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Ormazabal cresce quase 50% em Portugal em 2020

Há 20 anos em Portugal, a Ormazabal integra o grupo de origem espanhola Velatia e opera no setor da energia, fabricando equipamentos e fornecendo soluções para a rede de média tensão. Com um crescimento de quase 50% face a 2019, o grupo faturou 12 milhões de euros em 2020, no mercado português. O CEO acredita que a descarbonização, a descentralização e a digitalização geram boas oportunidades para o setor.

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Texto Susana Marques smarques@ccile.org Fotos DR

Todo o “equipamento de hardware e software necessário para que a rede de distribuição de média tensão possa fazer chegar eletricidade, de maneira fiável e segura” a todos os consumidores pode ser fornecido pela Ormazabal, seja em “zonas rurais, industriais ou urbanas”, assegura Javier Ormazabal, cEO do grupo Velatia, detentor da Ormazabal, que opera no mercado português há duas décadas. Estamos a falar de equipamentos como postos de transformação prefabricados, transformadores, células e os respetivos sistemas de proteção, controlo e automatização necessários para o seu funcionamento.

Em Portugal, a Ormazabal está presente em três grandes áreas de mercado: a distribuição pública; as energias renováveis, principalmente a solar fotovoltaica e a energia eólica, e também em setores ainda incipientes como o da acumulação de energia; utilizadores finais no que diz respeito à mobilidade elétrica, infraestruturas, indústria, etc. “Os nossos principais clientes são companhias de eletricidade como a EdP, a EdA (Eletricidade dos Açores) e a EEM (Empresa de Electricidade da Madeira)”, ou seja “os grandes instaladores elétricos de Portugal e os distribuidores de equipamento”, bem como “todas as empresas globais com projetos em Portugal” informa Javier Ormazabal.

O balanço destes 20 anos é positivo, frisa o cEO: “A nossa filosofia assentou sempre na proximidade com o cliente, que está no AdN do grupo. temos acompanhando os nossos clientes em todos os seus desafios, com os altos e baixos do mercado.” O ano de 2020 “registou o maior volume de negócios, ao chegar aos 12 milhões de euros, adianta”, acrescen-

tando que houve um crescimento de quase 50% face a 2019. “A faturação da Ormazabal Portugal tem crescido nos últimos anos. Representa, atualmente, 3% do volume de negócios total do grupo. A nossa expectativa é continuar a crescer e a desenvolver a empresa com base nas projeções de investimentos nos setores em que atuamos e onde queremos ter um papel relevante. Este crescimento valida a firme aposta da empresa neste país, acompanhada de um nível de serviço consolidado com os clientes. Mais do que os números, somos uma empresa de referência no setor”, comenta.

À proximidade com o cliente, a empresa acrescenta que o seu foco é no médio e longo prazo, diz o cEO: “Estamos há anos a investir em conhecimento, tecnologia e desenvolvimento para ser parte da solução em desafios como o da digitalização da rede e isso converte-nos num parceiro fiável para o processo de automatização das redes de distribuição, infraestrutura elétrica de carga rápida e ultrarrápida, e instalações de energia renovável. Acreditamos que tudo o que se relaciona com o European Green deal, em particular no setor da energia (descarbonização, descentralização e digitalização), irá gerar novas oportunidades e crescimento na rede elétrica.”

Neste contexto, a empresa considera que em Portugal os setores com maior potencial de crescimento são: automação da rede de distribuição elétrica – smart grids (redes elétricas inteligentes); energias renováveis, em particular, o aumento das centrais fotovoltaicas; infraestruturas de recarga de mobilidade elétrica e, principalmente, de recarga rápida e ultrarrápida.

Javier Ormazabal não vê muitas diferenças entre os mercados português e espanhol: “Atualmente, num mundo tão globalizado e com os desafios que a descarbonização de la economia nos apresenta, as metas para o mercado elétrico são semelhantes nos dois países, ou seja conseguir ter uma rede inteligente, segura e de confiança, que possa responder aos requisitos técnicos, à procura por veículos elétricos, ao aumento da geração de energias renováveis, a digitalização…. A diferença é o ponto de partida em que cada país poderá estar para investir. com o acordo europeu Green deal, estabelecem-se bases claras neste sentido e evidencia-se o quão crítico é o setor elétrico para atingir os objetivos finais.”

