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Revisitando a pureza

Pureza e Natureza rimam e – para Bait, uma banda alemã que recentemente assinou pela LADLO – são sinónimos.

Entrevista: CSA

Saudações! Para começar, diz-nos tudo o que puderes sobre a banda. Não consegui encontrar nenhuma informação sobre a banda. Nico – Saudações. Nós somos os Bait, um trio de Würzburg, na Alemanha. Tocamos uma mistura de Black Metal, Doom, Hardcore e mais alguns géneros. Começamos, em 2013, como um quarteto e sofremos várias alterações ao longo dos anos. Agora só restam os três membros fundadores (David, Alex e Nico).

Este álbum atraiu-me imediatamente por causa do seu título («Revelation of the Pure»). - O que significa ele para vocês? O álbum (principalmente no que diz respeito às letras) apresenta uma abordagem niilista, misantrópica. Joga com pensamentos como “o que aconteceria se a humanidade como a conhecemos deixasse de existir”. - De que forma a capa do álbum ilustra essa ideia? A essa pergunta é fácil de responder. A Natureza acima de tudo. Representa uma face criada pela quebra das ondas. Não podia ser mais adequado. - E quem a criou? Quando estivemos a gravar nos Ghost City Studios, conhecemos um indivíduo muito simpático chamado Giovanni Raabe que era estagiário. Travámos logo amizade e decidimos que seria agradável que a capa fosse feita por alguém que esteve connosco durante todo o processo de gravação. - Que papel desempenhou a banda na sua conceção? Tínhamos algumas ideias sobre o que deveria ser e que aspeto deveria ter. Também queríamos algo minimalista. O Giovanni ouviu-nos, começou a fazer o trabalho e fomo-lo afeiçoando juntos. Ouvindo a vossa música fica-se com a impressão de que os vossos “puros” são gente muito atormentada. O que pensas desta ideia? Como já referi, os “puros” correspondem à natureza. A vida para além do cimento e do fumo. Tudo o que fique afastado do que arruína o nosso belo planeta para servir interesses egoístas.

Esta impressão é dada sobretudo pela voz que soa muito áspera, ansiosa, agonizante sobrepondo-se a uma camada sonora, umas vezes extrema, outras vezes melódica criada pelos outros elementos. Concordas comigo? Bem, com letras como as que fizemos para este álbum não faria muito sentido que fosse de outra maneira, sobretudo no universo do Metal. Por isso, concordo em absoluto. Queremos transmitir um sentimento específico através das melodias, das letras e da voz.

Quem escreve a música e as letras para a banda? É um trabalho colaborativo? O nosso guitarrista – o David – compõe a maior parte dos riffs. Com algumas exceções, o Nico (eu) escreve as letras. Mas continua a ser um trabalho colaborativo, porque todos revemos quase tudo e esforçamo-nos para que tudo encaixe bem.

Decidi entrevistar-vos por várias razões entre as quais o facto de terem assinado contrato com a LADLO. - Como está a correr o trabalho com eles? É fantástico trabalhar com eles. É super fácil e

“[…] os “puros” correspondem à natureza. A vida para além do cimento e do fumo. Tudo o que fique afastado do que arruína o nosso belo planeta para servir interesses egoístas.

relaxante, apesar de eles serem muitos profissionais. Não podemos estar mais agradecidos por nos terem contratado. - Que planos tinham para este álbum antes da crise do COVID? Tínhamos pensado em fazer mais concertos e promover o álbum por toda a Europa e até mais longe. Talvez até juntarmo-nos a bandas do nosso agrado para fazer uma digressão ou algo do género, mas nada de muito especial. Gostaria mesmo de tocar em alguns festivais, assim que for possível voltar a fazê-lo. - E o que vão fazer agora para promover este longa duração? Neste momento, é muito difícil fazer promoção sem ser online. Portanto, parece-me que vamos ter de tentar tudo o que for possível para nos darmos a conhecer às pessoas que poderão ter interesse em ouvir-nos tocar, logo que estes tempos difíceis forem ultrapassados. Por isso, agradecemos entrevistas como esta, porque é uma das poucas oportunidades que temos de entrar em contacto com pessoas que nunca tinham ouvido falar da banda.

Uma última pergunta sobre um pormenor que me deixou muito curiosa: por que decidiram chamar-se Bait? Tenho a ideia de que mesmo no início, o nosso antigo baixista, o Simon, sugeriu um nome que combinava Bait com outra palavra que esqueci por completo. Nessa altura, pareceu-nos que só Bait estava muito bem e seria adequado. O facto de o substantivo poder ter um significado diferente do verbo torna-o ainda mais interessante, uma vez que ambos se adaptam à forma como nós o imaginámos. Facebook Youtube

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