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Pudera! Com tanta coisa para lembrar
Era o dia da inauguração de Brasília, 21 de abril de 1960, uma quinta-feira de pompas na vastidão do planalto central, onde os turboélices da Varig despejavam autoridades de todos os quilates e jornalistas de todos os cantos do Brasil. Entre estes, os rio-pretenses Adib Muanis e Paulo Serra Martins, carregando por entre os palácios calorentos o pesado gravador Akai de fitas de rolo para entrevistar as celebridades que lhes cruzassem o caminho. Foi quando identificaram, em uma roda de notáveis, o já poderoso Armando Falcão, ministro da Justiça do presidente Juscelino. Aproximaram-se cerimoniosos, acionaram a parafernália, e, de microfone em punho, Adib postou-se ao lado do entrevistado e anunciou: — Senhores ouvintes, vamos entrevistar agora o Dr. João Mendonça Falcão. — Por um ato falho, veio-lhe à cabeça o nome do então presidente da Federação Paulista de Futebol e, já na época, uma das figuras mais polêmicas dos bastidores do
esporte. Então, o ministro Falcão, ar blasé, cara de desentendido, virou-se para o repórter ansioso: — Olha, esse aí ainda não veio!
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