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Marketing
Brinquedos e videojogos do el corte Inglés já estão disponíveis na glovo
OEl corte inglés criou recentemente uma parceria com a Glovo, aplicação que permite comprar, recolher e entregar qualquer produto na mesma cidade, que inclui agora os brinquedos e videojogos à venda nas lojas de lisboa e Gaia Porto. Através da Glovo, podem agora ser encomendados os videojogos mais desejados, bonecos, jogos de tabuleiro ou as figuras de brincar mais populares do cinema, entre outros. A parceria com a Glovo inclui também o club del Gourmet, com centenas de referências desta unidade, onde se encontram “os melhores produtos nacionais e internacionais: chás e bolachas, conservas, doces e chocolates, mercearia, vinho e destilados e charcutarias, entre outras iguarias”. do El corte inglés de lisboa, já era possível pedir pratos preparados, assim como as propostas tentadoras d`O Forno do leitão do Zé e as deliciosas empadas da las cholas, através do pedido na plataforma Glovo. Já na loja de Gaia Porto, os utilizadores podem pedir que a Glovo lhes faça chegar as propostas da ementa da cafetaria El corte inglés e também as sugestões d’O Forno do leitão do Zé. Além de mercearias ou comidas, a aplicação entrega “Qualquer coisa”, uma possibilidade apenas disponibilizada pela Glovo, na condição de que o pedido seja efetuado numa zona onde a plataforma esteja presente e desde que o produto caiba na mochila da Glovo. A aplicação permite efetuar pedidos a todos os restaurantes da preferência dos utilizadores, bastando para tal que tenham serviço de take-away e que estes fiquem localizados nas áreas em que a Glovo opera. Para os consumidores, outra categoria fundamental entregue pela Glovo é a de parafarmácia, assim como medicamentos sem necessidade de receita médica.
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delta cafés lança máquina com comunicação wi-fi para o canal Horeca
Adelta cafés lançou a máquina de café Mayor MAXiMA, produzida no Pólo industrial da tecnidelta, a empresa do Grupo Nabeiro-delta cafés especializada, há mais de três décadas, no serviço de assistência técnica, na comercialização e reparação de máquinas de café, moinhos e equipamentos hoteleiros. destinada ao canal Horeca, esta nova máquina demonstra como a tecnologia torna ainda mais fácil o ritual de preparar um café expresso delta. A Mayor Maxima garante uma maior comodidade ao utilizador através da disponibilização de uma app que permite ligar e desligar a máquina, fazer o aquecimento de chávenas, programar a pré-infusão, aceder a estatísticas, bem como ao apoio técnico online, através de comunicação sem fios (wi-fi e GSM) que atua à distância. A Mayor Maxima está equipada com uma torneira de vapor, com abertura duas vezes mais rápida, aquecedor de chávenas que poderá ser programável através da app, torneira de água quente, iluminação na área de serviço com leds, bem como um sistema eco para poupança energética, na ordem dos 30%. A par de uma utilização inteligente e prática, a Mayor Maxima tem um design modular, com uma base em aço inoxidável escovado combinado com aço lacado a preto e grelhas em aço inox. Para se adaptar a diferentes espaços, os painéis frontais inferiores podem ser personalizados com diferentes motivos em material lacado ou revestido a vinil laminado. Este novo modelo resulta de um concurso promovido pela tecnidelta, em 2015. André Gouveia foi o jovem vencedor da iniciativa e vê, agora, o seu projeto de design materializado no mercado nacional.
prosegur apresenta nova identidade e missão corporativas
AProsegur acaba de apresentar a sua nova identidade corporativa, com o objetivo de refletir a transformação pela qual a empresa tem vindo a passar, bem como a sua visão de liderança, através da inovação. Esta aspiração resultou num novo propósito empresarial: “tornar o mundo um local mais seguro, cuidando das pessoas e das empresas, mantendo-se na vanguarda da inovação”. Além disso, através da atualização dos seus valores, a empresa enfatiza a forma como atua e o papel fundamental que diferentes equipas desempenham. Sob o princípio “cuidamos das pessoas”, a Prosegur mostra que proteger a sociedade por meio da antecipação, prevenção, inovação e colaboração é uma prioridade. Por seu lado, o valor “Nós pensamos positivo” remete para um modelo de aprendizagem que tira proveito do passado, no sentido de orientar a tomada de decisões no futuro, num ambiente construtivo que potencia as conquistas da equipa. Por fim, o valor “Somos imparáveis” sugere a antecipação a novos desafios e que o progresso tecnológico e a melhoria contínua dos processos proporcionam um ambiente mais seguro e eficiente. Esta mudança é também marcada pelo intenso ritmo de crescimento da empresa nos últimos anos, com a oferta de “serviços cada vez mais digitais e inovadores”.
