TST Rodrigo Hammer’s
The Sound Tribune
O SURGIMENTO DA LENDA
Número 020 - 12/05/2019 - 18/05/2019
A ORIGEM DA
A
Como quatro sujeitos da classe operária, pertencentes ao precário bairro de Aston,
s coisas estavam caminhando muito bem para o grupo de Blues/Pop Mythology, em Maio de 1968. O quarteto percorria o circuito do Noroeste britânico em sua van caindo aos pedaços, levando entretenimento à garotada em cidades como Cockermouth e Dumfries, com um set que mesclava clássicos como Dust My Broom, Morning Dew e Spooonful. Após abrir para nomes como o The Move (no 101 Club, Carlisle) e Gary Walker & The Rain (no Clockwork Orange, Chester) tudo ia de vento em popa e a esperança vicejava. Então, numa manhã, sem que ninguém esperasse, eles acordaram com a senhoria acompanhada por uma dúzia de policiais no apartamento que dividiam no primeiro andar de uma antiga casa georgiana em Compton Street, Carlisle. Comandados pelo Sargento Calton – exintegrante da Guarda Escocesa – foram logo ordenando para que permanecessem deitados em suas camas, enquanto observavam a ação angustiados e apavorados enquanto a patrulha revirava todo o local. A mala das drogas que tinha sido deixada com a banda pelo traficante local, por “segurança”, logo foi encontrada. Após as prisões, interrogatórios e uma convocação para o tribunal (a 27 de Maio daquele ano), foram considerados culpados e multados cada um em 15 libras por posse de resina de Cannabis com dois anos de reclusão. As batidas policiais ocorriam não apenas em Redlands, desde Fevereiro de ’67, e sem muito impacto, mas para o cenário local de Carlisle, se tratava de algo muito grave, e o caso acabou sendo massivamente divulgado, chegando ao noticiário do dia. Porém, em âmbito local, diversos promotores preferiram considerar, e a isso foi acrescentada a angústia dos pais dos rapazes ao telefone, junto à confirmação de outras mães solidárias que se uniram no sentido de argumentar que os integrantes da banda não eram necessariamente viciados perigosos. Abalados por essa dose dupla de stress e com os shows logo tornando-se escassos, o Mythology se desfez após uma última aparição em Silloth, a 13 de Julho de ’68.
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TEXTO: SIMON MATHEWS - TR
O guitarrista Tony Iommi e o baterista Bill Ward haviam aprendido bastante na passagem pelo grupo, lembra-se o próprio Ward: “Vinha tocando direto desde que eu e Tony pertencíamos a um grupo chamado The Rest, em ’66. Ganhávamos pouco no Mythology. Fazíamos de três a quatro shows por semana e o dinheiro só era suficiente para cobrir os custos com a gasolina e o nosso aluguel. Mas não ligávamos. O Noroeste era um lugar incrível para se apresentar. Você tocava em uma localidade como Egremont, e estaria lotado. A cidade ficava deserta. A plateia ia toda pra lá decidida a curtir a música. E nossas maiores influências eram o John Mayall’s Bluesbreakers, qualquer banda americana de Blues e o Art, que era muito grande em Carlisle.” O show do Mythology com o The Move, então promovendo Wild Tiger Woman como próximo single, foi igualmente im-
A MALDIÇÃO em Birmingham, definiram o Heavy Metal e trouxeram o lado escuro para as massas.
RADUÇÃO: RODRIGO HAMMER
portante, apresentando a banda à noção do extremo volume como próxima característica para si mesma. “Eram impressionantes. E muito pesados, muito mais do que tinham sido da última vez que os assistimos em Birmingham. Tinham caixas triplas no fundo do palco, e tão altas que não dava nem para ouvir Bev Bevan, o baterista. Uma verdadeira muralha de som.” Ward e Iommi haviam subido rumo ao Norte há apenas oito meses. Agora, retornavam à sua cidade natal com o objetivo de montar uma nova banda após as últimas tribulações, o que, ironicamente, daria a ambos uma boa reputação em certos círculos. A segunda cidade da Inglaterra já dera à luz o Moody Blues, The Move, Traffic e Chicken Shack, em breve também produzindo o Slade. Em meio ao infindável oceano de jovens músicos buscando por oportunidades, eles logo saíram em campo.
