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Criatividade, inovação e marketing: o crescimento das empresas a partir da imagem
INOVAÇÃO Os novos ares das ondas hertzianas
Por Lucas Lemes Gavião
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Sobrevivente de algumas inovações que o condenavam ao seu fim, o rádio tem, em seu mais recente concorrente, um grande aliado
tecnologia é um dos principais fatores a ditar os rumos da comunicação. Os padrões de
Asempre possuem sua audiência intocável, contudo é cada vez mais comum alguém abrir o YouTube e encontrar um canal de alguma emissora de televisão famosa que quebra, destrói e explode com o ritmo e o formato adotados pelos programas tradicionais transmitidos na TV. Às vezes, a mesma informação é passada em ambos os meios, porém o estilo, a linguagem e a abordagem fazem tanta diferença que o mesmo fato parece outro ao trocar sua roupagem. Há quem goste do primeiro método, entretanto, o público do segundo está gradativamente aumentando. O crescimento da internet como um meio de comunicação que abrange áudio, vídeo e texto, fez com que os meios tradicionais tivessem de se mexer. E eles se mexeram! Novos formatos e novas linguagens estão sendo experimentadas tanto no ambiente online como nos próprios espaços tradicionais, mas claro, sem perder suas identidades. Nesse meio, o rádio não só manteve como ampliou sua força, pelo menos é o que diz Evelásio Vieira Neto, professor universitário e gerente da Rádio Clube de Blumenau: “A revolução tecnológica abriu novas perspectivas para o rádio, fortalecendo sua capacidade de aglutinar informações e transmiti-las para milhares de ouvintes via analógica ou digital. Hoje o rádio é muito mais forte e amplo que há 20 anos”, explica. A convergência digital trouxe novas oportunidades para o meio e as emissoras souberam como tirar proveito disso. Sem perder suas características intrínsecas, a linguagem do rádio está sofrendo adaptações para atender as necessidades de sua audiência em outras plataformas, por exemplo, nas rádios online e nos streamings em redes sociais, mas o professor afirma que “essa adaptação não deve ser feita de forma instantânea, pois se tratam de mídias diferentes”. Além da linguagem, houve o surgimento de uma demanda por novos formatos capazes de informar sobre temas específicos e suscitar debates e discussões que iniciem no rádio e continuem na internet. Apesar disso, Evelásio avalia que “a relevância do rádio não é alterada na questão de impacto e convencimento quando a mensagem é bem construída e dirigida ao público certo”, defendendo também que “o rádio faz o que a internet faz, mas tudo com a validade de ter sido testado, ter crédito e prestígio de marca”. Todavia, a comodidade trazida pela evolução da internet tem seus contras. O professor pontua que “ao mesmo tempo que ganhou relevância e novos pontos de impacto, o profissional de comunicação no rádio ficou mais distante do cotidiano das pessoas e da cidade”. O fato de ter tudo o que precisa ao alcance da conexão de internet mais próxima afastou um pouco o jornalista de uma das funções que mais lhe é cara na profissão: a apuração acurada e precisa que lhe confere a credibilidade de quem está nas ruas cobrindo o que acontece. O rádio continua fazendo o que fez desde que seu posto foi desafiado pela primeira vez: ele está se adaptando. A internet, apesar de marcar o seu espaço, não foi egoísta, e trouxe consigo uma série de ferramentas para os meios tradicionais de comunicação. Segundo Evelásio, o radiojornalismo captou a demanda de seu público e continua trazendo conteúdo relevante que as pessoas buscam e confiam. Aos profissionais, recomenda-se não caírem na tentação de utilizarem as novas tecnologias apenas para seu próprio conforto, mas sim para gerarem cada vez mais informação qualificada para o ouvinte.