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Propaganda ao vivo, cada confusão
Os recursos técnicos muito limitados determinavam que a propaganda para o rádio fosse gravada, quando muito, em discos de alumínio recobertos de acetato, nos estúdios do João Novaes de Toledo (ao lado do filho, Murilo Toledo) e, mais tarde, do Pereira Brito, no estúdio PB Som. No entanto, a maior parte da publicidade era transmitida ao vivo, lida pelos locutores no estúdio. Dessa forma, naqueles tempos pioneiros, uma das modalidades mais comuns consistia na informação de que pessoas influentes tinham comparecido nas lojas e realizado compras com a família. Era quase uma coluna social dos frequentadores do comércio. Porém, os anúncios ao vivo nem sempre contavam com atenção e a concentração desejáveis. Pode parecer macabro, mas poucas histórias desses doces tempos soam tão engraçadas quanto as constrangedoras peripécias dos locutores com as notas de falecimento, os anúncios fúnebres que avisavam a população sobre a morte de cidadãos rio-pretenses. Um desses episódios tem a ver com a súbita dificuldade de
dicção do locutor para pronunciar a palavra “genros”. Dizem que saiu assim: — Comunicamos o falecimento, nesta cidade, do senhor Fulano de Tal. Ele deixou esposa, filhas e renjos... E depois de uma parada rápida: — Ou melhor, renjos... De novo: — Perdão, ouvintes, renjos... Então, quase no desespero: — Olha, o que o falecido deixou foram ge, ê, ene, erre, o, esse: r-e-n-j-o-s. Parece filme!
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