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THE FAN CLUB

Empathy Empatia Renato Rizzo

“O Marcelo é um irmão pra mim, meu colega desde o primário. Acompanhei a mudança dele para Belém Novo e o início do WimBelemDon. Ele é um artista e, como todo artista, um entusiasta. Sonhador. Como empresário, eu olhava isso com um pouco de receio. Às vezes, sonhar muito alto pode significar ter uma frustração muito grande. Num primeiro momento, ele me assustava com esse sonho. Mas como o conheço e sei como é resiliente, estava confiante que daria certo.

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O tamanho do projeto não era uma coisa importante. E sim ele poder lidar com esse crescimento de forma gradual. Houve muitas dificuldades, grandes, que foram enfrentadas de forma conjunta. Mas eu lembro quando o Marcelo estava só, lá no início. Faltava dinheiro, acontecia um problema sério, parecia que a vida dele ia acabar. E essa não era a forma certa de administrar um negócio. ISSO TAMBÉM FOI UM

MOTIVO PARA EU FAZER PARTE DESSE SONHO. Acabei me envolvendo mais pelo amigo do que pelo projeto e depois me apaixonei pelo projeto criado pelo meu amigo.

A gente sempre teve muitas divergências, pelos perfis diferentes. Eu tentava colocar na cabeça do Marcelo a importância de levar tudo de forma mais profissional. Teve momentos bem difíceis, até como amigo, de eu ser meio durão. Mas ser chato, em determinado momento, se fazia necessário. Era preciso olhar no longo prazo, se preocupar com o caixa. Ele brincava comigo, me chamava de ‘livro-caixa’. A gente via o sofrimento do Marcelo e da Lu diante das dificuldades.

Tínhamos que ter um planejamento, tentar dividir mais os patrocínios, colocar uma visão empresarial e arrumar as rotas conforme as coisas iam acontecendo. Em determinado momento, vi a necessidade de uma governança na ONG. Fizemos um planejamento estratégico e convidei mais

Renato Rizzo

“Marcelo is like a brother to me, we went to primary school together. I followed his move to Belém Novo and the beginnings of WimBelemDon. He’s an artist and as such, an enthusiast. A dreamer. As a businessman, I saw that with a little reticence. Sometimes, dreaming too much results in too much frustration. At first, he scared me with his dream. But I know him and how resilient he is, so I also knew it would all work out.

The size of the project wasn’t important, but being able to manage the gradual growth. There were many difficulties, great difficulties, that were faced collectively. But I remember when Marcelo was by himself at the very start. There was no money, so a serious problem would come along and it was like his life was over. And that was not the right way to manage a business. THIS WAS ANOTHER REASON FOR ME TO BECOME PART OF THAT DREAM.

I ended up getting involved more because of my friend than because of the project itself, but then I fell in love with the project created by my friend. We have always had our differences, we have different outlooks. I tried to make Marcelo understand the importance of handling everything more professionally. There were difficult moments as his friend, when I had to be a bit harsh. But being annoying was necessary at the time. He needed to look at the long term, worry about cash flow. He joked around, called me ‘the accounts’. We saw Marcelo and Lu struggling with difficulties We needed to plan, try to diversify the sponsorship, handle it like a business and redirect as things unfolded. There came a time when I felt the need for governance at the NGO. We constructed a strategic plan and I invited some other people to join the Board. Board members with a corporate background help the whole process a lot. Even with transparency issues.

algumas pessoas para fazer parte do Conselho. Conselheiros com perfil empresarial ajudam muito em todo o processo. Até por questões de transparência. Querendo ou não, é um dinheiro público. É um benefício que o Estado oferece para pessoas que patrocinam o projeto. Praticamente, essa foi a minha contribuição para o WimBelemDon.

Recordo do último ano que participei do Conselho. Marcelo inventou a questão do crowdfunding (para comprar o terreno do projeto) num tempo em que poucas pessoas falavam nisso. Quando ele me falou da ideia, eu rebati: ‘Bah, vai ser quase impossível’. Aí mesmo que ele foi atrás e conseguiu. Esse é o Marcelo, se joga de corpo e alma no que faz. Não tem como não apoiar. Eles dão a vida pelo projeto, se dedicam, e o resultado é fantástico: dar uma chance a crianças com dificuldades, fazer a socialização delas pelo esporte. É um projeto maravilhoso com pessoas maravilhosas. A gente acaba se envolvendo com muito gosto. Tive muita satisfação em ajudar.

