trânsito e previsibilidade Realize a manutenção preventiva e a inspeção do veículo regularmente Abasteça com combustível de qualidade adequada Evite deixar o veículo entrar na reserva de combustível Antes de dar a partida, acione a chave até se acenderem as luzes do painel e aguarde por pelo menos dez segundos Se o seu veículo possui injeção eletrônica, não deixe o motor “esquentando” antes de iniciar um trajeto Dê a partida com o pedal da embreagem pressionado Evite acionar a partida com acessórios elétricos ligados (som, lanterna, ar-condicionado, entre outros) Desligue o veículo em paradas Utilize corretamente o acelerador, os freios, a embreagem e as marchas Evite a realização desnecessária de ultrapassagens FONTE: “ECOCONDUÇÃO – EFICAZ PARA O MEIO AMBIENTE E A QUALIDADE DE VIDA”.

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QUATRO INIMIGOS DA BOA DIREÇÃO FRENAGENS BRUSCAS

ACELERAÇÃO SEM NECESSIDADE

Combustível para os transportadores Lançado em 2007, o Despoluir auxilia os transportadores a aprimorar suas táticas na busca por sustentabilidade, com resultados positivos na qualidade de vida dos trabalhadores e na redução de custo das empresas. O carro-chefe são as avaliações veicu-

lares ambientais realizadas em todo o país, graças ao engajamento das federações filiadas à CNT. Já foram realizadas mais de 2,5 milhões de vistorias. Leia mais sobre o Programa na pág. 58. Uma faceta do programa é a disponibilidade de atuar diretamente no pátio das empresas. Nessas visitas, são realiza-

TROCAS DE MARCHA SEM OBSERVAR A ROTAÇÃO DO MOTOR

EXCESSO DE CARGA

das medições do parâmetro de opacidade dos gases emitidos. Podemos dizer que o nível de opacidade indica se o veículo está poluindo mais ou menos. Outra abordagem, mais técnica, é a de que a opacidade representa a qualidade da queima do combustível no motor. Portanto, ela fornece um parâmetro para

regular o veículo dentro da especificidade daquele chassi e de acordo com a normativa editada pelo órgão ambiental. Motor bem regulado é sinônimo de economia. “Combustível é um custo altíssimo para uma frota de ônibus”, enfatiza Alexsander de Almeida Ramos, gerente de


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NÃO NEGLIGENCIE OS PNEUS Parece trivial, mas a calibragem correta dos pneus é indispensável para uma condução mais segura e econômica. Mais segura porque é a borracha da banda de rodagem que toca o asfalto e garante o atrito necessário. Sem pressão suficiente, a estabilidade do veículo fica comprometida. Na situação contrária, com excesso de pressão, o prejuízo é também econômico, pois os pneus desgastam mais rapidamente. Por sua vez, pneus “carecas” facilitam a aquaplanagem, o que é um perigo.

manutenção de uma grande operadora de transporte urbano de passageiros. Portanto, para a empresa, manutenção e regulagem têm um benefício econômico. Realiza-se a mesma atividade, no mesmo tempo e gastando menos por conta do rendimento do combustível, que melhorou. E tem o benefício para o moto-

rista, que é o de trabalhar em um carro devidamente regulado, com menos poluição e melhores condições para enfrentar as linhas de maior dificuldade – a de aclive, por exemplo.” E se o ônibus não estiver bem regulado, o que acontece? Quem responde é o gerente de manutenção Jean de Dieu Minsongui

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“Criou-se a cultura de ‘x libras para tal veículo’, e isso não é correto. Os motoristas devem sempre consultar o manual do fabricante e calibrar o pneu de acordo om ele”, aconselha Alysson Souza, instrutor do SEST SENAT. Quanto à periodicidade da calibragem, a cartilha “Manutenção Preventiva – Benefício para Todos” traz orientações precisas: “É importante que a calibragem dos pneus do veículo seja realizada semanalmente e, para que seja efetuada de forma correta, deve-se verificar a pressão do ar de enchimento com os pneus frios. Nesse sentido, é recomendada a calibração dos pneus sempre antes do início da viagem”.

Mveh. “Esse veículo vai oferecer um risco à segurança. É aquele ônibus que você vai encontrar soltando muita fumaça, obstruindo a visibilidade de toda a vizinhança – do próprio motorista, dos carros pequenos, dos motociclistas, dos pedestres. Além disso, ele vai oferecer um consumo muito elevado. Essa dife-

rença de consumo pode chegar a 15%”, calcula. Ele ressalta que, na empresa onde trabalha, manutenção e condução são duas áreas complementares. “O equipamento precisa estar ajustado. Já na parte de condução, o motorista vai aprender a operar dentro do giro ideal para não gastar muito combustível”, sublinha. l


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MOBILIDADE URBANA

Durante o seminário, foi realizada uma demonstração de aferição de um veículo a diesel na embaixada


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Reconhecimento

internacional Governo de Portugal reconhece trabalho ambiental do Sistema CNT; Programa Despoluir é apresentado durante evento sobre mobilidade urbana e descarbonização das cidades por

CYNTHIA CASTRO


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tuar para a redução das emissões de poluentes é uma das fortes linhas de trabalho da CNT e do SEST SENAT há mais de dez anos. O Despoluir - Programa Ambiental do Transporte já atendeu quase 50 mil transportadores no projeto de avaliação veicular, além de outros milhares de representantes do setor que tiveram acesso a publicações e conheceram iniciativas diversas pela promoção do transporte mais limpo. A sustentabilidade também é tema comum nas salas de aula das Unidades Operacionais do SEST SENAT em todo o país. As principais ações desse programa foram apresentadas na Embaixada de Portugal, em Brasília, em maio, durante o seminário “Transportes, Mobilidade Urbana e Descarbonização das Cidades”. No evento, os dois países trocaram experiências bem-sucedidas, especialmente envolvendo a iniciativa privada brasileira. O diretor-executivo da CNT, Bruno Batista, apresentou o programa; e os participantes puderam conhecer os projetos do Despoluir. Também foi realizada uma demonstração de aferição de um veículo a diesel na embaixada, que recebeu o selo de aprova-

