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A cobertura do enterro do prefeito
Orádio é, de longe, o mais rápido e ágil entre todos os meios de comunicação, mesmo contando os mais modernos. E o que lhe confere tão invejável instantaneidade é a sua predisposição ao improviso, sempre apoiada na rapidez de raciocínio da capacidade de resposta de seus profissionais diante de situações, digamos, pouco favoráveis. Procure imaginar o dia seguinte ao Finados de 1959, data em que a cidade foi surpreendida pela notícia da morte prematura do prefeito Alberto Andaló, aos 43 anos de idade, em pleno exercício do mandato. O rádio fez parte das emocionadas exéquias ao prefeito, transmitindo ininterruptamente todo o velório na velha Câmara Municipal, até o caixão baixar na sepultura no Cemitério da Ercília. O feito – até hoje digno de um Guinness Book – coube à Rádio Rio Preto PRB-8 e, entre outros, ao locutor Adib Muanis, encarregado de preencher o tempo com depoimentos de autoridades e cidadãos comuns; tocantes descrições de manifestações de afeto por parte do público; citação dos nomes das
pessoas que enviavam coroas de flores, as quais não paravam de chegar ao velório; sem falar da narração detalhada de todo o percurso do cortejo, que conduziu o caixão à Ercíla via avenida da Saudade. Como na época não havia recursos técnicos que permitissem as transmissões externas com agilidade, a emissora colocou em prática uma complicada estratégia para acompanhar o cortejo: pediu emprestados alguns telefones existentes ao longo do caminho e distribuiu seus repórteres em cada um deles, acionando-os no momento em que o cortejo passasse pelo local.
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