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A coleta seletiva de resíduos sólidos nas dinâmicas de grupo Elisabete Guilhermina dos Santos e Valéria da Silva Lima

A COLETA SELETIVA DE RESÍDUOS SÓLIDOS NAS DINÂMICAS DE GRUPO

Elisabete Guilhermina dos Santos Valéria da Silva Lima

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Introdução

Esta pesquisa busca situar o leitor num Projeto Ambiental, para que possa conhecer a trajetória e contribuição desse para o município acerca da questão do lixo. O Projeto fez parte de um programa de educação ambiental e de coleta seletiva porta-a-porta, que recolhe, de forma diferenciada, para a reciclagem: papéis, vidros, latas de alumínio, sucatas de ferro e plásticos. Se inseriu num município de aproximadamente oitenta mil habitantes, localizada na região Sul do Estado do Rio de Janeiro. Esse município é um importante pólo industrial da região e, como várias outras cidades, enfrentava um dos problemas cruciais da vida moderna: o aumento do consumo de produtos que acabava gerando uma crescente produção de resíduos sólidos que tinha como destino os depósitos de lixo. Além disso, a população não se envolvia nessa problemática, pois a percebia como um problema do poder público. Por meio de parcerias a Prefeitura Municipal, com diversas entidades e empresas do município, fez com que o Projeto começasse a tomar forma. Esse projeto teve como principal foco a conscientização da população acerca da importância do aproveitamento do lixo como fonte alternativa de geração de emprego e renda, bem como da melhoria da qualidade de vida da população, por meio de um trabalho de educação ambiental. Neste sentido, o trabalho desenvolvido possibilitou a construção de uma prática que contribuiu, como ressalta Eigenheer (2003, p. 74), para “a discussão sobre a importância da coleta seletiva e das atitudes de compromisso e responsabilidade com a vida, com o planeta e com o futuro da humanidade”.

Em sua primeira etapa, o projeto necessitava de uma área, para realizar a separação do material, classificação, pesagem e acondicionamento dos materiais recicláveis. Esse espaço foi denominado “galpão da reciclagem”. A segunda etapa foi o melhor aproveitamento desse espaço, através de um layout, e definição dos procedimentos para a separação dos materiais. Em seguida, foi feita a organização da logística para a coleta porta-a-porta. A partir do início da coleta, outros procedimentos se fizeram necessários, como descreve Eigenheer (2003):

1. Estabelecer um mecanismo eficiente de comercialização dos materiais recicláveis coletados

2. Elaborar materiais de divulgação e sensibilização do programa de coleta seletiva para residências, comércio e indústrias.

3. Realizar reuniões e palestras de divulgação e sensibilização do programa de coleta seletiva em associações de moradores, clubes de serviços e recreativos, órgãos públicos, igrejas, indústrias e estabelecimentos, mostrando os benefícios do programa da coleta seletiva.

4. Ampliar programa educacional junto à rede de ensino do município através de reuniões, palestras e eventos ambientais. 5. Prestar consultoria específica na implantação de um sistema racional de coleta porta-a-porta que permitisse atender a todo o município

6. Treinar as equipes envolvidas na operação do processo de coleta seletiva.

7. Treinar os professores. Dentro da metodologia da aplicação da linguagem lúdica na educação ambiental, visando com que eles trabalhem como agentes multiplicadores do projeto dentro das escolas

8. Iniciar a implantação dos PEVs (Postos de Entrega Voluntária) nas escolas municipais e estaduais. 9. Monitorar e avaliar o desenvolvimento do trabalho, através de pesquisas com a comunidade, ao longo do projeto. (p.72)

Nas etapas apresentadas acima, fica evidente a preocupação do projeto com a educação ambiental, desenvolvendo com os moradores do município uma mentalidade voltada para a recuperação, a conservação, a segurança e a melhoria do ambiente e da qualidade de vida. Para isso, destacamos os objetivos gerais do projeto, apresentados por Eigenheer (2003): contribuição para a melhoria

da qualidade de vida; contribuição para melhoria das condições ambientais; contribuição para melhoria da limpeza pública; desenvolvimento econômico e geração de trabalho e renda. O projeto tem dois objetivos específicos. O primeiro é promover o crescimento da consciência ambiental por via da inclusão de todos, da quebra de preconceitos, com ações práticas que conscientizem sobre a defesa, a proteção e a conservação do meio ambiente abrigando todos os sujeitos sociais nas suas diferenças nos seus limites numa situação de inclusão, cumprindo o papel de educar cidadãos que colaborem com a construção da cidadania, da inclusão socioeducacional e cultural, fortalecendo, deste modo, a participação de todos os segmentos sociais e escolares nas ações de proteção ao meio ambiente. O segundo é capacitar os jovens, alunos da rede de ensino no sentido da sua inclusão, para a coleta seletiva em sua comunidade, fazendo com que se tornem agentes de multiplicação da consciência ambiental, levando a mensagem para dentro de seus lares, integrando assim pais, professores, alunos e a comunidade em ações concretas para a melhoria da qualidade de vida. Com os objetivos traçados, o projeto começou a trilhar uma longa caminhada. Para começar foi criado um símbolo, que procurava tornar o lixo algo positivo, descaracterizando o preconceito existente na sociedade. Criaram-se os postos de coleta que foram mantidos, chegando a 17

postos.

Outro ponto positivo foi a qualidade do material recolhido, pois a população entendeu a necessidade de separação do material orgânico, e apesar da triagem que é feita no galpão, muitos moradores, já fazem a separação em sua residência, facilitando o trabalho dos funcionários. O trabalho de educação ambiental teve continuidade nas escolas de forma mais intensa fortalecendo projetos de inclusão no seu aspecto socioambiental, com o Projeto “O Lúdico na Educação Ambiental”, através de um programa de capacitação dos educadores da rede pública do município, trabalho este que fez parte desta pesquisa. É relevante citar uma fala do sujeito 1: “O nosso compromisso daqui pra frente é fazer com que ele seja parte da vida de cada um dos presentes nesse auditório para os restos de suas vidas.” Essa fala nos remete aos objetivos descritos acima, quando o Projeto direciona o foco de suas atividades para a educação ambiental na perspectiva da inclusão, colocando em evidência a necessidade de capacitar os alunos, e, através destes, atingir outros segmentos da sociedade.