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ção. O presidente da CNT, Vander Costa, esteve no seminário e enfatizou que o Despoluir está rompendo fronteiras e atraindo o interesse de outros países. “Queremos fazer um transporte de pessoas e de produtos com qualidade e com o menor impacto ambiental possível. Vamos fortalecer o programa Despoluir para cada vez mais inovar e expandir a atuação pelo desenvolvimento sustentável no setor de transporte brasileiro”, afirmou o presidente da CNT. E o governo português está interessado nessa disposição do setor em promover um transporte mais limpo. O vice-ministro da Mobilidade de Portugal, José Gomes Mendes, ressaltou que conhecer experiências de sucesso no Brasil e também apresentar o que vem sendo feito em outros países são muito importantes para a construção de um cenário mundial que leve à diminuição da emissão de poluentes. “Os impactos das alterações climáticas não têm fronteiras. Temos que colaborar com diferentes países, cidades e empresas para vencermos a luta por um mundo mais sustentável”, disse Mendes. No mesmo dia do seminário na embaixada, o vice-ministro e o embaixador de Portugal no Brasil, Jorge Cabral,

estiveram na sede da CNT em Brasília. Em reconhecimento ao trabalho realizado, eles convidaram a Confederação para compor a Aliança Global para a Descarbonização dos Transportes (TODA, na sigla em inglês). A Aliança reúne países, cidades e empresas para se articularem politicamente e impulsionarem a mobilidade sustentável de baixo carbono. O objetivo principal da Aliança é proporcionar uma ação coordenada para que sejam cumpridos os compromissos do Acordo de Paris em relação à diminuição de gases de efeito estufa pela atividade transportadora. Elétricos Durante o seminário na Embaixada de Portugal, os participantes também puderam conhecer dois ônibus 100% elétricos que trafegam em Brasília. Os veículos, da empresa Piracicabana, passam pelo Eixo Monumental, em frente ao Congresso Nacional e aos Ministérios, e também fazem o trajeto entre a Rodoviária do Plano Piloto e a UnB (Universidade de Brasília). Eles estão em operação desde 2018. Representantes de montadoras de veículos e de entidades que representam os elétricos participaram do seminário. O

vice-ministro de Portugal destacou que o país lusitano está à frente da venda de veículos elétricos na Europa. O país implementa diversas medidas de incentivo à aquisição, como um bônus em euros e redução de impostos (veja na página a seguir). Segundo ele, há uma grande preocupação e comprometimento do país em conseguir cumprir os objetivos da agenda da ONU 2030 em relação à diminuição das emissões dos gases de efeito estufa. “O parlamento português aprovou a decisão de reconhecer o transporte como um bem essencial. Com isso, aumenta a responsabilidade do poder público sobre a sustentabilidade nesse setor. Temos um grande desafio mundial: sermos capazes de descarbonizar e de reduzir as emissões do setor transportador”, afirmou o vice-ministro português ao explicar o que significa descarbonizar o setor de transporte: “isso inclui utilizarmos veículos que tenham menos emissão de CO2 ou zero emissão, como ocorre com os veículos elétricos a bateria. Significa trocarmos viagens em modos motorizados por modos não motorizados, como a bicicleta e a caminhada. Significa buscarmos fontes de energia renováveis.”


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renováveis, estaremos fazendo o que é mais adequado.

GOVERNO CONCEDE 3.000 EUROS NA COMPRA DE UM ELÉTRICO O programa de estímulo à descarbonização do setor de transporte em Portugal prevê incentivo em dinheiro, além de outros benefícios, para que os consumidores adquiram um veículo elétrico. O vice-ministro da Mobilidade de Portugal, José Gomes Mendes, acredita que chegará o momento em que a tecnologia ficará mais acessível e será absorvida naturalmente pelos consumidores. Para ele, a eletrificação no setor de transporte é um caminho importante para se alcançar a redução das emissões. Leia a seguir trechos da entrevista concedida à revista CNT Transporte Atual.

Os veículos elétricos são essenciais nesse processo de descarbonização no setor de transporte? O setor de transporte é responsável por 25% das emissões de CO2. Isso significa que, se não formos capazes de descarbonizar, não venceremos a luta contra as alterações climáticas. Os veículos elétricos não têm emissão por gás, sejam eles a bateria ou a hidrogênio, que é uma tecnologia que já está bem avançada. É muito importante termos cidades em que a circulação ocorra sem emissão de Co2, NOx, partículas e sem ruído. Sabemos que o foco no veículo não é o único caminho, mas é uma das medidas essenciais. Se formos capazes de trazer mais pessoas para o transporte público, que é a forma mais eficiente de transportar, tanto do ponto de vista do custo quanto do ponto de vista ambiental, e se pudermos usar mais ônibus elétricos e energias de fontes

Em Portugal, há incentivos para estimular os veículos elétricos? Temos quatro grandes pilares. O primeiro é o apoio à aquisição dos veículos. Um cidadão português ou uma empresa que queira adquirir um veículo elétrico terá o apoio de 3.000 euros por veículo. Temos também um pacote de incentivos fiscais. Não é cobrado imposto sobre circulação em relação aos elétricos. Um terceiro pilar é oferecer uma rede nacional de carregamento. Temos uma rede pública, visível, em todo o país. E temos um modelo de gestão da mobilidade elétrica centrado nas pessoas, e não nos fornecedores. Com apenas um cartão, é possível acessar qualquer área de carregamento. Quantos veículos elétricos há hoje em Portugal? Portugal é o país na Europa onde se vende percentualmente mais veículos elétricos. São cerca de 20 mil. O país é pequeno, mas lidera na Europa em relação ao percentual de elétricos sobre o total de veículos. Portugal tem também o maior programa de renovação de ônibus da Europa, com o apoio do governo. São

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709 ônibus que estão sendo renovados, sendo 170 completamente elétricos e os outros a gás natural. E o gás natural, como tecnologia de transição, também permite reduzir as emissões de CO2 em cerca de 25%. É um exercício grande, com um investimento de mais de 200 milhões de euros. Isso vai ter continuação no futuro com novos programas de apoio financeiro. Qual o maior desafio em relação a esse processo de descarbonização? As tecnologias estão disponíveis para a maior parte das necessidades do setor de transporte. Na medida em que elas vão ficando mais competitivas e mais customizadas, as pessoas vão aderindo naturalmente. Há um ou outro setor em que é mais difícil, e teremos que trabalhar mais. No transporte de mercadorias de longo curso, é mais difícil colocar veículos elétricos. Terá que haver uma tecnologia de transição, porventura o gás natural, o hidrogênio. Sabemos que é muito difícil trabalhar na navegação e na aviação, setores dependentes dos combustíveis fósseis. Eles trafegam por grandes distâncias, com cargas enormes, e os modelos elétricos e com bateria convencional não são suficientes. Têm pouca autonomia.