deram com John “Ozzy” Osbourne (vocais) e Terry “Geezer” Butler (baixo), pertencentes ao Rare Breed, grupo que como tantos, duravam alguns meses e logo feneciam. Como Iommi e Ward, admiravam o Art e seu álbum, ‘Supernatural Fairy Tales’, bem como algo de Blues moderno eletrificado e bandas como o Tomorrow. Depois de uma tentativa abortada como sexteto com um segundo guitarrista e um saxofonista – ambos dispensados após duas semanas – a formação definitiva com Osbourne, Iommi, Butler e Ward surgiu por volta de Outubro de 1968, adotando o nome de Earth, e, como no caso do Mythology, tocando um mix de originais de Blues Rock e covers. “Não tínhamos começado do zero quando o Earth se formou,” explica Ward, “mantínhamos no repertório algumas faixas que tocávamos no Mythology, como Stepping Out, de Mayall, além de coisas de Buddy Guy e Howlin’ Wolf. Chuck Berry também.” A procura por shows os levou a Jim Simpson, ao redor do qual as coisas aconteciam em Brum. Parte músico, parte promoter e parte empresário, era uma figura importante na cena local, e trompetis-
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ta no The Locomotive, banda cuja história é essencial para que se estabeleça o contexto que conduz, de uma forma ou de outra, ao surgimento do Sabbath. Começando como um tipo de atração voltada ao estilo Mod e ao Soul tão apreciado nos clubes provincianos e dance halls à época, o Locomotive assinara um contrato com a Direction, subsidiária da CBS em Outubro de ’67, apenas para logo depois mudar para a Parlophone, emplacando um 25º lugar nas paradas com Rudi’s In Love, faixa influenciada por Ska em Agosto de ’68. Explorando o mesmo filão que o The Equals e o The Foundations, e antes de mudar para um som mais pesado e progressivo, era uma espécie de grupo do gênero uma década antes que ele emergisse (e quando o fez, seria, assim como o The Locomotive, da mesma região do Reino Unido). A formação flutuante, onde o compositor Norman Haines era peça fixa, incluíra membros originais que formariam o Led Zeppelin (John Bonham), o Spooky Tooth (Mike Kellie, ainda quando o ST adotou o novo nome substituindo Art, no início de ‘68) e o Traffic (Chris Wood). Com conexões como essas, não era surpresa que o Earth abrisse shows para Simpson, que retribuiu ao dar-lhes um batismo de fogo em seu próprio clube, o Henry’s Blues House, abrindo para o Ten Years After a 22 de Novembro de 1968. A resposta do público foi positiva, e Simpson percebeu o potencial da banda, apenas para que outro incidente voltasse a ocorrer poucas semanas mais tarde.
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No início de Dezembro de ’68, Iommi abandonou o grupo, topou uma audição e juntou-se ao Jethro Tull. Apesar do período ter sido curto, seguindose a David O’List (por uma semana) e Mick Taylor (que rejeitava o papel de banda de abertura) já que o Tull buscava um substituto imediato para Mick Abrahams, durante as duas semanas que passou na banda, ainda foi registrado em filme para o especial de TV The Rolling Stones Rock ‘n’ Roll Circus, rodado no Rediffusion TV Studios, Wembley, no dia 12 daquele mês. Ward se recorda: “Foi um tremendo choque. Tínhamos feito um show com o Jethro Tull no Mothers, em Erdington (24 de Novembro) e Ian Anderson claramente estava de olho em Tony. Havia coisas acontecendo no Tull que desconhecíamos, mas ficamos perplexos quando Tony disse que estava saindo. Já estávamos com um set montado e não sabíamos o que fazer. Ficamos tão chocados, que nem conseguíamos pensar em alguém para substituí-lo ou qualquer outra alternativa. Mas – depois de duas semanas, ele voltou a Birmingham e resolvemos recomeçar. Ele sentou com a gente e falou em tom de sermão. Sobre começarmos cedo e ensaiarmos todo dia.” Para o bem de todos, soube-se que ficara insatisfeito com o direcionamento do Jethro Tull, particularmente quanto ao papel de macho alfa interpretado por Anderson: “De início, achava que o Tull era grande, mas não vou muito com essa história de se ter um líder na banda, algo que era o estilo dele. Quando voltei do Tull, trouxe também comigo outra atitude. Eles tinham me ensinado que para conseguir as coisas, você precisa trabalhar para isso.” E de volta aos colegas de banda, partiram para o trabalho. Reunidos e com uma nova proposta, Simpson conseguiu para o Earth uma pauta no Marquee a 03 de Janeiro de 1969, quando abririam para o Colosseum de John Hiseman. Após a apresentação, ele assinou com a banda um contrato para empresariá-la, enviando-a logo em seguida para uma tour com outros de seus contratados: uma noite reservada ao Locomotive, Bakerloo, Tea & Symphony, Roy Everett e ao Earth. A 11 de Março, esse line-up (exceto o Locomotive) se apresentou no local. Simpson estava convidando as gravadoras para assistirem a shows selecionados, e após aquela apresentação, contratos estavam surgindo da Harvest para o Bakerloo e o Tea & Sy-