Tenho muitas lembranças, principalmente dos eventos. De ver o trabalho com as crianças e o comprometimento delas com o projeto, a alegria. É o conjunto da obra. A gente vê que todo aquele esforço vale

“É MUITO GRATIFICANTE VER TUDO O QUE FOI CONTRUÍDO ATÉ AQUI.” (RENATO RIZZO, NA FOTO COM LUCIANE E MARCELO)

“IT IS SO REWARDING TO SEE EVERYTHING THAT HAS BEEN BUILT.” (RENATO RIZZO, WITH LUCIANE AND MARCELO)

Whether you like it or not, this is public money. It’s a benefit offered by the State to the people who sponsor the project. That was, practically, my contribution to WimBelemDon.

I remember the last year I stood on the Board. Marcelo came up with the crowdfunding idea (to buy the land where the project was based) at a time when not many people knew about that. When he told me about it, I replied, ‘It will be nearly impossible!’. And then he really worked for it and made it happen. This is Marcelo, he gives himself fully to what he does. There is no way of not supporting him. They give their life to this project, they dedicate a lot and the result is fantastic. They give deprived kids a chance, they socialise through sport. It’s a wonderful project with wonderful people. We end up getting involved with pleasure. I was delighted to help out.

I have many good memories, mainly from the events. Seeing the work done with the children and their commitment to the project, their joy. It’s the whole thing. We can see that all the effort is worthwhile.

“O PROJETO TRANSPIRA CREDIBILIDADE. BRINCO QUE O PILOTO É MARAVILHOSO, SÓ QUE ANTIGAMENTE O PNEU ESTAVA CARECA. HOJE ESTÁ TUDO ADEQUADO PARA QUE A GENTE TENHA EMOÇÃO E PISE NO ACELERADOR. WIMBELEMDON VAI MUITO LONGE” (GUILHERME BURKHART)

“THE PROJECT TRANSPIRES CREDIBILITY. I JOKE SAYING THE DRIVER IS AMAZING, BUT A FEW YEARS AGO THE TYRES WERE WORN OUT. NOW EVERYTHING IS IN PLACE AND THE CONDITIONS ARE RIGHT TO GO FULL THROTTLE AHEAD. WIMBELEMDON WILL GO VERY FAR” (GUILHERME BURKHART)

“Numa empresa temos uma tabela que contabiliza despesa, receita, lucro líquido. O projeto funciona como uma empresa, mas a última linha é a reinclusão social” (Guilherme Burkhart)

“In a business, we have a spreadsheet accounting for expenses, income, net profits. The project works like a business, but the last column is social re-integration” (Guilherme Burkhart) a pena. Em cada aproximação que tive com as crianças, saí emocionado. Quando tentamos vender um patrocínio ou chamar alguém para ajudar, fazemos isso com convicção, porque sabemos a diferença que WimBelemDon faz para aquela comunidade. O projeto com certeza vai crescer ainda mais e tem muito a contribuir. É muito gratificante ver tudo o que foi construído até aqui.”

GUILHERME BURKHART

“Tenho um grande amigo, o Rafael Mottin, padrinho do meu filho. E num churrasco, em 2008, lá em casa, ele falou que precisava de mim e de mais um monte de gente. Em meia hora de conversa, ele me contou sobre o projeto e eu entendi o que estava acontecendo ali. WimBelemDon não tinha o nível organizacional que tem hoje. Eles trabalhavam com as ferramentas que tinham na época. O Brasil estava em crise, as pessoas começaram a se inibir. Havia muitas dificuldades financeiras.

O projeto tinha a necessidade captar novos empresários, pessoas interessadas em participar financeira e estrategicamente. Mas nossa participação (como empresários), nossa organização, a formação do Conselho... nada disso seria válido sem o COMBUSTÍVEL DO MARCELO E A SENSIBILIDADE DA LUCIANE E TODO O FOCO QUE ELES TÊM NAS

CRIANÇAS. O Marcelo costuma dizer que tem 100 filhos. O projeto transpira credibilidade. Esse é o depoimento de todas as pessoas.

No princípio, eu era só mais um apoiador financeiro, fazia contatos informalmente e visitava o projeto. Depois comecei a participar de reuniões, bater bola com as crianças. Virei membro do Conselho e atuei um período como presidente. Formamos um conselho com meia dúzia de bons empresários, como Marcio Pinto Ramos, Sérgio Antônio Saraiva, pessoas com bagagem empresarial. Aplicamos isso no projeto. E conseguimos ter maior alcance. Hoje o projeto é profissional.

O caso do terreno. Marcelo criou o crowdfunding e fizemos a nossa parte para ajudar a multiplicar essa ideia. Primeiro temos o ânimo, o

Every time I had contact with the children, I was really moved. When we try to get sponsorship or call someone to help, we do it with a firm belief because we know the difference WimBelemDon makes in that community. The project will surely keep growing and contributing. It is so rewarding to see everything that has been built so far”.