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INSTITUCIONAL

Representação cartográfica

do

transporte Atlas CNT do Transporte é lançado com design sofisticado e informações essenciais sobre a infraestrutura brasileira nos modais rodoviário, ferroviário, aquaviário e aéreo por

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s mapas estão entre as formas mais antigas de representação gráfica da humanidade. Há milhares de anos, já eram desenhados em argila, madeira, peles de animais e rochas. Os gregos iniciaram suas contribuições para o desenvolvimento da cartografia em todo o mundo, ainda em 500 a.C, com o primeiro livro de geografia que se tem notícia escrito por Hecateu de Mileto. De lá para cá, tecnologias de medição de terras foram aperfeiçoadas e tornaram-se essenciais

EVIE GONÇALVES

para a agricultura, para a defesa dos territórios e para os sistemas de transporte, sobretudo a partir das grandes navegações iniciadas pelos portugueses no século 15. Apesar da clara relação do transporte com o espaço geográfico, onde tudo que é transportado possui uma origem e um destino, a representação gráfica dos temas a ele relacionados ainda não é amplamente explorada. Por isso, a CNT (Confederação Nacional do Transporte) lançou, o segundo Atlas CNT do Transporte

– a primeira edição foi divulgada em 2006. O material apresenta, por meio de mapas temáticos, informações fundamentais sobre a infraestrutura e a operação dos sistemas rodoviário, ferroviário, aquaviário, aéreo e sua integração multimodal. “Acreditamos que o lançamento de um Atlas dedicado ao setor de transporte contribui de maneira significativa para a construção de um conhecimento especializado do setor, além de possibilitar o registro histórico de informações capa-

zes de promover o aprendizado com a experiência vivenciada pelos próprios transportadores”, destaca o presidente da CNT, Vander Costa. Os mapas fazem parte do dia a dia dos transportadores, uma vez que, independentemente do modal, o ato de transportar é guiado por instrumentos de navegação. O objetivo de quem transporta é chegar a um determinado destino no menor tempo, com menor custo e com maior segurança. Assim, os mais de cem mapas apresentados no


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material oferecem, por meio de design sofisticado e robusto, informações relevantes da logística e do transporte sob a perspectiva da análise geográfica, contemplando características dos deslocamentos, como volumes, velocidades ou fluidez, as condições da infraestrutura existente ou até mesmo aspectos socioeconômicos. O material é dividido por modal e, além de trazer dados de cada segmento do transporte, utiliza informações dos produtos desenvolvidos pela CNT, como, por exemplo, o Anuário CNT do Transporte, a Pesquisa CNT de Rodovias e o Plano CNT de Transporte e Logística. No modal rodoviário, é possível identificar mapas da malha brasileira pavimentada e não pavimentada, federal e estadual, de pista simples e de pista dupla, além das rodovias concedidas ou não. O Atlas também oferece mapas com desdobramentos dessas informações por estado. No modal ferroviário, o Atlas ilustra detalhes da malha de cada concessionária que opera no país. Além disso, mostra as principais estações ferroviárias de carga e descarga das principais mercadorias movimentadas por ferrovias, entre elas, minério de ferro, soja e milho. Traz, ainda, os locais onde se encontram os principais gargalos ferroviários, como invasões da faixa de domínio de passagens em nível, por estado. Já no modal aquaviário, os mapas mostram onde estão localizadas as principais hidrovias, sendo classificadas como navegáveis, de navegação sazonal, de navegação inexpressiva ou

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não navegável. Revela, ainda, onde estão todas as eclusas do país. Outro dado relevante é a localização dos portos organizados, dos TUPs (Terminais de Uso Privativo), das ETC (Estações de Transbordo de Carga) e das IP4 (Instalações Portuárias Públicas de Pequeno Porte). A movimentação total e de contêineres dos complexos portuários também é revelada, assim como os complexos em que houve variação de movimentação entre 2010 e 2017 (positiva ou negativa). No setor aéreo, o Atlas CNT do Transporte ilustra onde estão localizados todos os aeródromos brasileiros com voos regulares, sendo eles internacionais em regime de concessão, internacionais, domésticos, terminais de carga com recinto aduaneiro e aerovias. Além disso, os mapas trazem a distribuição das rotas aéreas brasileiras, assim como o fluxo das aeronaves e os pontos com maior movimentação de passageiros e de cargas. Por fim, os mapas multimodais representam as infraestruturas dos diferentes modos de transporte de forma conjunta, permitindo visualizar como os diferentes sistemas distribuem-se pelo território nacional, bem como o potencial de integração. “Por meio da interpretação desse tipo de mapa, é possível constatar, por exemplo, que a simples interposição de infraestruturas não significa que exista integração entre elas. Para isso, deve haver dispositivos que viabilizem a transferência entre os modais, seja de cargas, seja de passageiros, conclui o diretor-executivo da CNT, Bruno Batista. l

Imagem meramente ilustrativa do mapa multimodal 1:12.000.000


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MOBILIZAÇÃO

Uma responsabilidade de todos No mês de combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes, SEST SENAT evidencia a necessidade do engajamento dos trabalhadores do transporte; para enfrentar o problema, conhecimento e denúncia são as melhores ferramentas por

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Constituição Federal brasileira não deixa dúvidas quando o tema é a proteção integral às crianças e aos adolescentes, explicitando que essa é uma responsabilidade de todos os cidadãos. O artigo 227 diz que “é dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer,

DIEGO GOMES

à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”. O artigo 5º do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), por sua vez, complementa que “nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discrimi-

nação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais”. No mês de maio, a defesa desses direitos vem fortemente à tona no Brasil. No dia 18, é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Problema social que deve ser enfrentado por toda a sociedade, a violência sexual pressu-

põe o abuso do poder em que crianças e adolescentes são usados para gratificação sexual de adultos, sendo induzidos ou forçados a práticas sexuais. Segundo especialistas, essa violação interfere diretamente no desenvolvimento da sexualidade saudável e nas dimensões psicossociais da criança e do adolescente, causando danos muitas vezes irreversíveis. O enfrentamento a esse problema social passa, espe-