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hony e da Parlophone para Roy Everett (cuja estreia a uma versão Pop-Soul, provavelmente a melhor de s, de Empty Sky, de Elton John). Mas ainda nada o Earth. Então, estariam Ward e companhia decepados? Não. “Nosso acordo com Jim era simples – ado num aperto de mão. Ele nos mandou para o Club, em Hamburg, e aquilo acabou nos fortaledo. A tournée conjunta foi ótima e nos divertimos to. Não lembro de ficarmos desapontados por não mos conseguido um contrato naquele momento. os sabíamos que estávamos numa banda boa, então nos preocupávamos se os outros estavam sendo ratados.” arth, então, simplesmente continuou a se apresentar. tudo, muito mais embaraçoso em Manchester, no ão de ’69, foi quando descobriram que estavam do confundidos pelos promoters com outra banda mesmo nome. O outro Earth era uma espécie de prosuporte para Glenn Ross Campbell entre passagens The Misunderstood e o Juicy Luicy, e que acabaria nando por pouco tempo com a CBS para a gravação
do ótimo single ‘Resurrection City’. Para Osbourne e companhia, uma mudança de nome era, então, essencial. Butler sugeriu Black Sabbath, depois de ver um cartaz para o filme de Terror de Mario Bava, com Boris Karloff, na fachada de um cinema que ficava defronte ao local de ensaio da banda. Providencialmente, aquilo casou-se às suas próprias preferências literárias: havia lido Dennis Wheatley e até mesmo folheado as obras mais obscuras da “Besta”, Aleister Crowley. Logo uma faixa seria composta por ele e Osbourne, baseada no título do filme (o trecho de abertura “What is this that stands before me?/Figure in black which points at me”), que acabou definindo a banda. Sombria, desoladora e rica do imaginário oculto, mas, também, em plena sintonia com a proposta. Muito se falava sobre Wheatley entre 1968 e 1969. The Devil Rides Out e The Lost Continent haviam se transformado em filmes populares. O primeiro tivera uma grande recriação em single com o Icarus, atualizado de uma versão dos anos 1930 (o que seria então) para o presente, baseado nas relíquias de Crowley, aqui interpre-
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tado em grande estilo por Charles Gray ao conjurar demônios e presidir orgias espetaculares turbinadas a drogas. Na época, alguns nomes da cena musical como Jimmy Page, Graham Bond, Twink e Martin Stone, reclamavam Crowley como um dos pioneiros da Contracultura, algo que transparece na capa de ‘Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band’. É tentador, portanto, associar o nascimento do Black Sabbath como parte da evolução da música ao final dos anos 1960. Uma avenida que alguns grupos de Blues ou psicodélicos trilharam, assim como outras figuras do universo Pop que se seguiram: o DJ da Radio One Mike Raven (Austin Fairman), que aparecia trajado de preto, frequentemente num manto, comandando uma programação de Blues, enquanto se alternava como autor de textos para álbuns de bandas como The Killing Floor, além de atuar em Lust For A Vampire e Crucible Of Terror. Butler era, de fato, o único com interesse naquele tipo de tema, mesmo tendo se referido, em certo momento, a uma figura de preto parada aos pés de sua cama: supostamente induzida por certas substâncias químicas, segundo os colegas de banda. Seja qual fosse o posicionamento, o quarteto e seu empresário resolveram turbinar aquilo por razões publicitárias e o grupo acabou levando a ideia dos crucifixos para o palco, supostamente para afastar os maus espíritos. A estreia oficial como “Black Sabbath” foi a 30 de Agosto de 1969, em Workington, estabelecendo-se um relacionamento de apoio com John Peel, que tinha assistido ao Earth como abertura para o Van Der Graaf Generator no The Bay Hotel, em Whitburn, próximo a Sunderland, em Março daquele ano. De acordo com Ward, “Peel sempre apoiava as bandas que estavam na