A empresa transformou também a sua identidade visual, tornando-a mais simples e adaptada aos ambientes digitais. Paralelamente, redesenhou a arquitetura da sua marca, simplificando-a e dando coerência a todas as linhas de negócio. Assim, sob a marca corporativa Prosegur, a empresa possui cinco áreas de negócio distintase uma Fundação: a Prosegur Security, a Prosegur cash, a Prosegur Alarms, a Prosegur AVOS e a cipher e a Prosegur Foundation.
Aliberty assinalou, no início de novembro, a terceira edição da “Semana da Experiência do cliente”, uma semana que a empresa dedica à discussão sobre as tendências de consumo e sobre como se pode potenciar a experiência dos clientes, sensibilizando os colaboradores para o propósito da seguradora: ajudar as pessoas a desfrutar o presente e olhar com confiança para o futuro. Esta edição, na qual o papel dos mediadores foi a temática principal, foi organizada pela primeira vez de forma totalmente virtual e interativa e incluiu novas atividades, como a partilha das melhores práticas e experiências vividas nestes meses de pandemia, que condicionaram a experiência do cliente neste e noutros setores. durante o ano de 2020, foi também criado o “Wall of commitment” com a finalidade de motivar os colaboradores da empresa a reforçarem o seu compromisso com a experiência do cliente, convidando-os a refletir sobre a sua importância para a empresa e sobre como o seu trabalho pode contribuir para uma experiência melhor para todos os clientes da seguradora. Outra novidade foram as “Broker stories”, através das quais os colegas da equipa comercial partilharam como continuaram a acompanhar os mediadores de forma virtual, nos últimos meses. Para concluir esta edição, a liberty organizou as “cX talks”, nas quais mediadores, parceiros, especialistas de outros setores e colaboradores refletiram sobre o seu trabalho na experiência com os clientes e partilharam as melhores práticas durante a pandemia e a forma como estiveram sempre ao lado dos mesmos. A primeira “cX talks” teve como objetivo partilhar os testemunhos dos mediadores da liberty sobre o seu trabalho na experiência com os clientes. desta forma, a seguradora destacou o papel do mediador, uma das figuras-chave para o setor de seguros e, em concreto, para a liberty. Jesús Núñez, diretor executivo de Vendas e distribuição da liberty, explicou que para a sua empresa, “as pessoas estão em primeiro lugar. Acreditamos que o progresso ocorre quando elas se sentem seguras. Por isso, este ano mais do que nunca, quisémos aprimorar a sua experiência no desenvolvimento de produtos modulares, criando um novo ecossistema digital a partir do zero e ficando com os nossos mediadores para ajudá-los a crescer e adaptarem-se ao campo digital. Além disso, durante as cX talks, pudémos conhecer as melhores práticas durante estes meses difíceis e aprender com quem melhor sabe como lidar com os clientes: os nossos mediadores”, concluíu o mesmo responsável.
epson anuncia novas impressoras de grande formato multifunções
rede pickup da dpd portugal premiada pelo 6º ano consecutivo com “cinco estrelas”
Para as empresas que precisam de uma impressora de grande formato multifunções, mas têm espaços de trabalho limitados, a Epson anuncia o lançamento das impressoras três em um Surecolor Sc-t3100M e Sc-t5100M. compactas, fiáveis e económicas, as plotters Sc-t3100M de 24 polegadas e Sc-t5100M de 36 polegadas não comprometem a capacidade. A série é ideal para desenho técnico, plotagem de mapas cAd e SiG e impressão de uma gama de ativos para os setores do retalho e da hotelaria. A série de impressoras conta com fluxo de trabalho de digitalização superior, com um digitalizador de 600 ppp, que replica com precisão os documentos (até 2,72 metros), em diferentes formatos, e os envia em segurança para vários destinos, além de redimensionar as cópias originais. uma bandeja suporta documentos digitalizados para evitar que os originais sejam danificados no chão. A gama foi concebida para estar livre de poeiras de origem – a qualidade de impressão e os componentes internos estão protegidos–, o que a torna a solução ideal para ambientes como escritórios em locais de construção e zonas de passagem elevada. O design compacto da Sc-t3100M permite a sua instalação nos espaços mais reduzidos e um transporte fácil. Graças ao baixo custo total de propriedade, os utilizadores terão a tranquilidade de saber que os custos de impressão continuarão acessíveis durante a vida útil da impressora. Ambas as impressoras são compatíveis com a plataforma Epson cloud Solution Port, disponível gratuitamente, para que os utilizadores atualizem e monitorizem o equipamento em vários sítios, desde a área de produção até locais remotos.
