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A democratização da comunicação governamental nos últimos 20 anos
POLÍTICA Jair Messias Bolsonaro, atual presidente do Brasil, foi acusado igualmente a Trump por espalhar fake news, além de utilizar programas que simulam seguidores nas redes sociais. Na visão dos profissionais Nesta edição da Revista Interessa, contamos com a participação de dois entrevistados da Ilustrações: Freepik.com área de comunicação que responderam perguntas relacionadas a comunicação governamental no Brasil: Eumar Francisco da Silva, graduado em comunicação social com especialização em jornalismo, e atualmente professor universitário, e Dimas Freitas de Carvalho, atual superintendente de comunicação da prefeitura de Gaspar. A primeira questão tratava de como e se os meios de comunicação impulsionaram as campanhas de Lula em 2002 e 2006. Eumar acredita que os conglomerados midiáticos não influenciaram nas eleições de Lula, pois a Rede Globo, maior empresa de comunicação brasileira, era nitidamente mais favorável a Geraldo Alckmin e José Serra. “O uso da internet nas campanhas não era comum. Lula não utilizou as redes nem durante o governo. Em 2008 vimos Barack Obama explorar pioneiramente essa área.” comenta Eumar. Também na ótica de Dimas, não haviam campanhas fortes nas redes. “Lula aproveitou a exposição na mídia e cresceu, era notícia no Brasil todo em mídias tradicionais e portais de notícias”. No que se refere aos grandes conglomerados midiáticos, como a Rede Globo, e a manipulação de opinião pública favorável ou não aos governos Lula, o professor encara essa questão com um pouco de ceticismo, afirmando que apesar de muito debatida, nada chega a ser concreto acerca do tema. Dimas corrobora e lembra que a Rede Globo, em especial, não se posicionou a favor ou contra o governo Lula, e que apesar de um dos preceitos do jornalismo ser a imparcialidade, a emissora não media esforços em destacar as questões negativas do governo. “Na época de Dilma, a estratégia se repetiu e a Globo foi uma das grandes influenciadoras e incentivadoras do impeachment e na pressão pela prisão de Lula”. No que tange o uso das redes sociais como forma de comunicação do governo e no tocante às fake news, Eumar conclui que boatos não são algo novo, porém, foram potencializados pelo novo meio de comunicação vigente: as redes sociais. “O governo não vai abrir mão de usar as redes sociais, mas como a fake news caiu no conhecimento público, tudo aquilo que recebemos hoje através de redes sociais gera certa desconfiança e isto não ajuda a governabilidade”, complementa o professor. Por mais que seu imediatismo auxilie na rotina do jornalista, a internet, e sobretudo as redes sociais, facilitam a disseminação de conteúdo falso, segundo Dimas. O jornalista recorda que essa estratégia foi muito difundida por Steve Bannon, nos Estados Unidos, e copiada por outros países como o Brasil. Para ele, a credibilidade está na fonte independente do meio. “Quanto ao perfil de governança, segue o mesmo princípio, com a diferença que a credibilidade do clã de Bolsonaro nas redes é quase nula”. Encerra Dimas fazendo relação ao atual cenário sócio político nas redes. Em relação à ameaça ao jornalismo, o professor Eumar é otimista e finaliza enfatizando o papel da imprensa ao confrontar a desinformação. “No fim, a própria imprensa acaba desmascarando as fake news. Continuo acreditando que a imprensa prevalecerá, seja ela impressa ou digital”.
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