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Rádio Difusora Rio-Pretense

Inaugurada no dia 12 de abril de 1959, a Rádio Difusora Riopretense foi a segunda emissora instalada em Rio Preto, mas não fez concorrência direta à anterior, visto que era considerada emissora coirmã por pertencer à Rede Piratininga de Rádio, do mesmo grupo da PRB-8. Seu forte eram as radionovelas produzidas pela própria emissora e com atores locais. Instalada pelo radialista Egydio Lofrano, pai do jornalista Roberto Lofrano, seu proprietário era o deputado federal Miguel Leuzzi, dono da Rede Piratininga de Rádio. Lofrano lançou a radionovela, contando com a parceria de Lisbino Pinto da Costa, diretor artístico da emissora. A rádio deixou de funcionar em 1974 por ordem do Ministério das Comunicações. Novelas paravam a cidade: a dramaturgia radiofônica era exclusivamente rio-pretense, com textos e roteiros escritos por Lisbino Pinto da Costa. No início da década de 1960, a Difusora tinha várias radionovelas no ar, que revelaram esse autor de sucesso, cuja vida era quase um roteiro novelesco. Nesse período, Lisbino veio para Rio Preto com a finalidade de cumprir pena no IPA (Instituto Penal Agrícola), suspeito da morte da

própria mulher. Finda a penalidade, fixou-se na cidade e passou a oferecer suas novelas para a Difusora. Ele teve aceitação total e logo se tornou um excelente noveleiro, criativo e gente boa. Inclusive enveredou pela vida política, sendo eleito vereador duas vezes para a Câmara de Rio Preto. Estas novelas fizeram sucesso: Ben-Hur. É uma história dos tempos de Cristo, mostrando seus sofrimentos em direção à cruz e a ansiedade de Ben-Hur, interpretado pelo galã César Muanis, coadjuvado por todo o elenco da Difusora. Os brutos são covardes. De autoria de Lisbino Pinto da Costa, focaliza a história de um homem perverso que tenta destruir todos, inclusive sua própria família. Uma história violenta, cheia de suspense, que passava no horário das 19h. Em cada coração uma esperança. Em agosto de 1962, o capítulo final foi encenado pela Difusora fora de seus estúdios, na Vila Ercília, no jardim da casa da ouvinte Ida Barros. Sua filha Bárbara mandou uma carta acertando o final da novela e foi premiada com a apresentação em sua própria casa. A rua e a calçada ficaram tomadas de fãs que queriam conhecer seus ídolos. Sobre a novela, dizia o jornal A Notícia: “A residência da Sra. Ida Barros estava toda iluminada e notou-se uma aglomeração extraordinária. Centenas de ouvintes da novela lotavam completamente a residência e a rua, ficando pessoas espalhadas pelo meio da rua, curiosas por conhecer os intérpretes da novela que alcançou invulgar sucesso. Pela primeira vez no ‘hinterland paulista’, viu-se o público feminino solicitar autógrafos de artistas de radionovelas e foi então que o galã Hitler Fett; a ingênua Daura Scarambone; a sentimental Neusa Silva; o português Osvaldo Marques; e os demais componentes da novela sentiram bem de perto o carinho dos ouvintes que sintonizam diariamente os diversos horários de novelas da Difusora. Estava presente ainda o autor Lisbino Pinto da Costa, que também viveu um dos personagens da novela, o Dr. Renato Luiz, um médico que odiava o filho porque este nascera aleijado”. O Sinal da Santa Cruz. Peça religiosa focalizando a vida de Jesus e apresentada em duas etapas, das 10h às 12h e das 14h às 16h. Todo o elenco das três estações locais entrou em ação naquele dia.

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Reprodução/Arquivo Público de São José do Rio Preto

A edição do Diário da Região do dia 12 de abril de 1959 trouxe na capa a inauguração no dia anterior da rádio Difusora Rio-pretense

Reprodução/Arquivo Público de São José do Rio Preto

A edição de A Notícia do dia 12 de abril de 1959 trouxe a cobertura da inauguração no dia anterior da rádio Difusora Rio-pretense

Reprodução/Arquivo Público de São José do Rio Preto

A coluna Rádio & Discos, publicada no jornal A Notícia, edição de 8 de junho de 1960, comentava sobre o estrondoso sucesso da radionovela A Virgem do Manto Azul, de Lisbino Pinto da Costa, que ia ao ar na rádio Difusora

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