ARede Pickup da dPd Portugal ganhou, pelo sexto ano consecutivo, o “Prémio cinco Estrelas 2021”, na categoria de entregas de encomendas em lojas de proximidade, com uma classificação de 82,3%. A rede Pickup é reconhecida pelos consumidores portugueses como uma alternativa preferencial na hora de levantar as suas encomendas. com cerca de 700 lojas disponíveis, esta é uma das maiores redes de lojas de proximidade do País que agora conta com um reforço de mais 40 lockers (cacifos eletrónicos) que se encontram instalados em locais de grande passagem, como as gares do Oriente, cais do Sodré, Rossio, Santa Apolónia e Sete Rios, ou lojas FNAc e leroy Merlin dispersos por Portugal. Esta rede de lockers é a mais extensa no país e é uma solução implementada há seis anos pelo dPdgroup na Europa. “Este prémio é mais um reconhecimento do trabalho que a dPd tem feito em Portugal de forma a responder às necessidades dos seus clientes”. Nestes 10 anos de existência de rede Pickup em Portugal, “recolhemos e entregámos mais de 12,5 milhões de encomendas pela rede Pickup, e temos sabido investir na mesma, aumentando o número de lojas disponíveis, e mais recentemente, criando a maior rede de lockers no nosso país”, sublinha Olivier Establet, presidente da dPd Portugal. A Pickup é a única rede de entrega e levantamento de encomendas certificada pela SGS em Portugal, e “é igualmente a melhor, na perspetiva da satisfação dos consumidores que avaliam as marcas candidatas ao ‘Prémio cinco Estrelas”, o qual tem por base critérios como a satisfação pela experimentação, relação preço-qualidade, intenção de compra ou de recomendação, confiança na marca e inovação, que são tidos em conta no momento da decisão de compra dos consumidores. Pensando na comodidade dos consumidores, a dPd relembra que, neste período de compras mais intensas, a opção de receber encomendas “num ponto Pickup é a mais aconselhada. Além de poder escolher a loja onde pretende levantar a encomenda, poderá igualmente decidir o momento em que se dirige à loja para o realizar, uma vez que receberá uma mensagem que confirma que a mesma já se encontra disponível. Esta solução é a mais rápida, já que as encomendas se encontram nas lojas Pickup na manhã seguinte à sua expedição pelo retalhista, e a mais conveniente, considerando que 95% da população se encontra coberta a menos de 15 minutos por uma loja Pickup”.
coviran lança campanha de tV centrada na proximidade aos clientes
Acoviran Portugal lançou uma nova campanha de televisão (na foto), sob o mote “coviran, o seu amigo do lado”, que destaca a proximidade geográfica e o acompanhamento personalizado que existem nas lojas coviran. Estas características fazem com que haja, em muitos casos, uma “ligação de amizade” para com os seus clientes, um sentimento que se acentua especialmente na época festiva que se atravessa. “Numa fase em que os portugueses mais precisam de manter as ligações afetivas, a nova companha da coviran Portugal vem reforçar que, mais do que um supermercado para os portugueses, as lojas coviran são o seu amigo do lado porque conhecem os seus hábitos e preferências, garantindo sempre uma oferta de qualidade e adaptada às suas necessidades, sempre com um atendimento personalizado. Queremos reforçar essa ligação, afirmando que continuamos aqui para os apoiar seja em que altura for e para oferecer o que temos de melhor.”, destaca Acácio Santana, diretor-geral da coviran Portugal. concebida para televisão e com a assinatura da Reprise, a nova cam-
panha está a ser exibida nos canais do Grupo impresa, nomeadamente, Sic, Sic Notícias e Sic Mulher, de 1 de dezembro a 10 de janeiro de 2021. E terá destaque, enquanto patrocinador, na novela “Viver a Vida”, exibida na Sic.
Whirlpool reembolsa até 250 euros na compra de uma placa de indução ou forno W collection
Até 15 de janeiro, na compra de um dos modelos em promoção – placa de indução ou forno W collection–, a Whirlpool oferece a oportunidade de recuperar parte do seu investimento. Os fornos encastráveis da gama W collection proporcionam uma combinação única de tecnologia avançada, design de ponta e flexibilidade de utilização. Graças à tecnologia 6º Sentido presente nos fornos W collection, a cozedura dos alimentos é monitorizada por sensores inteligentes, que adaptam o tempo de cozedura, a humidade e a temperatura ideais, possibilitando resultados perfeitos. É ainda possível encontrar tecnologias e funções inteligentes e intuitivas como o SteamSense+ (injeção de vapor que realça o sabor dos alimentos), cook4 (possibilidade de cozinhar até quatro refeições diferentes em simultâneo, sem mistura de odores) e o Ready2cook (potente sistema de convecção, que permite alcançar a temperatura ideal do forno, sem necessidade de pré-aquecimento). “igualmente eficazes e dotadas de uma tecnologia inovadora, as placas de indução da Whirlpool oferecem facilidade de utilização e desempenho superior, além de um design elegante e minimalista”, salienta a marca de eletrodomésticos. com as quatro funções 6º Sentido presentes nas placas de indução, basta selecionar o programa e a placa define automaticamente o nível de temperatura ideal para o método de cozedura desejado (manter quente, derreter, ferver e ferver em lume brando). Pode-se, ainda, encontrar funções como o Flexicook, que permite o uso flexível da área criada pela combinação de duas zonas de cozedura, e o chefcontrol, que divide a placa em três zonas de aquecimento diferentes e as ativa automaticamente, dependendo da posição da panela. desenhada para uma fácil instalação, a placa pode ser diretamente colocada na bancada sem esforço. Para além destas vantagens, com a nova campanha de reembolso, o comprador de um destes modelos tem ainda a possibilidade de recuperar parte do seu investimento até 250 euros, tendo esta participação de ser feita até 30 dias após a compra.
