Poéticas_diversas

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Poéticas diversas

Índice Eladio Cabañero...................................................................................................................................3 CANTOR POPULAR......................................................................................................................3 Ricardo Carvalho Calero......................................................................................................................3 RETRATO DE POETA....................................................................................................................3 Roque Dalton........................................................................................................................................5 Jordi Doce.............................................................................................................................................6 PARA VIVIR...................................................................................................................................6 Lucía Etxebarría...................................................................................................................................7 León Felipe...........................................................................................................................................7 Antonio Gamoneda...............................................................................................................................8 Juan Gelman.........................................................................................................................................9 ARTE POÉTICA.............................................................................................................................9 Moraima Guanipa.................................................................................................................................9 FEITOS DE POESÍA.......................................................................................................................9 Joaquín Orlando Giannuzzi................................................................................................................10 José Agustín Goytisolo.......................................................................................................................11 ASÍ SON........................................................................................................................................11 EL POEMA: NO YO.....................................................................................................................12 Vicente Huidobro................................................................................................................................12 ARTE POÉTICA...........................................................................................................................12 José Jiménez Lozano..........................................................................................................................13 LA GLORIA DEL POETA............................................................................................................13 Archibald Macleish............................................................................................................................13 ARS POÉTICA..............................................................................................................................13 Joan Margarit......................................................................................................................................14 POÉTICA.......................................................................................................................................14 Juan Carlos Mestre.............................................................................................................................15 LUGAR..........................................................................................................................................15 LA VOZ, LAS VOCES..................................................................................................................15 Nicolás de Maquiavelo.......................................................................................................................16 Salvador Novo....................................................................................................................................16 A POESÍA......................................................................................................................................16 Leopoldo Mª Panero...........................................................................................................................17 Luis Pimentel......................................................................................................................................17 A POESÍA É O GRAN MILAGRE DO MUNDO........................................................................17 Silvio Rodríguez.................................................................................................................................19 PRAIA GIRÓN..............................................................................................................................19 Àlex Susanna......................................................................................................................................20 ARMAGNAC...............................................................................................................................20 Adam Zagajewski...............................................................................................................................21

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Poéticas diversas Eladio Cabañero (Tomelloso-Ciudad Real, 1930-2000) CANTOR POPULAR Onde vas así de cancioneiro, claro visitador da alegría, cantando a túa canción de cada día detrás do teu carriño da rúa? Non hai cantor popular máis verdadeiro. É un pretexto a túa mercadoría, o teu é o teu cantar. Con gallardía gañas o teu pan, ilustre refraneiro. Cantor popular á querenza da terra que te fixo labrego cantas o pobo e cantas a túa existencia. Deixas unha pegada oral no camiño co teu carriño e a túa canción, herdanza que se reparte o pobo arreo. Desde el sol y la anchura, 1956. https://poeticas.es/?p=5643 Ricardo Carvalho Calero (1910-1990) RETRATO DE POETA Detráis de un taboeiro, detráis de un taboeiro bermello, cuia xerfa peitan coas súas rabelas ou quillas peives verdes en ringla, e na que xacen unha mazá docemente mordida e un dado -cubicada sosrte ou cadratura do círculo fadalsentado, está o poeta. Sobre o brazo do asento un cóbado e a man depondorada; antre o pulgar e o índice, un anaco de ar onde houbo algo que se foi, do que a xema dos dedos ten saudade. A branca americá, de candidato a pretura do inferno; o colo, baixo o pudor da camisa, aforcado pol-a gravata azul;

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Poéticas diversas e a chola monda, que o leme do nariz conduz de esguello, pesada, dura e triste, n-unha moca de seria percura, aceda e cansa. Sobre un fondo de pontes onde hai arbres que retorcen os brazos como espritados, arbres de roxos froitos, E un oolo loiro viola o pecho azul. Adán i Eva, dous monifates de sucre pintado, arperxidos de follas e mazás, parolan baixo as ponlas prohibidas, cinguidos pola-a serpe. E as orellas do poeta medran atal as de un sátiro triste no seu rosto de lama cuios ollos xa leron os oráculos e cuias moas xa non ron a vida como a carne de unha deusa cazada na fraga do sol-pór. in Anxo de terra, Colección “Benito Soto”, Pontevedra, 1950, pp.: 7-8.

