Revista Abigraf 311

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AQUISIÇÃO Texto: Tânia Galluzzi

“Seguiremos empoderando o impresso” Equipe de comando da Plural. Em pé (E/D): Welder Garcia, gerente Comercial e de Orçamentos; Welinton Martins, gerente de Produção e Inovação; Carlos Jacomine, presidente; Rogério Cordeiro, gerente Administrativo e Financeiro; Marco Cruz, gerente Comercial e de Marketing. Sentadas (E/D): Patrícia Souza, gerente de Atendimento ao Cliente e PPCP; Adriana Gasparini, gerente de Gestão Humana e Recursos Socioambientais; Ivana Freire, gerente Jurídica; Fabiana Polla, gerente de Qualidade e Projetos Especiais

Plural é adquirida por seu diretor geral, Carlos Jacomine, e deve expandir sua atuação nos segmentos de livros didáticos e impressos de segurança.

N

o dia 13 de janeiro uma notícia surpreendeu o universo da impressão: a venda da Plural, detentora do maior parque gráfico da América Latina, capaz de rodar 1,5 milhão de cadernos de 16 páginas por hora. Não menos impactante foi a revelação do comprador. A empresa foi adquirida por seu funcionário número 1, Carlos Jacomine, contratado em 1993, antes mesmo de a companhia adquirir os contornos que a definiriam e a levariam à liderança do mercado. Sem revelar detalhes e valores em função de contratos de confidencialidade, o executivo afirma que a aquisição se deu com recursos próprios após um ano de negociações. A venda começou a ser cogitada após a oferta pública de ações (IPO) do PagSeguro, sistema de pagamentos do UOL , em 2018, que levantou US$ 2,7 bilhões na bolsa de valores de Nova York. O UOL , grupo brasileiro de conteúdo, produtos e serviços de internet, possuía então 48% da Plural. A preferência seria da Quad/ Graphics, detentora de 49% da gráfica — os 2% restantes estavam nas mãos do Grupo Folha, criador do UOL em 1996 —, porém a companhia norte-americana, uma das maiores provedoras mundiais de soluções para impressão, declinou do negócio. Respondendo ao conselho de gestão do UOL, a Plural acabou se tornando uma atividade marginal dentro do grupo. A Quad, por sua vez, estava às voltas com questões às quais as empresas americanas estão pouco acostumadas: inflação batendo os 8% e escassez de matériasprimas, consequências diretas da pandemia. Estava escrito o enredo para que Jacomine, que

ingressou na Folha como gerente administrativo em 1993, assumindo três anos depois a direção geral da gráfica, se apresentasse como uma alternativa viável. “Quem está de fora tende a ter uma visão mais crítica em relação ao futuro da indústria gráfica. Admito que é um mercado que não cresce, porém está cheio de oportunidades”, diz o executivo. No caso da Plural, tais brechas respondem pelo nome de impressos de segurança e livros didáticos, embaladas pela saúde financeira da Plural. “O impresso não vai acabar, e o mercado, superofertado, vai se acomodar. E a Plural continuará lutando com o trinômio qualidade, prazo e preço para se manter na liderança.” Hoje, 25% da receita da Plural advém de produtos de segurança como certificados, loterias e provas, 25% de impressos comerciais como catálogos, 15% da produção de revistas e 20% de obras didáticas e paradidáticas. No campo educacional, de acordo com Jacomine, a Plural tem entre 5 e 7% do mercado e o objetivo é elevar essa participação para 15% ao longo de 2022. “No ano passado fizemos um robusto investimento em um núcleo de impressão digital, complementando nosso parque em offset, e seguiremos empoderando o impresso com tecnologia.” O presidente da gráfica, instalada no município de Santana de Parnaíba, na Grande São Paulo, faz questão de também valorizar sua equipe de 700 profissionais: “Temos um time coeso e todos os gerentes estão comigo há mais de 20 anos. Isso faz toda a diferença”. PLURAL INDÚSTRIA GRÁFICA www.plural.com.br janeiro /março 2022

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