Ano 2, NĂşmero 62, 10 de julho de 2015
Charme rude
Jeep Renegade Trailhawk, um SUV compacto cheio de estilo E ainda: Linha 2016 da S10 Novas tecnologias da ZF Balanço do mercado do primeiro semestre de 2015
Sumário
EDITORIAL
No embalo do mercado
Edição de 10 de julho 2015
O segmento de utilitários esportivos é o mais badalado do momento. Nesta semana a “Revista AutoPress” mostra o Jeep Renegade Trailhawk, versão topo de linha. O modelo que atrai a atenção com seu design charmoso e pela vocação urbana e off-road. Ainda no campo dos utilitários, a Chevrolet S10 ganha novas versões para não deixar escapar a liderança nas vendas e tentar afastar a crise que vem reinando no setor automobilístico brasileiro. Por falar em crise, nesta edição há balanços sobre as vendas do primeiro semestre de motos, caminhões e carros.
03 - Jeep Renegade Trailhawk
30 - Balanço do mercado de automóveis 2015
13 - Linha 2016 da S-10
36 - Balanço do mercado de caminhões 2015
24 - Novas tecnologias da ZF
40 - Balanço do mercado de motocicletas 2015
Do outro lado do oceano, na periferia de Berlim, capital da Alemanha, a ZF apresenta suas novas tecnologias e seu veículo urbano inteligente. Boa leitura!
O Versatilidade
teste
Foto: Isabel Almeida/CZN
com estilo
Jeep Renegade Trailhawk une tecnologia, conforto e robustez para encarar asfalto e off-road Por Raffaele Grosso Auto Press
mercado brasileiro de SUVs compactos vivia uma calmaria até o ano passado, quando era disputado basicamente por dois modelos: Ford Ecosport e Renault Duster. Este ano o segmento se agitou e tomou outro rumo. Parece até que está em um “universo paralelo” e cresce a despeito da atual crise no setor automotivo. Entre as principais novidades do mercado está o Jeep Renegade, fabricado na cidade pernambucana de Goiana. O modelo começou a ser fabricado em abril e ainda está acelerando o ritmo de produção – passou das 3 mil unidades vendidas em junho –, mas filas de espera nas concessionárias apontam para um aumento desse número. E mesmo que não seja a versão de maior saída, a topo de linha Trailhawk é certamente a que mais atrai os holofotes. O Jeep Renegade Trailhawk responderá por 25% dos modelos equipados com motor diesel, motorização de deverá estar presente em 22% da produção total. Ou seja: o Trailhawk sozinha representaria entre 5 e 6% da linha – o preço inicial de R$ 116.900 tem muito a ver com o tamanho da participação. Nesta configuração, o modelo vem com tudo de melhor que a Jeep pode oferecer, inclusive, o conjunto mecânico. O Renegade é o único utilitário compacto que oferece motor turbodiesel. O propulsor é o Multijet II, capaz de render 170 cv e 35,7 kgfm de torque máximo, disponibilizados a partir de 1.750 rpm. Junto com ele, trabalha a caixa de transmissão automática ZF de nove velocidades – também inédita no segmento – que disponibiliza trocas manuais na alanvanca de câmbio ou através de “borboletas” atrás do volante. Outro aspecto que chama a atenção na versão é a extensão da lista de equipamentos. Ela é composta por tela multimídia de 5 polegadas com funções de rádio, GPS, Bluetooth, câmara e sensor de ré, volante com comando de áudio, voz e troca de
marchas através de aletas, direção, vidros e travas elétricas, ar-condicionado de duas zonas e diversos porta-objetos. Há também sistema de tração integral 4X4 com ajustes eletrônicos para cinco tipos de terrenos. Completam a lista o controles eletrônicos de estabilidade e tração, sensor de chuva, acendimento automático dos faróis e assistente de partida em rampa. Como opcionais, aparecem teto solar panorâmico, sistema de detecção de ponto cego, banco do motorista com ajuste elétrico, sistema de áudio Beats acoplado à tela de 6,5 polegadas, faróis de xênon, airbags laterais, de cortina e de joelho para motorista, sistema Park Assist, que estaciona o carro sozinho, entre outros requintes. No visual, o modelo segue uma proposta bem diferente e ao mesmo tempo agradável. O Jeep Renegade Trailhawk mistura conceitos urbanos e off-road com um leve tempero jovial. A parte frontal do veículo tem os elementos clássicos da marca, com a grade formada por sete barras verticais e faróis redondos, que transmitem um ar de robustez. Na traseira, dentro das lanternas é possível identificar um “X”, que se repete no desenho das rodas aro 17. Ao longo da carroceria estão presentes adesivos e há diversas opções de cores descontraídas para o veículo, como verde, vermelho e laranja. No interior, os materiais trazem a sensação de qualidade. Há misturas de revestimentos em plásticos macios e rígidos no painel e as molduras das saídas de ar, som, e de alguns porta-objetos em cores contrastantes fazem referência ao conjunto grade-faróis, característico da marca. Ainda há destaque para a parte “descolada” dentro do habitáculo. A presença de detalhes estilísticos no interior, como faixa vermelha de conta-giros que imita uma poça de lama e tapete emborrachado com mapas de trechos off-road. Afinal, entre os SUVs compactos vendidos no Brasil, o Jeep Renegade é o único com pedigree.
Ponto a ponto
Desempenho – O motor 2.0 turbodiesel de 170 cv e 35,7 kgfm de torque impulsiona o carro de maneira impetuosa e bem agradável. Mesmo em rotações baixas é possível sentir respostas imediatas ao pisar no acelerador, graças ao turbo que começa a agir antes das 1.500 rpm. O câmbio automático de nove velocidades realiza as trocas de maneira suave, sem “soluços” e no tempo correto. O modelo consegue encarar o off-road com grande desenvoltura e ainda se dá bem no asfalto – faz de zero a 100 km/h em 9,9 segundos. Muito bom para um carro com mais de 1.600 kg. Nota 9. Estabilidade – O utilitário tem suspensão bem ajustada. Embora seja pesado e tenha 1,72 metros de altura, o Renegade não apresenta muitas rolagens de carroceria. Mesmo em velocidades mais elevadas e curvas mais agudas, o carro passa a sensação de estar sempre na mão. Os pneus 215/60 R 17 ajudam na dirigibilidade e ainda há a salva-guarda do sistema de controle de estabilidade e tração. Nota 8. Interatividade – Embora possua diversos botões no volante e no painel, todos são de simples manuseio e não apresentam qualquer mistério. A central multimídia Uconnect exibe funções de streaming áudio via Bluetooth, rádio, GPS, câmara de ré e tem um tamanho que facilita a leitura. O câmbio automático de nove velocidades realiza as trocas de marchas no tempo certo e de maneira suave. Nota 8. Consumo – O Jeep Renegade Trailhawk não participa do programa de etiquetagem veicular do InMetro. Durante a avaliação, o computador registrou média de 13,2 km/litro em ciclo misto. Nota 8. Conforto – Motores diesel têm fama de barulhentos. O Jeep
Renegade Trailhawk mostra que não é bem assim, pois tem um isolamento acústico muito bom. Os bancos de couro são macios e aconchegantes. Os passageiros da frente dispõem de amplo espaço interno, assim como os traseiros, onde três ocupantes viajam de maneira confortável. A suspensão não chega a transmitir as imperfeições de ruas e estradas brasileiras. Nota 9. Tecnologia – A lista de itens tecnológicos do Renegade Trailhawk é bem extensa, digna de comparação com modelos de nível superiores. Tem diversos recursos úteis no off-road e a plataforma, chamada de Small Wide 4X4, é nova. O carro possui cerca de 70% de sua carroceria em aços de alta resistência. Nota 9.
