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THE GREAT KAT

GRANDE SELVAJARIA

Um génio absoluto? Sem dúvida! Uma guitarrista e violinista virtuosa? Também. Uma maníaca egocêntrica? Uma louca sem par? Um produto de marketing incompreendido? Uma caricatura de si própria? Talvez Katherine Thomas, autodesignada THE GREAT KAT, seja tudo isto. Enfim, o debate não é consensual e ninguém terá a resposta certa para estas questões. Nascida a 6 de junho de 1966 em Swindon, no Reino Unido, mas a residir nos Estados Unidos desde os três anos, a simpática, frenética e sempre controversa Thomas fez à

VERSUS uma retrospetiva da sua carreira desde o primeiro dia. Ponham os cintos de segurança, pois nada poderá preparar-vos devidamente para o que irão ler em seguida!

Entrevista: Dico | Fotos: Cedidas por The Great Kat

Fala-me da tua paixão pela música. De que forma a Música Clássica te conquistou? The Great Kat é o único guitarrista e violinista virtuoso desde Paganini. É ainda a reincarnação de Beethoven (executado a sua 5ª Sinfonia na guitarra), solista clássica revolucionária LENDA DO METAL, ÍCONE E DEUSA!!!

Explica aos leitores um pouco mais acerca do teu percurso profissional, formação e currículo ao nível da Música Clássica. Eu era maestrina na Juilliard Pre-College Orchestra [em Nova Iorque] e vencedora da Artists International Competition on Violin. Estreei-me como solista em violino no Carnegie Recital Hall [conhecido como Joan and Standard I. Weill Recital Hall since desde o final dos anos 80’s]. Fui considerada violinista-solo prodígio pelo Mayor da cidade de Nova Iorque [Edward Irving] Koch e por [Oscar] Flores Tapia, governdor do estado mexicano de Coahuila; tendo ainda integrado o Top 10 Faster Shredders of All Time pela revista Guitar One! Possuo igualmente um treino de ouvido único, resultante da escuta sistemática, desde o nascimento, da complexa e genial obra de Beethoven. Após descobri-la numa idade tão prematura, percebi que a minha missão no mundo era trazer a força de Beethoven a toda a gente!

Começaste a tocar piano aos sete anos e a ter lições de violino aos nove. Aos 15, ganhaste uma bolsa de estudos em Violino na Juilliard School, em Nova Iorque. Posteriormente, tornaste-te maestrina da Juilliard Pre-College Orchestra e foste a vencedora da “Robert Hufstader Scholarship” in Composition and Theory na Juilliard. Fala-me desses primeiros anos de formação académica e ensino. Sim, efetivamente ganhei uma bolsa de estudo para Violino na Juilliard School, onde atuava em recitais como violinista solo. Lá, fui ainda maestrina da Juilliard PreCollege Orchestra, estudei Violino. Solfejo, História da Música, Música de Câmara, Composição, Teoria Musical, Piano e muito mais. Foi uma formação intensa, competitiva, perversa e violenta, durante a qual praticámos, atuámos e competimos 24 horas por dia ao longo de anos. Formei-me com distinção em Violino na Juilliard School.

Mais tarde, tornaste-te solista de violino clássico na Carnegie Recital Hall no âmbito da Artists International Competition e fizeste digressões no México, Europa e Estados Unidos. Que memórias tens desses primeiros anos enquanto música profissional? Atuei enquanto violinista solo com orquestra (executando peças de Beethoven, Bruch e outros compositores) e acompanhamento ao piano em numerosas digressões, programas de rádio e TV nos Estados Unidos, México e Europa. No início da minha carreira fui premiada com o Certificate of Merit do Governador de Nova Iorque, Mario Cuomo; tendo ainda sido considerada Prodigy Violin Soloist pelo Mayor da Cidade de Nova Iorque, Ed Koch; e pelo Governador do estado mexicano de Coahuila, Oscar Flores. Steve Allen, o famoso comediante, músico, compositor, radialista e apresentador de TV, compôs, especialmente para mim, a peça em violino «Sonatina», que interpretei em Inglaterra como solista de violino num recital.

Além disso, ganhaste também múltiplas competições enquanto violinista, o que, julgo, te auxiliou, por um lado, a afirmares-te como virtuosa do instrumento; e, por outro, ao desenvolvimento da tua carreira. Qual dessas competições entendes que mais contribuiu para te desenvolveres enquanto música profissional? De facto, venci diversas competições, incluindo a Artists International Competition para Violino, a Great Neck Symphony’s Young Musicians Competition, a Gallery Concert Series Young Artists Award e a New York State Music Teachers Association Collegiate Artists Competition. Também recebi, oferecido pela The Friends of Mozart Society, um violino alemão construído em 1850. Como deves imaginar, foi uma enorme honra. Enquanto vencedora da Artists International Competition para Violino, executei, no Carnegie Recital Hall, o meu mais importante solo de violino. Foi um recital emocionante, em que também executei «Carmen Fantasy», de Sarasate; «Violin Sonata», de Brahms; além de peças de Kreisler e outros.

