TST Rodrigo Hammer’s
The Sound Tribune
A história do MAIOR SELO de Rock Progressivo da História e as bandas que marcaram época
Número 009 - 24/02/2019 - 03/03/2019
Co BE A
O The Pretty Things já tinha estrada quando juntou-se ao cast da Harvest
ntes de Rock Progressivo, Prog Rock, Art Rock, fosse o que fosse, o termo era simplesmente “underground”. E as principais gravadoras adoravam. Em 1969, muitas já percebiam que seria melhor dispor de um selo à parte, no qual pudessem lançar aquele tipo de música de modo a atender aos fãs de Rock que não gostavam de pensar que o sistema estivesse lhes vendendo discos. Munidos de um fator próprio de credibilidade no mercado, os chefões podiam relaxar e aguardar os lucros advindos daqueles desavisados que desconheciam estar sendo vítimas de um novo tipo de marketing. Ao menos, essa era a ideia. A EMI foi a primeira a se tocar, lançando o Harvest em Junho de 1969, por sugestão do estagiário de Admin-
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istração Malcolm Jones. Um tipo visionário, Jones havia percebido o potencial do Pink Floyd e o que de imediato observara como o princípio de um movimento musical. Planos então foram traçados para tirar o grupo do sisudo subselo Columbia (então pertencente à EMI) direto para o novo e “underground” que surgia. Logo um acordo acabou sendo feito com o escritório do Floyd, a Blackhill Enterprises, a fim de que fossem trazidos mais dos seus artistas, entre eles o Edgar Broughton Band, Pete Brown´s Battered Ornaments e o Third Ear Band. Peter Jenner, coempresário do Floyd que dirigia a Blackhill Enterprises com Andrew King, mais tarde confessaria ao jornal Music Week que de início, a ação não seria um sucesso estrondoso: “O Third Ear Band
vendeu 10.000 cópias dos seus dois primeiros álbuns e 6.000 do terceiro.” Aqueles representavam os números iniciais na Inglaterra. Somente o pesado Edgar Broughton Band, cujo single Evil/Death Of An Electric Citizen fôra o primeiro lançamento oficial da Harvest, era conhecido fora da Inglaterra e logo após na Alemanha, onde o fã do Broughton, John Peel, tornara-se popular através das transmissões de rádio via British Forces Network. Andrew King recorda: “Não havia dinheiro algum em termos de marketing para fazer qualquer coisa criativa. Tudo a fazer era pôr uns dois anúncios no jornal dizendo ‘New Pink Floyd single out now’ e esperar que as lojas fizessem os pedidos. A EMI nunca nos deu nenhum adiantamento, era sempre um negócio por vez.”
Também, musicalm não haver orientaçã lançamento em LP Book Of Taliesyn’, d que originalmente Parlophone, també cluía quase somente para We Can Work I tles, e Kentucky W Diamond, apesar faixas, Shield, ter aj uma matriz para mento mais progres nos anos 1970. Por outro lado, out tos de 1969 da Harv Folk como Shirle Collins, o ultra-tea Symphony e o cant Michael Chapman. Infelizmente, exce com a Blackhill, o mento que unificav artistas da Harvest falta de habilidade discos em grande davia, o sucess magumma’, do Pin de estreia do selo lançamento a cheg mostrava que o en gressivo de 1969 e elo com todos aque
olheita ENDITA
Um dia a EMI decidiu explorar um nicho de mercado para um novo tipo de som que estava surgindo. O resultado, foi o selo Harvest.
mente, parecia ão. O primeiro P do selo, ‘The o Deep Purple, pertencera à ém da EMI, ine covers de bar t Out, dos Beaoman, de Neil de uma das judado a forjar o direcionassivo do Purple
tros lançamenvest vinham de ey And Dolly atral Tea And tor-compositor
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ravam Rock de maior profundidade. Para completar, o selo de Malcolm Jones dificilmente seria um gerador de lucro para a EMI, assemelhando-se mais a um empreendimento de fundo altruísta. Mesmo assim, Jones estava convencido de que venceria. “Ao final do ano, 75% das paradas serão ocupadas por música progressiva,” defendia. Outros concordavam. A reputação crescente da Harvest como ‘o selo da juventude pensante’ e uma mina de ouro em potencial, em breve seria monitorada pelas companhias rivais da EMI. Logo, a Philips mostraria resistência através do Vertigo, enquanto a Decca contra-atacava com o Nova, a Pye tardiamente com o lançamento do Dawn, seguindo-se a RCA com o Neon. Mas o Harvest permanecia na liderança, abrindo a trilha por 1970 com ‘Out Here’, do Love, os dois primeiros solo de Syd Barrett - ‘The Madcap Laughs’ e ‘Barrett’- a colaboração vanguardista de Roger Waters do Floyd com Ron Geesin para a trilha-sonora de ‘Music From The Body’, ‘Joy Of A Toy’ – trabalho
bem característico de Kevin Ayers, ex-compositor do Soft Machine - e ‘Parachute’, do The Pretty Things, último álbum a ser votado pela revista Rolling Stone como Album Of The Year. De maior importância, o Pink Floyd cravou a primeira colocação na parada para a Harvest com ‘Atom Heart Mother’, tornando a capa da vaca produzida pelos artistas da Hipgnosis, um ícone incomparável.