Habitabilidade – O utilitário compacto possui diversos guardavolumes que atendem bem à demanda cotidiana. O motorista consegue achar logo sua posição de dirigir através dos ajustes de altura e profundidade do volante e das regulagens elétricas do banco. O entrar e sair do veículo são fáceis devido ao bom ângulo de abertura das portas e à altura do teto. A capacidade do portamalas é restrita: apenas 260 litros. Nota 7. Acabamento – O interior do SUV possui materiais de qualidade e mistura de forma bem dosada plásticos emborrachados e rígidos. Os detalhes em cores contrastantes nas costuras dos bancos, saídas de ar, caixas de som, no câmbio e em alguns guarda-volumes transmitem sofisticação. O conceito “easter eggs” – pequenas surpresas – espalhados no carro como o desenho da grade frontal junto com os faróis nas molduras da caixa de som, dentro das lanternas e os mapas de trechos off-road no interior do apoio de braço e embaixo dos comandos de ventilação são bem agradáveis e charmosos. Nota 8. Design – O Jeep Renegade chama atenção nas ruas. O modelo, embora compacto, possui porte e presença. A proposta é bem moderna e consegue aliar conceitos urbanos e off-road com leve tempero de despojamento. Nota 8. Custo/benefício – O Jeep Renegade Trailhawk parte dos R$ 116.900 e pode chegar a R$ 145.050 com todos opcionais. Nenhum de seus concorrentes dispõe de motor turbodiesel e câmbio automatico de nove marchas. O Honda HR-V em sua versão topo de linha EXL em R$ 90.700, sem tração 4X4. Já o Renault Duster Dynamique 4X4 parte dos R$ 76.840, mas é bem menos equipado. O Ford Ecosport Titanium Plus 2.0 com tração 4X4 e câmbio de dupla embreagem tem valor inicial em R$ R$ 87.400. Ambos os modelos possuem lista de itens tecnológicos e acessórios similares. Nota 6. Total – O Jeep Renegade Trailhawk somou 80 pontos em 100 possíveis.
Impressões ao dirigir
Mistura de conceitos
O Jeep Renegade, principalmente em sua versão “top” Trailhawk, recebe certo destaque nas ruas. É notório que o modelo chama atenção, tanto pelo porte quanto pelo beleza das linhas. As linhas robustas, e ao mesmo tempo simpáticas, trazem ao utilitário certo charme rude. Mas ao entrar no habitáculo do Renegade Trailhawk é possível perceber que há até alguma sofisticação. O design interno, o acabamento e a qualidade dos materiais ajudam a compor um ambiente agradável. O painel possui fácil interpretação e os comandos estão todos próximos do motorista. A posição de dirigir é facilmente encontrada devido aos ajustes do volante, banco e da altura do teto. Ao acionar o motor, o estranhamento fica por conta da ausência daquele barulho áspero, comum em carros diesel. O som só começa a aparecer em rotações mais altas, algo muito difícil de acontecer, pois a transmissão automática de nove velocidades só irá trabalhar com giros mais elevados se realmente o motorista “afundar” o pé. O motor responde bem às pisadas no acelerador e o câmbio realiza as trocas de marcha de forma harmoniosa, no tempo certo e sem “soluços”. A suspensão é bem ajustada, e embora as ruas estejam esburacadas e desniveladas, o Jeep Renegade absorve muito bem as imperfeições. O volante possui boa pegada e o carro mantém bom comportamento em velocidades mais altas e em curvas mais agudas, sem nenhum momento passar a sensação de fora do controle. Caso o motorista queira se aventurar em percursos off-road, o seletor de terreno esta lá presente. Com apenas um toque, pode-se ajusta o carro às condições da estrada. O Jeep Renegade Trailhawk apresenta bons níveis de consumo e boa dirigibilidade, independentemente do ambiente e da situação. Consegue juntar boas doses de versatilidade e conforto.
Ficha técnica Jeep Renegade Trailhawk Motor: Diesel, dianteiro, transversal, 1.956 cm³, turbo, quatro cilindros em linha e quatro válvulas por cilindro. Injeção direta de combustível e acelerador eletrônico. Transmissão: Câmbio manual automático de nove velocidades à frente e uma a ré. Tração integral com cinco níveis de ajuste. Oferece controle de tração. Aceleração de zero a 100 km/h: 9,9 segundos. Velocidade máxima: 190 km/h. Potência máxima: 170 cv a 3.750rpm. Torque máximo: 35,7 kgfm em 1.750 rpm. Diâmetro e curso: 83 mm x 90,4 mm. Taxa de compressão: 16,5:1. Suspensão: Dianteira independente do tipo McPherson, braços oscilantes inferiores com geometria triangular e barra estabilizadora, amortecedores hidráulicos e pressurizados e molas helicoidais. Traseira independente do tipo McPherson, links transversais/ laterais, barra estabilizadora, amortecedores, hidráulicos e pressurizados e molas helicoidais. Carroceria: Utilitário compacto em monobloco, com quatro portas e cinco lugares. 4,23 metros de comprimento, 1,80 m de largura, 1,72 m de altura e 2,57 m de entre-eixos.
Freios: Freio a disco na frente e atrás. Discos ventilados na frente. Oferece ABS. Pneus: 215/60 R17. Peso: 1.674 kg. Capacidade do porta-malas: 260 litros. com rebatimento dos bancos: 1300 litros. Tanque de combustível: 60 litros. Produção: Goiana, Pernambuco. Itens de série: Tração 4X4 Jeep Active Control, controle eletrônico de velocidade em descidas, computador de bordo, ar-condicionado duas zonas, câmera de ré, parafuso anti-furto nas rodas, volante revestido em couro com aletas para troca de marcha, sistema de navegação GPS, sistema de som com tela de 5 polegadas, air-bags dianteiros, freios a disco nas 4 rodas, direção elétrica, sensor de estacionamento traseiro, controle de estabilidade, piloto automático, retrovisores, vidros e traves elétricas, freios ABS, sistema de som com 6 alto-falantes USB e Bluetooth, controle de tração, auxílio de partida em rampa, isofix para dois bancos traseiros, repetidor lateral nos retrovisores, seletor para 5 tipos de terreno, roda em liga leve aro 17 e pneus 215/60 de uso misto, protetor de transmissão, protetor de tanque, protetor de diferencial, protetor de carter, suspensão off-road com altura mais elevada do solo, painel TFT colorido de 7 polegadas, alavanca do câmbio com revestimento
em couro, espelho interno eletrocrômico, sensor de chuva, acendimento automático dos faróis, lanterna removível, ganchos de reboque, molduras do painel e console em vermelho rubi Opcionais: Bancos revestidos parcialmente em couro, teto solar panorâmico, sistema de áudio com tela 6.5” touchscreen, Bluetooth, USB e sistema de reconhecimento de voz, sistema de áudio Beats com 8 alto-falantes e subwoofer, banco do motorista com regulagem de posição e lombar elétrica e faróis de xênon. Pintura metálica: Acréscimo de R$ 1.450. Preço inicial: R$ 116.900. Preço com todos os opcionais: R$ 145.050.
Versão
econômica
A
Hyundai decidiu brigar com os utilitários compactos e, para isso, ampliou a faixa de preços do Tucson. De acordo com a Caoa, grupo responsável pela produção do veículo em Anápolis, no interior de Goiás, o SUV médio agora custa a partir de R$ 69.900 – mesmo preço dos recém-lançados Honda HR-V e Jeep Renegade. E ainda permite que portadores de deficiência física possam aderir ao veículo com descontos especiais – desobrigação do pagamento de IPI, ICMS, IOF e IPVA no emplacamento e licenciamento. Para garantir a redução de preço, o Tucson, em sua nova configuração inicial, deixa de contar com bancos de couro e sistema de multimídia com GPS, DVD e entrada para USB e Ipod – agora disponíveis apenas na versão Top, de R$ 75.990. Entre seus itens de série estão arcondicionado digital, rebatimento dos bancos para capacidade de até 1.679 litros de carga, vidros, travas e retrovisores elétricos. O utilitário médio mantém o mesmo motor 2.0 litros flex de quatro cilindros e 146 cv de potência, com transmissão automática de quatro velocidades.