O sujeito 1 relatou que o projeto tem sido modelo para outros municípios, principalmente pelo seu resultado econômico e social. Disse que esse realizou uma análise da contribuição do projeto para o município. Esses recursos chegam ao comércio através dos novos consumidores, pequenos, é verdade, que passaram a fazer parte de nossas vidas, como relata o S1. Diretamente são 27 postos de trabalho, nos quais todos os trabalhadores estavam antes desempregados. Hoje se tornaram cooperativados, pois o Projeto evoluiu para a Cooperativa de Reaproveitamento de Material Reciclável Recicla Três Rios. Tal Projeto serviu de referência dentro do segmento de coleta seletiva de lixo, surgiu com a missão de melhorar a qualidade de vida, a condição ambiental da cidade, a limpeza urbana, de gerar renda e desenvolvimento econômico. Foi uma proposta muito audaciosa, com muitas dificuldades, mas seu processo estava baseado na educação ambiental. Esse era o desafio: educar, educar, educar... Logo ficou claro, que o “educar”, trilhava a mudança de hábitos. Ele buscava um novo olhar da população, e não a resposta que o morador dava: “Meu amigo, eu não quero nem saber, isso não é problema meu, lixo é problema da Prefeitura”. Não havia outra saída para se chegar aos objetivos propostos, que não fosse somente a mudança de hábitos, mas também um olhar de possibilidade para que se incluísse todos em suas capacidades específicas, suas deficiências e seus quereres em participar da ação. Essa se iniciou com a motivação das pessoas, antes de partirmos para a integração e ação, onde essa pesquisa se inseriu, através de uma proposta lúdica para trabalhar a sensibilidade, a emoção, o prazer. Bastava acreditar nas pessoas e dar oportunidades para que indiferentemente, todos participassem, para que estas refletissem sobre a problemática do lixo. Segundo o S1, que se emociona com este relato, a maioria da população não acreditava no trabalho. Apenas alguns poucos acreditavam, como o S2 (empresário) - que pensava justamente o contrário da maioria e falava: “o povo tem cultura para participar desse trabalho sim, o que na verdade ele nunca teve foi oportunidade de exercer sua cidadania e mostrar sua cultura. Vocês vão ver a surpresa que terão com o nosso povo”. Esta fala nos motivou, e a surpresa, à qual se refere o S2, descreveremos. 1ª Pergunta: Que motivos levaram você a fazer o curso “O Lúdico na Educação Ambiental”? Como se sentiu ao participar do curso?

Eu acho que todo curso é importante, porque ele é como se fosse uma vitamina, ele impulsiona a gente a fazer coisas novas,

foi assim que aconteceu... Eu sempre fui envolvida com a parte de natureza, de bicho. Desde criança eu tenho esse jeito assim, ligado à natureza... E aí, quando falaram na minha escola sobre o curso, aí eu logo me interessei a participar porque está dentro daquilo que eu acredito. A gente sai renovada (grifo nosso). Além de tudo, a gente faz amizade, faz contatos que só acrescentam... (S3) O que me levou a fazer o curso foi assim... A gente ouve falar muito de Educação Ambiental, é uma coisa que está “na moda”. Você ouve falar, mas você não tem o conhecimento de como trabalhar, então o que motivou foi isso... Buscar umas ferramentas (grifo nosso) para trabalhar melhor esta questão e incluir deficientes, pobres, ricos... (S4).

Nossa! Senti uma descoberta boa porque você vai pra lá achando que vai aprender coisas complicadas, termos complicados, tecnologias mil,... E, no entanto, você vê que é mais atitude, é mudança de atitude (grifo nosso), principalmente de coisas que você vai ter que ir criando o hábito de fazer, e quando você vê, você está inserido na Educação Ambiental, e atuando com todos, de forma igual que incluiu todos e todo mundo (S5).

Entrei porque somos parceiros que quer reciclar e o pessoal, quer melhorar, ver se o caminho está correto, não é? Senti-me com muita satisfação em ver que você está fazendo a coisa correta e que você tem muito a fazer e você está levando o aluno a cuidar

da comunidade e do planeta com todos os alunos da escola, eles

todos, o cadeirante, o cego, o surdo, que participam(grifo nosso). (S6).

Foi um curso que acrescentou experiência, dinâmica (grifo nosso). Você fez o curso, você só tem a ganhar, é uma troca de experiências. (S7).

Educação Ambiental é tudo que a gente precisa hoje; estar conscientizando as crianças em relação a esta educação mesmo. Tem pessoas que não dão valor à educação infantil onde estão todos as crianças em suas diferentes necessidades, acham que é alguma coisa que a gente pode estar deixando de lado, acha que tem assuntos que não precisam ser conversados e eu acho um pouco diferente disso. É nessa faixa etária que a gente tem que estar desenvolvendo toda essa potencialidade da criança. Ela tem que estar despertando para essa consciência mesmo cidadã (...). O curso; ele veio pelo convite. Eu falei, é o que a gente precisa mesmo. O sentimento; achei que o curso todo foi sentimento (grifo nosso), foi razão, envolveu tudo,

foi o lúdico (grifo nosso) que envolve o curso; então ele foi completo. A gente viu que ele poderia trabalhar a criança num todo. (S8) Através das falas, percebemos o prazer e a emoção que todas demonstraram, por terem participado da capacitação. Esse sentimento não foi motivado pelo simples fato de se estar discutindo a educação ambiental com foco na inclusão, com toda a sua defesa - que por si só, já nos sensibiliza - mas pela forma com que foi conduzida, através de um planejamento que teve como base as Técnicas de Dinâmica de Grupo. Esse modelo possibilitou a construção de momentos de ludicidade, confirmado por todas entrevistadas, e reforçado na fala de (S8): “...foi sentimento, foi razão, envolveu tudo, foi o lúdico...”. Destacaremos a fala (S3), bastante emblemática quanto ao alheamento e distanciamento que os educadores, possuem quanto à questão. Geralmente estes ligam o tema somente aos seus aspectos técnicos. E quando observam que o discurso que a temática proporciona é interdisciplinar, e sobretudo humano, se surpreendem, demonstrando a necessidade de novas atitudes, de mudanças de hábitos e das possibilidades do ser humano. O mais significativo é que ela, assim como as outras falas, nos revela a vontade de atuar e perceber que temos ferramentas, como as utilizadas nas oficinas, que são simples, mas muito dinâmicas e podem ser colocadas em prática nas escolas, permitindo novas experiências. Basta acreditar e querer renovar, como reforçam os sujeitos, quando se refere ao bem estar, promovido, por novas experiências e informações. 2ª Pergunta-O curso motivou os participantes para as questões ambientais? Quais as dificuldades encontradas para trabalhar a questão ambiental, na sua escola?

As pessoas com que eu estive lá, eu vejo que elas estão na luta por isso (...). Na minha escola, eu não percebo muita dificuldade não, a minha diretora me dá amplo espaço para desenvolver estas questões, sabe?! A verba (grifo nosso) a gente não tem com facilidade, tudo é muito difícil, mas a gente percebe assim, porque não é só dentro da escola. Eu estou envolvida com a Educação Ambiental, mas também fora, eu vejo assim, pouca vontade da parte dos políticos (grifo nosso), da parte do Secretário de Meio Ambiente. Aqui a Secretaria de Meio Ambiente é só cargo político mesmo (S1) Eu acho que todo mundo que fez o curso ficou muito envolvido (grifo nosso) a ponto de você ver na hora de elaborar as coisas. Só aqueles que realmente não participaram do curso, não abraçaram o negócio muito bem, talvez até por isso. Na escola o envolvimento maior é de quem fez o curso.