À medida em que o ano se desenrolava, o Rock Progressivo começava a ganhar impulso. O Barclay James Harvest, mais um contratado da Parlophone, lançava seu disco de estreia, deflagrando o boato de que o selo tirara seu nome do grupo, enquanto o Deep Purple emplacava dois sucessos de vendagem com o ambicioso ‘Concerto For Group And Orchestra’ e ‘In Rock’.
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Syd Barrett teve apoio total em seu voo solo
Mark Rye, CEO do Harvest em seu apogeuu
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Malcolm Jones, que produzira ‘The Madcap Laughs’, deixou a EMI nesse período, sendo substituído por Nick Mobbs, que começou a explorar o filão já encontrado, mantendo apostas certas como Floyd, Purple e Roy Wood, e assinando com novas bandas, incluindo Babe Ruth e o Spontaneous Combustion. Esperava-se haver, na cabeça da EMI, poucas histórias como a do Formerly Fat Harry, grupo amplamente divulgado pela ligação com a Harvest, mas desfeito uma semana após lançar o primeiro álbum. Best-sellers, entretanto, começaram a ser produzidos com mais frequência. Em 1971, o disco de estreia do primeiro frontman do Move, Roy Wood, a bordo do Electric Light Orchestra e seu single 10538 Overture, deu ao selo respeitabilidade nas paradas. Dois anos depois, a banda seguinte de Wood, Wizzard, abocanhou dois number 1 para o selo com See My Baby Jive e Angel Fingers. Mas se o conceito progressivo do Harvest já parecia estar declinando, ainda havia o Pink Floyd. Em 1973, ‘The Dark Side Of The Moon’ começou uma permanência nas paradas que duraria 27 anos, com o seguinte ‘Wish You Were Here’ conseguindo o que ‘Dark Side...’ não lograra: chegar ao posto 1 entre os álbuns ingleses. Inevitavelmente, ao final dos 1970, o Prog se tornara um palavrão. Em pleno lançamento do comboio Art-Rock de Bill Nelson, o Be Bop De Luxe (gravando pela Harvest de 1974 a 1978), o selo assinava com potestades do Punk tais como The Saints e Wire (em 1977) e em 1979 cederia à troupe Heavy Metal da Alemanha, Scorpions (contratado após romper com a RCA), dando um novo rosto ao Harvest. Ainda comprovadamente, foi o Pink Floyd que deu ao selo seu último número 1, quando ‘The Final Cut’ chegou ao topo em Abril de 1983. Bill Nelson, que saíra para formar uma outra banda chamada Red Noise, descreveu o que estava ocorrendo. “O
O Scorpions em ascen
principal problema, er Lighting Industries tom panhia e uma nova ad sido instalada em Ma (então o QG da EMI). A ria se concentrar mais música mais comercial Mark Rye, ex-diretor bra-se: “A Parlophone t citada porque bandas Midnight Runners hav para lá. Tudo se juntar – marcas consagradas, Em termos de admini ham nem ideia do fazendo.” Para muito definição do composit Harvest, Roy Harper, p era a mais correta: “Th disorganization in the w mais desorganizada mundo”). O Prog Rock encontr caminho através dos 1 ria dos selos da Ingla Unidos seguindo a lid faturando pelo caminh que ajudou a lançar o manece inativo, o ún representado por uma gia em boxset chamada revivendo um tempo como Piblokto, Panam Edgar Broughton Ban Third Ear Band e Kevi nomes mais citados no não tornaríamos a vê-l
nsão
a que a tal Thorn mou conta da comministração tinha anchester Square Aquela gente ques no mainstream, e conservadora.” do Harvest, lemtinha sido ressuss como o Dexy´s viam decidido ir ra ao selo da EMI entre outras. stração, não tino que estavam s, parecia que a tor e parceiro de para a gravadora, he greatest record world” (N. do T. “A gravadora do
aria seu próprio 970, com a maioaterra e Estados erança da EMI e ho. Hoje, o rótulo o Pink Floyd, perico sinal de vida a soberba antoloa Harvest Festival, quando grupos ma Ltd, Jug Band, nd, Quatermass, in Ayers eram os o underground. E los novamente...
Edgar Broughton Band: sucesso na Europa, desconhecido no resto do mundo
Kevin Eyers: um mestre inesquecível do Prog
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