Para que essas metas sejam cumpridas também é crítica a capacidade ao nível dos recursos humanos. como refere Javier Ormazabal, “todos os países enfrentam esse avanço rápido das tecnologias e, educativamente, é necessário acompanhar essa velocidade”. O cEO entende que isso está a acontecer em Portugal: “Por exemplo, a Vestas instalou no Porto um dos seus centros de desenho de engenharia. isto só acontece porque o sistema educativo está a apostar nas chamadas StEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemáticas), permitindo que as pessoas estejam formadas e preparadas para os novos objetivos tecnológicos”.

A Ormazabal Portugal integra a estrutura South Europe do grupo Velatia, que emprega 165 pessoas, nas áreas de vendas, logística, montagem e serviço pós-venda, bem como nas áreas de apoio administrativo, finanças, capital humano, sistemas de gestão e marketing. A empresa possui 13 delegações comerciais, duas das quais em Portugal (Porto e lisboa), onde trabalham nove pessoas. “Somos uma empresa com presença e presença global, sendo o mercado europeu um dos principais, representando 70% das nossas vendas, com destaque para Espanha, França e Alemanha”, salienta o empresário.

A Ormazabal identifica boas oportunidades para continuar a crescenr em áreas como a de “implantações de automação de redes de distribuição (que respondem à sua digitalização), investimentos em energias renováveis e em infraestruturas de recarga rápida e ultra-rápida de veículos elétricos”, ou seja, “tudo que leva em conta a descarbonização da economia que acontece, entre outras questões, devido à sua eletrificação”. 

Fedecom entrega prémio anual ao grupo SEAT

A capacidade de inovação e exportação da SEAT foram reconhecidas pela Fedecom, que atribuiu a este grupo espanhol o seu prémio anual, no passado dia 14 de dezembro, em Paris. O galardão foi entregue pelo presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez, a Robert Breschkow, diretor-geral da SEAT França.

Texto Susana Marques smarques@ccile.org Fotos DR

Opresidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez, entregou o prémio anual da Federação de câmaras Oficiais de comércio de Espanha na Europa, África, Ásia e Oceânia (Fedecom) ao grupo SEAt, numa cerimónia realizada em Paris, na Residência do Embaixador de Espanha em França, no passado dia 14 de dezembro. Esta distinção premeia anualmente uma empresa espanhola que se destaque pela sua atividade comercial e pelo seu perfil internacional num dos países membros da Federação.

Sucedendo ao grupo Mercadona (vencedor de 2019), a distinção coube em 2020 à construtora automóvel SEAt, que como referiu Pedro Sánchez, se tem destacado como marca espanhola reconhecida a nível mundial, exemplo de empresa exportadora e vocacionada para o exterior, servindo de modelo para tantas outras empresas. O presidente do Governo sublinhou ainda o compromisso da SEAt com a sustentabilidade e com a inovação, bem como a sua resiliência e capacidade de reinvenção histórica, o seu alinhamento com os valores europeus e o seu compromisso com o sistema de câmaras espanholas.

Em comunicado, a Fedecom assinala ainda que “a SEAt é o primeiro investidor industrial espanhol em i+d e a empresa exportadora líder da indústria manufatureira espanhola, com um volume de exportação de nove mil milhões de euros em 2019”. A federação salienta que “a constante inovação e transformação da SEAt durante os últimos 70 anos marcaram a sua trajetória, ao ponto de se ter convertido numa referência da mobilidade”.

Robert Breschkow, diretor-geral da SEAt França, recebeu o prémio em nome do grupo, realçando a sua satisfação por “serem reconhecidos por

fomentar o comércio, o desenvolvimento empresarial”, bem como pela contribuição do grupo para a boa reputação de Espanha e das empresas espanholas no exterior. “temos sido, somos e seremos uma empresa que quer gerar riqueza, partilhar a prosperidade e disponibilizar as melhores soluções de mobilidade para facilitar a vida das pessoas”, acrescentou Breschkow.