.... Eu acho que o espaço do curso foi muito bom, deu oportunidade de você ver tudo e repassar na escola, e vivenciar na escola. (S2)

Com certeza isso aconteceu. Todas as pessoas que eu tenho contato, que participaram, sentiram uma grande mobilização em continuar fazendo a educação ambiental. Quem não fazia, se esforçou ao máximo, viu que dá prazer, que dá para se engajar na questão ambiental para a inclusão de todos (grifo nosso). Com grandes esforços no seu dia-a-dia, você consegue estar passando essa ideia de melhorar sua qualidade de vida (...) A grande dificuldade que a gente pode colocar são as mudanças, principalmente nas escolas estaduais; muita burocracia. A cada ano, a cada governo, as mudanças vêm, a grade curricular (grifo nosso) muda, é aula que é retirada dos alunos. Esse ano nós tivemos a redução de uma aula de Ciências, e essa aula é que está faltando para complementar o trabalho (S3). No geral, acho que sim. A mim, motivou (grifo nosso) (...) Ainda existem resistências (grifo nosso), nem em todas as escolas, mas em algumas. Tipo assim: elas não expressam a questão ambiental, não estão conscientes (...), essas também fazem segregação. Separam as crianças. A Direção, os funcionários, às vezes, os próprios alunos não valorizam o que é o meio ambiente. Sabem o que é, mas não valorizam (S4)

Certamente eu tenho certeza que mexeu muito porque muita gente começou; não sabia o caminho como trabalhar, e a partir do curso, eles começaram a movimentar a escola. Criaram projetos (grifo nosso). Criaram atividades e desenvolveram assim, muitas coisas úteis para comunidade (S5). As falas demonstram a preocupação com a necessidade de realizar um trabalho com prazer. Caminhando neste viés, pudemos perceber o processo de envolvimento, nas questões ambientais e essa discussão amplia a questão da inclusão com a temática ambiental. Observamos a crítica que a mesma realiza em relação à grade curricular que, nas entrelinhas, se transforma, na “prisão”, nas amarras do sistema, em contradição com uma atuação voltada para o indivíduo e para as necessidades da comunidade. Essa “prisão”, relacionada aos conteúdos poderia ser amenizada, principalmente na educação ambiental, se o processo ocorresse realmente de forma transversalizada, como preconiza o paradigma interdisciplinar da educação e da ciência.

Notamos um certo conflito entre o engajar-se e as dificuldades dentro da comunidade escolar. A resistência da direção e dos funcionários; a falta de motivação de muitos, e, para completar, a falta de apoio, muitas vezes, do poder público são fatores determinantes desse conflito. O processo de sensibilização, pelo qual os participantes passaram por meio da capacitação, como demonstrado nos relatos acima, nos permite vislumbrar possibilidades de ações, de novas atitudes, de transformações, apesar das dificuldades. Este contexto deve ultrapassar o espaço da capacitação, e estar sintonizado, com uma comunidade que caminha em busca de uma cidade que dê, a todos, qualidade de vida. Essa comunidade não é composta só pelas escolas, mas por vários segmentos sociais. Precisamos transportar esse sentimento de vontade, de possibilidades, demonstrado pelo grupo acima, para outros espaços, como a igreja, a praça, o clube, o condomínio, a rua, as associações de moradores, as entidades empresariais, etc. Necessitamos de multiplicadores desta forma de atuação, pois a sensibilização precisa de reforço. O gratificante é saber que nossa intenção surtiu bons resultados nas falas, pensamentos e ações dos educadores que participaram da nossa capacitação. 3ª Pergunta - Você considera que a metodologia utilizada (dinâmica de grupo) foi fundamental para o envolvimento, do grupo, nos problemas ambientais?

Na minha forma de trabalhar, na minha área de trabalho, a gente

não faz tanto porque as crianças são pequenininhas, tem que

incluir (grifo nosso). Depois que eu saí daquele curso a gente fez um trabalho com garrafas pet, a gente recolheu garrafas pet. Os pais vinham me falar: “Tia Jaque, meu filho fez meu marido parar com a bicicleta e recolher garrafas que estavam no meio da rua e falou: Pai, isso não está certo a gente não pode deixar”. Isso não morre, tem tantas crianças hoje que não são mais meus alunos. Você vê que isso é uma continuidade (grifo nosso). Teve um avô que abraçou aquela ideia da gincana, de não sujar e levaram as garrafas que tinham catado em tudo que era lugar; as mães traziam garrafas sujas que achavam nos terrenos baldios. Então isso motivou e, a partir das crianças, as mães tomaram consciência (grifo nosso), porque se a gente falar para as mães dessa forma, a gente não consegue atingir elas, a gente só consegue atingir através das crianças e aí mudou a consciência (S1).

Eu acho, porque leva você a pensar e repensar nas atitudes, (grifo nosso) que você tem a fazer comparações com o seu cotidiano e com o cotidiano do outro, então eu acho que é, através dessa comparação que você faz, que leva a tomar uma atitude diferente, esse tipo de dinâmica é bom, você não recebe tudo pronto, você tem que partir logo pro principal (S2). Com certeza, é mais interessante se trabalhar com a questão ambiental através da dinâmica. E a dinâmica que nós trabalhamos foi maravilhosa (grifo nosso), e temos certeza, acredito que a maioria está utilizando. Eu mesma utilizei várias delas no meu trabalho e deu resultados positivos (S3). Com certeza. É a grande importância porque ninguém faz nada sozinho. E naquela questão; meio ambiente é questão ampla, então tem que ser trabalhada no coletivo (S4). É eu acredito que sim que é uma coisa que não cansa, você consegue estar se vendo, estar vendo o outro e estar integrando (grifo nosso), as dinâmicas foram sensacionais (S5). É interessante observar que os participantes foram além do sentir, da emoção, do entender a vivência; eles chegaram às entrelinhas do processo do qual participaram. Isso pode ser percebido quando descrevem que a metodologia utilizada promoveu integração, permitiu prestar atenção no outro e em si mesmo, situando-os na problemática e conduzindo-os à avaliação, através de suas atitudes no dia-a-dia. Esses depoimentos reforçam a utilização do Ciclo de Aprendizagem Vivencia que tem na Trajetória da Dinâmica de Grupo, o aprender fazendo, em que o participante experimenta, se autoavalia, entende, melhora, reforça e parte para a aplicação, fazendo parte de todo processo utilizado nas Técnicas de Dinâmica de Grupo. A dinâmica de Grupo nos permite buscar novos valores; e, para que eles possam ser impregnados nos espaços escolares, é preciso encontrar novas práticas pedagógicas. Díaz (2002), reforça esta proposta ao confirmar que “as novas práticas, quando utilizadas através de experimentações, possibilitam resultados positivos”. O autor ainda afirma que:

O resultado costuma ser extraordinário no processo de esclarecimento e interiorização de novos valores e atitudes, e por isso as experiências podem ser consideradas como estratégias globais para a educação em valores” (p. 100).

O pensamento do autor valoriza as experimentações para a busca de valores, e ressaltando algumas falas que apontam suas dificuldades em agir

assim, devido a sua área de atuação, percebemos, que essa é uma prática que talvez ainda não esteja muito clara para todos. Os exemplos nos fazem perceber que muitas já realizam esta prática, como ela mesma, e não percebem e nem valorizam sua forma de atuação, que precisa ser divulgada para servir de modelo para outros, pois já está inserida no contexto. Como pudemos constatar, há quem já faça um trabalho belíssimo, de sensibilização com as crianças e com os pais, através da música, do teatro e da literatura. Cabe observar que, a partir do momento em que os participantes internalizem esta prática, o que alguns já fazem, resgatem suas ações e busquem novas ações, contribuiremos para um novo modelo de Educação Ambiental, capaz de transformar, contagiar, sensibilizar, e, construir o desejo de mudança. 4ª Pergunta - As técnicas utilizadas no curso, são de fácil utilização na escola?

