Revista UBC #41

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PELO PAÍS 14

SUJOU! Vertente do rap com batida desalinhada e glamourização do submundo, trap vira mainstream lá fora e, por aqui, divide opiniões na cena hip hop por_ Gilberto Porcidonio

do_ Rio

Batidas propositalmente desalinhadas que beiram o experimental, marcação firme de chimbal, inserções metálicas minimalistas e destaques aos médios e agudos, em oposição aos tradicionais graves do “gênero-mãe”. Praticamente onipresente nas produções atuais do rap nacional, o trap, outrora subversivo, é o queridinho da vez entre os criadores do universo hip hop. A influência, assim como ocorreu com o próprio rap, veio de fora, a partir de uma batida nascida na década passada, no Sul dos Estados Unidos. Grosso modo, é uma forma mais suja de se cantar e tocar o rap, marcada por gírias e sotaques locais, bem como uma associação glamourosa com o mundo das drogas e do crime — nas letras e na estética. O próprio termo que batiza o subgênero vem das trap houses, como são chamadas as bocas de fumo estadunidenses. Hoje, a cilada virou pote de ouro. A despeito da origem no submundo, desde que o DJ americano Baauer (branco de origem latina) estourou com o Harlem Shake em 2012, virando meme na internet global, o estilo cresceu exponencialmente. Diplo, Kendrick


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