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batalha. E tinha um ouvido apurado para coisas soavam diferentes ou até mesmo controversas. O B Sabbath era cru, acessível e bem “pé no chão”, c parado a um monte de bandas nos anos ’70. O H Rock que tocávamos tinha nascido em cidades na C bria. Nossa devoção era a plateia: encorajávam público a se juntar a nós para os shows. Tínhamos jado aquilo em casa”. Após fundar o Dandelion, seu próprio selo, Peel con erava assinar com a banda após vê-la junto ao Med Head num show no The Lafayette Club, em Wo hampton, a 4 de Setembro. Agora compondo o pró material e se valendo de uma sonoridade mais pes e mais alta – o show tinha sido planejado por Simp para mostrar o quarteto ao DJ. Mas o Sabbath term não acontecendo pelo Dandelion, e o empresário quadrinhando as possibilidades e ainda pensando termos de um compacto de estreia, propôs à ba gravar algum material de Norman Haines, inclu The Rebel e When I Came Down. Uma escolha ló sob certo ponto de vista, posto que Haines tinha compositor de um single de sucesso e, na época, p da banda de apoio no álbum de estreia de Mic Chapman, ‘Rainmaker’. Haines acompanhou o Sab nos teclados em ambas as faixas. A banda estava m vada, a ponto de Iommi comentar: “Não compuse aquelas faixas. Elas foram criadas por um cara cham Norman Haines. Na época, éramos empresariados por Jim Simpson também era de Birmingham. Ele insistiu para qu gravássemos. Só queríamos tocar, então topa Queríamos compor nossas próprias músicas e gr nosso próprio disco, mas aquilo era um esforço ini
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Nunca havíamos pisado num estúdio antes.” Outras faixas também foram registradas, incluindo um instrumental jazzístico, Thomas James, com Simpson no trompete, e Early Morning Blues. Segundo Butler, “Éramos rejeitados por gravadora após gravadora, e aí o empresário teve a grande ideia de compormos algumas faixas Pop. E não fomos nem nós que compusemos aquilo: foi outra banda que ele estava empresariando, e odiamos. Dá pra perceber quando você ouve.” Apesar das opiniões, a banda, sem ninguém mais se intrometer, adotou a tática de Simpson e compôs A Song For Jim, peça jazzística e sincopada, com Iommi na flauta. O timbre e estilo daquelas demos (além da experiência como banda de abertura para o Colosseum), levaram alguns a descrever o grupo – também na fase Earth – como Fusion, algo um tanto exagerado, já que o lado Hard/Blues sempre se destacara. Simpson percebeu o resultado promissor o suficiente para enviálo a Tony Hall (que havia produzido o hit do The Locomotive), e ambos decidiram por 600 libras do próprio bolso num álbum de estreia do Sabbath que seria vendido como um pacote junto a outros a qualquer gravadora que se interessasse. Nos dias 12 e 16 de Outubro, a banda rumou para o Regent Sound, na University Street WC1, gravando o LP com Rodger Bain na produção. O equipamento era mínimo, e as 600 libras permitia o tempo mínimo de gravação, mixagem e fase de overdubs. O quarteto passou 12 horas diante dos microfones, tocando o repertório habitual, além de Evil Woman, cover da banda norte-americana Crow.
Bill Ward: “Por estarmos preparados, a coisa toda foi preparada por seis pessoas. Nós quatro, Rodger Bain e Tom Allom. Tínhamos a parte técnica da gravação muito limitada em comparação ao que há hoje em dia, pouco equipamento, precisando resolver como gravaríamos algumas coisas. Mas fato é que sempre tocamos com o coração, autenticamente, e acho que aquilo transpareceu”. Ozzy Osbourne concorda: “Só aprontamos o equipamento e tocamos o que parecia um set ao vivo sem plateia. Assim que terminamos, passamos algumas horas dobrando algumas guitarras, vocais, e foi isso. Não passou mesmo de 12 horas no total.” Tony Iommi confirma: “Recebemos 100 libras cada um por nosso trabalho, o que para nós era muito dinheiro, mas teríamos feito aquilo de graça.” Decerto, algo barato e em pequena escala. Rodger Bain não era exatamente uma figura de destaque na época, mesmo a frente de vários LPs de Jazz e música comercial. Por isso, as sessões de ‘Black Sabbath’ foram sua estreia no território do Rock.
