7.11
sexta-feira, 21h30, Teatro Aveirense
Concerto de Abertura
A Orquestra Filarmonia das Beiras abre mais uma edição dos Festivais de Outono, acontecimento que marca também o arranque do Ciclo Caixa Brahms – 2014/2016 – Integral das Sinfonias e dos Concertos. No primeiro concerto deste ciclo, que conta com o apoio da Caixa Geral de Depósitos, a Orquestra Filarmonia das Beiras interpretará, sob a direção do maestro Ernst Schelle e com a participação do pianista João Bettencourt da Câmara, o Concerto para piano nº 2 e a Sinfonia nº 4 de Johannes Brahms. No Ciclo Caixa Brahms – 2014/2016 – Integral das Sinfonias e dos Concertos, que decorrerá entre o outono de 2014 e a primavera de 2016, será realizada, em quatro programas diferentes, a integral das quatro Sinfonias e dos quatro Concertos deste compositor alemão, uma das mais importantes figuras do romantismo musical europeu do século XIX.
Ernst Schelle (MAESTRO)
Músico de origem berlinense, nascido em Potsdam
para Orquestra Sinfónica) em Saintes, França, a
em 1948, recebeu uma formação completa como
qual reúne todos os anos mais de uma centena
violinista e como maestro. Aos 15 anos dirigiu o
de músicos de toda Europa, sendo o seu diretor
seu primeiro concerto em Lausanne. Da sua longa
artístico. É, desde 1999, Maestro e Diretor Artístico
e diversificada carreira musical destaca-se a sua
convidado da Orquestra APROARTE (Associação
atividade como maestro, a qual teve início em 1968
Nacional do Ensino Profissional de Música e Artes).
com as Orquestras Suíças. Em 1978 é laureado
É frequentemente convidado a dirigir Orquestras
pelo Concurso Internacional de Jovens Maestros
em toda a Europa. A crítica tem-se manifestado
de Besançon. Nomeado regente principal da
da forma mais elogiosa acerca da versatilidade
Orquestra de Besançon a partir de 1979, cargo
e correção das suas atuações, de Mozart a
que ocupou até 1984, é convidado, em 1980, pelo
Stravisnski.
Ministério da Cultura Alemão e Egípcio, a dirigir
Dirigiu vários concertos no Festival de inverno
as temporadas musicais da Orquestra Sinfónica
de Sarajevo e realizou uma gravação para CD
do Cairo As suas tournées internacionais com
com a Orquestra Filarmónica desta cidade.
diferentes orquestras levaram-no por várias vezes
Paralelamente à sua atividade de maestro tem
aos Estados Unidos, assim como às principais
desenvolvido uma intensa atividade pedagógica
capitais da Europa.
e realizados diversos cursos de direção de
Foi diretor musical da Academia Internacional de
orquestra.
Portarlier (França) de 1985 a 1992. De 1990 a 1994
Maestro apaixonado pela diversidade de
foi o maestro principal da Orquestra de Poitou-
géneros musicais, Ernst Schelle é um pedagogo
-Charentes. Em 1994 funda a Associação AIDIMOS
reconhecido no plano internacional pelos seus
(Academia Internacional de Interpretação Musical
trabalhos no domínio da Arte Orquestral.
© Anne-Marie Le Blé
João Bettencourt da Câmara (piano)
João Manuel Pereira Bettencourt da Câmara
classificações (“First Class Honours”), licenciou-
nasceu em Lisboa, em 1988. Iniciou pelos três anos
-se em 2010 com a classificação, no recital final
de idade o estudo do piano com seu pai, tendo
do curso, de 93%, uma das mais altas da história
em 2006 concluído, com a classificação máxima,
do RCM, pelo que recebeu o Sarah Mundlak
o Curso de Piano no Conservatório Nacional, ao
Memorial Prize For Piano, atribuído ao melhor
mesmo tempo que os estudos secundários no
finalista do ano. Para o mestrado, foi novamente
Colégio do Sagrado Coração (Lisboa). Em Portugal
admitido às mesmas escolas londrinas,
estudou ainda com V. Viardo, H. Sá e Costa,
escolhendo desta feita a Guildhall School (City
T. Achot, Sequeira Costa, A. Pizarro, P. Burmester,
University), onde concluiu o curso com distinção,
D. Bashkirov, G. Eguiazarova e A. Ciccolini, que
como aluno do pianista Martin Roscoe.
disse quando pela primeira vez o escutou: “Il est monstrueusement doué”.