Multifacetado - Depois de revelar seu novo sedã Aegea, a
A
Made in Brasil
Volkswagen já começa a entregar as primeiras unidades do Jetta produzido no Brasil, na fábrica de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista. Mas o modelo nacionalizado só será disponibilizado na versão intermediária Comfortline – a de entrada Trendline, que custa R$ 70.690, e a topo de linha Highline, com motor turbo 2.0 TSI de 211 cv, continuarão sendo trazidas do México. O sedã médio brasileiro é equipado com motor flex 2.0 litros capaz de render 116/120 cv e 17,7/18,4 kgfm de torque quando abastecido com gasolina e etanol, respectivamente. Entre a lista de equipamentos de série, o três volumes conta com volante multifuncional com aletas para trocas manuais de marcha, piloto automático, rodas de liga leve de 16 polegadas e sistema multimídia com tela “touch” de 6,5 polegadas. De acordo com a Volkswagen, o novo Jetta Comfortline tem seu preço tabelado em R$ 74.730.
Fiat já se prepara para mostrar duas novas carrocerias para o modelo. A ideia é projetá-lo, em breve, como hatch, provavelmente em substituição ao médio Bravo. E, além disso, o modelo deve ganhar ainda uma variante perua. O mais provável é que os carros sejam apresentados pela primeira vez já no ano que vem, em março, no Salão de Genebra. E, caso isso se confirme, as vendas de ambos poderão ser iniciadas logo em seguida. A intenção é dar um nome distinto à configuração hatch. Além disso, a equipe da Fiat trabalha em cima de um design próprio e que traga individualidade ao projeto, afastando-o de semelhanças óbvias com as formas do sedã. De qualquer forma, a parte mecânica será a mesma. O início da produção deve ser realizado na fábrica turca de Bursa, de onde sairão as três configurações. O Aegea tem venda confirmada para novembro, na Europa. Pelo menos por enquanto, não há confirmação da vinda do modelo para o Brasil, mas já se cogita trazê-lo a partir do ano que vem.
Velocidade máxima - A Red Bull Racing, junto com a
Aston Martin, se prepara para desenvolver um superesportivo homologado para circulação nas ruas. Previsto para ser comercializado daqui a três anos, o modelo deve rivalizar com o McLaren P1 e a LaFerrari. Adrian Newey, um dos projetistas mais conceituados da história da Fórmula 1 e responsável por modelos que acompanharam Nigel Mansell, Mika Hakkinen e Sebastian Vettel em suas vitórias foi escolhido para ficar à frente do projeto. Embora nem a Red Bull Racing ou a Aston Martin entreguem detalhes sobre o carro, tudo indica que seu desenvolvimento já esteja em processo avançado. Newey já se juntou à equipe de design da Aston Martin para criar o corpo aerodinâmico. O modelo deve compartilhar uma série de peças com o Vulcan, lançado no último Salão de Genebra, em março deste ano. Antes de ser confirmada a aliança entre as duas marcas, cogitava-se que a Red Bull fosse se juntar à Infiniti, divisão de luxo da Nissan, na criação do superesportivo.
Mais
prático
Cmonstruosa hegada
A
fabricante italiana de motocicletas Ducati, de propriedade da Audi, anunciou a vinda da Monster 821 para o Brasil. O modelo chega para substituir a antiga Monster 796 e será comercializado em versão única. O valor definido para a venda é de R$ 43.900. A motocicleta aderiu a algumas tecnologias da Monster 1200, caso da refrigeração líquida. A naked dispõe de painel com display
LCD, sistema de freio Brembo com ABS, assento com ajuste de altura, três modos de pilotagem – Sport, Touring e Urban – e oito níveis de controle de tração. A Monster 821 traz a segunda geração do motor Testastretta, capaz de render 112 cv de potência a 9.500 rpm e 9,1 kgfm de torque a 7.750 rpm. O modelo será montado em Manaus, em parceria com a Dafra, e já é considerado a porta de entrada da marca italiana no Brasil.
Foi-se o tempo que os câmbios manuais eram sinônimos de esportividade para os consumidores. Com a chegada de novas tecnologias para transmissões automáticas e automatizadas de dupla embreagem, é cada vez menor o número de clientes que optam por trocas de marchas exclusivamente manuais. E, com isso, a BMW já se prepara para excluir esse tipo de transmissão de sua linha “M”, a divisão esportiva da marca alemã. De acordo com a fabricante, isso não acontecerá agora. Mas a tendência é que, num futuro próximo, todos os seus modelos passem por essa reformulação. De acordo com Frank Van Meel, chefe da divisão “M”, apesar de alguns fiéis consumidores que optam por esse tipo de câmbio, o número é muito baixo quando confrontado com os que não querem. A razão é simples: transmissões automáticas ou automatizadas proporcionam menor consumo de combustível e mudanças de marchas mais rápidas, tornando-se mais atraentes.
Fotos: Eduardo Rocha/CZN
autoperfil
Amplo espectro por Eduardo Rocha auto press
GM cria novas versĂľes da picape Chevrolet S10
para tentar driblar a crise e se manter na liderança
A
General Motors resolveu atirar para todos os lados. Na apresentação da linha 2016 da Chevrolet S10, a montadora americana decidiu atacar de forma sistemática todos os subnichos possíveis do segmento de picapes médias. A marca criou nada menos que quatro novas configurações, sem que nenhuma das três já existentes fosse aposentada: Advantage, Chassis Cab, Freeride e High Country, sendo que LS, LT e LTZ continuam em linha. Freeride e High Country, sempre com cabine dupla, chegam imediatamente ao mercado e são voltados à parte superior da gama. Já as versões Advantage, de cabine dupla, e Chassis Cab, sem caçamba, que só chegam ao mercado a partir de agosto, estão na outra extremidade. A versão High Country é baseada na versão com o mesmo nome que costuma indicar a versão de topo entre as picapes da Chevrolet no mercado norte-americano. Ela focada no mercado do luxo e se
torna bem oportuna porque é no andar de cima que a crise é menos aguda. A partir da LTZ, o Centro de Design da marca desenvolveu alguns acessórios para sacudir o visual da S10. O santantônio integrado aos trilhos da capota marítima, que corre toda a borda da área de carga, nivelou capô e caçamba e emprestou mais robustez ao conjunto. Ela ainda ganhou um aplique frontal, como se o para-choque fosse de impulsão, rodas aro 18 e maçaneta cromada na tampa traseira. Os demais detalhes são todos originados na versão LTZ. Além de valorizar o porte, a ideia era ressaltar o lado requintado da picape. Daí trazer um acabamento interno idêntico ao da Trailblazer LTZ. Revestimento em couro preto nas portas, apoio de braço e base dos bancos e em couro marrom com pesponto amarelo nas áreas de assento e encosto. A lista de equipamentos é bem completa. Tem ar digital, sistema multimídia com GPS, câmara e sensor de ré, controle de estabilidade, tração e descida de
rampa. A High Country é sempre cabine dupla com motor turbodiesel de 200 cv, câmbio automático de seis marchas e tração 4X4 com reduzida. Ela custa R$ 163.800, exatos R$ 9.250 a mais que a versão LTZ. A Freeride segue a lógica de incluir os equipamentos mais óbvios para quem quer uma picape com algum conforto e estilo, mas com preço mais em conta. A rigor, ela é uma LT incrementada com alguns recursos, como capota marítima, santantônio, sensor e câmara de ré. Ela sai a R$ 95.340, ou R$ 4.450 a mais que o modelo básico com a mesma motorização 2.5 litros com injeção direta de gasolina, 206 cv e transmissão manual de seis marchas. Individualmente, as versões High Country e Freeride devem responder por até 7% da linha S10. Atualmente isso significaria cerca de 200 unidades por mês, já que no primeiro semestre, a média de vendas da S10 foi de pouco menos que 3.200 unidades mensais. Esse
volume é quase 25% inferior à média do ano passado, que ultrapassou as 4.200 unidades mensais. E é essa queda que explica essa movimentação da GM. Mesmo que sua picape média esteja em uma posição confortável em relação às rivais – a Toyota Hilux vende 15% menos e a Ford Ranger, a terceira colocada, quase a metade. Esse cenário pode ser alterado – a favor da Chevrolet – com os dois modelos prometidos para agosto/setembro e que chegam para fazer volume na linha. Eles não têm preços definidos, mas a seguir a tradição das versões Advantage, o preço deve ser fixado perto dos R$ 75 mil – entre 8 e 10% menos que a versão básica, a LS com cabine dupla e motor 2.4 flex. A Chassis Cab, cabine simples sem caçamba, deve ficar em torno de R$ 65 mil. Com estas quatro novas configurações, junto com as três já existentes, a S10 deve cobrir os sete cantos do segmento de picapes médias e reafirmar a liderança que já ostenta há 20 anos.