(...) aquele trabalho da música, o tema foi o Planeta Água, a gente fez o trabalho, depois eles fizeram desenho trabalhando aquilo. (...) Nós fizemos a peça teatral, uma técnica de dramatização (S1). Não assim da mesma forma que a gente utilizou lá. A gente fez algumas adaptações (grifo nosso) (S2). Dinâmicas de grupo, vídeo, músicas. Isso tudo é o que a gente está fazendo e buscando sugestões e idéias (S3). Dinâmica, vídeos, textos sim. (...) utilizamos nas reuniões pedagógicas (grifo nosso), com as professoras. Nas palestras para os pais, também (grifo nosso) (S4). Analisando as respostas acima, observamos uma vontade em utilizar as atividades propostas nas oficinas, e um cuidado em fazer as devidas adaptações, devido à faixa etária dos alunos. Estes relatos nos levaram a perceber o quanto este grupo de profissionais da educação está comprometido com o processo educativo, e o quanto tiveram significado as práticas vividas, já que os professores as reproduzem em seus espaços escolares, promovendo um debate acerca dos problemas ambientais. A fala de um dos sujeitos nos deixou a sensação do “ir além dos muros escolares”. Ela, conforme seu próprio relato, passou a utilizar as técnicas nas reuniões pedagógicas, na tentativa de sensibilizar pais e mestres para as questões ambientais da comunidade. Compreendemos o papel fundamental da educação ambiental dentro e fora do contexto escolar. Ela deve ser desenvolvida de forma interativa e contínua;

como esse grupo de profissionais está buscando fazer, talvez de forma silenciosa, em espaços isolados, mas que começa a criar movimentos e a mudar atitudes; indo ao encontro da fala de Medina (1999), que afirma:

A Educação Ambiental é um processo que afeta a totalidade da pessoa, na etapa da educação formal, e que deveria continuar na educação permanente. Possui uma forte inclinação para a formação de atitudes e competências, definidas desde o Seminário de Belgrado (1975), como: consciência, conhecimentos, aptidões, capacidade de avaliação e de ação crítica no mundo (p. 24).

5ª Pergunta - O planejamento feito no curso foi colocado em prática por você?

Sim. A gincana foi joia, a turma abraçou legal e indiretamente está atingindo os pais (grifo nosso), não só os pais; os pais; os avós. Então eu acho que foi super válido. (...) O projeto “Quem Ama Cuida” e dentro de “Quem Ama Cuida” tinha outras atividades também. (...) Nossa, mas a gente teve outro também, a gente fez um projeto sobre o Rio Paraíba do Sul... (S1).

Nós colocamos uma boa parte do planejamento em prática, no ano passado. Uma série de atividades que saíram a partir do planejamento do curso e funcionou muito bem (grifo nosso) (S2). (...) Dentro do planejamento, nós já tínhamos na escola o Projeto Qualidade de Vida, que muitas pessoas estavam ali se inscrevendo, estava bem dentro do Lúdico. (...) Esse ano nós fizemos uma reformulação que veio da Secretaria de Educação, que nós deveríamos criar uma agenda ambiental. Isso era regra geral. É do Estado. (...) E muita coisa aconteceu esse ano. Trabalhamos a agenda ambiental. No começo do treinamento, muitos nem sabiam por onde começar (grifo nosso) e nós chegamos à conclusão de que era só renovar ações, que nós já estávamos tranquilos (S3). Sim, naquele período mesmo nós fizemos uma iniciativa pra fazer uma gincana de garrafas pet, pois fazia parte do planejamento. Foi um sucesso (grifo nosso), no final também as crianças puderam ganhar um passeio. As turmas que venceram na quantidade foram conhecer a indústria de refrigerante.(...) Nós deixamos um período, tipo assim, uma semana ou mais um pouco e as crianças vinham trazendo e cada dia sendo registrado, então a gente trabalhava mil coisas; (...) trabalhava a quantidade e as formas das garrafas, e no final nós somamos. Criamos oficinas com garrafas, com os pais (grifo nosso) (...), dessa brincadeira toda saiu uma história muito

interessante que foi publicado um livro: “As duas irmãs” (grifo nosso). Foi tão legal que ela pediu patrocínio (grifo nosso) para poder confeccionar o livro (S4). A capacitação, que ocorreu com oficinas, teve um grande desafio, dentro de sua estrutura: o planejamento desenvolvido durante o treinamento que deveria ser colocado em prática nas escolas. Esse planejamento recebeu orientação para ser construído, segundo a linha que os participantes vivenciaram, ou seja, de forma lúdica; ele deveria valorizar a experimentação. Os planejamentos foram feitos nessa ótica. Restava saber de sua aplicação. A fala dos entrevistados nos permitiu observar que o comprometimento do grupo foi além das expectativas. Houve, em muitos casos, não só a participação da comunidade escolar, mas também da família. De forma plena, todos compartilharam de uma problemática que, muitas vezes, fica só no discurso, mas neste caso, ela venceu os muros da escola, envolvendo a família e os empresários. E estes resolveram apoiar a publicação de um livro que promove o debate sobre o destino do lixo. Este relato reforça a opinião de Dias (2003) quando este dá ênfase para que:

As atividades de Educação Ambiental devem ser o centro do programa porquanto permitem, aos alunos, oportunidades de desenvolver uma sensibilidade a respeito dos seus problemas ambientais e buscar formas alternativas de soluções (...) (p. 217).

Devemos dar uma atenção especial para uma das falas, quando se refere aos programas que são desenvolvidos pela Secretaria Estadual de Educação, e chegam às escolas para serem colocados em prática. Sem nenhuma preparação, o professor tem de organizar seu planejamento e introduzir mais um “pacote”, às vezes não entendendo “como” e “para quê”? E o pior, às vezes sem conhecer aquela temática específica. Deixa isso bem explícito, quando diz: “muitos nem sabiam como começar”. O que se percebe é que a capacitação foi um facilitador para as propostas da Secretaria de Educação, no que diz respeito à educação ambiental. 6ª Pergunta - Na sua opinião a dinâmica contribuiu de alguma forma para o projeto?

Sim, com certeza, a gente plantou semente, a gente regou , e aí o Município colheu (grifo nosso) os frutos, porque através desse projeto, que a gente desenvolveu depois do curso, também atingimos os pais! E dessa forma a gente tem um posto de coleta na escola e hoje até não arrecada tanto, porque eles já juntam em casa, uns moram no bairro, aí já deixam em casa, para o caminhão pegar (S1).

Bastante, porque as pessoas que participaram ali do curso nos tornamos assim mais conscientes na questão Ambiental (grifo nosso) ; mais preocupados e mais ansiosos de saber mais. Então tudo que é promovido chega até a gente e aí a gente vai lá pra renovar, para buscar coisas novas, para levar os alunos para verem de perto, e chegar na sala e dizer: “Ah! eu fiz o curso, eu fiz alguma coisa”, mas aí você leva os alunos pra verem que não é só a nossa escola. Que isso está acontecendo, e também, em outras escolas; que outras pessoas estão participando. Então foi assim... Uma parceria fantástica! (grifo nosso) (...) É, a gente não conseguia associar muito o pedagógico com o projeto Recicla (grifo nosso), agora, a gente associa e está tudo legal, no fio da meada é por aí que passa (S2).

