Revista UBC #30

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8/UBC : MERCADO

MARKETING O NOVO

HIT DA MÚSICA ENTENDA COMO ESTAR NO MUNDO DIGITAL – E USAR OS NÚMEROS A SEU FAVOR: SÃO PASSOS IMPORTANTES PARA UMA CARREIRA BEM-SUCEDIDA De São Paulo

Growth hacking, branding, interação com fãs, targets, publicidade comportamental... Sim, leitor, isto é uma reportagem sobre música. E sobre como ter uma presença independente na avassaladora era digital. Sem ter, pelo menos, noção do que são os termos acima e, principalmente, sem entender que a internet não é só aquele lugar onde a pirataria ganhou escala interplanetária mas é, também, a solução para a crise aparentemente sem fim do mercado musical, não dá para ir muito longe. “As gravadoras ainda têm um papel nesse jogo... desde que você seja um artista grande. Ainda assim, esse papel é cada vez menor. Elas não investem mais. Isso é o que mudou tudo. Elas pegam alguém que já tem um nome, mesmo que ainda pequeno, e o faz crescer. Então, é o artista que tem que lançar essa máquina. Ninguém vai fazer isso por ele. A boa notícia é que nunca foi tão fácil e barato quanto agora”, ensina Jacques Figueras, músico e produtor cultural ganhador de dois prêmios Grammy pela produção do álbum “Song For Maura”, de Paquito D’Rivera e Trio Corrente, e criador do blog O Assunto é Produção, em que ajuda os artistas a entender melhor o novo cenário musical.

REDES SOCIAIS: NÃO DÁ PARA ESTAR FORA DELAS Como outros especialistas em marketing, ele prega que os artistas devem se anunciar. Assim, diretamente, sem meias palavras. Mas com inteligência. É preciso investigar o público-alvo (o target ali do parágrafo inicial) e atacar, com base no comportamento dele. Para isso, o ponto de partida fundamental é estar nas redes sociais. Não dá para escapar. Esqueça as fotos de viagens ou dos lindos pratos que você adora degustar – ou não esqueça nada disso, faça o contrário e invista ainda mais nessas maravilhas da era contemporânea. Mas, o que quer que faça, que seja com base em números. Dados. É fácil obtê-los. Há muitas ferramentas de medição de audiência. Dezenas. Centenas. Elas usam um pedacinho de um conceitopalavrão para muitos, o big data, ou análise de dados de larga escala, e contam em pormenores o que mais “bombou” junto aos seus seguidores. Sabendo que seu fã gosta de fotos de camarins ou encontros de bastidores de gravações, por exemplo, é hora de pôr a criatividade (você é um artista ou não é?) para trabalhar e produzir materiais personalizados, diferentes, atrativos. Promover encontros com outros artistas, com fãs, fazer promoções. Tudo isso cria engajamento e fideliza. Um lançamento exclusivo no canal do YouTube, ligado ao Facebook e promovido pelo Twitter e pelo Instagram: pronto, em uma única tacada você faz a roda girar sem gastar muito e atingindo um número razoável de pessoas. O importante, pregam os especialistas em marketing, é ter sua presença digital em sintonia. Nada de divulgar uma coisa no Facebook, outra totalmente diferente no Snapchat, e assim por diante. Seja – e pareça – coerente e integrado. “Não acho que músico tenha que aprender jargão de marketing. Nem um pouco. O único conceito importante não tem nome para decorar e é o seguinte: hoje você deve se dedicar ao seu fã em primeiro lugar. Se, antigamente, o músico se preocupava em negociar com as gravadoras, negociar com a imprensa, com apoiadores influentes, com rádio, TV, hoje ele tem de dedicar a maior parte do tempo a falar e monetizar com o fã. Só isso”, prega Mauricio Bussab, sócio-fundador da Tratore, a maior distribuidora de música independente do país. (Pelo sim, pelo não, a gente continua a apresentar a você, caro criador, mais conceitos de marketing. Vai que…)


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