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O jornalismo vence a mentira

Antes do surgimento da comunicação digital, a imprensa tinha seus desafetos, aqueles que diziam não acreditar em nada que ela publicava, por conta dos interesses políticos e econômicos do grupo jornalístico, ou por conta de trapaceiros travestidos de jornalistas ou de dono de jornal. Quando digo “antes da comunicação digital” não estou concluindo que tudo mudou depois; os interesses, escusos ou declarados, continuam existindo, os trapaceiros estão em todos os lugares, mas os desafetos da imprensa passaram a contra-atacar com uma arma que mudou as relações no domínio da comunicação: a internet, sobretudo as redes sociais. A internet imprimiu uma nova realidade na disseminação das informações, mas se abriu a todos, dando voz a qualquer indivíduo, independente do seu caráter, do seu conhecimento ou de suas intenções. Com as redes, o fenômeno acabou popularizando a fake news, e hoje vivemos o dilema “acreditar /não acreditar”. O resultado mais pernicioso é que a imprensa passou a ser atacada e ganhou muitos créditos de desconfiança, como nunca dantes havia se visto. Se a Constituição, em tese, garante a liberdade de expressão, então como fazer, já que não se pode calar um jornal? Simples: no lugar da censura usa-se a desinformação, divulga-se mentiras e

Eumar Francisco da Silva tenta-se desmoralizar a imprensa, lançando sobre ela acusações às vezes surreais. Alguma semelhança com o Brasil dos últimos anos? Total. O pior é que indivíduos de quem se devia esperar um pouco de inteligência e ponderação mergulharam de cabeça nessa insanidade. Quem ataca a imprensa indiscriminadamente, ou divulga informações mentirosas, certamente ama a censura. Negar o seu papel é realmente desconhecer o sentido da democracia. Então, quando vejo ataques à imprensa por ela expor aquilo que alguém tentava esconder da opinião pública, tenho certeza que estou diante de um censor barato, ou de um projeto mal sucedido de ditador. Continuo acreditando que a garantia de que a imprensa vai sobreviver a todos os ataques e concorrência é a existência dos cursos de jornalismo em nível acadêmico. A universidade ainda é o local apropriado para o debate e reflexão sobre qualquer tema e o jornalismo não pode ficar de fora. Isto é um grande motivo para celebrar os 15 anos do curso implantado pelo IBES (Unisociesc) em Blumenau e dedicar uma homenagem especial da revista Interessa a esta década e meia de ensino. A missão de um curso de jornalismo é formar profissionais capazes e éticos, e isto temos certeza que o Jornalismo da Sociesc está fazendo.

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