POETA ES, pois dá-che nojo todo agás a poesía. Cortesmente sorris perante o mundo estraño, mais no fundo es estraño à tua cortesia. Pudicamente velas con vulgar follateira o niño en que a tua alma, rola gemente, aniña. Es como un neno fiz cun brinquedo cativo, que polos jogos dos homes pálido interés finja. Non, non es deste mundo. Gozoso e angustiado, no espello da suidade ves na tua fronte o estigma. A virota abourante da graza traspasou-te. E só amas a tua chaga. E non queres menciña. Como o favor do rei a pobre nena que da carícia augusta se non atopa digna, a tua alma oculta a visita do hóspede. E ninguén a aduviña.

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Poéticas diversas VERDADEIRO poeta foi. Nom escreveu para os poetas. Cantou para os homes. Aqueles, monstruosamente desumanos, nom o admitirom nos seus coros, porque desentoava a sua clara voz da balbúrdia a maotenta que eles obscuramente articulavam. A poesía é demasiado séria para que se administre tecnocraticamente. Mas eles nom pensavam assi. Criam num corporativismo autoritário. Quanto aos homes, nom lêem as revistas, os livros de poesia. Mas ouvirom alguns aquela voz, e crerom que era a sua própria: assi que lhe prestarom atençom, porque nada interessa tanto a um como um mesmo. E ficarom admirados do bem que se exprimiam. Este foi o destino do poeta verdadeiro. Os seus colegas o seu nome apagarom no escalafom que editam profissionalmente. El nom estava sindicado. Os homes que o escuitarom e crerom escuitar-se, tamén nom conhecerom a seu nome, naturalmente, o nome del. Excomungado, anónimo, viveu, morreu. Já somente eu o lembro. Poeta verdaddeiro. in Beleza, verdade, (Escolma poética e limiar de Pilar Pallarés), Chan de Pólvora Editora, 2019, pp. 75, 141-142

Roque Dalton (El Salvador, 1933-1975) A miña poesía é como a sempreviva paga o seu prezo á existencia en termo de aspereza.

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Poéticas diversas Entre as pedras e o lume, fronte á tempestade ou no medio da seca, por sobre as bandeiras do odio necesario e o fermosísimo empuxe da cólera, a flor da miña poesía busca sempre o aire, o humus, o zume, o sol, da tenrura. http://amediavoz.com/dalton.htm#COMO%20LA%20SIEMPREVIVA

Jordi Doce (Gijón, 1967) PARA VIVIR A man escribe para non morrer. Ou conta o mundo en sílabas contadas para dicir: aquí termina o mundo, fóra impera a noite e o frío da noite, o lento gotear das estrelas e o seu testán silencio impenetrable. A man escribe para non morrer. Semella a súa irmá, a lingua, envolvida nun tremor que non comprende, allea á raíz que a redime. A man escribe para non morrer. Ou di o mundo en sílabas contadas para dicir: aquí termina o mundo, fóra impera a noite e o frío da noite, quietude do que nunca vive ou morre pois nunca tivo nome. Otras lunas, 2002. https://poeticas.es/?p=4856

