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THE IDOLS
Acho que no Brasil a gente peca muito ainda na cultura do retribuir, do ajudar. Nos Estados Unidos, isso faz parte da vida das pessoas. Aqui tudo funciona muito em cima das leis de incentivo. E a questão não é essa. É matemática. Há pessoas que ganham milhões, que gastam R$ 100 mil pra fazer uma viagem num final de semana. Se direcionassem 10% disso para ajudar, significaria muito para um projeto como o WimBelemDon. E ver como isso é difícil faz a gente valorizar ainda mais esse trabalho.
Temos que fazer as pessoas conhecerem o projeto. Há um abismo entre saber o que é o WimBelemDon e conhecer pessoalmente a sede, o trabalho, as crianças. Certamente, quem tiver a oportunidade de estar com aquelas crianças vai se interessar em fazer com que esta roda continue a girar. Por mais que o esporte esteja ligado a disciplina, superação, força de vontade, o Marcelo e a Lu dão um banho na gente nisso. Eles são, hoje, a minha fonte de inspiração para quando as dificuldades aparecem. Eles fazem isso por eles e por mais 100, 130 pessoas! Capacidade de se reerguer, de achar fórmulas e de usar a criatividade para se superar, e sempre com um sorriso no rosto sem nunca, nunca pensar em desistir. O WimBelemDon é o que é por causa deles.” giving back, of helping out. In the United States, it’s part of people’s lives. Here, everything works based on charity sponsorship legislation. And that’s not the issue. It’s maths. There are people who earn millions and spend R$ 100k on a weekend break. If they could direct 10% of that to helping out, it could mean a lot for a project like WimBelemDon. And seeing how hard that is makes us value this work even more. We need people to get to know the project. There’s a schism between knowing what WimBelemDon is and visiting the headquarters in person to see the work and meet the children. Surely anyone who has the opportunity to spend some time with those kids will take an interest in helping this wheel to keep on turning. Even though sport is linked to discipline, overcoming, willingness, Marcelo and Lu are the true experts on all that. Nowadays, they are my inspiration in difficult times. They do that for themselves and for another 100, 130 people! They have the capacity to pick themselves back up, find solutions and use their creativity to overcome obstacles, always with a smile on their faces and never, never even thinking of giving up. WimBelemDon is what it is because of them”. In 2016, another special person joined WimBelemDon, chef Lucas Corazza. He came to Porto Alegre for ChocólatrasSolidários, an event that gathered local celebrities to make sweets and raise funds for a social project. The chosen project was WimBelemDon. The kids helped out in the kitchen and selling the sweets: there were 300 in just two hours. And then Lucas went to Belém Novo to visit the project. A beautiful new partnership began.
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Em 2016, outra pessoa que se tornaria especial entrou no cenário do WimBelemDon: o chef Lucas Corazza. Ele veio a Porto Alegre para o Chocólatras Solidários, evento que unia personalidades da cidade para fazer doces e reverter a renda para um projeto social. E o escolhido foi WimBelemDon. As crianças ajudaram na cozinha e na venda dos doces: foram 300 em apenas duas horas. E Lucas foi a Belém Novo conhecer o projeto. Começava ali uma linda parceria.
“ACHO QUE NO BRASIL A GENTE PECA MUITO AINDA NA CULTURA DO RETRIBUIR, DO AJUDAR”
“I THINK THAT IN BRAZIL WE STILL LACK THE CULTURE OF GIVING BACK, OF HELPING OUT”
The Idols
Lucas Corazza
“Eu conheci o WimBelemDon por meio do Chocólatras Solidários. Lembro que eu fiquei impressionado com o quanto se falava de valores, de pensar nas crianças como futuros cidadãs. Muito bonito. Era mais do que oferecer uma atividade, era ensinar algo que seria levado para a vida delas. Mostrar a importância de elas estarem ali, as mudanças que poderiam acontecer, o impacto na vida delas e na de outras crianças.
Na minha primeira visita ao projeto, ouvi isso diretamente da boca das crianças. Era real. Uma instituição transparente, preocupada com o que está acontecendo, enquanto estamos presos no nosso próprio universo. Algo desse tipo rompe a nossa bolha, é um choque de realidade. Parece que é tão pouco o que está sendo oferecido, mas é tanto... É muito mais do que uma aula de tênis. É alimentação, cuidado, suporte para os estudos, para a escola, ensinamento de valores, um convívio de positividade... Tem muita coisa boa.
Lembro de um menino que tinha problemas em casa. Os pais estavam separados e estar lá, num primeiro momento, era aliviar a mãe de mais uma obrigação – como se o projeto fosse uma creche e aquela uma chance de a mãe trabalhar. E depois ele passou a levá-la para
Lucas Corazza
“I learned about WimBelemDon at ChocólatrasSolidários. I remember I was impressed with how much they talked of values, how they spoke about the kids as future citizens. It was very beautiful. Beyond offering an activity, it was teaching something that they would apply in their lives. Showing the importance of them being there, the changes that could happen, the impact on their lives and the lives of other children.
The first time I visited the project, I heard this directly from the children. It was real. A transparent institution, concerned with what is happening while the rest of us are stuck in our own universe. Something like this comes along and bursts our bubble, it’s a reality check. It seems that what is being offered is so little, but in fact, it is a lot. It’s so much more than tennis lessons. It’s food, care, studying support, support to the schools, teaching of values, positive conviviality. There’s a lot of good stuff.
I remember a boy that was having trouble at home. The parents were separated and him being there, initially, was a way of freeing up
WimBelemDon, para participar de diversas atividades, porque fazia tão bem a ele que ele queria que fizesse bem a ela também.
Acredito que esse acolhimento é reflexo do ambiente construído ali. Essa energia passa de criança para criança. Está impregnada nos valores que são ensinados. Aquela simbologia criada em torno disso (a mandala dos valores) acaba tendo uma grande representatividade na vida das crianças. Vira um mantra e regula a frequência do lugar. Ao chegar a WimBelemDon, a gente percebe essa ondulação diferente. O acolhimento é instantâneo.
Eu queria interagir com as crianças! Peguei uma bombacha e uma cuia e fingi que tava jogando tênis com eles. Tenho capacidade de trazer humor para qualquer coisa que eu faça, e me despertou na hora a vontade de contar uma história dessa forma. Fizemos um vídeo simples, editado no celular mesmo, que ficou muito divertido!
Algumas das crianças mostraram curiosidade pela minha profissão, outras falaram que efetivamente tinham vontade de ser chefs, e os mais velhos ajudaram na cozinha, no Chocólatras Solidários. Mas naquele momento o interesse deles era ajudar o projeto. Uma profissão diferente (Lucas é o primeiro embaixador fora do universo do tênis) mostra que