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cialmente, pelo conhecimento e pela conscientização. É por isso que o SEST SENAT, ciente dessa realidade, desenvolve ações socioeducativas para somar esforços nessa luta por meio do Projeto Proteção. Em parceria com a ONG Childhood Brasil, a instituição busca mobilizar os trabalhadores do transporte, que percorrem os mais diversos pontos do país, para que se tornem agentes de proteção dos direitos de crianças e adolescentes. Neste ano, ao longo do mês de maio, sob o slogan “Quando você denuncia, você cuida, você defende, você protege”, todas as Unidades Operacionais vestiram a camisa dessa causa e rea-

lizaram diversas atividades de conscientização, como seminários, distribuição de panfletos, blitze educativas, entre outras. Além disso, a mensagem do SEST SENAT foi divulgada em algumas rodovias federais, com o apoio de concessionárias que administram trechos em São Paulo e na Bahia. A diretora-executiva nacional do SEST SENAT, Nicole Goulart, explica que é imprescindível o engajamento do trabalhador do transporte e da sociedade nesse enfrentamento. “Ao investir na conscientização, evidenciamos que o bom desenvolvimento das nossas crianças e dos nossos adolescentes é um dever tanto do Estado quanto de todos nós,

cidadãos. E o profissional do transporte – principalmente o caminhoneiro, por estar presente nas estradas que cortam este país – é um agente fundamental para o desenvolvimento de ações que combatam a exploração e o abuso.” O problema Para entender a importância de enfrentar a violência sexual contra crianças e adolescentes, é essencial conhecer o contexto e a dimensão dessa questão. No Brasil, hoje, existem 63 milhões de crianças e adolescentes, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). De acordo com o Disque-Denúncia Nacional da

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Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, por ano, são mais de 76 mil denúncias de violações de direitos dessas crianças e desses adolescentes. Segundo Eva Cristina Dengler, gerente de Programas e Relações Empresariais da Childhood Brasil, o país ainda carece de dados mais claros sobre a violência sexual de crianças e adolescentes. “Sabemos que existem fatores de vulnerabilidade que incidem diretamente sobre o problema, aumentando os casos de violação de direitos”, diz. Eva explica que, entre os principais fatores, estão pobreza, exclusão, desigualdade social, questões liga-


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CANAIS DE DENÚNCIA Disque Direitos Humanos

disque 100

disque100.gov.br Ligação internacional:

+55 (61) 3212-8400

das à raça, ao gênero e à etnia. “Mas a falta de conhecimento sobre os direitos da infância e adolescência também contribui para o aumento das violações”, completa. A gerente da Childhood diz que essa violência atinge todas as classes sociais e é um fenômeno complexo, que tem múltiplas causas. De acordo com ela, trata-se de um conceito mais amplo que abarca dois mais específicos: o abuso e a exploração sexual. “A violência sexual se manifesta sob

duas formas: abuso e exploração sexual. Quando o adulto, geralmente próximo à criança, inicia um processo de sedução para satisfazer os seus desejos sexuais. Não há, obrigatoriamente, contato físico. O abuso é velado. Existe um pacto de segredo. Como a relação é de confiança, a criança não percebe de maneira nenhuma que o abuso é algo errado. Ele, por vezes, acontece por anos, e a pessoa só revela quando chega a idade adulta. É um processo muito complexo”, explica.

Já a exploração, detalha Eva, é caracterizada pela relação sexual de uma criança ou adolescente com adultos, mediada pelo pagamento em dinheiro ou qualquer outro benefício (favores ou presentes). Nesse contexto, crianças e adolescentes são tratados como objetos sexuais ou mercadorias. “É importante ressaltar que a responsabilidade pela exploração sexual é sempre do adulto, nunca da criança e/ou do adolescente. Mesmo que eles afirmem estar nessa condição ‘porque que-

rem’, estamos diante de uma história de violações, que resultou na exploração sexual.” Eva Cristina Dengler destaca que a parceria com o SEST SENAT é fundamental, especialmente para construir o entendimento junto aos caminhoneiros de que o papel deles é imprescindível nessa luta. “Ele é o profissional que está na estrada, que, em vários momentos, vai parar em determinados locais para se alimentar ou descansar. Se está ciente desse problema de violação de direitos e sabe


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“Os caminhoneiros se tornam grandes agentes de proteção” Eva Dengler, Childhood Brasil

que é comum a ocorrência nas rodovias, ele se torna um grande agente de proteção.” A gerente da Childhood afirma ainda que todos os cidadãos têm a obrigação de romper com esse ciclo de violência. “O posicionamento tem que ser sempre de denúncia. Ela pode ser feita de forma anônima e gratuita, seja no Disque 100, seja no 191 da PRF (Polícia Rodoviária Federal). Você não precisa nem ter certeza; basta relatar a suspeita, que o encaminhamento do

caso será feito na rede de proteção do município onde o episódio ocorreu.” Realidade O Brasil ocupa o 11º lugar em um ranking de 40 países classificados pela maneira como tratam a violência, o abuso e a exploração sexual de crianças e adolescentes. O levantamento, chamado “Out of the Shadows Index” (Índice Fora das Sombras), foi feito pela The Economist Intelligence Unit (EIU) com o apoio das fundações

World Childhood Foundation e Oak Foundation. O país ficou com a média de 62 pontos, acima da média do grupo, que foi de 55 pontos. O documento destaca as leis de proteção das crianças assim como o aumento do engajamento do setor privado e da sociedade civil e o fortalecimento do tema na mídia. Porém, na pontuação referente ao compromisso e à capacidade dos governos globalmente, o índice médio mundial foi de 50,4, mas o Brasil aparece com 48,1

pontos. Esse item avalia investimentos, equipamentos e capacitação de mobilizados pelos governos para lidar com o tema. O estudo conclui que a vulnerabilidade das crianças e dos adolescentes ao abuso sexual é uma “ameaça universal”: “Ele ocorre, na maior parte das vezes, nas sombras, mas a violência sexual contra crianças está acontecendo em todo lugar, independentemente do status econômico do país ou de seus cidadãos”, diz o documento. l


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EXPANSÃO

SEST SENAT

inaugura nova unidade em Maringá Estrutura conta com salas de aula e clínicas equipadas com tecnologia de ponta e centro de eventos; capacidade é de 3.500 atendimentos ao mês da

