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Lá vem história

Ahistória do rádio de Rio Preto não pode ser contada por outra pessoa a não ser pelo rio-pretense Roberto Toledo. Um nome, uma marca, uma voz. Depois de 57 anos no ar, ainda hoje é um símbolo respeitável, quase inatingível, e o melhor: com o mesmo timbre aveludado e macio da voz. A voz. Sem sombra de dúvida é o melhor timbre local de todos os elencos de todas as emissoras da cidade. Bacharel em direito, locutor, jornalista, radialista, mestre de cerimônias, professor, vereador, articulador político, colunista social... a ele caberiam mais umas quatro ou cinco profissões, tamanha a versatilidade e o desembaraço com que percorre os caminhos do trabalho. Toledo é um trabalhador até compulsivo. Não há evento na cidade ao qual não compareça, mas para trabalhar. A história do rádio em Rio Preto se completa com nomes fantásticos e momentos deliciosos, vividos pelos profissionais e pelos ouvintes. Ganhou-se muito dinheiro? Não. Alguns sim, mas outros parcamente. Muitos insistiram no rádio por mera paixão, mas ficaram na história.

O rádio em Rio Preto é um fenômeno desde 1935, quando nasceu. Ao longo das décadas, enfrentou o sucesso e as facilidades da TV e se manteve como opção de entretenimento, robustecendo programas e personalidades do momento. Dentro desse fenômeno, floresce outro fenômeno, o comunicador Roberto Toledo, capaz de “destroçar” um microfone em uma mensagem de Ano Novo internacional ou de pêsames pessoais entre vizinhos. Entre tantos radialistas famosos, competentes e brilhantes com carreira nesta cidade, ele foi eleito para contar a história do rádio rio-pretense, ser a nossa Linha do Tempo nesta radiografia. São vários os motivos da escolha: 1) ele passou por quase todas as emissoras da cidade, desde a primeira, fundada em 1935; 2) soube se adaptar aos altos e baixos da profissão e da economia brasileira (graças a ele, podemos dizer que o rádio em Rio Preto se mantém inderrubável); 3) manteve o mesmo brilho de quando começou a carreira, aliás em uma paixão crescente; 4) soube agregar outros trabalhos ao rádio, como a carreira de cerimonialista de eventos oficiais ou particulares, apresentador, colunista social em jornal impresso, entre outros; 5) soube ampliar seu leque de habilidades, atuando na TV como apresentador de noticiários; e 6) soube descobrir o principal a um radialista: COMO FALAR AO CORAÇÃO DO OUVINTE. Ele tem com o microfone uma relação visceral que só os dois entendem. O microfone se abre inteiro para ele e os dois se abraçam em um gesto envolvente, unem-se como duas pessoas em um grande amor. Além dessa ótima relação com seu instrumento de trabalho, Toledo tem duas qualidades raras que o salvaram da mesmice na carreira artística: é dono de uma inteligência de mercado e soube se adaptar em outros meios de comunicação (TV, jornal, internet, eventos), salvando a dignidade da carreira e brilhando sozinho.

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Guilherme Baffi/2021

O radialista Roberto Toledo nas escadarias de acesso aos estúdios da rádio Independência, no Edifício Galeria João Bassitt

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