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Poéticas diversas Lucía Etxebarría (1966) Este espazo naceu fuxindo das cousas deste mundo. Esa presunta realidade non existe, tan só interprétase ou se desvela. Non é harmonía plena, pois respira no ritmo encaixado entre silencios e transporta nas súas veas todo o sangue e toda a luz do orbe. Non naceu contra nada ou contra ninguén senón que se alimenta só de si mesmo e desde si transforma a existencia e a fende coa súa espada. É consolo, é refuxio, é alimento, é soño, é signo, é arte. É vida. É telúrico astral caligramático mecánico celeste. É telúrico astral caligramático. Tómalle o pulso ao cosmos como un médico. É un sistema coherente continxente da exposición das claves necesarias. É veleno inesgotable, é fonte máxica. É astrolabio e compás, carta e mapa. É á vez temón e barco, vela e viaxeiro. E é o mesmo propósito da viaxe. Non diremos que é, simplemente que é. Explícase pola súa esencia. Reflicte ben o seu tempo soamente cando del se libera. Armazón e columna da resistencia, é valente e adora a aventura. Non coñece servidume de paso, dereito de pernada ou respecto a un monarca. É transmisor, o último (por agora) elo dunha cadea. Unha cadea iniciática, un coñecemento esencial no tempo. Que dá conta de si sen nomearse e sen primeira persoa. Non é o que dá a linguaxe, senón o que ao silencio se lle rouba. https://verseando.com/poeticas-actualizado-26jun505h/ León Felipe (1884-1968) Poesía…, tristeza honda y ambición del alma… ¡cuándo te darás a todos… a todos, al príncipe y al paria, a todos… sin ritmo y sin palabras!… Más bajo, poetas, más bajo… no lloréis tan alto, no gritéis tanto... más bajo, más bajo, hablad más bajo. Si para quejaros acercáis la bocina a vuestros labios, parecerá vuestro llanto como el de las plañideras, mercenario.

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Poéticas diversas POETA Ni de tu corazón, ni de tu pensamiento, ni del horno divino de Vulcano han salido tus alas. Entre todos los hombres las labraron y entre todos los hombres en los huesos de tus costillas las hincaron. La mano más humilde te ha clavado un ensueño… una pluma de amor en el costado. Que venga el poeta. Y me trajisteis aquí para contar las estrellas, para bañarme en el río y para hacer dibujos en la arena. Este era el contrato. Y ahora me habéis puesto a construir cepos y candados, a cargar un fusil y a escribir en la oficina de un juzgado. Me trajisteis aquí para cantar en unas bodas y me habéis puesto a llorar junto a una fosa. in Poesías completas (ed. de José Paulino), Visor Libros, Madrid, 2010, pp. 62, 71, 137, 568.

Antonio Gamoneda (Oviedo, 1931) Yo me callo, yo espero hasta que mi pasión y mi poesía y mi esperanza sean como la que anda por la calle; hasta que pueda ver con los ojos cerrados el dolor que ya veo con los ojos abiertos. https://www.poetica2puntocero.com/antonio-gamoneda-85-anos-de-lucidez/

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Poéticas diversas Juan Gelman (1930- 2014) ARTE POÉTICA Entre tantos oficios ejerzo éste que no es mío, como un amo implacable me obliga a trabajar de día, de noche, con dolor, con amor, bajo la lluvia, en la catástrofe, cuando se abren los brazos de la ternura o del alma, cuando la enfermedad hunde las manos. A este oficio me obligan los dolores ajenos, las lágrimas, los pañuelos saludadores, las promesas en medio del otoño o del fuego, los besos del encuentro, los besos del adiós, todo me obliga a trabajar con las palabras, con la sangre. Nunca fui el dueño de mis cenizas, mis versos, rostros oscuros los escriben como tirar contra la muerte. https://circulodepoesia.com/2010/08/arte-poetica-no-17-juan-gelman/

Moraima Guanipa (Venezuela, 1961) “escribir poesía é unha forma de estar no mundo” FEITOS DE POESÍA Os poetas son seres fráxiles. Poden desmaiarse de amor ou de demasiada vida. Contan que un poeta morreu con só picarse o dedo coa espiña dunha rosa. Din que outro atopou cunha bala o lugar exacto do corazón. Houbo algún que, insomne, non atinou o tiro ao branco ao despedir a súa vida de corenta anos. As poetas buscan medios máis naturais ou domésticos. Un frío lago recibiu a desesperación dunha muller con pedras nos petos. Biblioteca e Club de Lectura “Pedra do Acordo”

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Poéticas diversas Outra foi alga mariña e o mar noméaa en cada onda. Outra respirou a morte invisible, incolora, do gas. A morte, a desprestixiada morte, recibe con medo esta fraxilidade. Teme este dicir infinito no que unha palabra, unha soa palabra enche de ecos o mundo. Bogares, 1998. http://poetisaszulianas.blogspot.com/

