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THE CROWD
Jaleska Mendes
“Minha história no projeto começou em 2003. Soube da novidade na escola, mas não quis participar, nem sabia o que era tênis. Meu irmão Javyer entrou na primeira turma do WimBelemDon. Às vezes eu ia ao projeto com ele, assistia às atividades. Tem até uma foto em que apareço com uma medalha, bem feliz, quando ainda não era aluna. Imagina?
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Não demorou muito pra eu querer fazer parte também. Não tinha vaga. Tive que esperar até o ano seguinte e, com 9 anos, entrei no lugar do Javyer, que não participaria mais por conta de problemas respiratórios.
No início, enxergava apenas a oportunidade de conhecer o tênis – se hoje em dia a gente mal vê na TV, naquela época era zero. Nem sabia o que o projeto oferecia além do esporte. Identifiquei-me muito com o tênis, era totalmente cativante.
O pior momento da nossa vida era o final de semana, porque significava quatro dias longe do projeto (que funcionava nas terças e nasquintas-feiras). Um ano, dois, três... e no momento em que eu passei a entender o quanto o WimBelemDon era importante e que realmente fazia diferença na nossa vida, houve o risco de tudo acabar.
Lembro-me de tudo. Final do dia, no paredão. O Marcelo e a Lu chamaram todas as crianças e, junto com o Alex, professor de tênis, falaram do momento ruim e contaram que não teriam como continuar no ano seguinte. Todo mundo começou a se olhar e a chorar. O sentimento era de ruptura. A gente não entrava num ano para sair no outro; queríamos que aquilo se eternizasse. Imediatamente, começamos a ter ideias, de as mães fazerem bolo e a gente vender, de fazer rifa, qualquer coisa que pudesse ajudar. Acredito que esse movimento deu força para o Marcelo e a Lu correrem atrás, se profissionalizarem, entenderem que deveriam fazer de tudo para manter o projeto. Conseguiram. No ano seguinte, tivemos um respiro.
Jaleska Mendes
‘My story in the project began in 2003. I heard the news at school, but I didn’t want to get involved, I didn’t even know what tennis was. My brother Javyer joined the first WimBelemDon class. I would go with him sometimes and watch the activities. There’s even a picture of me, looking happy with a medal, when I wasn’t even a pupil there. Can you imagine? It didn’t take long for me to want to become part of it. There were no spaces. I had to wait until the following year and then, aged 9, I took Javyer’s spot, as he couldn’t go anywhere because of respiratory problems. At the beginning, I only saw it as an opportunity to learn about tennis – if nowadays, we barely see it on TV, back in those days, we never saw it. I didn’t even know what the project offered beyond the sport. I quickly identified myself with tennis, it was captivating.
The worst part of our lives was the weekend, because that meant four days away from the project (which only opened on Tuesdays and Thursdays). One year, two, three…. And when I began to fully comprehend how important WimBelemDon was and how much of a difference it actually made in our lives, there was a threat of it all ending.
II remember everything. End of the day, by the big wall. Marcelo and Lu gathered all the kids and, together with Alex, the tennis coach, they told us about the difficult situation and said they wouldn’t manage to continue the following year. We all looked at each other and began to cry. The feeling was of rupture. We didn’t join in one year to leave the next; we wanted it to go on forever. We immediately began to have ideas, of having a bake sale, a raffle, anything that could help. I think that this movement gave Marcelo and Lu the strength to put in the work, pursue qualifications,
JALESKA MENDES: “O PIOR MOMENTO DA NOSSA VIDA ERA O FINAL DE SEMANA, PORQUE SIGNIFICAVA 4 DIAS LONGE DO PROJETO” (QUE FUNCIONAVA NAS TERÇAS E NAS QUINTAS)
JALESKA MENDES: “THE WORST PART OF OUR LIVES WAS THE WEEKEND, BECAUSE THAT MEANT FOUR DAYS AWAY FROM THE PROJECT” (IT ONLY OPENED ON TUESDAYS AND THURSDAYS)