Por sua vez, o presidente da Fedecom, Eduardo Barrachina, referiu que a “SEAt é património industrial e da história económica de Espanha”, acrescentando que a empresa “tem um lugar na memória e no universo afetivo dos espanhóis, precisamente porque os seus carros foram acompanhando a nossa prosperidade”.

O presidente da Fedecom fez questão ainda de salientar “a extraordinária relação que existe entre o Governo (através da Secretaria de Estado do comércio), a câmara de comércio de Espanha e as 23 câmaras de comércio no exterior, nas quais a SEAt é um ator principal e importantíssimo”. Eduardo Barrachina aproveitou igualmente para recordar os projetos futuros em que a Federação está a trabalhar: a digitalização destas instituições para aproximar a rede de câmaras de todos os seu utilizadores, o desenvolvimento de um mapa de serviços para colaborar com a Administração Pública espanhola na sua ação externa e a melhoria da comunicação e da visibilidade para valorizar o trabalho que a instituição desenvolve. 

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La economía española volverá a crecer en 2021 pero tardará en recuperar los niveles anteriores a la pandemia

El desastre económico en 2020 ha sido peor en España que en cualquier otro país de su entorno. Este nuevo año se presenta con muchas incógnitas y los problemas estructurales del país dificultan su recuperación. A pesar todo, en el segundo semestre de 2021 se espera que por fin la economía española empiece de nuevo a despegar, aunque tardará un tiempo en recuperar el nivel anterior a la pandemia.

Texto Belén Rodrigo brodrigo@ccile.org Fotos DR

Una de las grandes incógnitas del nuevo año es la de saber cómo saldremos de esta crisis. desde el punto de vista macroeconómico, será un año muy distinto a lo esperado. En el caso concreto de España, su economía es una de las que más está sufriendo con la pandemia. El Banco de España espera una caída del PiB en 2020 de entre un 10,7% y un 11,6%, y un mayor crecimiento tanto en 2021 (entre el 4,2% y el 8,6%, al estimar una aportación de 1,3 puntos porcentuales de los fondos europeos), como en 2022, cuando se registrará un crecimiento de entre el 3,9% y el 4,8%. las previsiones gubernamentales son algo más optimistas mientras que las del FMi agravan un poco más la situación. El organismo supervisor explica que la crisis sanitaria ha acarreado también un deterioro muy acusado de las finanzas públicas y el conjunto de medidas para contrarrestar el impacto de la pandemia elevará el déficit público hasta el 10,5% en el escenario central en 2020. En cuanto al paro, calcula que se elevará al 17% el recién acabado año, cuatro décimas menos que su previsión de julio, y se elevará al 17,5% el próximo ejercicio, como consecuencia de una caída del empleo del 8,8% este año y un repunte del 3,6% en 2021. “todo apunta a que en algún momento del segundo semestre de este año tendremos vacuna generalizada y mi cálculo es que puede ser muy bueno, explosivo. Eso sí, el primer semestre va a ser peor de lo esperado”, indica Fernando Fernández, profesor de Economía y Finanzas del iE Business School. No obstante, este economista de muy reconocida trayectoria cree que el Gobierno español “está poniendo demasiadas esperanzas en los fondos de recuperación europeos por varios motivos”, añade. cuando lleguen estos fondos la economía va a estar funcionando y “no van a evitar la caída del

primer semestre”, reflexiona el docente. Por lo tanto, el primer semestre del año se confía al mantenimiento de los ERtEs y créditos icO. Además de no llegar en el momento necesario, también se sobrevaloran los fondos por su magnitud. “Este año podremos gastar como mucho 20.000 millones de euros, que son dos décimas del PiB y en el mejor de los casos podría llegar a medio punto. Es bueno, pero no tendrá un gran impacto macro”, continúa Fernández. Además, se mostró preocupado por el impacto que estos fondos pueden tener en las cuentas públicas, “su sostenibilidad”. No es partidario de los Presupuestos Generales del Estado recientemente aprobados, “es un despropósito”. cree que se va a inyectar liquidez y deuda pública a la economía española “cuando ya no haga falta”.