Com certeza. Eu acho que todo ano deve haver uma renovação (grifo nosso). Porque isso é uma luta constante (grifo nosso). Você não pode deixar o” Maracanã” muito grande. Se não, você não consegue segurar. Tem sempre que está todo dia ali e é o que a gente tem procurado fazer (S3).

Eu acho que muito. Mexeu com a cabeça de todo mundo que estava acomodado, né? Então, todo mundo a partir das dinâmicas, buscou uma alternativa de estar vivenciando (grifo nosso) (S4). A fala de um dos sujeitos, quando afirma que não percebia a relação do Projeto com o viés pedagógico de seu trabalho, nos faz refletir e questionar o seu porquê. Apesar de a mesma conhecer o projeto, antes da capacitação, não conseguia saber de que forma atuar, e nem sabia se poderia atuar junto à comunidade em prol do Projeto. Este relato merece análise, pois contradiz o discurso de que a escola está aberta à comunidade, e que aquela interfere nesta, promovendo sua melhoria. Na fala da entrevistada, percebemos que na prática não é bem assim que acontece. Falta um elo entre esses espaços. Falta aprender como podemos fazer isso!!! Percebemos, mais uma vez, que os educadores querem atuar, mas desconhecem os caminhos, não compreendendo suas entrelinhas, ou seja, as conexões para trilhar esses caminhos. Enquanto isso, observamos as Secretarias de Educação e Meio Ambiente investirem em programas belíssimos no papel; em cartilhas coloridas, lindas, que não dão conta inteiramente do processo de sensibilização, pois não chegam ao “coração” dos educadores. Tais cartilhas estão dissociadas do “Como Fazer”, da prática pedagógica. Dias (2003) reforça esse conceito dizendo que: “as estratégias que adotam o uso intensivo de cartilhas, cartazes, folders ou outros recursos do gênero têm

sido protagonistas de desperdício de recursos financeiros, frequentemente públicos, e de fracassos lamentáveis”. O autor enfatiza a necessidade, dentro da Educação Ambiental, de uma prática vivencial, permitindo uma aprendizagem mais efetiva. A fala de outro sujeito nos remete a uma outra reflexão, que dentro da educação ambiental, a reciclagem se faz fundamental, quando coloca em cena a questão da renovação. Entendemos que por mais motivado que o indivíduo esteja, ele precisa de “oxigenar” essa luta. Acreditamos que este deva ser o caminho do Projeto. Houve um grande envolvimento das escolas, mas precisamos que isto se torne consistente e contínuo. 7ª Pergunta - Você acredita que a metodologia de dinâmica de grupo com formato lúdico é um facilitador no processo ambiental?

Com certeza, eu acho que a crítica é importante, mas a gente também tem que buscar soluções (grifo nosso) e não simplesmente ficar criticando, a gente tem que, por pequena que seja a atitude da gente, já vai motivar alguém (grifo nosso). Por exemplo: o meu livrinho; eu distribuí em todas as escolas do município. Todas receberam; foi uma forma de multiplicar esta ideia, de manter o rio limpo e eu também não faço só dentro da escola. Faço caminhada com as crianças pra desenvolver o amor e o respeito pelo Meio Ambiente... Eu trabalho, eu faço parte dos encontros ecológicos; vamos fazer nova limpeza; vamos estar colocando alevinos dentro do rio; plantando árvores na margem. (S1) Seria..., eu acho que em diversas áreas, esta forma de trabalhar é mais prazerosa, eu até costumava brincar. E eu num outro dia falei lúdico; alguém me perguntou, “o quê que é lúdico?” Eu falei: “É uma coisa que você aprende brincando (grifo nosso) em forma de show, de técnica,de brincadeira e eu falei assim, esse lúdico poderia vir de ludibriar, que te engana. Você pensa que está estudando, mas é uma coisa prazerosa e você está ali brincando e tem prazer ou você pensa que está brincando e você está aprendendo (grifo nosso),parece até um trocadilho lúdico de ludibriar porque você aprende brincando e você vê que a coisa é muito mais fácil do que você imagina” (S2). A metodologia do Lúdico é fundamental. Eu não vejo outra maneira de trabalhar a questão ambiental na escola que não fosse a maneira lúdica. Na minha concepção de educadora, é dessa maneira que a gente consegue trabalhar (S3). Nessa proposta de jogo, brincadeira, integração e de dinâmica, a gente vê assim... É assim que a criança aprende, a linguagem

da criança é o lúdico; é exatamente essa, mais não só da criança. Eu vejo que o adulto aprende brincando (grifo nosso) também, então, a gente não pode perder isso de vista, porque que as escolas normalmente são consideradas chatas ou ultrapassadas. Não há motivação para a criança estar ali; é porque se esquece desse lado. O ser humano sempre brincou (grifo nosso), e sempre vai brincar; o lúdico vai existir sempre. Então eu acho que o caminho é por aí, se ele tivesse oportunidade, ele seria muito mais feliz. Porque não trazer o ser, a consciência de coisas importantes para a vida, com prazer (grifo nosso). Prazer do que a gente fez durante aqueles dias no curso; prazer de interagir, de compartilhar, de entender (grifo nosso). Então o legal foi isso, eu acho que a gente tem que entender isso e mostrar que esse trabalho é coisa séria, mas com prazer, com gosto e com ludicidade (...) (S4). As falas são representativas, por atingir o cerne da questão, que trabalha sentimentos, como a felicidade e o prazer; estes permitem ao ser humano interagir, compartilhar, brincar, motivar, buscar soluções, aprender. Os sentimentos se transformaram em ações, como constatamos em seus relatos, quando falam em “buscar soluções”, “em motivar os alunos, a comunidade”. Entendemos que a metodologia utilizada – dinâmicas de grupo realizadas com os mesmos – como afirmam os educadores, foi a alavanca para este processo. O interessante é constatar, pelo relato de alguns, que esta prática é uma necessidade, não só da Educação Ambiental, mas do sistema educativo. É necessário promover uma educação sustentável. E, como afirma Díaz (2002); “a educação é sustentável na medida em que possibilita que os jovens elaborem um juízo crítico em face dos principais problemas ambientais e sejam capazes de adotar atitudes e comportamentos baseados em valores construtivos (...)”. Percebemos que os sentimentos e as emoções, nos relatos estudados, são oriundos de uma forma dinâmica de atuação; de experimentações vivenciadas em um ambiente propício e preparado para promover a participação e a reflexão. 8ª Pergunta – A sua Escola faz coleta seletiva? Se sim, antes ou após o curso?

Foi mais incentivada (grifo nosso) pelo curso... (S1). Logo depois do projeto fizemos a coleta de material reciclável e esse material foi vendido, com o dinheiro arrecadado, compramos uma cadeira de rodas para APAE que funciona lá no bairro. (...) eles montaram uma casinha, onde as crianças levavam o material e o caminhão ia lá de tempos em tempos pra recolher e o dinheiro era revertido para APAE (S1).