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ais de 270 pessoas acompanharam a cerimônia de inauguração da nova Unidade Operacional do SEST SENAT em Maringá (PR), no fim de maio. Debaixo de chuva, diversas autoridades prestigiaram o evento e participaram do descerramento da placa inaugural. Em discurso durante a cerimônia, o presidente do Conselho Regional do SEST SENAT do Paraná e da Fetranspar (Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado do Paraná), coronel Sérgio

Malucelli, destacou a ampliação dos serviços oferecidos aos trabalhadores do transporte. “Com essa nova estrutura, o SEST SENAT passa a atender “aproximadamente 3.500 profissionais ao mês. Aqui, estão instalados equipamentos de alta tecnologia, como o simulador de direção utilizado nos cursos de qualificação de motoristas profissionais, que têm permitido às empresas do setor a redução de custos operacionais.” Além do simulador, a nova unidade de Maringá possui nove salas de aula e dois laboratórios

REDAÇÃO

de informática, com capacidade para 25 alunos em cada sala. Também conta com sala para 40 alunos do treinamento de MOPP (Movimentação de Produtos Perigosos) e três salas de atividades práticas da Oficina Pedagógica. Na área de saúde, está equipada para prestar atendimentos em fisioterapia, psicologia, nutrição e odontologia clínica em oito consultórios. Conta, ainda, com um centro de eventos, quadra poliesportiva e palco para atividades de esporte e lazer.

Ganhos efetivos Com cerca de 450 mil habitantes, Maringá está localizada em um entroncamento de importantes rodovias que fazem a ligação das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. As rodovias que cortam o estado são importantes para o escoamento de grande parte da produção agrícola do país. Mais de 60% do arroz, do milho e da soja produzidos no Paraná chegam ao porto de Paranaguá por meio do transporte rodoviário. “Eu tenho absoluta certeza de que essa região e o Paraná,


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como um todo, contarão com um desenvolvimento ainda maior a partir da implantação dessa nova estrutura”, afirmou o vice-governador do estado, Darci Piana. Na avaliação dele, além da qualificação profissional, os serviços prestados pelas Unidades possibilitam melhores condições de saúde aos trabalhadores, o que reduz os gastos com saúde pública. “E no caso do SEST SENAT, isso ainda vai além, devido ao trabalho de segurança no trânsito que é desenvolvido”, complementou. Já o prefeito de Maringá, Ulisses Maia, disse que a nova Unidade Operacional é um presente que a cidade ganha em seus 72 anos. “A estrutura tem padrão de primeiro mundo, com os equipamentos prontos para serem utilizados. É um avanço muito grande para o setor.

Ficamos honrados com esse presente que a cidade recebe”. Entre os transportadores, a expectativa de poder contar ainda mais com os serviços do SEST SENAT vem acompanhada de grande otimismo para a retomada do crescimento do setor. “Enfrentamos dificuldade para encontrar motoristas qualificados. O SEST SENAT é nosso grande aliado na solução desse problema. Os cursos, principalmente de direção segura e econômica e de transporte de produtos perigosos, garantem mais qualidade para os nossos serviços e nos coloca em destaque perante os clientes”, afirma Carlos Antônio da Silva Vieria, da Transportadora Meztra Ltda., que realiza transporte de combustíveis. Para Luiz Lorenço, presidente do Conselho de Administração da Cocamar – cooperativa agroin-

dustrial com 13 mil associados, que atuam com a produção de soja, milho, trigo, café e laranja – o trabalho que a instituição realiza gera resultados positivos para as empresas. “Com certeza, iremos utilizar ainda mais o SEST SENAT com toda essa estrutura montada aqui. Os treinamentos oferecidos garantem mais segurança nas nossas operações e melhoram a produtividade das empresas, já que oferecem melhores condições de vida e de desempenho dos motoristas, contribuindo para a redução de custos no setor.” O evento contou também com as presenças do deputado federal e ex-ministro da saúde, Ricardo Barros; da ex-governadora do Paraná, Cida Borghetti; do presidente do Setcamar (Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística de Maringá), Afonso

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Shiozak; e do diretor-adjunto do SEST SENAT, Vinícius Ladeira. A inauguração da Unidade de Maringá integra o plano de expansão do SEST SENAT em todo o Brasil. Desde 2017, outras 13 unidades já foram inauguradas: Porto Ferreira (SP), Paragominas (PA), Duque de Caxias (RJ), Limeira (SP), Mossoró (RN), Picos (PI), Carazinho (RS), Teotônio Vilela (AL), Serra Talhada (PE), Lages (RS), Sobral (CE), Itumbiara (GO) e Guarujá (SP). Desde 1993, o SEST SENAT já realizou mais de 129 milhões de atendimentos. A instituição é referência em desenvolvimento profissional e na prestação de assistência à saúde dos trabalhadores do transporte e dos seus familiares. Os atendimentos são 100% gratuitos para profissionais do transporte contribuintes e seus dependentes.l

SEST SENAT MARINGÁ

Estrada Pinguim, 1.324 Gleba Ribeirão Pinguim (44) 3123 7100

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ITL

Expertise sobre trilhos Gestores visitam sistema de transporte na Alemanha; visita técnica faz parte da conclusão da Certificação Internacional em Gestão de Sistemas Ferroviários e Metroferroviários por

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FOTOS / DIVULGAÇÃO | DEUTSCHE BAHN


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ara construir um novo transporte, é preciso expandir o conhecimento e a busca por soluções. E para isso, conhecer sistemas avançados com integração modal e eficiência operacional é fundamental. Esse foi o objetivo da visita técnica realizada pelos alunos da Certificação Internacional em Gestão de Sistemas Ferroviários e Metroferroviários ao grupo Grupo DB (Deutsche Bahn), na Alemanha. A viagem fez parte da conclusão do curso que integra o Programa Avançado de Capacitação do Transporte promovido pelo SEST SENAT e organizado pelo ITL (Instituto de Transporte e Logística), com a missão de capacitar gestores de todos os modais do setor para oferecer mais qualidade e eficiência para as operações do transporte no Brasil. Os alunos da certificação estavam acompanhados de representantes do Sistema CNT. Além do presidente da CNT, Vander Costa, estiveram na Alemanha a diretora-executiva nacional do SEST SENAT, Nicole Goulart; o diretor-executivo da CNT, Bruno Batista; e o diretor-executivo do ITL, João Victor Mendes. O presidente da CNT, Vander Costa, classifica a oportunidade como única por possibilitar o intercâmbio com as melhores práticas internacionais de

