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CONSTELLATIA

Enfrentando a vida

Esta nova banda sul-africana fez deste tema o mote do seu álbum de estreia, agora reeditado pela Season of Mist para abrir o apetite dos fãs para o segundo.

Entrevista: CSA

Saudações. Espero que estejam bem. Fiquei surpreendida por descobrir que Wildernessking acabou. Entrevistei a banda uma vez e adorei a sua música. Mas agora estás em Constellatia. Como encontraste o Gideon e fundaram a banda? Keenan – Olá! Bem me parecia que conhecia o nome da revista. Também fui eu que respondi da outra vez. O Gideon e eu já nos conhecemos há muito tempo. Encontrámo-nos lá por 2009. Em 2018, as nossas bandas não andavam muito ativas em termos de escrever música nova (Wildernessking até já tinha acabado) e eu estava ansioso por poder fazer música pesada novamente. Contactei o Gideon, porque realmente gostei muito do último álbum de Crow Black Sky e pensei que podíamos compor e trabalhar juntos muito bem. Pouco depois encontrámo-nos e começámos a escrever “All Nights Belong To You” e compreendemos que tínhamos criado algo especial.

O que aconteceu até agora que valha a pena contar? Os momentos significativos até agora incluem o lançamento do nosso álbum de estreia, termos assinado contrato com a Season of Mist e feito um primeiro concerto verdadeiramente especial (e também termos encontrado os membros certos para a banda).

Suponho que este é o vosso primeiro álbum. Tem um título muito intrigante. O que significa para vocês? Como estão as letras ligadas a este tópico central? Diz respeito ao encontro e separação de pessoas, como comunicar com os nossos corpos e através das nossas ações. É um título humano, ligado ao amor, ao triunfo e ao desespero. longo do álbum. Cada uma aborda-o de uma forma específica. “All Nights” é uma canção sobre partir a agarrar-se ao passado. Fala de nostalgia. “In Acclamation” é uma canção sobre obsessão, submissão e superação. “Empyrean” fala de prazeres da carne e da sua conversão numa experiência etérea, “The Garden” é um lamento que termina numa nota de esperança.

É um tanto estranho ter um álbum sobre superação nestes tempos. Queres comentar esta ideia? Tem algo a ver com o que se passa no mundo agora e a base lírica do álbum. Contudo, as letras são mais pessoais e não dizem forçosamente respeito à abolição de algo superior ao humano. É algo que vem de um humano e se destina a outros humanos. Diz respeito à nossa relação com os outros, mais do que à nossa relação com o mundo. Contudo, as linhas tornarse-ão sempre difusas, quando se trata de dissecar e interpretar o significado.

No que diz respeito à música, o álbum é notável pelos seus contrastes, nomeadamente entre a melodia produzida pelos instrumentos e a voz áspera e a bateria frenética. Qual é o objetivo deste Esses temas aparecem em todas as canções, ao

uso dos instrumentos? Inspirámo-nos nos elementos tenebrosos e mais ligeiros da música de que gostamos e da música que gostamos de fazer. Estes tropos imitam ou tentam captar a vazante e o fluir da vida. Não é uma decisão consciente, apenas uma parte de um processo natural para nós.

Por que convidaram artistas femininas para cantar no vosso álbum? Temos uma grande afinidade com o feminino. Há uma sensibilidade, uma ferocidade e uma melancolia presas nas vozes que combinam maravilhosamente com o sentimento global do álbum. Foi assim uma ideia que nos veio à cabeça.

E como as persuadiram a participar? Não houve qualquer persuasão. Já conhecíamos as duas e pedimos-lhes para participarem nesta primeira criação.

“Diz respeito ao encontro e separação de pessoas, como comunicar com os nossos corpos e através das nossas ações. É um TÍTULO humano, ligado ao amor, ao triunfo e ao desespero.

Adoro a pintura que está na capa no álbum. Já aparecia na primeira edição do álbum? Como a relacionam com o conceito de uma “linguagem dos membros”? É a mesma pintura, sim. Não alterámos nada nesta reedição, exceto nas cores do vinil. No meio da pintura, aparece uma pequena figura. Está rodeada de nuvens ou ondas, que representam os percalços da vida, sejam eles quais forem (incluindo pessoas). A sua forma de superar esses problemas pode ser interpretada como sendo a “linguagem dos membros”.

Este lançamento é uma reedição. Parto do princípio de que a SoM a está a usar para anunciar o vosso próximo lançamento. Podes dizer-nos algo sobre ele? Já acabámos praticamente de o compor. Vai assinalar uma progressão significativa e uma viragem na nossa carreira, ao mesmo tempo que consolidará o que fizemos no nosso álbum de estreia. Estamos ansiosos por o dar a conhecer e contamos começar a gravar em breve.

Como conseguiram tão rapidamente um contrato com uma editora tão exigente? Tivemos a sorte de um amigo (e a Laetitia, a nossa promotora na SoM) nos terem recomendado ao Michael (o dono da editora) e de ele ter gostado mesmo do nosso trabalho. Eu e o Gideon andávamos a pensar que seria maravilhoso podermos um dia trabalhar com a SoM. Pouco mais de uma semana depois, fomos contactados pela SoM. De certo modo, conjurámos essa sorte.

Por que chamaram Constellatia à banda? O nome vem de “constellation/s”. É uma palavra que inventámos e que tem um carácter inerente de feminilidade. É uma palavra com um som romântico que convoca imagens ligadas à vastidão e à imensa beleza do mundo natural e especialmente do éter. Facebook Youtube

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