Guilherme Burkhart

“I have a close friend, Rafael Mottin, my son’s godfather. And during a barbecue at home in 2008, he said he needed me and many others. In about half an hour, he told me about the project and I understood what was happening. WimBelemDon did not have the organisational standard they have today. They worked with the tools they had at the time. Brazil was going through a crisis, people withdrew their support. They were in great financial need.

The project needed to attract new businesspeople, who would be keen to participate financially and strategically. But our involvement (as corporations), our organisation, the establishment of the Board… none of that would be valid without MARCELO’S DRIVE AND LUCIANE’S

Sensitivity And Their Focus

ON THE CHILDREN. Marcelo usually says he is the father of 100 children. The project transpires trustworthiness. You hear this from everyone. At the start, I was just another sponsor, I had informal contact with them and visited sometimes. Then I began to attend meetings, hitting practice with the children. I joined the Board and served as Chair for some time. We got a Board together with half a dozen good businesspeople, such as Marcio Pinto Ramos, Sérgio Antônio Saraiva, people with a solid corporate background. We applied this expertise to the project. And we managed to have a wider reach. Now the project is completely professionally run.

The thing with the land? Marcelo created the crowdfunding and we did our bit to help spread the word. First we have the enthusiasm, the impulso, depois a eficiência, o polimento, os conselhos. Para que não fique muito passional. Essa combinação entre Marcelo, Lu e Conselho foi um grande mérito para o sucesso do projeto.

O que mais me emocionava eram os domingos do Rolando Arroz. Acho impressionante a história da Jaleska, que cresceu no projeto e foi estudar em Londres – imagina um projeto conseguir esse nível de inclusão social. Isso é o que mais chama a atenção: o resultado.

Numa empresa, temos uma tabela que contabiliza despesa, receita, lucro líquido. O projeto funciona como uma empresa, mas a última linha é a reinclusão social. Teve uma vez que um professor de Direito de uma universidade norte-americana (George Edwards) veio pessoalmente buscar o aluno que ele tinha enviado como estagiário, por conta dos relatórios recebidos. Ele queria conhecer o projeto e acabou dentro da quadra conosco. Foi muito bacana.

Hoje o Conselho faz um trabalho de acompanhamento, porque a estrutura estratégica é firme, forte. Brinco que o piloto é maravilhoso, só que antigamente o pneu estava careca. Hoje está tudo adequado para que a gente tenha emoção e pise no acelerador. WimBelemDon vai muito longe.”

Professor George Edwards

“Sou professor de Direito da Escola de Direito Robert H. McKinney, da Universidade de Indiana, localizada em Indianápolis, nos Estados Unidos. Fundei o Programa de Direito Internacional dos Direitos Humanos (PIHRL) em 1997. Conhecemos o WimBelemDon por meio de uma aluna que veio de Porto Alegre para o nosso programa de Mestrado, a juíza Aline Doral Stefani Fagundes, e percebemos rapidamente que era o tipo de organização com a qual a PIHRL gostaria de trabalhar. WimBelemDon protege os direitos humanos das crianças que, de outra forma, não teriam seus direitos plenamente garantidos. A PIHRL decidiu enviar um de nossos es- impulse, then comes efficiency, polishing, advice. So it wouldn’t get too emotional. This combination of Marcelo, Lu and the Board was a great merit towards the project’s success.

What I enjoyed the most were the Rolando Arroz Sundays. I find Jaleska’s story quite impressive. She grew up in the project and then she went to study in London. Can you imagine a social project managing this level of social inclusion? This is what draws people’s attention: the results.

In a business, we have a spreadsheet accounting for expenses, income, net profits. The project works like a business, but the last column is social re-integration. There was this time when a Law professor from an American university (George Edwards) came here personally to pick up a student he had sent down as an intern, because of the reports he had received. He wanted to see the project and ended up on the court with us. It was so cool.

Now the Board does much more of a monitoring job, because the strategic structure is solid, strong. I joke saying the driver is amazing, but a few years ago the tyres were worn out. Now everything is in place and the conditions are right to drive ahead, full throttle. WimBelemDon will go very far”.

Professor George Edwards

I am a Law professor at Robert H. McKinney School of Law, Indiana University, located in Indianapolis, USA. I founded the Program in International Human Rights Law (PIHRL) in 1997. We heard about WimBelemDon from a student who came from Porto Alegre to do a Masters with us, Justice Aline Doral Stefani Fagundes, and we quickly realised that it was the type of organisation with which PIHRL would like to work. WimBelemDon protects the human rights of children who wouldn’t have their rights

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