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transporte intermodal. “Esse curso de extensão vem para agregar ainda mais à formação já realizada no Brasil. Tivemos contato com o que há de mais moderno e inovador no mundo no âmbito da operação e dos serviços de mobilidade de passageiros e logística. A realização desse curso permite pensar em soluções que podem ser aplicadas na melhoria dos sistemas de transporte brasileiros”. Vander Costa reitera que a missão também permite a análise

2.000 lugares distintos. Na sequência, visitaram a sede do Grupo DB, onde tiveram a oportunidade de conhecer iniciativas e projetos inovadores, especialmente os treinamentos ferroviários com soluções de realidade virtual. O grupo de gestores também conheceu o funcionamento do Laboratório de Inovação da DB, onde são desenvolvidos diversos projetos e startups. O diretor-executivo do ITL, João Victor Mendes, destaca que a visita serviu para aliar

como acontece. Novas formas de otimização de linhas, segurança nas operações e produtividade com qualidade. Nossos gestores tiveram a oportunidade de vivenciar o que existe de mais moderno em termos de inovação para o setor.” Durante a semana, os gestores também visitaram a obra de modernização de via da DB; o Porto de Hamburgo; o centro de manutenção de material rodante em Hamburgo; o Ferroanel de Berlim; o pátio de formação

e a atualização da metodologia dos cursos oferecidos pelo SEST SENAT, bem como dos produtos desenvolvidos pela CNT. Durante a extensão, os gestores visitaram a estação de trem central de Frankfurt por onde passam, diariamente, 450 mil pessoas com destino a mais de

os conceitos aprendidos em sala de aula com a expertise do sistema de transporte da Alemanha. “A DB propicia o que existe de mais avançado em conhecimento do sistema ferroviário. Isso foi ensinado em sala de aula e, agora, tivemos a oportunidade de ver na prática

de trens Maschen, o maior da Europa; o sistema de transporte público integrado de Berlim; e ainda tiveram a experiência de uma viagem a Hannover no trem de alta velocidade. De acordo com o diretor global da DB Rail Academy, Heiko Scholz, promover essa extensão


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internacional abre possibilidades de ampliar a aplicação dos conhecimentos adquiridos em sala de aula. “Todo o conteúdo e know-how que foram transmitidos por workshops e toda a teoria em sala de aula e via e-learning, ao longo de 2018 e 2019, no curso, agora podem ser vivenciados na prática pelos gestores.” Scholz ainda destaca que a visita mostrou as melhores práticas, assim como os desafios e as dificuldades que a Deutsche Bahn, uma das líderes globais

em operação de cargas, passageiros e infraestrutura ferroviária, enfrenta em seu dia a dia. Para os participantes, a extensão foi um marco na carreira profissional. O engenheiro da Comissão de Monitoramento das Concessões e Permissões da Secretaria de Transportes de

São Paulo (SP), Edpo Covalciuk, afirma que a viagem foi o ponto alto de toda formação e a consagração de todo o conteúdo teórico apresentado nas aulas. “Com a visita, pudemos não somente ver o sistema mas também, principalmente, fazer uso dele e vivenciarmos a experiência do usuário com o olhar técnico que havíamos adquirido dentro da sala de aula.” Na visão dele, o Brasil pode aproveitar muito da expertise já desenvolvida na Alemanha.

“A rede de trens regionais da Alemanha é capaz de encurtar as distâncias e otimizar o tempo, além de garantir conforto e pontualidade. No Brasil, país de dimensões continentais, é imprescindível o desenvolvimento ferroviário para o segmento regional e intercidades.”

A gerente-executiva de meio ambiente da Rumo Logística, Renata Ramalho, destaca que o curso prático, realizado na Alemanha, foi fundamental para que pudesse entender in loco os processos apresentados em sala de aula. “Poder observar e acompanhar a realidade e o dia a dia de uma ferrovia na Alemanha, com certeza, foi esclarecedor e trouxe vários inputs, que poderão ser aplicados em nossa rotina, nas ferrovias brasileiras, em busca da

melhoria contínua e mudança de patamar em gestão e atendimento ao cliente”. Sobre as novidades vistas durante a viagem, ela destaca a integração do transporte de passageiros, que possui uma cadeia totalmente interligada, desde trem de alta velocidade,

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até bicicletas e carros elétricos, que podem ser utilizados a partir das estações. “Com um conceito de logística integrada totalmente aplicado ao bem-estar dos passageiros, a infraestrutura de transporte de passageiros da Alemanha é uma das melhores do mundo. Com integração total de vários modais, a mobilidade urbana é impecável. A pontualidade e a eficiência do transporte se destacam. Além disso, uma malha ferroviária muito bem distribuída e com excelência em segurança faz com que o transporte seja um dos mais eficientes do mundo.” Sobre a importância do curso, Renata frisa que ele proporcionou um amplo conhecimento de gestão da operação ferroviária mundial. “Por meio do curso, pude aprofundar meus conhecimentos e aplicar as metodologias e os conceitos em meu dia a dia. A interação entre transporte de cargas e transporte de passageiros também agregou troca de experiências e expertise entre o grupo.” A certificação A Certificação Internacional em Gestão de Sistemas Ferroviários e Metroferroviários já formou 35 profissionais dos segmentos de cargas e de passageiros, entre os quais, especialistas e gestores das áreas de operação e manutenção. Uma nova turma deve ser anunciada em breve. l


Quando eu pego a estrada, quem acelera ĂŠ o Brasil. Caminhoneiro, estamos com vocĂŞ em todos os momentos


HÁ 25 ANOS, O SEST SENAT É O SEU GRANDE AMIGO NAS ESTRADAS. De 30 de junho a 5 de julho, o SEST SENAT irá, mais uma vez, ao seu encontro.