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Uma contribuição importante, já que seu curriculum vinha do engenheiro de som Tom Allom, cujo cartel incluía ‘Rainmaker’, de Michael Chapman, e o primeiro LP do Genesis, além do próprio álbum do Siren para o selo Dandelion. Chegava a hora. No dia 11 de Novembro de 1969, o Sabbath gravou uma aparição para John Peel no BBC Top Gear (levado ao ar no dia 29 do mesmo mês), além do registro de um álbum pirata derivado de um concerto em Dunfries que continha Song For Jim preenchida pela flauta de Iommi, covers de Elmore James e Buddy Guy, um faixa de Blues (Blue Blooded Man) e a autoral Behind The Wall of Sleep. Nenhuma faixa de Haines, contudo, figurava no set. Bill Ward esclarece: “Adorávamos Norman e o Locomotive, mas aquele tipo de som não se encaixava no Black Sabbath. Também não gostávamos de Evil Woman. Na época, precisávamos ouvir o que as pessoas diziam para tocarmos.”
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Finalmente a banda foi contra Novembro de ’69, que lançou selo subsidiário Fontana em Jan da banda norte-americana de passagens de flauta e metais. posto nas paradas norte-ameri sconhecida quando o cover fo perspectiva de que fosse um suc tocou nas rádios e fracassou. E B (Wicked World, faixa percus inédita), o single é hoje uma ra cionadores, amostra superior d dos anos 1960. Ainda assim, tinham consegu para shows começaram a se to Fevereiro de ’70, o Sabbath se cente promovido no The Cardi Pink Floyd, Ron Geesin (então c integrantes em ‘Atom Heart Body’), Quintessence, Gary Fa dias mais tarde, o selo subsidiá finalmente o álbum de estreia d um capa que capturava – perfe pretendia criar. Tingida em sép nina de capa, de pé frente a um uma edificação decrépita ao fu car qualquer vale esquecido n parte do design, via-se uma cru centro. A arte, do celebrado fot (autor da capa de The Man W Bowie), alimentou os rumores fundo no oculto, o que não es Osbourne a “gente maluca” i cluindo o sacerdote Wicca Ale em Notting Hill (que por coinc disco pela A&M abordado no Sanders, de fato, tentava se enc trabalhado com o Black Widow ‘Sacrifice’ saiu em Março, tam oculta – porém, menos bem-su E quanto à música: além dos n regravação para Evil Woman de faixas mais curtas que passa The Wall of Sleep, Sleeping V dução acústica), e The Wizard, r de gaita. O lado 2 se encerra co tion, de Aynsley Dunbar, lanç Blue Horizon, uma peça simple 10 minutos, mais de duas vezes
atada pela Philips Records em justamente Evil Woman pelo neiro de 1970. Como no original Minneapolis, a faixa continha O Crow havia chegado ao 19º icanas, mas na Europa era deoi lançado, daí terem uma boa cesso. Em vão, já que quase não Em parte devido a ela e ao lado ssiva com toques de Jazz ainda aridade, considerado por coledo Blues Rock britânico ao final
ido um contrato e os convites ornar mais frequentes. A 5 de apresentou num show benefiiff Arts Centre Project junto ao colaborador com o Floyd e seus Mother’ e ‘Music From The arr e o Tea & Symphony. Oito ário da Philips, Vertigo, lançou da banda, ‘Black Sabbath’, com itamente – o clima que a banda pia, incluía uma aparição femima paisagem crepuscular, tendo ndo, imagem que poderia evona Europa Central. Em outra uz invertida com um poema no tógrafo Keith “Keef” McMillan Who Sold The World, de David s de que a banda mergulhava tava, levando nas palavras de ndo aos primeiros shows, inex Sanders e seu covil sediado cidência acabara de lançar um filme Legend of The Witches). caixar em alguma banda, tendo w (contratado da CBS), cujo LP mbém centrado sobre temática ucedido comercialmente. números originais, estava uma sem os metais e a flauta, além aram no teste do tempo: Behind Village (lenta, com uma introrealçada por acompanhamento om Warning, cover do Retaliaado em Dezembro de ’67 pela es, de Blues Rock, estendida por s maior que a duração original.