ERTEs y líneas ICO

Fernando Fernández cree que hay dos temas importantes que se deben tener muy en cuenta, aunque nadie quiere hablar de ellos. “Por un lado el de saber qué vamos a hacer cuando las líneas icO en lugar de ser créditos de liquidez sean de solvencia, cómo se va a gestionar la insolvencia de muchas empresas que no van a aguantar, cómo vamos a reestructurar los créditos icO no pagados, que veremos mucho”, puntualiza. Otro de los problemas es el que aparecerá con el colectivo trabajador que se encuentra en ERtE y que en muchos casos acabará sufriendo un ERE. “Hay que ver cómo los ERtEs se convierten en políticas activas de empleo”, resalta, y se muestra partidario de ofrecer formación a aquellos que están recibiendo subsidios. “El Estado debería ayudar a que las personas en ERtE se reciclen profesionalmente porque muchos de los empleos que han parado por la pandemia no van a volver y necesitan un nuevo rumbo laboral”. Para el economista es preocupante los ajustes que la economía necesita hacer y cree que se debería aprovechar la financiación europea para hacerlo en lugar de asumir compromisos adicionales de gastos. “Vamos a entrar en proyectos innecesarios en vez de gastar el dinero para resolver los problemas pre – covid que permitirían mantener su crecimiento potencial, añade. En cuanto al consumo, Fernández espera que siga siendo comedido, aumentando la tasa de paro de los españoles. “la gente seguirá haciendo acopio y planificando qué va a hacer cuando pueda, y será muy perjudicial para muchas empresas que no podrán recuperar”, puntualiza. conocido es el problema que representa para la economía española su tejido empresarial, con más pymes que la media europea y con muchas micro empresas. “la principal política de apoyo empresarial que se puede hacer en España es que dejen de ser pymes. España tiene un problema de raquitismo empresarial. las pymes por su naturaleza pagan peor, exportan menos, están menos digitalizadas y tienen menos capacidad financiera”, se lamenta. considera oportuno que desde el Gobierno se faciliten las fusiones y colaboraciones de pymes o incluso se fuercen. “los fondos europeos podrían ayudar en la transición hacia un tipo de estructura productiva más profesional, de mayor tamaño, con una especialización sectorial distinta”, añade.

En un momento en el que se discute la subida del salario mínimo es España Fernando Fernández recuerda que donde más repercute dicha subida es en los sectores de la restauración y pequeño comercio, los dos más expuestos a la pandemia. “Estos empleos que están muchos suspendidos, si abren quieren que se encuentren con una subida de salarios…eso provocará la quiebra”, avisa. Si bien el sector turismo ha sido

“El Estado debería ayudar a que las personas en ERTE se reciclen profesionalmente porque muchas de los empleos que han parado por la pandemia no van a volver y necesitan un nuevo rumbo laboral”

fuertemente golpeado por la pandemia, no cree que España deba renunciar a lo que sabe hacer bien y espera que las empresas de este sector se recuperen bien. “Recibimos más de 80 millones de turistas porque no se ha improvisado y ahora hace falta mucha digitalización del sector”, matiza.

Tercera ola la OMS ya ha advertido que después de Navidades puede venir algo peor a lo ya vivido en otoño “y eso nos va a afectar más negativamente a la evolución de la economía. No hay buenos pronósticos para la economía en 2021”, indica Juan carlos Higueras, profesor de EAE Business School y analista económico. Estima que la recuperación económica pre-covid llegue como mínimo en 2023 y “podría ser en el 2024”. Recuerda que España tiene una serie de problemas clave que afectan a la forma que tendrá de recuperarse. Por ejemplo, “cuenta con un desempleo estructural endémico que nadie es capaz de resolver, tenemos una productividad baja y unos costes de desempleo muy elevados, (de lo más altos de la uE) y hay un sistema de pensiones que es un modelo insostenible, que necesita una reforma a fondo”. Además, hay que sumar los niveles de deuda pública muy elevados. “dependemos mucho de los servicios y el sector público está teniendo más peso específico en la economía”, añade.