A escola já fazia esse trabalho. Continuamos. O caminhão passa semanalmente para recolher o material. Mas o objetivo principal é envolver a comunidade (grifo nosso) (S1). Estamos fazendo a coleta seletiva, continuamos sempre envolvidos com projetos com esse tema, buscando essa educação mesmo. (...) As crianças trazem o lixo de casa (grifo nosso) e vem em saquinhos. (...) Eles estão sempre trazendo (S2). A participação das escolas na coleta seletiva no Projeto permitiu um envolvimento da comunidade escolar na problemática do município. Essa participação trouxe soluções, através da organização e mobilização dos alunos para a coleta do lixo, e serviu de modelo e incentivo para outras instituições. As falas nos deixaram otimistas, principalmente quando citaram a importância do envolvimento da comunidade do entorno da escola. As crianças citadas trazem os “saquinhos”, com os resíduos sólidos já selecionados em suas casas, também serviram para reiterar nosso otimismo. A atitude das crianças possibilitou o envolvimento dos pais, irmãos, avós, que se sensibilizaram, e, de forma mesmo que lenta, reproduzem atitudes e valores, conquistados pelas crianças. A fala, quando se refere à parceria realizada junto ao projeto, com o objetivo de ajudar a APAE, demonstra não só preocupação ambiental, mas também responsabilidade social, pois propiciou a participação como atores no processo de busca de soluções para as problemáticas locais. Como reforça Dias (2003, p. 217), “a educação ambiental deve desenvolver habilidades que tornem o cidadão apto a se envolver na solução de problemas ambientais da sua cidade”.

A análise dos questionários

O questionário foi um instrumento utilizado para complementar os resultados obtidos nas entrevistas. Teve um caráter quali-quantitativo, pois foi estruturado com perguntas fechadas e abertas. O objetivo foi de verificar a implantação dos planejamentos desenvolvidos durante as oficinas, nas unidades escolares, pós-capacitação. Foi aplicado e respondido por 59 educadores que participaram de todo processo de capacitação. Sua apresentação será dividida em duas etapas: primeiro serão apresentadas as respostas fechadas, que serão representadas através de gráficos, depois serão mostradas as respostas abertas. A análise será feita de forma diferenciada para cada grupo (pergunta fechada e aberta).

Nas perguntas fechadas a análise foi feita ao final de toda a apresentação, que foi transformada em gráficos, para melhor visualização, com os respectivos percentuais de cada resposta. Nas perguntas abertas a análise ocorreu ao final de cada pergunta com apresentação das respostas por categorias.

Perguntas fechadas

Excelente 57,6%

1ª Pergunta: Como você avaliaria o Curso “O Lúdico na Educação

Bom 3,5%

Ótimo 38,9

Ambiental?”

2ª Após o curso você percebeu mudanças em sua postura quanto aos problemas ambientais?

3ª Pergunta: Você passou a ser um agente de mudança quanto aos problemas ambientais de sua comunidade?

4ª O planejamento elaborado durante o curso foi aplicado junto a seus alunos?

5ª Houve mudanças no comportamento de seus alunos e /ou na sua escola, após a aplicabilidade do planejamento?

SIM 98,3%

NÃO 1,7%

SIM 95%

NÃO 5%

SIM 95%

NÃO 5%

SIM 91,5%

NÃO 8,5%

A primeira pergunta se refere à avaliação da capacitação por parte dos participantes; 57,6% dos entrevistados consideraram o curso excelente e 38,9% ótimo. Esse resultado é um indicativo que nos informa a aceitação e o prazer na forma de trabalho vivenciado por todos. Entendemos que este é um passo significativo para todo o desenvolvimento da proposta. Percebemos, através do resultado das perguntas 2 e 3, que se referem a mudanças de hábitos adquiridas pelos professores após a capacitação em relação às questões ambientais, que a proposta utilizada, através de técnicas de Dinâmica de Grupo, provocou a clientela, tornando-os agentes ambientais, em sua comunidade, ou seja, foram construídos novos valores nestas pessoas. Valores esses que passaram a ser internalizados, como a solidariedade, a responsabilidade, a cooperação, o respeito à diversidade e outros, que foram transformados em ações. Díaz (2002), ressalta se referindo aos valores que:

(...) uma educação ambiental que comece por promover e reforçar valores básicos essenciais da educação integral, sobre a qual se assenta, teria muitas probabilidades de alcançar seus objetivos no campo ambiental, na medida em que contaria com a vantagem de dispor de bases sólidas (p. 97).

Os planejamentos desenvolvidos nas oficinas foram colocados em prática por 95% dos participantes. É um dado relevante, que nos remete à valorização das práticas construídas durante as oficinas, e à importância de essa pesquisa ter se transformado em um livro, que a torna disponível e acessível a todos. É interessante analisar a quinta pergunta que se refere às mudanças de comportamentos dos alunos. O resultado indica que 91,5% dos professores observaram novas atitudes, a partir dos planejamentos colocados em prática nas escolas. Esses dados reforçam a proposta de atuar junto aos educadores, promovendo sua sensibilização, para que estes possam influenciar de forma positiva os alunos, pois os professores são formadores de opiniões. Eles precisam acreditar no que falam e ser exemplo de atitudes e novos comportamentos para, a partir daí, contagiar o aluno.

Perguntas abertas

No questionário, algumas perguntas permitiam que o educador expressasse, de forma mais clara, as mudanças de atitudes ocorridas ou não, em seu comportamento e no de seus alunos, após a capacitação e aplicação dos planejamentos nas escolas.

As respostas foram separadas em categorias. Descrevemos abaixo as perguntas com as respostas abertas: Pergunta 2 – Após o curso você percebeu mudanças em sua postura quanto aos problemas ambientais? Para as respostas fechadas “SIM” (98,3%), foi perguntado “Quais”? Todas as respostas obtidas foram separadas em três categorias: 1. Lixo; 2. Água; 3. Ações na escola e comunidade para sensibilizar outras pessoas.

1 - Lixo:

• Separar os resíduos para levar para escola. • Ter mais cuidado com as coisas que uso e jogo fora. • Não jogar papel nas ruas. • Separar o lixo reciclável. • Dar mais valor ao lixo • Reutilizar materiais. • Não tinha o hábito de separar meu lixo. Nunca havia pensado sobre o assunto. • Já tinha o hábito de reciclar e reaproveitar materiais recicláveis • Ficar mais atento ao desperdício. • Passei a separar o lixo da escola • Passei a cobrar mais atitudes do meu aluno e até da minha família (minha mãe passou a separar o lixo para o Recicla, e ela tem 74 anos)

2 - Água:

• Não deixar a torneira aberta quando escovo os dentes. • Não desperdiçar água. • Já economizo água

3 - Ações na escola e comunidade para sensibilizar outras pessoas.

• Estou mais atento aos problemas ambientais e pratico algumas ações que visam à melhoria do ambiente para a comunidade. • Procuro disseminar os conhecimentos. • Divulgação através de palestras comunitárias. • Senti-me mais motivada para elaborar e executar os projetos da escola.

Maior percepção quanto às possibilidades diversas de se trabalhar a Educação ambiental. Tive a certeza do que faço com os meus alunos está correto. Preocupação em criar uma consciência de preservação ambiental nos alunos. Oriento mais meus alunos que são deficientes auditivos. Obtive mais recursos para um trabalho lúdico, uma vez que sempre me preocupei com o assunto.