Freeride
Chassis Cab
Advantage
Freeride
Country
foto: divulgação
Primeiras impressões
Vidas opostas
Indaiatuba/São Paulo – Enquanto a High Country é pensada para o dono da fazenda, a Freeride é direcionada para o capataz. Mas nem a pompa com que foi apresentada a nova versão top da linha ofuscou o fato que a S10 não mudou na essência. O que não é necessariamente ruim. Tanto que a nova versão top da S10 só tem a mais o visual, mais robusto e moderno. Além do visual, o investimento da GM foi na vida a bordo. O acabamento em couro abrange, inclusive, o apoio de braços entre os bancos dianteiros, o que ampliou as superfícies macias no interior – que, para um carro acima de R$ 160 mil, recorre demais a plástico duro no acabamento. Outra melhora perceptível foi no isolamento acústico. Dinamicamente, a única alteração notável são as novas rodas aro 18, com pneus 265/60. Ajuda um pouco na estabilidade do modelo, principalmente nas retas, mas transmite mais trepidações no habitáculo. Ela fica mais à vontade no asfalto liso, quando os 200 cv do motor turbodiesel podem ser melhor explorados. Durante o teste, feito no Campo de Provas de Cruz Alta, da GM, a caçamba vazia facilitava as saídas de traseira nas curvas mais fortes. Tratava-se da pista D1, que reproduz, de forma crítica, as rodovias brasileiras. Ali, o controle eletrônico de tração foi bastante demandado. Uma outra parte do teste foi feita na pista off-road, no mesmo complexo, que estava um tanto “ensaboada” pela chuva dos três dias anteriores. Ali, os mesmos pneus de uso misto que ajudam no asfalto, atrapalham na hora de enfrentar a lama. Rapidamente eles ficam com os sulcos preenchidos, o que logo cria dificuldade no off-road. A outra versão apresentada pela GM foi a Freeride, animada
pelo motor 2.5 litros, com injeção direta de combustível e 206 cv. Com esta potência, certamente faz falta o controle eletrônico de estabilidade. Apesar de os pneus que calçam as rodas sejam 245/70 R16, a Freeride quase não flutua. O novo acerto de suspensão se mostrou bem eficiente no modelo – ela é cerca de 300 kg mais leve que a High Country, que tem 2.139 kg em ordem de marcha. O interior da Freeride parece um tanto despojado, ainda mais depois de visitar o habitáculo da High Country. Os plásticos rígidos estão lá em profusão e os tecidos do revestimento é um tanto rústico. A rigor, tem tudo que se espera de uma picape média intermediária: ar, trio, direção, mas sem qualquer glamour.
Ficha Técnica Chevrolet S10 2016 Motor (High Country): Diesel, dianteiro, longitudinal, 2.776 cm³, turbo, com intercooler, com quatro cilindros em linha e 16 válvulas. Injeção direta e acelerador eletrônico. Transmissão: Câmbio automático de seis marchas à frente e uma a ré. Tração traseira com 4X4 e reduzida com acionador eletrônico. Controle eletrônico de tração e assistente de partida em rampas. Potência máxima: 200 cv a 3.600 rpm. Aceleração 0-100 km/h: 10,3 s. Velocidade máxima: 180 km/h. Torque máximo: 51 kgfm a 2 mil rpm. Diâmetro e curso: 94,0 mm X 100,0 mm. Taxa de compressão: 16,5:1. Motor (Freeride): Gasolina e etanol, dianteiro, longitudinal, 2.457 cm³, quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro, duplo comando variavel de válvulas no cabeçote. Injeção direta de combustível. Transmissão: Câmbio manual de seis marchas à frente e uma a ré. Tração traseira. Potência máxima: 197 cv a 6.300 rpm com gasolina e 206 cv a 6 mil rpm com etanol. Torque: 26,3 kgfm com gasolina e 27,3 kgfm com etanol a 4.400 rpm. Aceleração 0-100 km/h: 9,5 s com gasolina e 9,1 s com etanol. Velocidade máxima: 163 km/h. Diâmetro e curso: 88 mm X 101 mm. Taxa de compressão: 11,3:1
foto: divulgação
Suspensão: Dianteira independente, com braços articulados, molas helicoidais, amortecedores hidráulicos e pressurizados e barra estabilizadora. Traseira com feixe de molas semielípticas de dois estágios e amortecedores hidráulicos e pressurizados. Possui controle de estabilidade na versão High Country. Pneus: 245/70 R16 (Freeride) e 265/60 R18 (High Country) Freios: Dianteiros por discos ventilados e traseiros a tambor. ABS com EBD de série. Carroceria: Picape montada sobre longarinas com quatro portas e cinco lugares. Com 5,35 metros de comprimento, 1,88 m de largura, 1,80 m de altura (1,90 m na versão High Country) e 3,10 m de distância entre-eixos. Oferece airbags frontais de série. Peso: 1.828 kg (2.139 kg na versão High Country). Capacidade da caçamba: 1.570 litros Tanque de combustível: 80 litros. Produção: São José dos Campos, Brasil. Lançamento da geração no Brasil: 2012. Itens de série: Freeride: ar-condicionado, direção hidráulica, computador de bordo, trio elétrico, piloto automático, capota marítima, santantônio e central multimídia com câmera de ré. Preço: R$ 95.340. High Country: adiciona faróis em cromo escurecido, aplique no para-choque dianteiro, estribos laterais, rodas de liga leve de 18 polegadas, frisos cromados na base dos vidros das portas, lanternas em leds, rack de teto com barras longitudinais e transversais, banco do motorista com regulagem elétrica, arcondicionado digital, sensor de estacionamento e volante multifuncional. Preço: R$ 163.800.
Contra o ostracismo A
Kia começou a vender o Picanto reestilizado. O modelo teve sua grade suavemente estreitada e as entradas do para-choque foram ampliadas, com os faróis de neblina em novo formato. As rodas passam a contar com duas tonalidades. No interior, o volante recebeu nova distribuição dos
comandos de áudio e o painel conta com molduras prateadas e indicador de temperatura do motor – que segue o mesmo três cilindros de 1.0 litro e 12 válvulas, de 80 cv e 10 kgfm, acoplado à transmissão automática de quatro velocidades. O preço é de R$ 46.900.