Dentistas Cuidados com a coluna Dicas nutricionais e orientações sobre os riscos do uso de álcool e outras drogas Orientação profissional para cursos e atualizações Dicas de condução econômica e uso do diesel Avaliação da emissão de poluentes do caminhão

CAMINHONEIRO


TEMA DO MÊS

Abertura do capital estrangeiro nas companhias aéreas

Capital estrangeiro nas aéreas: será que vai decolar? SAMUEL BARROS E RICARDO MACEDO

A SAMUEL BARROS Administrador, mestre em Administração e Desenvolvimento Empresarial, especialista em Finanças, coordenador do Curso de Administração do Ibmec RJ

RICARDO MACEDO Economista, mestre em Economia, coordenador do curso de Ciências Econômicas do Ibmec RJ

medida provisória n.º 863/2018, ainda produzida pelo governo Temer, aprovada no último dia 21 de maio pela Câmara dos Deputados e no dia 22 de maio pelo Senado Federal, autoriza a participação de até 100% de capital estrangeiro em companhias aéreas brasileiras. Entre os impactos esperados a partir dessa medida, agora transformada em lei, há o aumento da concorrência no mercado interno e, consequentemente, a redução do preço das passagens. Já não é de hoje que o mercado brasileiro flerta com o capital estrangeiro nas companhias aéreas. Se considerarmos que, até o final da Segunda Guerra Mundial, as maiores empresas aéreas brasileiras eram controladas por grupos estrangeiros, como, por exemplo, a Varig, que era controlada por alemães, não há grandes novidades sobre o tema.

Contudo, com o Brasil estando em uma crise econômica que se arrasta, tendo um contingente de empresários que se mantêm em passo de espera e um volume de desempregados que só aumenta, o capital externo para o setor aéreo pode vir como um sopro de ar fresco no meio desse caos econômico. A MP tem potencial de reaquecer o mercado de aviação, permitindo novas concorrências e o aumento da oferta de voos que poderá gerar uma redução no preço das passagens. Mas existe risco de a MP não gerar todos os frutos esperados, pois, caso o presidente não vete a medida adicional de proibição da cobrança por bagagens, as companhias que trabalham na busca da eficiência máxima em custo, oferecendo a menor tarifa (low cost), terão dificuldade de operar com esse modelo. E elas são as mais entusiasmadas a vir para o nosso mercado.

Assim, a esperança vive. Em menos de 24 horas após a aprovação da MP, a Air Europa recebeu autorização da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) para operar voos regulares no Brasil. Outras duas empresas, a Norwegian e a Sky, também apresentaram interesse em ativar operações regulares internas em terras tupiniquins. Sem muita expectativa de crescimentos instantâneos, a crença é que, com a grande taxa de desocupação de slots aeroportuários e o interesse de fortalecer a aviação regional, gerando crescimento econômico, a Anac conceda, de forma eficiente, espaço de rota para que esse sangue novo possa chegar ao mercado, desde que respeitando as normas de segurança e permitindo que a livre concorrência tenha chance de florescer em um setor que, durante anos, esteve amarrado e demonstrando ineficiência.


100% de capital estrangeiro na aviação por mais competitividade EDUARDO SANOVICZ

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ermitir o acesso irrestrito de capital estrangeiro na aviação comercial brasileira significa, para a Abear, dar mais competitividade ao setor e ampliar a oferta de opções para os consumidores. Significa também reforçar o potencial multiplicador de benefícios do transporte aéreo, ajudando a gerar mais negócios, empregos e renda em todo o país. Na nossa visão, o investimento estrangeiro na aviação é um meio para incentivar empreendedores brasileiros numa economia que anda de lado há um bom tempo, já que eles terão acesso a recursos hoje limitados a 20% do capital votante. A medida é absolutamente coerente com um dos pilares da associação desde a sua criação, em 2012: o alinhamento do mercado brasileiro às melhores práticas internacionais como via de crescimento e de estímulo à concorrência. Embora esse tema esteja em debate há muito tempo, a Abear só entrou nessa discussão recentemente, porque atu-

amos mediante consenso entre os nossos membros. Posições divergentes não haviam ainda sido conciliadas ao longo dos debates. Há pouco, com a mudança no nosso quadro associativo, estabeleceu-se entendimento comum, e a ABEAR finalmente pode se posicionar sobre essa questão tão importante para um setor que tem sido decisivo para o fortalecimento da economia. No contexto dessa mudança e na perspectiva pela retomada do crescimento nacional, é importante que a sociedade entenda que a crise econômica instalada após 2015 contribuiu para a escalada de 74,5% na cotação do dólar em relação ao real nos últimos cinco anos. E atingiu bastante o nosso negócio: na aviação brasileira, mais da metade dos custos são dolarizados. Entre eles, o combustível dos aviões, maior item isolado de gastos, acumula alta de cerca de 20% desde a metade de 2017. Com um desafio desse tamanho, com custos disparando e a renda dos consumidores

retrocedendo, elementos, como a entrada em vigor da resolução Anac n.º 400, apoiaram o enfrentamento de dificuldades recentes. Entre as atualizações promovidas, a desregulamentação do transporte de bagagem despachada permitiu a oferta de produtos mais simples e econômicos, ampliando a liberdade de oferta e escolha. Essa foi uma medida benéfica para empresas e consumidores. Permitiu alcançar justamente o público mais sensível a preço, ajudando a devolver aos aviões cerca de 7 milhões de passageiros que haviam deixado de viajar em 2016, no auge da crise. Com a manutenção dos padrões consagrados pela aviação mundial e a gradual retomada do crescimento econômico do país, estaremos em breve em condições de revigorar a inquestionável trajetória de democratização do transporte aéreo iniciada na virada do século, com multiplicação da quantidade de passageiros atendidos e com tarifas convenientes para todos os tipos de públicos.

EDUARDO SANOVICZ Presidente da Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas)


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MAIO 2019

CIT realiza sua 31ª Assembleia Ordinária em Montevidéu

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epresentantes de 14 países-membros da CIT (Câmara Interamericana de Transportes) e autoridades governamentais e diplomáticas reuniram-se nos dias 6 e 7 de maio de 2019, na sede da Aladi (Associação Latino-Americana de Integração), em Montevidéu, no Uruguai, para a realização da 31ª Assembleia Geral Ordinária da CIT. Na ocasião, foi realizada a entrega da Medalha OMITrans às seguintes autoridades e aos representantes do setor transportador: Grau Diário, uma estrela: Newton Jerônimo Gibson Duarte Rodrigues Júnior, vice-presidente da ABTC (Associação Brasileira de Logística e Transporte de Carga), Capítulo Brasil. Grau Cônsul, duas estrelas: Felipe Julio Martín Díaz, diretor nacional do Transporte, Ministério de Obras Públicas e Transporte do Uruguai; e o Sr. Enrique Canon, diretor nacional de Aduanas do Uruguai. Grau Embaixador, três estrelas: embaixador Alejandro de la Peña Navarrete, secretário-geral da Aladi; e Vitor Rossi, ministro do Transporte do Uruguai.