O ocultismo podia até não ser tema central para a banda, mas é fato que se concentravam mais nesse tipo de material. O press release oficial da Vertigo explorou esse lado, frisando que haviam se tornado profundamente interessados em Magia Negra, interesse que se refletia em sua música”, frisando, também, que “a autenticidade provinciana da banda se refletia no próprio som do Sabbath, refletindo o ambiente casca-grossa de Aston, em Birmingham”. Musicalmente, também era descrito como “sem compromisso com o sistema”, e que preferiam “morrer de fome, a produzir formas comerciais de música.” Tal ângulo de abordagem privilegiava o fato de que o povo do Norte era mais autêntico que seus conterrâneos da metrópole, ainda frequentadores das boutiques da Swingin’ London. Apesar da mínima veiculação em rádio e da parca aclamação da crítica, ‘Black Sabbath’ invadiu as paradas inglesas a 7 de Março de 1970, chegando ao oitavo posto e faturando Disco de Ouro após permanecer 10 meses consecutivos por lá. Geezer Butler mais tarde lembraria que a banda recebeu a notícia enquanto ouviam o Top Gear a caminho de um show. Artimanha de Peel, o único DJ a tocar o material do grupo na época. Seu papel na decolagem da banda seria reconhecido por Ozzy com o falecimento em 2004: “Um pioneiro. Se não fosse por John Peel, o Sabbath nunca teria tocado no rádio. Era um cara legal.” Mas até Osbourne foi surpreendido pelo sucesso. “Jim Simpson chega pra mim e diz, ‘tenho uma novidade pra te contar’, e eu, ‘o quê?’, e aí ele responde: ‘o disco de vocês chega às paradas inglesas na posição 17 próxima semana’. Aí respondi: ‘Tá me enrolando, porra? Sem essa.’ ‘Não, é verdade.’. E era. O primeiro disco do Sabbath ficou por lá um bom tempo. Eu não entendia. ‘Por que?’. Foi uma senhora surpresa.” Talvez, qualquer outra banda naquela situação, sentia o mesmo. Contudo, no começo dos anos 1970, um formato de som similar ao Blue Cheer e ao Iron Butterfly já havia tomado conta dos Estados Unidos, então, a chance de um disco de Heavy Blues daquele tipo acontecer no Reino Unido, era algo aceitável. Hoje, Bill Ward considera que “o sucesso do LP de estreia foi arrasador, mas creio que o que nos separou do restante, foi a originalidade das letras.
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britânica. “Eles são de Birmingham, Inglaterra. É cidade barra-pesada. O disco de estreia mostra isso – R pesado, despretensioso.” Assim como na Europa, ven muito bem, mas foi desaprovado pelo crítico Lester B (da Rolling Stone), que referiu-se ao disco como “jams encontradas com baixo e guitarra em velocidade exager sem a menor sincronia”. A combinação do desdém da mídia em comparação à de execução nas rádios apesar da imensa vendagem, brava o caso do Grand Funk Railroad. Mas com a est levando ao Disco de Platina (assim como o próprio G quem se importava com a opinião da crítica e a falta d ecução nas rádios? Se o Sabbath conseguia falar com os lescentes de Silloth, Maryport e Dumfries, tam conseguiam o mesmo em relação aos milhões de aspira a guitarrista em torno do Meio Oeste norte-americano.
As outras bandas ainda estavam usando a fórmula ‘boy meets girl’. Ainda considero aquilo incrível. É ingênuo, mas tem um senso absoluto de unidade – não é disperso em proposta ou formato. Não tínhamos maturidade alguma. Adoro tudo ali, inclusive os erros.” Menos entusiasmado, Geezer Butler lembra: “Não achamos que iria acontecer nada de mais com ele.” Um dia após agitar o público em NewcastleUnder-Lyme, já estavam a caminho do programa Beat Club, da TV alemã na van Commer do grupo (velocidade máxima de 100 km/h de Staffordshire a Bremen via a cidade The Hook of Holland, para figurar junto ao Rare Bird, Bloodwyn Pig, Renaissance e o Canned Heat. O Sabbath foi filmado em dois números: Blue Suede Shoes e Black Sabbath. Mas será verdade que tocaram mesmo o clássico de Perkins/Presley? Bill Ward garante que sim: “Tocar Blue Suede Shoes foi um arraso. Todas as bandas apelam para ela. É o modo de relaxar.” O álbum, então, saía pela Warner Bros. nos Estados Unidos e no Canadá, onde chegou ao número 23 na parada da Billboard, por lá permanecendo por 65 semanas e novamente virando Disco de Ouro. A imprensa norte-americana repetia o mantra da
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uma Rock ndeu angs desrada,
falta lemrada GFR), e exadombĂŠm antes .
TST The Sound Tribune
P - Rodrigo Hammer Curta e compartilhe