Iniciou a sua carreira internacional em 2007, com uma digressão nos Estados Unidos da
Recebeu, entre outros, o Segundo Prémio no
América, levando o crítico Stephen Neal Dennis
Concurso de Piano Florinda Santos (1998), o
(All arts review) a escrever: “Only 19, Bettencourt
Primeiro Prémio no Concurso Cidade do Fundão
da Câmara possesses a fearsome technique,
(1999 e 2000), o Primeiro Prémio no Concurso
something that has become so routine a
Maria Cristina Lino Pimentel (2001) e o Prémio
component in concerts by younger pianists
Especial do Júri no II Concurso “Veo Veo”
that audiences almost yawn when promised
Internacional da Radiotelevisão Espanhola (1999).
something spectacular. What is unexpected is
Deu o seu primeiro recital público aos sete
the emotional depth of personal involvement that
anos de idade, e estreou-se como solista aos
this pianist brings to each piece he plays. For a
doze, executando o Concerto K. 414 de Mozart
generation that never knew the young Sviatoslav
e, poucos meses depois, o Terceiro concerto de
Richter, one is forced to wonder how much more
Beethoven, com a Filarmonia das Beiras, ao que
Richter himself could give at the age of 19.” Em
se seguiram outros com diferentes orquestras
recitais e concertos em Portugal (Casa da Música,
portuguesas (Concerto de Grieg, Rhapsody in
Centro Cultural de Belém, Fundação Calouste
blue de Gershwin).
Gulbenkian), Inglaterra, França e Espanha, vem-
Com dezassete anos, prestou provas de
se afirmando como intérprete do grande repertório
admissão a três escolas superiores de música em
clássico (Bach, Mozart, Beethoven), romântico
Londres (Royal College of Music, Guildhall School
(Liszt, Chopin, Brahms, Rachmaninoff) e moderno
of Music and Drama e Royal Academy of Music),
(Debussy, Prokofiev). O seu primeiro disco
após as quais lhe foi oferecido um lugar em todas
comercial, consagrado a algumas das maiores
elas. Optou pelo Royal College of Music, que lhe
obras de Liszt, foi recentemente editado pela
atribuiu o estatuto de “Foundation Scholar” e
Numérica. Desde 2013, é docente de Piano na
que frequentou durante quatro anos como aluno
Universidade de Aveiro, onde, sob a orientação de
de Piano de Ruth Nye, um dos raros discípulos
Pedro Burmester e António Lourenço, é também
de Claudio Arrau. Obtendo sempre elevadas
doutorando em Música.
© Daniel Mendonça
Orquestra Filarmonia das Beiras
A Orquestra Filarmonia das Beiras (OFB) deu o seu
instrumentais e de direção de orquestra, etc.).
primeiro concerto no dia 15 de dezembro de 1997,
Também sob estes princípios, apresenta, desde
sob a direção de Fernando Eldoro, seu primeiro
2006, produções de ópera diversas (infantil, de
diretor artístico. Criada no âmbito de um programa
repertório ou portuguesa).
governamental para a constituição de uma rede
Do seu vasto histórico de concertos constam
de orquestras regionais, tem como fundadores
participações nos principais Festivais de Música
diversas instituições e municípios da região das
do país (Algarve, Aveiro, Coimbra, Estoril, Évora,
beiras, associados da Associação Musical das
Gaia, Guimarães, Leiria, Lisboa, Maia, Óbidos,
Beiras, que tutela a orquestra.
Porto, Póvoa de Varzim, Festa da Música e Dias
A OFB é composta por 23 músicos de cordas de
da Música do Centro Cultural de Belém) e do
diversas nacionalidades e com uma média etária
estrangeiro (Festival de Guyenne, França, em
jovem e, desde 1999, é dirigida artisticamente pelo
1998, Festival de Mérida, Espanha, em 2004,
Maestro António Vassalo Lourenço. Norteada por
Concurso Internacional de Piano de Ferrol,
princípios de promoção e desenvolvimento da
Espanha, como orquestra residente, em 2007)
cultura musical, através de ações de captação,
ou importantes cooperações e coproduções
formação e fidelização de públicos e de apoio na
com outros organismos artísticos. São estes os
formação profissionalizante de jovens músicos,
casos de espetáculos no Coliseu de Recreios
democratizando e descentralizando a oferta
de Lisboa (com a companhia Cirque du Soleil,
cultural, a OFB tem dado inúmeros concertos,
em 2000) e no Coliseu do Porto (concertos
além de desenvolver frequentes e constantes
Promenade); da interpretação da música de
atividades pedagógicas (programas pedagógicos
Bernardo Sassetti para o filme “Maria do Mar” de
infantojuvenis, cursos internacionais vocais,
Leitão de Barros, desde 2001; da execução da
ópera infantil “A Floresta”, de Eurico Carrapatoso,
tenor constituirão, com toda a certeza, um marco
numa coprodução com o Teatro Nacional de
para a história desta orquestra. Simultaneamente,
São Carlos, Teatro São Luís, Teatro Aveirense e
tem procurado dar oportunidade à nova geração
Teatro Viriato, em 2004, reposta em 2008; das
de músicos portugueses, sejam eles maestros,
colaborações com a Companhia Nacional de
instrumentistas ou cantores.
