JOGO RÁPIDO
REVISTA UBC
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Aos 40 anos, cantora e compositora alcança uma liberdade inédita para experimentar, em novo álbum e na TV por_ Chris Fuscaldo
do_ Rio
foto_ Marcus Steinmeyer
ANA CAÑAS
A nova idade de Ana Cañas, completada em setembro do ano passado, está sendo comemorada em grande estilo. A cantora e compositora realizou em forma de live um dos shows mais aclamados de sua carreira, um tributo a Belchior, que derivou num álbum a ser lançado este ano com financiamento coletivo dos fãs. Também estreia um programa na TV sobre sexo. Seu principal projeto no momento é o tributo a Belchior? Num momento tão difícil como esse que vivemos, foi uma surpresa imensa quando os fãs sugeriram que eu gravasse o disco e se mostraram dispostos a colaborar financeira e emocionalmente. Cantá-lo continua sendo um dos maiores desafios da minha carreira, não só pela idiossincrasia do próprio universo belchiorano – sempre profundo e direto –, mas pela atualidade e complexidade das letras. O que significa ter 40 anos? Me sinto mais madura, mais segura, mais bonita e com uma liberdade maior nas escolhas, no sentido de não me importar tanto com os rótulos ou com as cobranças. Faço algo se sinto que devo ou quero fazer. Percorri caminhos não lineares, e minha música sempre refletiu as diversas fases da minha vida, para o bem e para o mal.
VEJA MAIS A live dela com canções de Belchior na íntegra ubc.vc/ACanas
E o programa na TV? Vai se chamar “Sobrepostas”, no Canal Brasil. O programa é escrito e dirigido por mulheres incríveis e ficcionalizará vivências sexuais reais de mulheres cis e trans, mulheres pretas, gordas, pessoas queers. Acho que será uma grande conquista, entendendo que a sexualidade feminina é extremamente oprimida e ainda é um tabu em 2021.