De olho em volume – A Lotus já trabalha em cima de três
projetos para os próximos anos. E, entre eles, um se trata de um utilitário esportivo. A marca inglesa pretende fabricar seu primeiro SUV na China até 2020 e, pelo menos na fase inicial, comercializá-lo apenas por lá. Depois, a ideia é que o modelo desembarque na Europa, com motor diesel. Antes disso, será lançada a versão conversível do Evora 400 e o 4-Eleven.
Mais um – A Hyundai quer marcar as 500 mil unidades pro-
Exclusividade extra
A
Land Rover confirmou uma nova série limitada para o Range Rover Evoque. Disponível em apenas 77 unidades e batizada de London, ela toma como base a topo de linha Dynamique. A principal diferença em relação às demais configurações é o visual externo. O modelo pega as cores da bandeira da Inglaterra emprestadas e adere à cor vermelho no teto e retrovisores do utilitário esportivo. A grade frontal possui tonalidade preta, assim como as rodas aro 20, que se juntam aos faróis e lanternas levemente escurecidos. Para o acabamento interno, há disponibilidade de tom totalmente preto ou em preto com vermelho. Os encostos de cabeça possuem bordados com a escrita “Evoque”. Detalhes vermelhos no seletor de marcha, nas borboletas atrás do volante e nos tapetes complementam o visual colorido. O conjunto mecânico que é encarregado de impulsionar o Ranger Rover Evoque London é o já conhecido motor 2.0 turbo de 240 cv de potência, com a transmissão automática ZF de nove velocidades. O preço para a versão é de R$ 244.200.
duzidas da linha HB20 no Brasil com uma oferta para os novos consumidores. Quem comprar o carro durante o mês de julho ganhará 12 meses a mais de garantia, passando dos cinco para os seis anos. A promoção é válida para todos os modelos da linha, ou seja, na carroceria hatch – incluindo a versão aventureira “X” – e sedã. Intercâmbio – O governo de Cuba acaba de fechar um acordo com a BYD. Já nos próximos meses, os modelos americanos usados como táxi e para transporte de turistas terão como “colegas” nas ruas unidades novas da marca chinesa. O acerto prevê a importação de 719 unidades com motorização a gasolina.
Proteção mirim – Referência quando o assunto é a seguran-
ça, a Volvo apresentou uma novidade para assento infantil. A cadeirinha substitui o banco do carona e a criança pode viajar virada para frente ou para trás. O projeto conta ainda com porta-objetos especiais, destinados a itens como mamadeiras, fraldas e lenços. Esse tipo de assento já é pensado para os carros autônomos do futuro. Isso porque, sem ter de dirigir, os motoristas ficarão mais livres para realizar outras atividades. Como, por exemplo, interagir mais com as crianças.
Passado em evidência – A Alfa Romeo celebra 105 anos e,
como parte desta comemoração, reabriu seu museu de carros. Localizado no Areze, Norte da Itália, o recanto histórico tem 69 modelos, inclusive o primeiro fabricado pela marca, o 24 HP. O espaço é dividido em três partes: história, beleza e velocidade, na qual a primeira representa o desenvolvimento industrial, a segunda, o design, e a ultima, os avanços tecnológicos. Cada tema dispõe de um andar para exposição.
Pequenos detalhes
A Fiat apresentou na Europa o pequeno 500 reestilizado. Após oito anos com o mesmo visual, o subcompacto recebeu alterações bem sutis. Os faróis foram atualizados e o para-choque é novo, com as laterais cromadas. Na parte traseira, as lanternas receberam nova distribuição de luzes e a iluminação de ré foi deslocada para a parte inferior do parachoque. No interior, o destaque fica por conta da central multimídia Uconnect, acoplada a uma tela de 5 polegadas e volante com novo formato. Nas versões mais equipadas, é possível escolher painel de instrumentos em display TFT.
Stecnológica íntese
Em evento na Alemanha, ZF exibe suas novas tecnologias e o Veículo Urbano Inteligente é o seu “showroom móvel” por Luiz Humberto Monteiro Pereira Auto Press
Fotos: Divulgação
vitrine
L
inthe/Alemanha - Tecnologias que chamam a atenção nos automóveis muitas vezes não foram criadas pelas marcas ostentadas em suas grades. São criação dos sistemistas, empresas que desenvolvem sistemas automotivos, que chegam prontos às linhas de montagem automotivas e são incorporados aos veículos. Esse ano, ocorreu uma movimentação importante no setor. No último dia 15 de maio, a alemã ZF Friedrichshafen AG finalizou a incorporação da norte-americana TRW Automotive, anunciada em setembro do ano passado. Agora, a multinacional alemã opera em cerca de 230 unidades instaladas em mais de 40 países. Seu portfólio unifica os sistemas de transmissão e tecnologia de chassis com os sistemas de segurança ativa e passiva. Ou seja, a ZF produz praticamente todos os componentes necessários para a condução autônoma – um dos atuais “fetiches” da engenharia automotiva mundial. Para comemorar o negócio, foi realizado um evento que levou representantes da imprensa especializada de todo o mundo a um campo de provas na cidade alemã de Linthe, na periferia de Berlim. A atração do evento foi o protótipo Smart Urban Vehicle, ou Veículo Urbano Inteligente, que reúne várias inovações tecnológicas e será a atração do estande da ZF no próximo Salão de Frankfurt, em setembro. A proposta é oferecer uma solução moderna e ecologicamente correta, com zero emissões, para o uso urbano. A bateria fica alojada em três módulos instalados nos eixos dianteiro e traseiro. O acionamento elétrico do eixo traseiro eTB – do inglês electric Twist Beam –, instalado perto das rodas, define a arquitetura. O eixo dianteiro oferece um ângulo esterçamento inusitado, de até 75°, que permite grande manobrabilidade do veículo e mais agilidade no trânsito urbano. O diâmetro de giro do Veículo Urbano Inteligente é de menos de sete metros. Uma manobra de retorno de 180° em uma
estrada convencional de duas faixas pode ser efetuada com facilidade. O esterçamento do eixo dianteiro é auxiliado pelo sistema Torque Vectoring do acionamento do eixo traseiro, que distribui o torque de forma independente em cada roda. O volante vem com um sensor de toque – HOD, do inglês Hands On Detection –, que cobre a toda a superfície da direção. Um display Oled instalado diretamente no campo de visão do motorista oferece informações adicionais. Segundo a ZF, o protótipo alcança uma velocidade máxima de 150 km/h. O Veículo Urbano Inteligente traz ainda duas funções semiautomatizadas de assistência ao motorista. A primeira é o Smart Parking Assist, um assistente de estacionamento que coloca o veículo em praticamente qualquer vaga, remotamente controlado através de dispositivos portáteis como um “smart watch” – um relógio inteligente –, um tablet ou um simples smartphone. O motorista pode até estar fora do carro. Um total de 14 sensores – 12 de ultrassom instalados no veículo e por dois sensores infravermelhos próximos ao eixo dianteiro – detectam as vagas e determinam as mudanças na posição do automóvel durante a manobra. Uma unidade de controle eletrônico coordena os sistemas para que o motorista consiga estacionar até em vagas com apenas quatro metros de comprimento. Pode estacionar em paralelo ou a 90°, do lado direito ou esquerdo. Já a função PreVision Cloud Assist usa tecnologia em nuvem para fazer uma análise dos dados após a condução e utilizar essas informações para otimizar o desempenho. Em cada trajeto, o programa coleta todas as coordenadas relevantes para a posição do carro, a velocidade atual, bem como a aceleração transversal e longitudinal, e armazena essas informações na nuvem. O veículo literalmente “aprende” ao longo do caminho e passa a disponibilizar as melhores opções de performance toda vez que voltar àquele trecho, mesmo que seja com outro motorista. Ao