gran tema
Combater o desperdício
alimentar gera poupanças para todos
O combate ao desperdício alimentar pode ajudar a recuperar até um terço de todos os alimentos produzidos e que normalmente estão a ir para o lixo por não serem consumidos. Isto representa mais de um milhão de toneladas de alimentos, de acordo com um recente estudo, onde se analisam medidas mais racionais de gestão de alimentos pela grande distribuição, por forma a evitar que se percam antes de serem consumidos, gerando poupanças de vários milhões de euros para a própria distribuição, que poderiam refletir-se numa redução dos custos dos alimentos para os consumidores, aponta o mesmo estudo. Além dos passos que estão a ser dados por esta frente de comercialização, há outras áreas da sociedade que têm começado a criar iniciativas que visam travar este desperdício. Também o Estado quer colaborar neste esforço, tendo criado há cerca de três anos a Estratégia Nacional de Combate ao Desperdício Alimentar (ENCDA). Uma preocupação que ganha força nos tempos difíceis em que se vive.
Os números são alarmantes. de acordo com a Organização das Nações unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), um terço de toda a produção alimentar humana acaba desperdiçada. Só na Europa, cerca de 88 milhões de toneladas de alimentos são desaproveitadas anualmente, o que representa um custo de cerca de 143 biliões de euros.
Por outro lado, o desperdício alimentar é responsável por uma emissão de gases de efeito de estufa equivalente à emitida pela rede global de transportes terrestres. Ainda de acordo com a FAO, se o desperdício alimentar mundial fosse um país, seria o terceiro maior emissor destes gases, logo a seguir à china e aos Estados unidos, contribuindo assim para o aquecimento global. Este é, portanto, um desafio transversal a diversas áreas da atividade humana e que afeta a todos, desde o produtor até ao consumidor. uma das metas dos Objetivos de desenvolvimento Sustentável das Nações unidas para 2030 é reduzir para metade o desperdício de alimentos per capita a nível do retalho e do consumidor.
A situação é idêntica em Portugal, estimando-se em cerca de um milhão de toneladas os alimentos que são deitados para o lixo todos os anos. Mas o pais, tal como outros congéneres europeus, está a começar a despertar para a necessidade de combater o desperdício alimentar, quer em termos de organização da sociedade civil, quer a nível de estratégia governamental.
A Estratégia Nacional de combate ao desperdício Alimentar (ENcdA) e o respetivo Plano de Ação – que foram apresentados há três anos e que envolvem a direção-Geral do Gabinete de Planeamento, Políticas e Administração Geral (GPP), a entidade coordenadora da comissão Nacional de combate ao desperdício Alimentar (cNdA) – têm como missão "promover a redução do desperdício alimentar através de uma abordagem integrada e multidisciplinar", estando aberta a apoiar ações do setor privado. A GPP tem por missão geral apoiar a definição das linhas estratégicas e prioridades das políticas do Ministério da Agricultura e do Ministério do Mar e coordenar, acompanhar e avaliar a sua aplicação, bem como assegurar a sua representação no âmbito comunitário e internacional.
A Estratégia Nacional delineada pela cNdA definiu como objetivos estratégicos o diagnóstico, avaliação e monitorização do desperdício alimentar a nível nacional, a identificação de boas práticas existentes no país e em termos internacionais, a sistematização de indicadores de medida do desperdício alimentar nas diferentes fases da cadeia alimentar, de acordo com metodologias ao nível da união Europeia e da OcdE, ou ainda a promoção de parcerias com entidades da sociedade civil com iniciativas já desenvolvidas neste âmbito, bem como a promoção da criação e desenvolvimento de uma plataforma eletrónica que assegure a gestão interativa dos bens alimentares com risco de desperdício. Esta plataforma visará ainda a definição de medidas que além do combate ao desperdício alimentar promovam também objetivos de segurança alimentar, saúde pública, combate à pobreza e de boas práticas na produção, na indústria agroalimentar, na distribuição e no consumo.