Bailado na produção dos bailados “Sonho de uma
Do repertório da OFB constam obras que
Noite de verão”, com o encenador Heinz Spoerli,
vão desde o Século XVII ao Século XXI, tendo a
em 2004 e, em 2006, “O Lago dos Cisnes” de
Direção Artística dado particular importância à
Piotr Tchaikowsky, ambos sob a direção de
interpretação de música portuguesa, quer ao
James Tuggle.
nível da recuperação do património musical,
Ao longo da sua existência, a OFB tem sido
quer à execução de obras dos principais
regularmente dirigida por alguns maestros
compositores do século XX e XXI. Aí se incluem
estrangeiros e pelos mais conceituados
estreias de obras e primeiras audições modernas
maestros em atividade em Portugal e tem
de obras de compositores dos Séculos XVIII e
colaborado com músicos de grande prestígio
XIX. Neste contexto, da sua discografia fazem
nacional e internacional, de onde se destacam
parte orquestrações do compositor João Pedro
os violinistas Régis Pasquier, Valentin Stefanov
Oliveira sobre Lieder de Schubert, a Missa para
e Wojciech Garbowski, os violoncelistas Irene
Solistas, Coro e Orquestra de João José Baldi e as
Lima, Paulo Gaio Lima, Teresa Valente Pereira
3ª e 4ª Sinfonias de António Victorino d’ Almeida,
e Aliaksandr Znachonak, os flautistas Patrick
sob a direção do próprio (2009). Outras áreas
Gallois, Felix Renggli e Istavn Matuz, os oboístas
musicais como a música para filmes ou o teatro
Pedro Ribeiro, Alex Klein e Jean Michel Garetti,
musical são também incluídas, de forma a chegar
os pianistas Pedro Burmester, Jorge Moyano,
ecleticamente ao público, através da colaboração
António Rosado, Miguel Borges Coelho, Gabriela
com diversos artistas do panorama nacional onde
Canavilhas, Adriano Jordão, Anne Kaasa, Valery
se incluem Maria João, Mário Laginha, Bernardo
Starodubrovsky e Valerian Shiukaschvili, os
Sassetti, Dulce Pontes, David Fonseca, Nuno
guitarristas Carlos Bonell, Alex Garrobé, Aliéksey
Guerreiro, Mariza, Gilberto Gil, Carlos do Carmo,
Vianna, Jozef Zsapka, Paulo Vaz de Carvalho
Alessandro Safina, Maria Amélia Canossa, Nancy
e Pedro Rodrigues, ou o saxofonista Henk van
Vieira, Paulo Flores, Rui Reininho, Camané, Luís
Twillert, assim como os cantores Elsa Saque,
Represas, Carminho, João Gil, Boss AC, Vitorino,
Elisabete Matos, Isabel Alcobia, Luísa Freitas,
Paulo de Carvalho, Rui Veloso ou James.
Patrícia Quinta, Paula Dória, Margarida Reis, Susana Teixeira, Carlos Guilherme, João Cipriano Martins, João Merino, Mário Alves, Nuno Dias, Rui Taveira, Tiago Matos, Luís Rodrigues, Jorge Vaz de Carvalho, Armando Possante, José Corvelo ou José Carreras, sendo que dois concertos realizados, em 2009, com este conceituadíssimo
Estrutura Financiada pelo Secretário de Estado da Cultura / Direção-Geral das Artes:
Johannes Brahms (1833-1897)
Concerto para piano nº 2 em Si bemol Maior, Op. 83 I. Allegro non troppo II. Allegro appassionato III. Andante IV. Allegretto grazioso
Sinfonia nº 4 I. Allegro non troppo II. Andante moderato III. Allegro giocoso IV. Allegro energico e passionato
1 Orquestra Filarmonia das Beiras 2 João Bettencourt da Câmara, piano 2 Ernst Schelle, direção