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PERSEVERANCE PERSEVERANÇA

– bermuda, camiseta e casaquinho Hugo Boss – durou 10 anos. Saía de casa toda orgulhosa com ela.

Com 11 anos, participei da primeira Copa Itaú. Era um torneio escolar, e eu representava a Evarista Flores da Cunha. Cheguei à semifinal. Foi inédito para o WimBelemDon. Marcelo estava em Brasília cobrindo um torneio e Rosane, a diretora, ligou para contar. Lembro-me de dar uma entrevista e dizer que enxergava no tênis uma maneira de crescer como pessoa, não como tenista profissional. Tenho essa cena na cabeça, eu falando essa frase, que acabei levando para a vida. Meu irmão mais velho me xingou: como eu disse que não me via como tenista profissional?

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E eu realmente não me via. O projeto me levou a enxergar outros caminhos dentro do esporte. O ambiente foi construído para que tivéssemos essa consciência. O Matheus Wagner, professor de tênis, acompanhou essa virada. Eu comecei a melhorar tecnicamente e enxergar o outro lado do tênis. Da preparação física, do olhar técnico. Até a entrada dele, a gente não tinha isso no projeto.

Na 8a série, eu rodei na escola. Meu irmão, que estava no segundo ano, também. Pensava na minha mãe, doméstica, e no meu pai, garçom, que trabalhavam duro para dar mais condições para os filhos. O ano seguinte seria o pior da minha vida. Em casa, no projeto. Sem passeios, sem nada. Isso era muito forte. A cobrança era dupla. Minha mãe deu um caderno de 400 folhas para cada um de nós e duas canetas novas. Nada mais. Foi o momento que virou a minha chave: vi que não poderia cometer o mesmo erro de novo. Estava com 14 anos e decidi me dedicar à escola e ao projeto. FIQUEI MUITO FOCADA NO PRIMEIRO E NO SEGUNDO TRIMESTRES, E DESCOBRI QUE ERA DAQUELA FORMA QUE EU QUERIA SEGUIR. Voltei aos torneios. Percebi que quanto melhor eu estava na escola, melhor eu ficava em casa e no projeto.

was a whole new world. Our outfits – Hugo Boss shorts, t-shirt and cardigan – lasted 10 years. I would leave the house wearing that with pride. When I was 11, I took part in the first Itaú Cup. It was a school tournament and I represented Evarista Flores da Cunha Primary. I got as far as the semi-finals. That was a new achievement for WimBelemDon. Marcelo was in Brasilia working on a tournament and Rosane, the Head Teacher, called him to tell him. I remember I was interviewed and said tennis helped me grow as a person, not as a professional player. I have that scene in my mind, saying that line, which I ended up returning to many times in my life. My older brother told me off: how could I say I didn’t see myself as a professional tennis player? And I really didn’t. The project helped me see other routes within the sport. The space was built so we could have this awareness. Matheus Wagner, tennis coach, followed that turn of events. I began to improve my technique and see the other side of tennis. Physical conditioning, a technical outlook. Before he came, we didn’t have that in the project. When I was in 8th grade, I failed at school. My brother, who was in the second year of High School failed as well. I thought about my mum, a maid, and my dad, a waiter, who worked so hard to give their children a better life. The following year was the worst of my life. At home, in the project. No days out, nothing. That was so hard. The demand had doubled. My mum gave each of us a 400-sheet notebook and two new pens. Nothing else. That was a key moment for me: I knew I couldn’t make the same mistake again. I was 14 and I decided to dedicate myself both to school and to the project. I FOCUSED A LOT IN THE FIRST AND SECOND QUARTERS AND REALISED THAT’S HOW I WANTED TO GO ON. I went back to the tournaments. I noticed that the better my performance at school, the better I was at home and in the project. After playing the Gerdau Cup – I won the pre-qualifying, I lived a true ‘Battle of the Afflicted’ [reference to a famously dramatic

Depois de jogar a Copa Gerdau – ganhei o pré-quali, vivi uma ‘Batalha dos Aflitos’ na última rodada do quali, com muitas cãibras e, mesmo perdendo, acabei sendo chamada para uma partida da chave principal –, surgiu a oportunidade de uma bolsa de estudos nos Estados Unidos. Eu estava no 30 ano do ensino médio. Matheus e Marcelo marcaram uma reunião com a minha mãe. Achei que seria repreendida por algum motivo, mas era para falar dessa novidade. Ela me ligou para contar, chorando, e eu não entendia o que estava acontecendo. Estudar fora, com alimentação, moradia, tudo! Eu, que estudei a vida toda em escola pública, fiz o ensino médio numa escola complicada. Ir para a faculdade já seria muito. Nos Estados Unidos, então, era surreal. Foi um momento muito marcante.

Eu tinha que passar nos exames de proficiência, houve parceria com uma escola de inglês para me ajudar. Aulas extras. Fui muito mal na primeira tentativa e viram que eu teria que me preparar mais, estudar a língua fora do país. Ganhei um curso de 12 semanas da EGALI, empresa de intercâmbio, a passagem de um doador anônimo e, com uma vaquinha, conseguimos o dinheiro para me manter em Los Angeles. Mas o visto foi negado. Fiquei arrasada. Então mudaram o plano rapidamente: ir para

Bolsa De

EM LONDRES: JALESKA ESTUDOU INGLÊS POR TRÊS MESES NA WIMBLEDON

ENGLISH SCHOOL

SCHOLARSHIP IN LONDON. JALESKA STUDIED ENGLISH FOR THREE MONTHS AT THE WIMBLEDON ENGLISH SCHOOL

Brazilian football match] in the last qualifying round, I had muscle cramps and even though I lost, I was invited to play a match in the main draw – I was offered a scholarship in the United States. I was in the 3rd year of High School. Matheus and Marcelo arranged a meeting with my mum. I thought I was in trouble, but they wanted to give her the news. She called me to tell me, crying, and I had no idea what was going on. Studying abroad, with food and accommodation included! I had been a state school pupil all my life, I attended a difficult High School. Going to university would already be too much. Studying in the USA, then, was surreal. That was a really memorable moment. I had to pass English proficiency exams, there was a partnership with a language school to help me. Extra lessons. I flunked my first attempt really bad and they realised I needed more prep, maybe study the language abroad. I was given a 12-week course from EGALI, a student exchange company. The flights were covered by an anonymous supporter, and with a small crowdfunder, we managed to get the money for me to support myself in Los Angeles.

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