A nível comunitário, Portugal integra a nova plataforma digital, em fase de arranque, lisboa Zero, promovida pela comissão Europeia, no âmbito do projeto Force – cities cooperating for circular Economy. trata-se da primeira plataforma inte-
Consumidores associados em cooperativas para comprar frescos, passando por supermercados que vendem produtos em fim de validade, ou produtores e restaurantes a colaborar com apps anti-desperdício são alguns dos projetos criados pela comunidade
Retalho pode reduzir um terço do desperdício alimentar na sua cadeia de abastecimento
Um recente estudo desenvolvido pela consultora líder mundial em estratégia de gestão, Boston Consulting Group, em parceria com a Sonae e o World Business Council for Sustainable Development (WBCSD), sugere que o desperdício alimentar no retalho pode ser reduzido em um terço. No relatório “A Recipe to Reduce Food Loss and Waste”, são propostas cinco medidas para reduzir as perdas ao longo da cadeia de distribuição, que já estão a ser testadas nos estabelecimentos da Sonae. Estima-se que todos os anos sejam desperdiçados cerca de um terço de todos os alimentos produzidos. Isto representa 1,6 mil milhões de toneladas de alimentos a nível global e mais de um milhão em Portugal, com elevados custos a nível ambiental e social. Para fazer frente a este problema, foram lançados cinco projetos-piloto para reduzir o desperdício de frutas e vegetais (áreas onde se verifica o maior desperdício). Os resultados iniciais estimam que, alargando a escala, as medidas aplicadas permitiriam diminuir em um terço o desperdício ao longo da cadeia de abastecimento da Sonae. Ou seja, seriam desperdiçadas menos 12 mil toneladas de alimentos por ano. Isto representaria também a geração de um valor de 10 milhões de euros por ano, entre poupanças e novas oportunidades de negócio, para os vários participantes na cadeia de abastecimento. Se aplicadas a todo o setor, podiam ser evitadas mais de 50 mil toneladas de desperdício alimentar, todos os anos. “O estudo conjunto que fizémos com a Sonae e com o WBCSD prova que a adoção de práticas sustentáveis de redução do desperdício alimentar ao longo da cadeia de abastecimento do retalho são win-win, beneficiando tanto a população em geral, por um acesso gratuito ou a preços reduzidos a alimentos bons e perfeitamente adequados ao consumo em plenas condições de segurança e qualidade, como os próprios participantes na cadeia de valor”, comenta Miguel Abecasis, managing director & senior partner da BCG Lisboa e co-autor do estudo.
Algumas das medidas propostas
Este estudo, que envolveu cerca de 120 fornecedores da Sonae, identificou 50 melhores práticas já adotadas ou em estudo noutros países, expondo como prioritárias cinco medidas que podem ser aplicadas ao contexto nacional. - Redução da rejeição de frutas e legumes não calibrados. Um dos problemas identificados foi que cerca de 40% do desperdício deve-se à rejeição por parte do retalho moderno de frutas e vegetais que não cumprem com os requisitos estéticos e de tamanhos ou calibres definidos,
tendo sido proposto rever estes requisitos, tornando mais amplo o leque de produtos considerados aceitáveis, até pela exploração de outros nichos de mercado (como baby apples para crianças). - Transformação e aproveita-
mento de alimentos perecí-
veis. Outra conclusão do documento foi que uma parte significativa dos alimentos nunca chegam ao consumidor final pelo seu caráter altamente perecível.
Uma das soluções passa por criar unidades de desidratação para reaproveitar estes alimentos que podem ser consumidos secos. - Aumento de doações. A promoção do aumento das doações é também fulcral, sobretudo num contexto de dificuldades económico-sociais como o atual. A estas medidas junta-se a criação de um marketplace, onde os produtores podem mostrar os alimentos perecíveis que têm disponíveis e que, passado o ponto de utilização, podem ser usados para sumos, corantes naturais ou outros produtos processados, e a campanha
“Demasiado Bom Para Des-
perdiçar”, que visa incentivar os consumidores a uma mudança de comportamento, procurando, por exemplo, peças soltas, sobre as quais habitualmente não recai a escolha.
grada para a gestão global dos excedentes da produção de alimentos, com o objetivo de evitar o desperdício em toda a linha de produção, distribuição e consumo. lisboa foi precisamente a cidade escolhida para o arranque desta plataforma colaborativa.