A proposta deste trabalho se baseou em envolver os educadores ao Projeto, fato demonstrado através das respostas à categoria Lixo, onde um grande número de professores, começam a ter uma atenção especial a esta temática. Surpreende-nos a resposta em que uma professora relata a sua influência ao motivar os seus alunos para a coleta seletiva e motivar sua própria mãe, que, aos 74 anos, iniciou a separação dos materiais recicláveis, temática que, para ela, no decorrer de sua existência foi pouco discutida. A terceira categoria apresentada, “Ações na escola e comunidade para sensibilizar outras pessoas”, nos fez perceber o surgimento de profissionais atentos ao seu papel como cidadão e educador na comunidade, buscando uma nova aliança com a natureza, aliança voltada para a ética, que se propõe em utilizar os recursos naturais de forma equilibrada, tendo implícita a perspectiva de uma sociedade mais justa. Esse fato se concretiza através de uma educação ambiental transformadora como reforça Reigota (2004) quando diz:

(...) a educação ambiental é uma proposta que altera profundamente a educação como a conhecemos, não sendo necessariamente uma prática pedagógica voltada para a transmissão de conhecimentos sobre ecologia. Trata-se de uma educação que visa não só a utilização racional dos recursos naturais, mas basicamente a participação dos cidadãos nas discussões sobre a questão ambiental (p. 10).

A fala do autor, quando deixa clara a necessidade de “alterar a educação como a conhecemos”, nos remete ao modelo tradicional de aquisição do conhecimento. Este estudo pretendeu mostrar justamente uma prática oposta a este tipo de ensino, que pouco provoca os educandos. Estamos buscando construir cidadãos críticos e atuantes em seus espaços, logo precisamos de outros mecanismos que construam o conhecimento de forma participativa, democrática, inclusiva, ética e transformadora.

Pergunta 3 – Você passou a ser um agente de mudanças quanto aos problemas ambientais de sua comunidade? Para as respostas fechadas “SIM” (95%), foi perguntado “Como”? Todas as respostas obtidas foram separadas em três categorias: 1. Lixo 2. Áreas verdes 3. Agente ambiental

1 - Lixo

• Motivando os vizinhos quanto à seleção do lixo. • Orientando os familiares para o desperdício. • Recolhendo material reciclável. • Divulgando o projeto Recicla Três Rios • Orientando as pessoas sobre como se pode fazer com o lixo. • Separando o lixo para o Recicla.

2 - Áreas verdes

• Ajudando a preservação de algumas áreas verdes, quanto a sua limpeza.

3 - Agente ambiental

• Conscientizando as pessoas como um agente multiplicador. • Capacitando os alunos para serem agentes fiscalizadores do bairro e da rua. • Informando aos pais dos alunos da escola, através das reuniões. • Fazendo palestras e conversas informais.

Os educadores passaram a atuar não só no espaço escolar, mas também na comunidade, como observamos na categoria “Lixo”. Esta atitude vai influenciar diretamente o resultado da quantidade de lixo arrecadado, que se transforma em maior renda para os cooperativados do Recicla, trazendo-lhes dignidade e autoestima. A educação ambiental caminha de forma lenta, mas vem avançando ao longo dos últimos anos em vários segmentos da sociedade civil. Estes têm se organizado em ONGs, associações e movimentos ambientalistas, em prol da defesa dos recursos naturais do planeta. A categoria três desta análise (Agente ambiental) mostra esse movimento, quando os educadores vão, através de

suas atitudes, tornando-se agentes ambientais e influenciando pessoas, sejam em suas residências, no seu bairro, na sua igreja, em conformidade com o que relata REIGOTA (2004, p. 25) quando destaca que “A participação dos cidadãos, em nível individual ou em ONGs e movimentos, na construção de uma sociedade mais justa e ecologicamente sustentável, tem sido crescente, e sua importância é indiscutível”. Pergunta 4 - O planejamento elaborado durante o curso foi aplicado junto a seus alunos? Para as respostas fechadas “NÃO” (5%), foi perguntado “Por quê?”. Todas as respostas obtidas foram separadas em duas categorias: 1. Apoio da instituição 2. Remanejamento

1 - Apoio da instituição

• Apliquei só na minha turma. Não tive apoio dos demais. Gostaria de abranger toda a escola. • Não tive apoio da direção e, como professor regente da classe de

Educação Infantil, pouco pude fazer. Limitei-me a minha classe.

2 - Remanejamento:

• Fui remanejada para outra unidade escolar que já tinha um projeto em desenvolvimento.

Ao observarmos o processo de envolvimento nas questões ambientais, mesmo nos espaços escolares onde se convive com educadores, dos quais esperase que sejam pessoas atentas às questões ambientais e que sejam formadores de opinião, percebemos resistências a propostas inovadoras voltadas para a temática ambiental, como vimos na categoria 1 (apoio da instituição). É significativo atentar para o fato de que a resistência não é só da direção escolar, mas também dos profissionais que atuam nesses espaços. O professor que deseja trazer algo inovador e deseja quebrar o paradigma do “conteudismo”, fica restrito e impossibilitado de fazê-lo porque as “normas” restringem o seu espaço à sala de aula, sem que suas reflexões possam avançar para além de sua classe, e, por conseguinte, além dos muros da escola. Entendemos que estes profissionais, mesmo diante da resistência de alguns e da falta de apoio de outros, não se intimidaram, e entenderam a necessidade de um novo olhar para o ambiente que o cerca. Apesar das dificuldades, colocaram em prática os planejamentos construídos para os seus

alunos, durante a capacitação, procurando sensibilizá-los e envolvê-los com as problemáticas ambientais do entorno da escola e da comunidade. A atitude dos professores participantes do projeto entra em sintonia com o que diz Gadotti (2000) quando relata que:

Reeducar o olhar significa desenvolver a atitude de observar a presença de agressões ao meio ambiente, criar hábitos alimentares novos, observar o desperdício, as poluições sonora e visual, as poluições da água e do ar etc., e intervir no sentido de reeducar o habitante do planeta (p. 244).

Os professores ampliaram sua visão sobre as questões ambientais quando procuraram estabelecer ações condizentes com o aprendizado acerca da educação ambiental. Observaram o desperdício dos resíduos sólidos que são produzidos diariamente em suas casas e escolas, estabelecendo, assim, conexões com desenvolvimento socioambiental do local onde habitam. A categoria 2 (Remanejamento) nos remete para a dificuldade encontrada, em um espaço novo de atuação. Essa dificuldade implica em não agregar informações, conhecimentos, inovações aos planejamentos escolares já existentes. Quem chega precisa de um “tempo” para ser aceito e passar credibilidade. O que já está pronto não pode ser modificado, daí a dificuldade apresentada pelo professor, em colocar o planejamento em prática, mesmo que seja em sua sala de aula. Pergunta 5 - Houve mudanças no comportamento de seus alunos e/ ou na sua escola, após a aplicabilidade do planejamento? Para as respostas fechadas “SIM” (91,5%), foi perguntado “Quais”? Todas as respostas obtidas foram separadas em três categorias: 1. Lixo 2. Novo olhar 3. Agente ambiental

1 - Lixo:

• Separação do material para o Recicla Três Rios. • Separação do lixo nas casas dos alunos para o Projeto Recicla Três

Rios. • Separação dos resíduos sólidos na escola. • Os alunos começaram a recolher o lixo na escola, nas ruas e nas casas. • Houve um envolvimento no Projeto Recicla Três Rios. • Foi desenvolvido o Projeto Recicla Cidadão.