Joaquín Orlando Giannuzzi (Argentina, 1924-2004) A poesía non nace. Está alí, ao alcance de toda boca para ser dobrada, repetida, citada total e textualmente. Vostede, ao espertarse esta mañá, viu cousas, aquí e alá, obxectos, por exemplo. Sobre a súa mesa de luz digamos que viu unha lámpada, unha radio portátil, unha cunca azul. Viu cada cousa solitaria e viu o seu conxunto. Todo iso xa tiña nome. Escribiríao así. Necesitaba outra linguaxe, outra man, outro par de ollos, outra frauta? Non agregue. Non deforme. Non cambie a música de lugar. Poesía é o que se está vendo. en Señales de una causa personal (1977) https://bibliotecaignoria.blogspot.com/2018/09/joaquin-giannuzzi-poetica.html

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Poéticas diversas José Agustín Goytisolo (Barcelona, 1928-1999) EL OFICIO DEL POETA Contemplar las palabras sobre el papel escritas, medirlas, sopesar su cuerpo en el conjunto del poema, y después, igual que un artesano, separarse a mirar cómo la luz emerge de la sutil textura. Así es el viejo oficio del poeta, que comienza en la idea, en el soplo sobre el polvo infinito de la memoria, sobre la experiencia vivida, la historia, los deseos, las pasiones del hombre. La materia del canto nos lo ha ofrecido el pueblo con su voz. Devolvamos las palabras reunidas a su auténtico dueño. in Algo sucede (1968) ASÍ SON Su profesión se sabe es muy antigua y ha perdurado hasta ahora sin variar a través de los siglos y civilizaciones. No conocen vergüenza ni reposo se emperran en su oficio a pesar de las críticas unas veces cantando otras sufriendo el odio y la persecución mas casi siempre bajo tolerancia. Platón no les dio sitio en su República. Creen en el amor a pesar de sus muchas corrupciones y vicios suelen mitificar bastante la niñez y poseen medallones o retratos que miran en silencio cuando se ponen tristes. Biblioteca e Club de Lectura “Pedra do Acordo”

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Poéticas diversas Ah curiosas personas que en ocasiones yacen en lechos lujosísimos y enormes pero que no desdeñan revolcarse en los sucios jergones de la concupiscencia sólo por un capricho. Le piden a la vida más de lo que ésta ofrece. Difícilmente llegan a reunir dinero la previsión no es su característica y se van marchitando poco a poco de un modo algo ridículo si antes no les dan muerte por quién sabe qué cosas. Así son pues los poetas las viejas prostitutas de la Historia. in Bajo tolerancia (1973) EL POEMA: NO YO Hay quien lee y quien canta poemas que yo hice y quien piensa que soy un escritor notable. Prefiero que recuerden algunos de mis versos y que olviden mi nombre. Los poemas son mi orgullo. in Cuadernos de El Escorial (1995) https://poeticas.es/?p=2109 Vicente Huidobro (Chile, 1893-1948) ARTE POÉTICA Que el verso sea como una llave Que abra mil puertas. Una hoja cae; algo pasa volando; Cuanto miren los ojos creado sea, Y el alma del oyente quede temblando. Inventa mundos nuevos y cuida tu palabra; El adjetivo, cuando no da vida, mata. Estamos en el ciclo de los nervios. El músculo cuelga, Como recuerdo, en los museos; Mas no por eso tenemos menos fuerza: El vigor verdadero Reside en la cabeza.