Si bien la pandemia es un problema global que va a afectar a todos los países, su recuperación dependerá de cómo estaba cada uno antes de esta crisis y “España es el país que peor sale”, advierte Higueras. Vamos camino de los cuatro millones de parados y ahora hay 600.000 personas en ERtE aunque muchas de ellas no han recibido las prestaciones”. En cuanto al déficit público, cree que se trata “más de una actitud que una situación puntual, aunque es cierto que se ha disparado por la pandemia. Nos hemos acostumbrado a vivir y a dictar leyes con estructura de desequilibrio de las cuentas públicas”.

la deuda pública es otro de los grandes males de la economía española. con fecha de septiembre de 2020, “estamos en 1,31 billones de deuda pública, que no ha dejado de crecer desde antes de 2008. Representa un 114% de nuestro PiB. En los primeros nueve meses de 2020 aumentamos la deuda en 120.000 millones de euros, o lo que es lo mismo, 20 millones cada hora. El Estado, cc.AA. y Seguridad Social son quienes más deuda acumulan. las previsiones de deuda para el 2021 nos hablan de una nueva subida llegando al 117% en el mejor de los casos y al 122% en el peor escenario. “Esta subida genera una situación que lastra la economía porque más allá del 60 -80% de deuda, la economía lejos de crecer lo que hace es perder dinamismo. la deuda es buena a dosis baja”, puntualiza el profesor.

En cuanto al desempleo, Higueras lo define como un problema estructural y endémico. “Nuestra tasa de paro no baja de los dos dígitos, con una tasa juvenil muy alta. durante la pandemia tenemos una tasa artificial de paro porque está contenida con los ERtEs”, señala. Algunos de los motivos que pueden explicar esta situación son “el alto coste del despido, la ineficacia de los servicios públicos en la recolocación, la baja tasa de actividad, el alto nivel de abandono escolar ...”. Y todo ello genera una economía sumergida “que también afecta a los niveles de paro registrados”. Higueras habla también de la brecha que existe entre las profesiones que se necesitan para cubrir las vacantes de trabajo y la formación que reciben los jóvenes, sin olvidar que hay una mala percepción de la formación profesional. “debemos pensar en el modelo económico que queremos tener en el futuro”. las previsiones menos malas para el desempleo es tener una tasa superior al 14% en el 2024. “2021 va a ser duro una vez que muchos ERtEs van a generar un tsunami de parados. Se espera que seis de cada diez trabajadores que están en ERtE acabarán en el paro”, subraya el analista económico. 

“Debemos pensar en el modelo económico que queremos tener en el futuro”

Productos de toda la vida con identidad española

El éxito de Real Fábrica Española radica en la venta de productos con historia, artesanos, arraigados a pueblos y ciudades de España y que forman parte de la tradición de España. Un lugar donde los productos españoles de toda la vida se pueden ver, oler y sentir.

Textos Belén Rodrigo brodrigo@ccile.org Fotos DR

Por la cabeza de Rocío Muñoz estuvo mucho tiempo rondando la idea de crear un negocio diferente, un lugar en el que encontrar todo aquello que iba descubriendo por España en sus múltiples viajes. Productos realizados por artesanos, de calidad, que en su conjunto son marca España. Esta sevillana trabajó en sus inicios en ABc Sevilla, en comunicación y Relaciones institucionales y más tarde cambió de empresa y de área implementando tiendas para grandes cadenas comerciales por todo el país. En 2012 comenzó a viajar por España y lanzó “El blog de mi burrito”. Para ella estos animales en peligro de extinción “se asemejan a muchas marcas que pueden desaparecer, y que tal y como los burros, rebuznan fuerte y dan mucha guerra”. Rocío conocía tiendas en distintos países en los que vendían productos típicamente nacionales y estaban funcionando muy bien, como “A Vida Portuguesa”, en Portugal, pero también conceptos similares en Francia o en italia. “No se trataba de inventar nada porque es muy normal que los países vendan marcas nacionales y sus productos de toda la vida”, resalta. Optó por lanzar primero el negocio online, en el 2012, y ya entonces llamó la atención de los medios de comunicación. Empezó a vender fácilmente las naranjas y los limones de

caramelo, tan típicos en la infancia de los españoles hace varias décadas, la colonia Álvarez Gómez o el peltre, un icono de los hogares españoles desde 1942. “El negocio lo comencé sola en Punta umbría (Huelva) en una casa de mi familia a donde llegaba todo lo que iba comprando y desde donde salían los paquetes que yo enviaba por correos”, recuerda la empresaria. Su pequeño negocio fue creciendo y realizaba envíos tanto para España como para el extranjero. Siguió invirtiendo en la parte online.