2 - Novo olhar:

• Eles já reconhecem a importância da preservação do Rio Paraíba do

Sul. • Atitudes de preocupação com o ambiente mais limpo. • Alunos interessados em questões ambientais. • Solicitam novas atividades sobre questões ambientais.

3 - Agente ambiental:

• Eles sempre estão dizendo: “Olha, tia, hoje eu vi uma cena de desperdício”. • Mais cuidados com a comunidade escolar. • Os alunos passaram a cobrar da família atitudes corretas. • Cobrança por parte dos alunos com os que não participam do projeto ambiental da escola. • Os alunos passaram a ser agentes multiplicadores. • Os alunos passaram a cuidar da higiene da sala de aula.

Pudemos confirmar, após a análise da categoria 1 (Lixo), o aumento da quantidade de resíduos sólidos coletados, após o envolvimento das escolas na proposta do Projeto Recicla. Entendemos que esse resultado só foi possível porque contou com a participação de toda comunidade escolar, incluindo os familiares dos alunos. Ressaltamos o significado da categoria 2 (Novo olhar), quando estes mesmos alunos passam, no seu cotidiano, a observar sua rua, seu bairro, sua cidade, com um olhar de quem questiona e reflete, como demonstrado na categoria 3 (Agente Ambiental). Finalizamos, assim, o Ciclo de Aprendizagem Vivencial, já descrito em outras ocasiões neste estudo; o que reforça o resultado desta pesquisa, através da metodologia utilizada – Técnicas de Dinâmica de Grupo – para o envolvimento da comunidade escolar junto ao Recicla Três Rios. Esse processo resultou em ações práticas dos alunos no espaço escolar e na comunidade; teve a influência direta do professor, quando este com suas atitudes, e também com a preparação do ambiente, promoveu o crescimento, o despertar, a maturidade, a sensibilidade e a solidariedade dos alunos, como ressalta FREINET (2001):

(...) Ela tem, então, tempo disponível para partir em conquista do mundo. Essa conquista se efetua pelo trabalho, que é a atividade

pela qual o indivíduo satisfaz, suas grandes necessidades fisiológicas e psíquicas, para adquirir a força que lhe é indispensável para a realização de seu destino (...) a criança trabalha, se as circunstâncias do ambiente e a lei do adulto lhe permitem (p. 27-28).

A fala do autor nos permite analisar a pesquisa proposta, quando direciona o foco para o professor, sensibilizando o mesmo e preparando-o para reproduzir sua vivência e convivência nas oficinas, através dos planejamentos desenvolvidos e aplicados no espaço escolar. Este processo permeou o cerne da questão apresentada por Freinet, quando se refere ao trabalho do adulto e do ambiente construído pelo mesmo, para desenvolver a criança. Estamos falando de professores que, na sua grande maioria, atuam no Ensino Fundamental (1º segmento) e na Educação Infantil, portanto estão participando da construção dos saberes das crianças, saberes estes que as constituirão como sujeitos sociais, educacionais, ambientais... HUMANOS!!!

Considerações

Vivemos em uma sociedade que, há muito tempo convive de forma desarmoniosa com seus recursos naturais, degradando-o, de forma voraz. Essa convivência confirma um comportamento consumista, dissociado de quaisquer considerações éticas, que reflete o modelo de desenvolvimento da civilização moderna. Diante deste quadro caótico que a humanidade vive, precisamos buscar soluções para transformar o indivíduo, no que se refere às relações sociais e às relações do homem com o meio em que se instala. Estamos diante de um desafio. Desafio este, que possa dar conta de criar modelos sustentáveis de vida e que possa resgatar novos valores humanos. Esta pesquisa vislumbrou um caminhar para a conquista de novos valores, tão fundamentais, para uma nova ética global. Trilhou o caminho da educação ambiental, através de uma prática pedagógica que possibilitasse a construção e agregação de novos fazeres no universo educacional. O estudo teve como foco os professores, pois os mesmos têm possibilidade do convívio diário com seus alunos e da constituição de novos “saberes” e “fazeres”, o que pode transformar os alunos em protagonistas do processo de suas vidas, modificando-se em relação ao meio em que vivem.

O modelo de ensino tradicional, onde somos apenas expectadores, foi questionado de forma crítica. A temática escolhida: “A Dinâmica de Grupo na Educação Ambiental” voltou-se para o modelo vivencial, no qual a emoção e o prazer afloraram, fazendo refletir sobre a prática pedagógica e sobre a sua inserção na comunidade. A prática escolhida despertou os educadores, sensibilizando-os, para a problemática ambiental de seu município. A ação foi localizada, e deu resultados imediatos nas escolas da cidade, onde a pesquisa foi desenvolvida. Os professores passaram a ser os agentes transformadores propiciando a participação dos seus alunos, levando-os a perceber que, quando falamos de educação ambiental, estamos falando da ação a ser realizada em todos os espaços de que participamos e nos espaços naturais que merecem ser preservados. O desafio de envolver os professores da rede pública do município de Três Rios com o projeto foi conquistado. Nesta perspectiva, desenvolvemos uma capacitação, através de oficinas pedagógicas, utilizando técnicas de dinâmica de grupo, que sensibilizaram os profissionais da educação, desenvolvendo planejamentos participativos que foram implantados nas escolas. O formato utilizado gerou resultados positivos: a metodologia despertou os educadores, conquistando-os; um número expressivo de professores colocou em prática os planejamentos construídos na capacitação, em suas escolas; o número de escolas que passaram a fazer a coleta do material reciclável aumentou significativamente, de acordo com o relato dos técnicos do SEBRAE e do Recicla. Outro ponto de destaque que comprova os resultados positivos da metodologia adotada, se refere ao fato de as escolas passarem a desenvolver novos olhares sobre sua cidade, participando de novas ações, além do Recicla. Ficou claro que o processo de sensibilização não pode ser uma ação pontual, mas permanente e contínua, para que os resultados possam ter consistência e continuidade. A partir das constatações feitas no presente trabalho, outros estudos podem ser encaminhados, no sentido de aprofundar e trazer novas práticas pedagógicas, dentro da educação ambiental, voltadas para a construção de valores, que possam construir uma sociedade mais harmônica. Esperamos ter contribuído com a comunidade acadêmica, no sentido de o estudo irradiar ações para outros espaços formais e não formais de ensino. Para tanto, construímos, como produto final desta dissertação, o livro “BRINCANDO COM A EDUCAÇÃO AMBIENTAL: guia prático para o professor trabalhar a educação ambiental de forma lúdica”.

Esta foi a forma que encontramos para participar deste processo, como educadores que somos, na construção de um mundo melhor, na perspectiva de a humanidade viver com dignidade e interação harmoniosa com os recursos naturais. E para conseguir precisamos de todos.

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É a paixão pela Esperança; Uma paixão que, em primeira e última instância, coincide com a melhor paixão da própria Humanidade, quando ela quer ser plenamente humana, autenticamente viva e definitivamente feliz. A utopia, portanto, não simplesmente como u-topia, um não-lugar; uma vez que para nós não tem valo esta topia que aí está, este mau lugar que nos impõem [...] Mas a eu-topia, um lugar distinto, um bom lugar

Dom Pedro Casaldáliga

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