Revista UBC #30

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DISTRIBUIIÇÃO : UBC/25

DISTRIBUIÇÃO DE VALORES ARRECADADOS EM SHOWS COMEÇA A SENTIR OS EFEITOS DA CRISE

NÚMEROS DO ECAD SUGEREM QUE TOTAL DE EVENTOS TEM DIMINUÍDO. INTERVALO ENTRE REALIZAÇÃO DE ESPETÁCULOS E REPARTIÇÃO DO DINHEIRO AOS TITULARES TAMBÉM CAI Por Andrea Menezes, de Brasília Demorou um pouco, mas a grave crise econômica – que fez cair 43,6%, em média, o gasto com diversão nas cinco regiões brasileiras, segundo levantamento da consultoria Boa Vista SCPC – se reflete, por fim, na distribuição de shows. A partir de agosto, os valores repassados aos titulares experimentou notável queda em relação aos anos anteriores. O acumulado arrecadado com shows no país, de janeiro a setembro, ficou em R$ 76,8 milhões, contra R$ 84,5 milhões no mesmo período do ano passado, queda de mais de 9%. A arrecadação ficou mais comprometida a partir do início do segundo semestre, com quedas de 17,33% (julho), 36,29% (agosto) e espantosos 79,87% (setembro), quando comparados com os mesmos meses de 2015. Se o tíquete médio – valor médio que o Ecad arrecada por cada show realizado no país – não tem discrepado tão claramente dos montantes registrados nos anos de 2014 e 2015, as quedas tão acentuadas na arrecadação total sugerem que o número de

apresentações tem diminuído. Com isso, a “fila” de pagamento – ou seja, o tempo entre a realização do evento e a chegada do dinheiro às mãos do titular cuja música foi executada – se reduziu dramaticamente. Segundo números do Ecad, esse intervalo alcançava um limite máximo de 1.129 dias em janeiro de 2015. Em janeiro de 2016 havia caído para 246 dias. Em fevereiro e março, a tendência de queda nessa intervalo continuou, revertendo-se em abril e maio. Em junho e julho a fila voltou a diminuir consideravelmente. Isso significa que foi possível manter um nível razoável de repasses aos titulares enquanto havia um “colchão” representado por esse estoque de dinheiro não distribuído. Sem ele, a tendência é que o valor distribuído tenda a minguar. Vale lembrar que este intervalo mencionado muitas vezes é grande desta maneira por falta de informações sobre o show, como, por exemplo, uma falha no envio do roteiro pelo produtor do show. O ano de 2016 parecia ter começado alheio à crise, com 6.136 shows fechados em janeiro, contra 3.863 no mesmo mês de 2014 e 2.992 na abertura de 2015. A partir de abril, o número de eventos confirmados este ano passou a ficar abaixo de pelo menos um dos dois anos anteriores, outro indício da desaceleração na realização desses eventos. Confira, nos gráficos abaixo, a evolução da arrecadação total com o segmento shows nos últimos três anos e a diminuição notável na “fila” para o repasse aos titulares, nos últimos dois, que faz antever um bolo total menor nos próximos meses.

VALOR HISTÓRICO 2014 X 2015 X 2016

TEMPO MÉDIO REALIZAÇÃO X REPASSE - 2015 X 2016

(EM R$/MILHÕES)

(EM DIAS)

17

1.200

15

1.000 800

13

600 11

400

9

200

7

0 JAN

5

FEV

MAR

ABR

MAI

JUN

JUL

AGO

SET

OUT

NOV

DEZ

3 JAN

FEV

MAR

ABR

MAI

JUN

JUL

AGO

SET

OUT

NOV

DEZ

2014

2015

2016


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