Por último, o Conselho de Representantes aprovou a entrada do Sindifoz (Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas de Foz do Iguaçu) como membro da CIT no Capítulo Brasil e assinou quatro importantes resoluções, a saber: • Resolução n.º 1/2019 - da promoção de reunião conjunta entre CIT e CAN, intermediada pela Aladi, na sede da CAN, em Lima, no Peru, para tratar das questões de crise nas fronteiras e sobre a necessidade de integração da decisão n.º 837, de 2019, e da atualização do Regulamento Andino. • Resolução n.º 2/2019 - dos custos dos sistemas de identificação de usuários beneficiários e seu transporte. • Resolução n.º 3/2019 - da modificação de leis ou regulamentos que induzam todos os veículos a terem tecnologias e dispositivos para o acesso de pessoas condicionadas pelo meio físico e mobilidade reduzida. • Resolução n.º 4/2019 - das recomendações às autoridades de transporte acerca do desenho de implementação de políticas públicas que previnam ações de violência que afetem a segurança na operação do transporte de passageiros.


CNT TRANSPORTE ATUAL

MAIO 2019

CIT realiza su 31ª Asamblea Ordinaria en Montevideo

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epresentantes de 14 países miembros de la Cámara Interamericana de Transportes – CIT, y autoridades gubernamentales y diplomáticas, se reunieron en los días 6 e 7 de mayo de 2019, en la sede de la Asociación Latinoamericana de Integración, ALADI, en Montevideo, Uruguay, para la realización de la XXXI Asamblea General Ordinaria de la CIT. En la ocasión, recibieron el Acto de Solemnidad de Otorga de la Medalla OMITRANS, a seguir: Grado Diario, una estrella: Newton Jerônimo Gibson Duarte Rodrigues Júnior, vicepresidente de la ABTC – Associação Brasileira de Logística e Transporte de Carga, Capítulo Brasil. Grado Cónsul, dos estrellas: Felipe Julio Martín Díaz, director Nacional de Transporte, Ministerio de Obras Públicas y Transporte de Uruguay, y el Sr. Enrique Canon, director nacional de Aduanas de Uruguay. Grado Embajador, tres estrellas: embajador Alejandro de La Peña Navarrete, Secretario General de la ALADI y el Sr. Vitor Rossi, Ministro del Transporte de Uruguay.

Por último, el Consejo de Representantes aprobó la afiliación del Sindicato das Empresas de transporte de cargas de Foz do Iguaçu – SindiFoz, Capítulo Brasil, además de la firma de cuatro importantes Resoluciones: Resolución n°1/2019 – de la promoción de reunión conjunta entre CIT y CAN, intermediado por la ALADI, en la sede de la CAN, en Lima, para tratar los temas que hacen crisis en las fronteras y necesidad de socializar la Decisión 837 de 2019 y actualizar la Normativa Andina. Resolución nº2/2019 – de los costos de los sistemas de identificación de usuarios beneficiados y el transporte de los mismos. Resolución nº3/2019 – de la modificación de leyes o reglamentos que inducen a que todos los vehículos cuenten con tecnologías y dispositivos para el acceso de personas condicionadas por el entorno físico y movilidad reducida. Resolución nº4/2019 – de la recomendaciones a las autoridades de transporte el diseño de implementación de políticas públicas que prevengan acciones de violencia que afectan la seguridad en la operación del transporte de pasajeros

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MAIO 2019

ALEXANDRE GARCIA

Entusiasmo x pasmaceira

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esses últimos dias, passou-se a comentar sobre o reconhecimento que foi sendo construído desde o início do novo governo em relação ao desempenho do ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas. Nenhuma comparação deve ser feita com o Ministério da Educação, por exemplo, que perdeu muito tempo com problemas internos da equipe. Pelo que se comenta, o ministro Tarcísio, em energia de trabalho, eficiência e rapidez nas ações, lembra muitos dos atributos do ministro dos Transportes, Mario Andreazza, que foi um “trator” no seu tempo. Sorte do setor. No Ministério da Infraestrutura, o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) está sendo fundamental para a retomada da infraestrutura, setor carente de recursos em um tempo que sofre as consequências de anos de inchaço das despesas para sustentar um Estado ineficiente, lento e burocrático, que é gastador, cheio de benesses populistas e com falhas em investimento – pouco sobrou para preparar o país para o futuro. Ferrovias, rodovias, portos e aeroportos estão ganhando novo ritmo sob o incentivo do ministro Tarcísio. Há pouco tempo, foram anunciados novos projetos qualificados para o PPI. Quase 15 mil quilômetros a mais de rodovias, 22 aeroportos e um porto serão concedidos à iniciativa privada, além de seis arrendamentos de terminais portuários. Espera-se para o mês de junho o lançamento de medidas destinadas a incentivar a retomada da navegação de cabotagem, que tem

experimentado estimulante crescimento neste ano. Num país com um vasto litoral, é lamentável que não se aproveitem mais as águas domésticas. Aliás, o governo se empenha no licenciamento ambiental para ampliar a navegabilidade do rio Tocantins. As ferrovias também estão recebendo o necessário impulso. Imaginem que, de janeiro a abril deste ano, os trilhos levaram só para os portos do Paraná 61 mil vagões com mais de 3 milhões de toneladas. A Norte-Sul teve o trecho de Porto Nacional (TO) a Estrela d’Oeste (SP) concedido no fim de março, e há de chegar ao porto de Rio Grande. O Ministério está consciente de uma necessidade vital para a saúde do transporte da riqueza: a diversificação dos modais para que não se fique na dependência apenas do transporte rodoviário. Mas, sobretudo, é preciso saber que o investimento em infraestrutura é gerador de riquezas, lubrificando as engrenagens da atividade econômica. No tempo do ministro Andreazza, esse foi um fator importante no Milagre Econômico, que fez o PIB crescer por três anos à média de 11,2%. Sem querer personalizar, até a Constituição estabelece a impessoalidade como um dos princípios ao qual o serviço público tem que obedecer. Portanto, a energia de um ministro pode servir de fertilizante para o trabalho que pode reanimar a infraestrutura do país e colocar a economia para rodar, navegar e voar. Com entusiasmo na parceria, não há pasmaceira que resista.



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