El proyecto fue creciendo y ya con un equipo Rocío Muñoz se instaló en Madrid. “conseguí financiación y encontré el local, aunque no fue fácil, quería en esta zona, y me acabé instalando en una antigua imprenta”, añade. la tienda, que abrió en 2018, está en la calle cervantes, en pleno barrio de las letras. “Busqué muchos espacios, pero tenía claro que necesitaba un lugar con un buen cliente madrileño y que a su vez tuviese turismo de calidad. Esta tienda cuenta la historia de cada producto, intentamos emocionar a los clientes”, señala la fundadora.

Calidad e identidad todo lo que se vende en la Real Fábrica Española destaca por su “calidad e identidad, es algo muy español, muy auténtico”, asegura Rocío Muñoz. Hay un cambio constante de productos y recuerda que “todavía me quedan muchos rincones de España por conocer y por lo tanto seguiré trayendo sus productos. la España rural es espectacular”, resalta. tal y como ocurre en Portugal, en España hay tradición de golondrinas de cerámica, aunque mucha gente lo desconoce. Se trata de las golondrinas de Manises (cerámica). En 1921, José Gimeno Martínez moldeó en cerámica algunos ejemplares de golondrinas que se popularizaron con el tiempo y decoraron el interior y sobre todo las terrazas del levante español, convirtiéndose en un icono y ahora sus dos hijos mantienen su labor artística. En esta tienda se encuentra también muchas otras piezas de cerámica características de distintas zonas del país como la de Fajalauza (Granada). “En España existe artesanía de muy buena calidad y con un diseño estupendo”, destaca la emprendedora sevillana que sigue con planes de hacer crecer su proyecto.

En 2019 llegaron a facturar un millón de euros entre la tienda física y el online y tenía previsto abrir locales en Málaga y Mallorca, aperturas que espera llevar a cabo en 2021. “la pandemia ha cambiado los planes, pero ha habido cosas positivas, como las ventas online, que se ha duplicado”, indica Muñoz. Ha tenido momentos de verdadera locura en cuanto a las ventas, como ha sido el pasado día de la Madrid, “y en general todo el confinamiento porque las personas que enviaban regalos”. una de las líneas que quiere explotar mejor es la de la venta a las empresas, “donde hay mucho potencial”. cuenta ya con un equipo de 15 personas y abren a diario de 11 a 21 horas.

Para Rocío Muñoz es fundamental que los artesanos sean bien remunerados por su trabajo, “es algo auténtico”, y son los propios artistas los que indican el valor de venta del artículo. también tiene a la venta productos elaborados a través de proyectos sociales dando así trabajo a discapacitados o colectivos vulnerables. Por esta tienda pasa un público muy variado, tanto de edad como de estilo de vida y poder adquisitivo, “vendemos productos entre 1 y 400 euros”, señala la dueña. Pero asegura que, en tiempo de pandemia, “el madrileño es el que nos ha dado la vida, es muy tradicional”. 

Mohair y Grazalema

El textil de Mohair y de la sierra de Grazalema (sierra de Cádiz) tienen muy buena aceptación entre sus clientes. Venden mantas, bufandas, boinas y foulares. Las babutxes mallorquinas están también entre los productos más vendidos, así como chocolates catalanes y anchoas cántabras. “Este es un proyecto muy al detalle, donde cuidamos mucho la presentación”, indica Rocío. Y si bien la calidad y la identidad es lo primero, “si tiene un bonito packaging mucho mejor”. El único producto que tiene a la venta en esta tienda sin ser español es un jabón de la marca portuguesa Castelbel, un guiño al país vecino que Rocío adora y en el que tiene grandes amistades.

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