usar esses dados juntamente com o material de mapeamento do GPS instalado no sistema, a função calcula o modo ideal de condução para cada seção do caminho rodado. Como o sistema capacitivo reconhece se o motorista está segurando o volante, pode ser mantida automaticamente a distância necessária com o veículo da frente ou até acionado o freio, caso necessário – mesmo quando o motorista não está com as mãos no volante. O próprio motorista pode assumir o comando sobre o processo de assistência a qualquer momento e controlar a função com um kick-down. O PreVision Cloud Assist evita que as curvas sejam feitas com velocidades muito elevadas, que colocam o veículo em situação de perigo. Quando passar de novo pela mesma curva, o programa considera automaticamente a atitude do motorista na situação anterior. Os recursos de memória possibilitam incluir uma série de fatores adicionais na avaliação e disponibilizar os mesmos em qualquer lugar. Dados em tempo real, como condições climáticas ou a situação no trânsito, são instantaneamente integrados ao sistema. Outra vantagem é que os motoristas não familiarizados com um determinado trajeto podem se beneficiar com as experiências de outros veículos interligados com o programa, tornando o veículo tão seguro e eficiente tanto em estradas desconhecidas como em percursos feitos cotidianamente. O PreVision Cloud Assist ainda pode ser adaptado ao estilo de dirigir do motorista. No modo Eco, a função seleciona a maneira mais econômica de conduzir. Já no modo Sport, o programa desacelera mais tarde, mas em tempo de alcançar a velocidade ideal para entrar na curva sem ativar o freio mecânico. Mas não foi apenas o Veículo Urbano Inteligente que brilhou no evento. A ZF também aproveitou para apresentar outras tecnologias, como o sistema de direção assistida em rodovias Highway Driving Assist. Ele combina o controle de velocidade
adaptável e a centralização na faixa, para manter o carro na pista e distante do veículo à frente, sem que o motorista precise intervir. A evolução prevista para o sistema incluirá sensores 360° com capacidades laterais, que possam “assumir o controle” e realizar as necessárias de mudança de faixa, quando houver algum veículo parado ou com velocidade reduzida à frente. Os mais modernos câmbios produzidos pela ZF também estavam disponíveis para avaliação. As câmaras e sensores eram pontos fortes da norte-ameri-
cana TRW e agora são utilizados pela ZF no desenvolvimento dos futuros sistemas autônomos ou semi-autônomos. Protótipos desses novos sistemas, que atuam sobre os freios ou sobre a direção para desviar de impactos frontais ou parar para evitar atropelamento de pedestres, puderam ser avaliados no evento da ZF para a imprensa global. Pelo que indicam as pesquisas em desenvolvimento na empresa alemã, o objetivo da engenharia automotiva é que os carros se tornem cada vez mais “foolproof ” – à prova de tolices ou, simplesmente, infalíveis.
A
Novo no páreo
Renault divulgou seu mais novo sedã de luxo, o Talisman. O três volumes tem visual arrojado e linhas mais modernas. Os faróis são integrados à grade cromada e com filetes de leds, que chegam até o para-choque. Na traseira, a iluminação tem longas lanternas também em leds. Com 4,85 metros de comprimento, 1,87 m de largura e 2,71 m de entre-eixo, o mod-
elo pode ser equipado com motor 1.6 turbo de 150 cv ou 200 cv ou turbodiesel de 110, 130 e 160 cv. Para os motores a diesel, será disponibilizado câmbio manual ou automático, ambos de seis velocidades. Já os movidos a gasolina serão comercializados apenas com transmissão automatizada de sete velocidades e dupla embreagem.
Fotos: Divulgação
automundo
por Márcio Maio Auto Press
Freada brusca
Vendas de carro seguem em baixa no primeiro semestre e previsão de queda para o fim do ano chega a 23%
D
esde o início de 2015, os especialistas do setor automotivo já esperavam por um ano complicado. Mas nem mesmo as previsões mais agourentas chegavam sequer perto da dura realidade enfrentada nesse primeiro semestre. A maioria imaginava que os números de 2014 se mantivessem. Mas as 1.269.851 unidades emplacadas entre janeiro e junho, ante às 1.582.569 do mesmo período no ano passado, representam uma retração de 19,8%, de acordo com dados divulgados pela Fenabrave. Na hora de justificar esse recuo, a resposta é unânime. “Ninguém esperava um freio tão grande na economia, o que afetou as vendas no primeiro semestre. Vivemos uma crise de confiança causada por um desequilíbrio nas contas públicas, pela alta da inflação e do desemprego, pela crise hídrica e pelo acirrado cenário político”, avalia Cledorvino Belini, presidente da FCA – Fiat Chrysler Automobiles – para a América Latina. O modelo mais emplacado no país segue sendo o Fiat Palio, com 62.757 unidades vendidas – 19.807 a menos que no primeiro semestre do ano passado, quando a liderança nacional ainda era do Volkswagen Gol. Uma queda de 24% nas vendas semestrais do modelo líder. Outros fatores também são apontados como cruciais para que essa queda tão alta fosse registrada. “O retorno integral e de
Honda Fit: divulgação
Toyota Corolla: divulgação
uma só vez do IPI ao preço dos veículos zero quilômetro afastou consumidores”, aponta Sérgio Rodrigues, diretor executivo de Vendas e Marketing da Hyundai Motor Brasil. Além disso, para Oswaldo Ramos, gerente de Marketing da Ford no Brasil, o comportamento dos consumidores mudou no país. A troca do carro deixou de ser uma prioridade tão rápida a partir do momento em que os próprios clientes se tornaram mais exigentes e a oferta de modelos com boa lista de itens de conforto e até entretenimento aumentou. “O brasileiro comprava um carro ‘pelado’ e, após dois ou três anos, queria ter um com ar-condicionado. Depois, desejava direção hidráulica... O mercado se sofisticou e, com isso, o intervalo de troca se ampliou diante de modelos mais bem equipados”, analisa. Essa movimentação aumentou o valor médio das vendas. Mas não o suficiente para evitar as perdas diante da crise. “Quando o volume cai, a perda de faturamento é enorme”, afirma Oswaldo. Mesmo num cenário de crise, há quem se destaque. A tendência mundial de crescimento dos SUVs fez surgir no Brasil uma verdadeira enxurrada de lançamentos neste segmento. E a liderança da categoria foi tomada do Ford EcoSport pelo Honda HR-V. De acordo com a Fenabrave, desde seu lançamento, em 20 de março, já foram emplacados 17.573 exemplares
do modelo, que tem fila de espera de meses nas concessionárias. “Devido à estratégia de renovação do “line-up” e ao lançamento de novo segmento com o HR-V, temos conseguido um crescimento dentro do planejado para o ano”, garante Paulo Takeuchi, diretor executivo de relações institucionais e comunicação da Honda na América do Sul. Outra marca que ingressou com bons resultados nesse segmento de utilitários compactos foi a Jeep, com o pernambucano Renegade. O modelo, fabricado na recém-inaugurada planta da marca em Goiana, já teve 6.211 emplacamentos em pouco mais de dois meses de vendas. “Ano passado, os SUVs representaram 9% do mercado brasileiro. Em 2015, deverão se aproximar da média global de participação, que está na faixa de 20%”, prevê Juliano Machado, diretor de Marketing da Chrysler no Brasil. Se as vendas de utilitários crescerem mesmo desta maneira, a Honda terá ainda mais motivos para considerar 2015 um dos melhores em sua trajetória no Brasil. A crise no setor automotivo foi driblada não só pelo HR-V, mas também pelo monovolume Fit, que emplacou 23.280 exemplares, conquistando a 15ª posição do ranking. A marca passou das 61.569 unidades vendidas entre janeiro e junho de 2014 para as 73.197 deste ano. A conterrânea Toyota, sua principal rival, também
Jeep Renegade: divulgação
Honda HR-V: divulgação
Hyundai HB20: divulgação
cresceu. Mas em função principalmente do bom desempenho de seu sedã médio Corolla, que se aproxima do título de três volumes mais vendido do Brasil, com 31.935 unidades emplacadas, bem perto das 34.459 do Chevrolet Prisma e das 31.973 do Fiat Siena, que são compactos e de uma faixa de preços inferior. A marca nipônica registrou 86.727 emplacamentos nos seis primeiros meses de 2015, contra 84.129 do ano passado. Um crescimento que estimula a fabricante a investir mais no país. “Hoje, temos 200 pontos de atendimento, sendo 154 concessionárias e 46 postos de serviços. Até o final do ano, planejamos inaugurar mais 38 pontos, sendo a maioria postos de serviços”, avisa Vladimir Centurião, gerente de Vendas da Toyota do Brasil. A Hyundai não chegou a apresentar crescimento em 2015. Sua queda nas vendas chegou a 7,9% – bem menos que o mercado. Mas especificamente na gama do HB20, que é fabricado em Piracicaba, no interior de São Paulo, a retração foi de apenas 4,4%. “Registramos um crescimento expressivo de participação de mercado do modelo, saindo de 5,1% no primeiro semestre de 2014 para 6,1% em 2015. Essa participação é crescente e alcançou 6,9% em junho”, comemora Sérgio Rodrigues, diretor executivo de Vendas e Marketing da Hyundai Motor Brasil.