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Poéticas diversas Por qué cantáis la rosa, ¡oh Poetas! Hacedla florecer en el poema. Sólo para nosotros Viven todas las cosas bajo el Sol. El poeta es un pequeño Dios. https://www.vicentehuidobro.uchile.cl/poema6.htm

José Jiménez Lozano (1930-2020) LA GLORIA DEL POETA Los Césares antiguos coronaban con laurel a los poetas, y ni un as se gastaba en casa de éstos, en sazonar los guisos. Pero ya no hay gloria inmarcesible, porque el laurel ya no se usa en la cocina. http://www.jimenezlozano.com/v_portal/informacion/informacionver8fb9.html? cod=203&te=14&idage=208&vap=0

Archibald Macleish (EE. UU., 1892- 1982) ARS POÉTICA Un poema ha de ser palpable e mudo, redondo como un froito, silencioso como para o polgar medallóns vellos, calado igual que mangas que desgastan a pedra no peitoril cheo de brión; un poema non ha de ter palabras, como un voo de paxaros. Un poema ha de estar inmóbil no tempo como a lúa ascende Biblioteca e Club de Lectura “Pedra do Acordo”

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Poéticas diversas e deixa, como soltas rama por rama árbores que na noite se enredan, deixa, como a lúa tras as follas de inverno, recordo por recordo o pensamento; un poema ha de estar inmóbil no tempo como a lúa ascende. Un poema ha de ser igual a isto: non é certo. Por toda historia de dor unha folla de sicómoro e un baleiro portal. Por amor as herbas inclinadas, dúas luces sobre o mar. Un poema non ha de significar Senón ser. https://faustomarcelo.blogspot.com/2018/08/poemas-de-archibald-macleish.html

Joan Margarit (Lleida, 1938) POÉTICA Ao ir tras a beleza estarás só: Se a atopas, desvanécese e deixa po de bolboreta entre os dedos. Perseguirás de novo o resplandor que sabes dentro de ti, como o lóstrego que mostra fugazmente, ata o afastado horizonte, a realidade. https://poesia-en-catala.blogspot.com/2011/12/joan-margarit-poetica.html

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Poéticas diversas Juan Carlos Mestre (Villafranca del Bierzo, León, 1957) LUGAR Aquí, bajo el número exacto de estas sílabas, yace un río de adelfas de marfil y caballos oscuros que tortura el deseo. Esta es la casa de los taxidermistas, el pabellón de las enfermeras y los matemáticos, de todos los que tienen obsesiones blancas bajo los sauces de la vejez y el remordimiento. Pero esta es también la cueva de los cazadores y los bellos animales que se desangran melancólicamente cerca del fuego frío de la muerte. Esta es la atmósfera del aparecimiento, el hielo desnudo de ese cuerpo que yace en la ermita entre dos frascos con flores. Aquí cada palabra, cada gota de tristeza arrancada a la nada, es una medalla de diamante perfecto, la consolación, el vértigo que entregas de tus pasos a otro al acercarte al vacío. Este es el poema, el resplandor erigido en la libertad de la jaula, la cicatriz en la médula de este tiempo que pasa sin duración en nosotros.

LA VOZ, LAS VOCES Voz de los vientos. Voz y júbilo de los vientos en la oscuridad. El oráculo de la melancolía, el martillo de los ferroviarios al golpear los rieles. La voz de los extranjeros en el pasadizo, voces de plata en los subterráneos como tambores mojados. Resplandor de las voces al anochecer, cuando los circos encienden sus bujías en los descampados y los vagabundos silban a los viejos caballos de madera que giran en los carruseles. Sábanas. Sábanas de voces en la escritura de mi corazón. Desconocidas, piadosas, azules sábanas bajo la lluvia y los números de la muerte. Voces bajo la especie del odio, voces desocupadas por el pensamiento de los solitarios. Voces en los anzuelos y voces en los alambres blancos del vacío. Voces cuya tiza traza círculos en la desolación, semillas de las que brota el otoño, las hogueras que sueño, los cisnes decapitados. Voz y compás de la voz en la construcción de las bóvedas, voz cuya invocación es el aire. Voces llamadas a claridad, a niebla, a palabra de árbol. Pero voces también bajo la forma de herida, bajo figura de palomas en un charco de sangre. Poesía de las voces y narración de las voces. La ficción de Hamlet en el foyer del teatro, la ficción de las rosas, las sirenas de la policía. En esta escena no, pero sí en el carromato de las amazonas bajo el cruce de las autopistas. Pero sí en el club de la carretera. Voces oídas por el acróbata, voces cuya perfección es la esfera y la aguja de vidrio.