A plataforma ainda não está totalmente finalizada, mas o objetivo será fazer com que empresas possam doar os excedentes a quem mais precisa, como instituições de solidariedade social, paróquias, fundações, entre outras entidades. desta forma, será possível contribuir não só para combater a escassez de alimentos, como para reduzir a pegada de carbono, contribuindo para a redução de toneladas de emissões de cO2 e de consumo de recursos hídricos. consequentemente, ao evitar o desperdício da produção de alimentos, os fabricantes podem concentrar-se
Projeto Fruta Feia poupa toneladas de hortofrutícolas por ano
Há sete anos, surgiu o projeto Fruta Feia, uma cooperativa que tem como associados consumidores finais. A preferência dos grandes canais de distribuição por frutas e hortaliças perfeitas em termos de formato, cor e calibre acaba por representar uma das principais fontes do atual desperdício alimentar, em que é deitado fora, em média, 30% do que é produzido pelos agricultores. O projeto Fruta Feia tem como objetivo principal canalizar essa parte da produção hortofrutícola até àquele consumidor que não julga a qualidade pela aparência, reduzindo tanto o desperdício como o gasto desnecessário dos recursos utilizados na sua produção. Como funciona o projeto? A responsável Maria Canelhas explica que se tratam de "pessoas que se inscrevem na cooperativa e compram um cabaz semanalmente. Hoje em dia, ultrapassam os 6.500" associados. Fora do âmbito da atividade principal de venda de cabazes aos consumidores associados, a cooperativa trabalha ainda com uma dezena de restaurantes e IPSS, que compram fruta feia ao quilo. Além desta vertente, a cooperativa faz doações de fruta a instituições de solidariedade social, que recebem diariamente os cabazes sobrantes no final do dia (dos associados que não vieram levantar a cesta), que depois reencaminham para pessoas com carência. "Não há um perfil específico de consumidor associado na Fruta Feia. Procuram-nos pessoas muito diferentes entre si no que respeita a, por exemplo, nível de escolaridade, background social, condição económica, ou nacionalidade", refere Maria Canelhas. "Compramos diretamente aos produtores da região aquelas frutas e hortícolas que eles não conseguem escoar no mercado normal, devido à sua cor, formato e calibre e, no mesmo dia, montamos cabazes com esses produtos e vendemos diretamente aos consumidores associados", explica Maria Canelhas, enumerando ainda diversas vantagens quer para os produtores quer para os compradores desta forma de escoamento. "Do lado dos agricultores, estes têm uma rentabilidade extra ao venderem a um preço justo aquilo que antes deitavam fora, apesar de já terem tido custos para o produzir. Do lado dos consumidores, estes têm acesso a produtos frescos, da época, da região e de alta qualidade a um preço reduzido, sendo a Fruta Feia o elo de ligação entre produtor e consumidor". "Produtores e consumidores formam uma comunidade que todas as semanas evita o desperdício de cerca de 15 toneladas de frutas e hortícolas, através de uma cooperativa cujo modelo operacional se baseia numa Lean Chain, isto é, utilizando o mínimo de recursos possíveis e sem gerar desperdício ao longo da cadeia". No total, são poupados, assim, cerca de 700 toneladas de produtos por ano, de 260 agricultores. Em termos de preços, os consumidores pagam por um cabaz destes entre 50 a 66% menos do que pagariam num supermercado. Fazendo uma comparação com o resto da Europa, Portugal ainda tem muito a caminhar em termos de combate ao desperdício alimentar, considera Maria
Canelhas. "No que respeita ao desperdício devido à aparência, ao nível do agricultor, ainda há bastante trabalho por fazer e muitas toneladas de desperdício por evitar. Há vários projetos dedicados ao tema do desperdício, todos no bom caminho, mas ainda não se consegue chegar a todos os agricultores. Tendo consciência disto, além da replicação da Fruta Feia em cidades portuguesas, temos vindo também a apostar na sensibilização dos consumidores, não só em Portugal como além-fronteiras", adianta a mesma responsável. E aponta: "todos os setores que compram, transformam e vendem frutas e hortícolas deviam fazê-lo, independentemente da aparência dos produtos. Assim a fruta feia teria um novo valor, definitivamente seria devolvida aos mercados habituais e deixaria de ser um problema de desperdício no campo", frisa a gestora. "A pandemia veio evidenciar o lugar que a Fruta Feia ocupa na cadeia agroalimentar, do campo à cidade. No campo, ficou clara a solução de escoamento que a cooperativa representa para os agricultores, mantendo uma economia que se revelou essencial durante o confinamento. Na cidade, ficou claro o canal seguro e justo de acesso a bens de primeira necessidade que a Fruta Feia representa para os nossos associados, à parte duma maneira direta destes conseguirem apoiar os agricultores da região", referem os promotores da iniciativa. A Fruta Feia ganhou dois "óscares" da Comissão Europeia, com o projeto FLAW4LIFE!, na categoria de ambiente, atribuído pelo júri da UE, e o do público.