Zona de conforto
A situação melhora mesmo no mercado de modelos premium. A BMW subiu singelos 1,7% em vendas. “Foi um período importante para nós pois registramos nosso primeiro semestre completo com produção na fábrica de Araquari, em Santa Catarina, de onde saem o BMW Série 3, BMW X1 e BMW Série 1”, valoriza Vladimir Mello, Gerente Sênior de Comunicação Corporativa do BMW Group Brasil. Já Audi e Mercedes-Benz registraram crescimento de 27% e 50,7%, respectivamente. “Hoje, esse segmento representa apenas 2% do total no Brasil. Mas acreditamos que irá triplicar nos próximos cinco anos, por isso traçamos uma estratégia de longo prazo que vem se mostrando bastante efetiva”, diz Jörg Hofmann, presidente e CEO da Audi do Brasil. A marca prepara para iniciar sua fabricação nacional em São José dos Pinhais, no Paraná, a partir de setembro, quando sairá o primeiro veículo da fabricante com tecnologia flex do mundo, o A3 sedã. A Mercedes-Benz também se prepara para inaugurar sua fábrica em Iracemápolis, no interior de São Paulo, no primeiro trimestre de 2016. De lá, sairão as versões nacionais dos modelos Classe C e GLA. A Land Rover caminha na contramão, com queda de cerca de 11% em comparação com os seis primeiros meses do ano passado, de acordo com os dados da Fenabrave. Para Rubem Barbosa, diretor de Operações da Jaguar Land Rover da América Latina, esse resultado se explica, em parte, por uma movimentação que vem ocorrendo na concorrência e que, pelo menos por enquanto, ainda não acontece na empresa. “O que determina esse crescimento também é a introdução de novos modelos principalmente no segmento de entrada. Algumas marcas focam bastante num patamar abaixo dos R$ 150 mil”, explica, referindo-se a uma faixa de preço em que a Land Rover não atua.
BMW X1: divulgação
Audi A3: divulgação
Fotos: divulgação
Tempos difíceis
transmundo
por Márcio Maio Auto Press
Vendas de caminhões no primeiro semestre de 2015 atingem queda de 42,1% e não há perspectivas de melhora
A
expectativa da maioria das fabricantes de caminhões no final de 2014 era que 2015 tivesse emplacamentos semelhantes aos do ano passado. Mas o que se vê no balanço do primeiro semestre é um verdadeiro desastre para a indústria de veículos de carga. Enquanto a queda geral registrada no setor automotivo nacional foi de 17,6%, entre os caminhões os números são bem piores: a retração no acumulado entre janeiro e junho, em comparação com o mesmo período de 2014, chega a 42,1%, de acordo com dados da Fenabrave. E, pelo menos para o presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores, Alarico Assumpção Jr., o segundo semestre não mudará esse cenário. A não ser que a economia brasileira consiga melhorar. “Há caminhões disponíveis, financiamentos com taxas deflacionadas e clientes. Mas falta carga. Só vendemos caminhões quando temos bom PIB”, justifica. Muitos são os fatores apontados para esse resultado. O principal deles, sem dúvida, se resume à crise que o país enfrenta. “A confiança segue em baixa, o fluxo de caminhões nas rodovias caiu e a produção e a venda de automóveis também”, enumera Ricardo Alouche, vice-presidente de Vendas, Marketing e Pós-Vendas da MAN Latin America. Para João Pimentel, diretor da Ford Caminhões, não há qualquer possibilidade de melhora na indústria automotiva antes que o Brasil, de maneira geral, se recupere. “A retomada mais gradual da produção dependerá do sucesso da atual política econômica”, avalia. Mesmo assim, os executivos das marcas que atuam no Brasil tentam encontrar motivos para otimismo diante da dificuldade. A Mercedes-Benz, por exemplo, se consola com a liderança nas vendas em três dos seis primeiros meses do ano e ser a segunda marca no ranking do acumulado entre janeiro e junho, com 25,6% de participação – a primeira é a Volkswagen, com 1% a mais. E traça alternativas para diminuir os prejuízos nesse período. “Além do Banco Mercedes-Benz oferecer produtos financeiros mais atraentes, aumentamos as opções de serviços ao cliente, como a marca de peças
Ford Cargo: divulgação
Mercedes Atron: divulgação
Alliance, a nova geração do sistema de gestão de frotas FleetBoard e as negociações envolvendo a nossa área de seminovos SelecTrucks”, sinaliza Gilson Mansur, diretor de Marketing Caminhões da Mercedes-Benz do Brasil. Quem também vê um lado bom é a Ford. Apesar de sofrer, como todas as outras fabricantes, com a queda nas vendas, está bem posicionada em algumas linhas de produtos. Especialmente com os lançamentos no segmento de leves dos Cargo de 8 e 11 toneladas, além dos modelos da Série F. “Ganhamos 4,5 % de participação comparado com o mesmo período de 2014”, aponta João Pimentel. De fato, dentro do segmento de caminhões, o panorama se alterou no que diz respeito à participação de mercado. Os modelos leves passaram dos 18,2% de participação no primeiro semestre de 2014 para 26,9% e os semi-leves, de 2,8% para 5,2%. Enquanto isso, os semi-pesados desceram dos 33,6% para 32,6% e os pesados – os que sofrem mais no atual momento – desceram dos 37,9% para 26,1%. Já os médios passaram de 7,5% para 9,1%. “Hoje há um limitador nas grandes metrópoles de horário de entrada e saída de veículos mais pesados ou até a não utilização deles em perímetro urbano. Aí, entram os leves tanto para coleta quanto para distribuição de mercadorias”, explica Alarico, da Fenabrave. A Volkswagen se mantém como a fabricante do modelo mais vendido entre todas as divisões. A posição é ocupada pelo semipesado VW Constellation 24.280, que somou 2.358 unidades entre janeiro e junho deste ano. E o segundo lugar também é da marca: o leve VW 8.160, com 2.115 emplacamentos no mesmo período. Nos semi-leves, o grande destaque é o Ford F-350, com 851 exemplares. A marca americana também se deu melhor entre os médios, com o Ford Cargo 1119 e seus 1.025 emplacamentos. Já na categoria de pesados, Volvo, Scania e Mercedes-Benz reinam absolutas. A Volvo se deu melhor com o seu FH 460, com 1.066 unidades vendidas. Já a Scania comercializou 899 exemplares do R440. Na Mercedes-Benz, o mais vendido entre os pesados foi o Atron 2729, com 583 emplacamentos. No geral, o maior volume de vendas da marca alemã
Volkswagen Constellation: divulgação
fica com o leve Accelo 815, com 1.563 exemplares comercializados. Para amenizar os prejuízos, muitas ações estão sendo executadas pelas marcas que fabricam caminhões no Brasil. A principal delas é diminuir o ritmo de produção e, assim, evitar que os pátios fiquem cada vez mais lotados de estoque. “Estamos em operação apenas metade do mês para atender à demanda”, explica João Pimentel, da Ford. A atitude é defendida ainda por Ricardo Alouche, da MAN, que considera isso uma questão de maturidade diante do mercado atual. “Reduzir o ritmo de atividade da empresa não é sinal de má gestão, mas sim de prudência”, enfatiza. Para o resto do ano, as previsões seguem praticamente o mesmo ritmo do primeiro semestre. “Não acreditamos que piore mais. Para nós, o fundo do poço já chegou”, torce Alarico, da Fenabrave. Mas a Ford é mais otimista. Enquanto a expectativa geral é de que 2015 se encerre com cerca de 77 mil unidades de caminhões vendidas, a marca americana acredita que esse número possa ser maior. “Acreditamos que vamos recuperar mercado aos poucos no final do ano. Mantemos uma projeção da indústria em torno de 80 a 90 mil caminhões até dezembro”, profetiza João Pimentel.