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Poéticas diversas Voces cuyo ruido es arrastrado por el viento. Voces anilladas por el ornitólogo, pronunciadas sucesivamente, leídas sucesivamente como cartas de un muerto, como jaulas vivas colgadas del marfil, del hueso de cristal en los salones de caza. Voces, voces puras cuyo país es mi alma. http://www.juancarlosmestre.com/poesia/desgracia.html

Nicolás de Maquiavelo (Florencia, 1469-1527) Hai un verso que me afoga que me queima a gorxa un verso sen voz que canta se a alma se desafoga. Este verso só avoga unha quietude pracenteira, a pluma é a miña compañeira, o papel o meu amigo franco e a inspiración arríncoa do centro da miña alma enteira. A musa xamais espera, nin se atrasa, nin se apura, porque a musa perdura cando chega verdadeira. A pluma corre certeira ao longo dun papel, pobre do poeta aquel que non dá paso á súa musa ou que a exprese confusa polos poros da súa pel. https://poetassigloveintiuno.blogspot.com/2016/04/nicolas-maquiavelo-18358.html Salvador Novo (México, 1904-1974) A POESÍA Para escribir poemas, para ser un poeta de vida apaixonada e romántica cuxos libros están nas mans de todos e de quen fai libros e publican retratos os xornais, é necesario dicir as cousas que leo, esas do corazón, da muller e da paisaxe, do amor fracasado e da vida dolorosa, en versos perfectamente medidos, sen asonancias no mesmo verso, con metáforas novas e brillantes.

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Poéticas diversas A música do verso embriaga e se un sabe referir rotundamente a súa inspiración arrincará as bágoas do auditorio, comunicaralle as súas emocións recónditas e será coroado en certames e concursos. Eu podo facer versos perfectos, medilos e evitar as súas asonancias, poemas que conmovan a quen os lea e que lles fagan exclamar: “Que neno tan intelixente!” Eu direilles entón que os escribín desde que tiña once anos: Non hei de dicirlles nunca que non fixen senón darlles a clase que aprendín de todos os poetas. Terei unha habilidade de histrión para facerlles crer que me conmove o que a eles. Pero no meu leito, só, docemente, sen recordos, sen voz, sinto que a poesía non saíu de min. in Espejo (1933)

Leopoldo Mª Panero (1948-2014) Como un viejo chupando un limón seco así es el acto poético. El caballo con su espada divide la vida en dos: a un lado el placer sin nada y al otro, como una mujer vencida la vida que despide mal olor. in Heroína y otros poemas, Libertarias, Madrid, 1992, p. 37.

Luis Pimentel (Lugo, 1895-1958) A POESÍA É O GRAN MILAGRE DO MUNDO Insinareiche sin berros. O poeta é un mestre sin ira. Levareite ó meu reino, onde te agarda a bandeira da espranza. Biblioteca e Club de Lectura “Pedra do Acordo”

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Poéticas diversas Non che amostraréi aquéla triste, abatida sobre o mastro, solitaria baixo unha chuvia cincenta. Estóu arrepentido de pensar que o máis brosmo e brután dos homes non poida descalzarse pra entrar no noso reino. (¡A poesía é o gran milagre do mundo!) Eu faréi que olles a través das túas maos toscas a luz da túa sangre. Puliremos a túa frente de seixo hasta case facela lúa. Non che faréi erguer pesadas pedras, nin subir o monte máis alto onde cravada está a bandeira do meu verso, nin soster cos teus hombros as noites. Todo esto xa o ten feito o poeta por ti, pra ti e máis pra o mundo. Eu asegúroche que quedarás enviso fitando prás estrelas. O xoto palpexar das túas maos chegará a conocer as rosas invisibles na noite. Sentirás o borboriño da propia sangre i o silencio que todos levamos cando digas: os seos da miña amada… Quedarás deslumbrado pola súa luz, baixo da sombra verde no bosque. (¡A poesía é o gran milagre do mundo!) Faremos música do teu vocerío. Eiquí estamos coa túa lingoaxe vulgar. Nomearás calquera cousa –árbol, cabalo, pedra…– e veralos nacer coa súa vida máis íntima, cos seus contornos máis puros. Olla esa formiga, ise argueiro mouro… ¿Qué delicados dedos de alfareiro puideron modelar tan pequechiño corazón, que latexa agora baixo dos altos árboles? ¿Non te decatas de que se movéu o silencio? É esa noitarega que nesgóu o bosque: doces, xordas plumas, abanador da noite. in Sombra do aire na herba, 1959; https://sites.google.com/site/luispimentelpoemas/ Biblioteca e Club de Lectura “Pedra do Acordo”