Aplicações To Good To Go e Phenix salvam refeições
A tecnologia é também, sem dúvida, um importante aliado da otimização do planeamento de refeições, nomeadamente de restaurantes, para evitar que muitas acabem diariamente no lixo. A Too Good To Go (TGTG) e a Phenix são duas das mais conhecidas e com mais utilizadores em Portugal nesta área. Com pouco mais de um ano de existência, a TGTG conta já com "uma comunidade de mais de 470 mil utilizadores e mais dois mil parceiros, desde restauração até grandes grupos da indústria alimentar, como a Auchan, Intermarché, Meu Super, Nestlé e Danone". No âmbito desta comunidade, foi possível salvar, no último ano, "mais de 280 mil refeições do desperdício, o que equivale a 700 toneladas de CO2 que não foram libertados para a atmosfera, caso essas refeições fossem desperdiçadas – o equivalente a 1.834 voos de Lisboa-Londres", lembra a TGTG, que se assume como "uma empresa de impacto social, que tem como missão o combate ao desperdício alimentar, motivando e incentivando a uma nova forma de consumo". E como funciona? Na aplicação, os utilizadores podem comprar "Magic Boxes", de forma simples. Escolhem o estabelecimento que mais gostam, reservam a sua "Magic Box" na aplicação e dirigem-se ao espaço para fazer a recolha, no horário estabelecido. "Aí, são surpreendidos com uma seleção de produtos, tendo em conta a natureza de cada estabelecimento. O facto de estas Magic Boxes serem surpresa — pois é impossível prever o desperdício de forma tão detalhada — cria uma dinâmica especial e uma experiência única". Ainda assim, antes de pedir a sua caixa de refeição-surpresa, o utilizador pode filtrar as suas escolhas na aplicação e descobrir qual o estabelecimento que mais lhe interessa, com base na oferta habitual de cada espaço. A aplicação é gratuita e está disponível para iOS e Android. Em linha com este sucesso nacional, estão os números globais da TGTG, que num universo de 15 países, já conta com uma comunidade de 26 milhões de utilizadores e mais de 71 mil estabelecimentos, que, juntos já salvaram cerca de 47 milhões de refeições, adianta a empresa. Estas equivalem a mais de 118 mil toneladas de CO2. Uma economia circular, que possibilita uma vantagem para o consumidor, para o ambiente, mas também para o estabelecimento, que encontra nesta solução uma segunda oportunidade de escoar excedente que se iria transformar em desperdício, reduzindo a sua pegada ecológica e otimizando a sua operação, dando uma segunda oportunidade aos alimentos. Em Portugal, estima-se que cada pessoa deite para o lixo, em média, 132 quilos de comida por ano. Sendo que as famílias desperdiçam 324 mil toneladas. Com a mesma vocação, a Phenix faz "renascer" comida que, de outro modo, poderia acabar no lixo. Possui atualmente "mais de 150 mil utilizadores em Portugal" e "mais de 500 parceiros na aplicação, maioritariamente comércio local e tradicional, com a restauração a representar cerca de 40% do total dos nossos parceiros. A aposta para o ano passa, precisamente, por abarcar também as grandes cadeias de distribuição, mantendo o foco no comércio local e tradicional", comenta à "Actualidad€" Frederico Venâncio, general manager da Phenix em Portugal. "As vantagens do nosso serviço são comuns a todos os clientes que escolhem juntar-se a ele: escoamento dos excedentes do dia, a um preço definido pelo comerciante, sendo que recomendamos que a percentagem de desconto, relativamente ao PVP habitual nunca fique abaixo dos 50%; oportunidade de chegar a mais clientes que, de outra forma, poderiam não ter o conhecimento destes espaços comerciais; associação a uma causa ecológica e social, como é o combate ao desperdício, através da presença na aplicação, que revela a preocupação dos espaços comerciais parceiros com o meio e a comunidade em que se inserem". A adesão também é facilitada. "A adesão à aplicação, por parte dos comerciantes, não podia ser mais simples: durante o contacto com a Phenix, é criada a conta de administrador do comerciante. Nessa conta, o mesmo tem total liberdade para definir a quantidade de cabazes (o nome que damos aos produtos colocados à venda – a ideia é que nunca seja colocado apenas um produto, mas, sim, um cabaz, composto, por exemplo, por várias frutas e legumes, artigos de padaria e/ou pastelaria, menus refeição, etc.), os dias e horas em que são disponibilizados os cabazes na aplicação e o respetivo horário de levantamento, bem como o preço de cada cabaz. Estes são critérios que ficam totalmente do lado do comerciante. O comerciante pode também decidir se quer ter cabazes pontuais ou recorrentes, à venda na aplicação, consoante o nível de desperdício diário que tem". Frederico Venâncio sublinha ainda o
"suporte" dado "ao longo de todo o processo e presença de cada comerciante na aplicação", através de "um gestor de conta dedicado que, para além de ajudar no processo inicial, presta auxílio e formação constante na questão do combate ao desperdício", bem como "dicas para maximizar os seus produtos na aplicação". "Para os consumidores, as vantagens dividem-se em económicas, práticas e ambientais: economicamente, os nossos utilizadores têm a possibilidade de comprar alimentos que estão perfeitamente aptos para consumo à data de compra, por um preço depreciado", que podem chegar aos 70%. A aplicação prevê ainda um sistema de pontos de fidelização. "Relativamente à questão prática, a aplicação é muito intuitiva, tendo um sistema de filtros e geolocalização que permite ao utilizador filtrar as lojas disponíveis, não só por regimes alimentares ou tipos (frutarias, mercearias, supermercados, restaurantes, alimentação vegan, vegetariana, etc.), mas também por localização, mostrando em primeiro lugar as lojas mais próximas da sua localização atual. É também prática, porque a única coisa que o utilizador tem de fazer é deslocar-se à loja e efetuar o levantamento do seu cabaz, no horário proposto pelo comerciante, na aplicação. A reserva e pagamento são feitos diretamente dentro da aplicação. Para terminar, a nível ambiental, as vantagens prendem-se com o combate ao desperdício e com a redução de emissões de CO2 para a atmosfera (é possível consultar, na área pessoal da aplicação, a quantidade de CO2 que cada utilizador já evitou)", acrescenta o responsável. "Com o nosso trabalho, tanto com a aplicação como com o outro serviço que dispomos, o serviço de doações (onde convertemos excedentes de supermercados e outras grandes cadeias alimentares, em doações para instituições) já conseguimos evitar o desperdício de mais de 2,5 milhões de refeições, desde 2016, ano em que nos estabelecemos em Portugal. "Todas as áreas onde se registe desperdício" são passíveis de aderir à plataforma. "Apesar da nossa aplicação estar muito mais focada na questão alimentar, temos também parceiros como floristas, que colocam cabazes com plantas e flores. Não existe uma barreira aos bens não alimentares. Muito pelo contrário– no futuro, gostaríamos de contar também com cabazes compostos com produtos de higiene pessoal ou outros artigos". noutro tipo de produção e de segmentos de consumo.