Enquanto guitarrista, o Metal chegou à tua vida pouco após te tornares violinista profissional, mas já antes escutavas este género de música? Como te apaixonaste pela música pesada? Após me aperceber que a Música Clássica estava MORTA, “assassinada” por compositores não virtuosos, decidi ATUALIZAR a Música Clássica para as massas, trazendo-a para o futuro com o auxílio da moderna Música Popular. Pesquisei todos os géneros de Música Pop e descobri o Rock e o Heavy Metal. Conheci o Timothy Leary [falecido a 31 de maio de 1996], famoso professor de Psicologia na Universidade de Harvard e guru de manipulação da mente, e ambos trabalhámos na canção «Right Brain Lover». Ele escreveu a letra, louca e psicadélica, e cantou-a com a sua voz inimitável. Eu compus a música e toquei violino elétrico. Os Timothy Leary Papers – 1910/2009, disponíveis na The New York Public Library Archives & Manuscripts, incluem esse tema (podes ouvi-lo aqui link).

Portanto, já nos anos 80, ao afirmar que a Música Clássica estava morta, querias dizer que não existiam mais génios como Vivaldi, Beethoven, Rossini e outros. Embora tal possa ser

“A Great Kat dedica todo o seu tempo a compor, arranjar, gravar, produzir e filmar obrasprimas clássicas a velocidades extremas para a civilização em geral!

verdade, sempre julguei que havias começado a tocar Metal porque alguma Música Clássica era efetivamente o “Metal” dos séculos XVII, XVIII e IXX. Em suma, que, para ti, Metal era sinónimo de Música Clássica com distorção, vozes gritadas e letras agressivas? Sem dúvida! Sempre afirmei que Beethoven foi o primeiro metalhead na História e que reencarno nele. Portanto, sou genuinamente a primeira metalhead a colmatar a lacuna entre Música Clássica pura, técnica e complexa, com Speed Metal brutal e solos de guitarra alucinantes!!!! Agora sai-me da frente e deixa-me espalhar o evangelho de Beethoven ao mundo!

O teu trabalho realizado no âmbito do Metal foi respeitado desde o primeiro dia mesmo por pessoas exteriores ao universo da música extrema, incluindo a imprensa de referência. Exatamente. O New York Times escreveu que “A tendência do futuro pode muito bem ser o heavy-metal Beethoven, por via do [segundo] álbum Beethoven on Speed [publicado em 1990], da Senhora Kat, diplomada pela Juilliard (…).[texto completo redigido por John Rockwell]. - link”

No que respeita à tua técnica, fala-me da transição do violino par aa guitarra elétrica. A mão direita, por exemplo, articula-se de uma forma bastante diferente. Foste autodidata neste easpeto ou recebeste aulas de outros músicos? Eu uso a técnica de Paganini — uma técnica especial da mão direita que aprendi na Juilliard para tocar violino a velocidades absurdas com precisão e clareza. Limitei-me a transpor a técnica de Paganini que usei nos meus solos de de violino para a guitarra. Sou a única verdadeira diplomada em Violino na Julliard que transpôs obras de Paganini, Vivaldi, Beethoven, etc. para a guitarra elétrica! Portanto, apreciem a minha divindade!!!!

Uma das tuas marcas registadas é a imagem de dominadora sensual. Como surgiu este conceito? A minha persona tem de se vestir como uma dominadora cruel e sanguinária que usa chicotes, cabedal e correntes para vos obrigar, seus idiotas, a submeterem-se a mim e a compreender o meu génio e o de Beethowen! Agora, ajoelhem-se perante mim!

Sentes que algumas pessoas na indústria musical, e até alguns fãs, interpretaram mal a opção que tomaste relativamente ao teu visual? Estou-me a cagar para o que os falhados da “indústria musical” ou os fãs pensam, quando, na verdade, a Great Kat é o único génio musical não reprimido, verdadeiramente desinibido e imparável desde Beethoven?????? Comecem a idolatrar-me, JÁ!!!

A tua discografia é maioritariamente constituída por EP’s. Porquê? Porque as pessoas têm a mente demasiado lenta para compreender mais de um minuto de música explosiva interpretada pela Great Kat a uma velocidade alucinante. As pessoas simplesmente não aguentam! Como é que os teus fãs de Música Clássica, os órgãos de comunicação social e a indústria musical reagiram à tua transição para o Metal e ao teu (na época) novo look? Por um lado, vieste de um universo artístico em que as regras e a formalidade constituem a norma; por outro, mudaste para uma realidade musical tradicionalmente desafiadora das normas instituídas e em que a “liberdade” é a palavra-chave. Ou seja, foste de um extremo ao outro. Sentiste que, a dado momento, algo mudou em ti e sentiste esse apelo ou no fundo sempre foste uma rebelde? Na verdade, tanto a Música Clássica como o Heavy Metal têm nas suas bases pessoas reprimidas e conformistas extremamente receosas de quebrar regras e se assumirem como seres humanos únicos. APENAS a Great Kat e mais alguns revolucionários históricos como Beethoven, Wagner, Sócrates, Van Gogh ou Buda foram rebeldes que pensaram para além do óbvio e desafiaram a sociedade do seu tempo.

Ainda gravas algumas peças clássicas ao violino e ao piano. É uma necessidade de voltares às raízes? A Great Kat dedica todo o seu tempo a compor, arranjar, gravar, produzir e filmar obras-primas clássicas a velocidades extremas para a civilização em geral! Gravei e produzi há pouco tempo o single e toque de telemóvel «Czardas for Violin and Piano», a ser incluído no próximo CD e DVD! A Great Kat interpreta este tema num violino acústico a uma velocidade alucinante, com acompanhamento ao piano.

O que é que podes dizer às mulheres que pretendem iniciar uma carreira na música ou outras formas de arte? Estudem e treinem o mais possível. Sejam competitivas e nunca parem. A GREAT KAT É DEUS!

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