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Silvio Rodríguez (Cuba, 1946) PRAIA GIRÓN Compañeiros poetas, tomando en conta os últimos sucesos na poesía, quixera preguntar —úrxeme—, que tipo de adxectivos débense usar para facer o poema dun barco sen que se faga sentimental, fóra da vangarda ou evidente panfleto, se debo usar palabras como Frota Cubana de Pesca e «Praia Girón». Compañeiros de música, tomando en conta esas politonais e audaces cancións, quixera preguntar —úrxeme—, que tipo de harmonía débese usar para facer a canción deste barco con homes de pouca nenez, homes e soamente homes sobre cuberta, homes negros e vermellos e azuis, os homes que poboan o «Praia Girón». Compañeiros de Historia, tomando en conta o implacable que debe ser a verdade, quixera preguntar —úrxeme tanto—, que debera dicir, que fronteiras debo respectar. Se alguén rouba comida e despois dá a vida que facer? Ata onde debemos practicar as verdades? Ata onde sabemos? Que escriban, pois, a historia, a súa historia, os homes do «Praia Girón». https://www.letras.com/silvio-rodriguez/82771/

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Àlex Susanna (Barcelona, 1957) “ás veces, dunha experiencia non moi poética pode saír un poema con máis facilidade que ante grandes feitos” ARMAGNAC A Jep Gouzy e Renée Sallaberry Non necesitamos demasiada poesía: soamente a xusta e necesaria, unha copiña á noitiña, no fogar xa, despois de cear, como facemos cun vello armagnac, sempre que sexa posible xunto ao lume, para observar mellor na palma da nosa man como brillaa a olorosa conca do seu estanque espesamente dourado… Espírito do viño é tamén o poema, incoloro e volátil, ben saben os lectores, pero inflamable cando o captamos, pois terá fermentado moi dentro de nós e envellecido nos bocois do corazón, con todas as dozuras e amarguras que unha e outra vez nos fan e desfán ata converternos nun composto agridoce, materia infausta dun soño corrompido… Ao levar aos beizos esta copa dun cristal tan fino como o aire, toda a morea de cheiros que nos acometen e este gusto que nos enche de lava ardente, que nos devolverán senón o forte aroma dos nosos momentos máis intensos, xusto cando vivimos a experiencia pero non conseguimos alcanzar o seu sentido? Inútil poesía, 2002. https://poeticas.es/?p=5664

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Adam Zagajewski (Ucraina, 1945) A poesía é procura de resplandor. A poesía é un camiño real que nos leva ata o máis lonxe. Buscamos resplandor na hora gris, ao mediodía ou nas chemineas do alba, mesmo no autobús, en novembro, cando á beira durmiña un vello cura. O camareiro no restaurante chinés chora e ninguén imaxina por que. Quen sabe, quizais isto tamén é unha procura que se parece a un instante á beira do mar, cando no horizonte aparece un barco rapaz e detense, paralizado longo tempo. Pero tamén, momentos de profunda alegría e incontables momentos de angustia. Déixame ver, por favor. Déixame persistir, por favor. Á tardiña cae unha fría choiva. Nas rúas e avenidas da miña cidade en silencio e con fervor traballa a escuridade. A poesía é procura de resplandor. (De Regreso, 2003) https://elcultural.com/Poemas-escogidos-de-Adam-Zagajewski

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