Espírito olímpico - A Nissan mostrou como o Sentra
será utilizado no revezamento da tocha olímpica. O sedã teve sua identidade visual adaptada no Estúdio Satélite de Design da Nissan, no Rio de Janeiro. O modelo comporá uma parte do total de mais de 5 mil automóveis que a marca cederá para serem usados na frota do revezamento das tochas Olímpica e Paralímpica e dos próprios Jogos Olímpicos e Paralímpicos que acontecerão em 2016, no Rio de Janeiro.
Luxo e esportividade - A Rolls-Royce, marca que
pertence à BMW e famosa por seus veículos altamente luxuosos, revelou mais uma versão para o cupê Wraith. Batizada de Saint James, a configuração exclusiva vem para se tornar a mais potente de produção já criada pela marca. O motor V12 biturbo de 6.6 litros passou por leves atualizações e, agora, é capaz de entregar 632 cv de potência, 8 cv a mais que a versão anterior. Já o torque máximo, disponível em 1.500 rotações, permaneceu inalterado, em 81,6 kgfm. A tração é entregue às rodas traseiras por uma transmissão automática de oito marchas feita pela alemã ZF. O conjunto leva o cupê de zero a 100 km/h em 4,4 segundos. O modelo de duas portas, que se abrem em sentido contrário ao comum, no estilo “suicida”, possui pintura da carroceria em vermelho, grade do radiador em alumínio e maçanetas cromadas e belas rodas de liga-leve em duas tonalidade.
Fotos: divulgação
D os males, o menor
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Vendas de motos caem 10,6%, mas retração é bem inferior à do mercado geral automotivo Por Márcio Maio Auto Press
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mercado de duas rodas segue em queda no Brasil, mas sofre menos em comparação aos setores de quatro ou mais rodas. Enquanto a retração geral registrada no setor automotivo nacional foi de 17,6%, ao se separar as motos, os números são um pouco menos assustadores: no acumulado entre janeiro e junho, chegou a 10,6%, de acordo com dados da Fenabrave. “O resultado reflete o ambiente negativo que o País vive, em função da crise econômica e política, que freia o consumo em geral”, avalia Paulo Takeuchi, diretor executivo de relações institucionais e comunicação da Honda South America. Na hora de definir o principal motivo para as vendas fracas, as fabricantes e a própria Fenabrave são unânimes: falta crédito para os consumidores de modelos de baixa cilindrada. “De cada dez propostas de financiamento realizadas, apenas três são aceitas”, afirma Alarico Assumpção Jr., presidente da Fenabrave. Mas nem só da falta de crédito se queixam os executivos das marcas. “A situação econômica e política do país, agravada pelo aumento do desemprego, impacta diretamente no poder e na confiança de compra por parte do consumidor final”, avalia Sérgio Dias, diretor comercial da Dafra Motos. Márcio Hegenberg Junior, diretor comercial da Yamaha Motor do Brasil, vai além. “O impacto do câmbio tem refletido fortemente nas operações, consti-
Honda Fan 150: divulgação
Yamaha Factor: divulgação
Dafra 50: divulgação
Harley-Davidson: divulgação
tuindo um cenário muito difícil”, atesta. Nem mesmo os modelos de alta cilindrada, que cresceram em vendas no primeiro semestre de 2014, escaparam da crise nos seis meses iniciais de 2015. A queda neste segmento se próxima dos 5%, valor que ainda representa metade da retração geral do segmento de duas rodas. “Somos menos afetados, mas o momento é de cautela”, pondera Flávio Villaça, gerente de Marketing, Produto e Relações Públicas da Harley-Davidson do Brasil. Mas uma categoria de motos vem ganhando mais espaço e tende a crescer anda mais no futuro: as scooters. Em comparação com os seis primeiros meses de 2014, elas passaram de 27,6% de participação para 28,6%, ganhando 1% de market share. “Esses modelos têm se mostrado uma alternativa de uso em relação ao carro para muitas pessoas”, analisa Márcio Hegenberg Junior, da Yamaha. Na Dafra, o crescimento de vendas nesta categoria de motos ultrapassou 29%. “Já víamos potencial neste mercado antes mesmo de alguns concorrentes”, lembra o diretor comercial Sérgio Dias. A forte queda é sentida de maneiras diferentes entre as marcas. Algumas conseguem encontrar motivos para comemorar. “Nossa retração gira em torno de 4%, valor que é suportável diante da realidade do mercado”, valoriza Dennis Renner, gerente de Marketing da Traxx. Nesse cenário
Honda Titan 150: divulgação
de crise, uma modalidade de negócio segue conquistando bons resultados para algumas fabricantes: os consórcios. Cerca de 40% dos emplacamentos realizados no primeiro semestre de 2015 foram feitos através deles. Na Honda, que domina 81% do mercado de motos do Brasil, essa modalidade representa 35% das vendas concretizadas. “Em março deste ano, atingimos o marco de 5 milhões de motocicletas entregues pelo Consórcio Nacional Honda”, frisa Paulo Takeuchi, diretor executivo de relações institucionais e comunicação da marca. O modelo mais vendido no Brasil segue sendo a Honda CG 150, com 174.871 unidades no acumulado do primeiro semestre. Em seguida, aparecem outras duas motos da marca japonesa: a Biz e a NXR150, com 99.448 e 98.216 exemplares comercializados. Na Yamaha, o destaque fica com a YBR 125, com 19.098 emplacamentos. O modelo mais vendido da Dafra foi a Zig 50, com 2.001 unidade, enquanto a Traxx ostenta as 2.467 vendas da sua JL50. Já a Harley-Davidson com mais saída foi a XL 1200, com 531 exemplares. A perspectiva para os próximos seis meses de 2015 é de seguir no mesmo patamar que o primeiro semestre. Mas isso não afasta o interesse das marcas em continuar investindo no Brasil. “Até o final do ano, devemos inaugurar duas novas concessionárias no país”, avisa Flávio Villaça, da Harley-Davidson.
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