Já para os cidadãos comuns, esta plataforma será útil para a consciencialização de temas relacionados com o consumo mais sustentável, separação de resíduos, reciclagem e hábitos de vida e alimentação mais saudáveis, defendem os promotores na respetiva página web.
Na fase-piloto de lançamento, a lisboa Zero contou com a participação de empresas como a Auchan, Pingo doce, Ritz Four Seasons lisboa e o restaurante A Valenciana, entidades que colaboram já na rede Zero desperdício.
A nível individual, algumas destas entidades fazem já também as suas campanhas anti-desperdício, sobretudo para consciencializar os consumidores a poupar (ver caixas nas págs. 34 a 39). Estes são alguns dos diversos projetos da comunidade que começam a apostar no combate ao desperdício alimentar (que se poderá estender a outras áreas que usam matérias-primas agrícolas, como o vestuário), como forma de poupar recursos, face às dificuldades financeiras que muitos portugueses enfrentam.
Danone responde aos desafios climático e do desperdício alimentar A danone, presente em Portugal há 30 anos, não quer ser apenas uma empresa produtiva e líder de mercado. O fabricante de produtos lácteos procura também "fazer escolhas e opções conscientes, que vão ao encontro de um futuro mais sustentável e de uma preocupação constante e crescente de escolhas ambientais".
Em declarações à "Actualidad€", luis Pêgo, diretor comercial da danone em Portugal, refere que "no âmbito da redução do desperdício alimentar, temos uma forte colaboração com a too Good to Go, Refood e Banco Alimentar contra a Fome". Na too Good to Go (tGtG), a marca está presente desde agosto, contando "já com quatro pickup points, em lisboa e no Porto, e conseguimos já salvar cerca de seis toneladas de iogurtes e leites fermentados, que disponibilizámos ao consumidor a uma fração do seu preço habitual. Em paralelo, ao Banco Alimentar e à Refood, doámos em 2020 cerca de 440 toneladas de produto. Adicionalmente, aderimos também ao Movimento unidos contra o desperdício – um movimento cívico e nacional, agregador e educativo, que une a sociedade num combate ativo e positivo ao desperdício alimentar e que conta com o alto patrocínio da Presidência da República", precisa luis Pêgo. "O combate ao desperdício alimentar é absolutamente fulcral para a danone Portugal", adianta o responsável. Assumindo-se como "líderes do setor agroalimentar, temos a responsabilidade de ajudar a reduzir o desperdício alimentar", para desta forma, chegar a "vários
GoodAfter: produtos de mercearia até 70% mais baratos
O conceito do GoodAfter é claro e adapta-se aos tempos atuais: um supermercado online onde se podem comprar produtos de higiene e mercearia em fim de validade, a quase metade do preço, ou mesmo até 70% mais baratos. Portugal é um dos países onde esta plataforma virtual cresceu mais, em tempo de pandemia. Segundo Chantal Camps, fundadora do projeto, nascido em 2016, ano europeu do combate ao desperdício alimentar, teve um crescimento bastante forte em 2020. "As vendas aumentaram 250% entre março e maio face ao período homólogo de 2019, mantendo-se desde aí este crescimento exponencial". Uma das razões, aponta, foi o facto de que "conseguimos cumprir com os prazos de entrega", quando os outros supermercados online não conseguiam, perante a avalanche de pedidos que se registou durante o primeiro confinamento, relembra. A plataforma, que entrega também as encomendas em Espanha (em qualquer ponto do território espanhol, por 4,95 euros) em 24 horas, permite entregas grátis de encomendas a partir dos 49 euros. Abaixo desse valor, a taxa de entrega é de 3,95 euros por encomenda, para Portugal. Se efetuada até às 13h00, a encomenda é entregue no dia útil seguinte. O serviço de entrega é efetuado com recurso a empresas de estafetas. Neste supermercado, estão disponíveis todo o tipo de produtos não perecíveis, mas cuja data preferencial de consumo está prestes a terminar ou já terminou, ou ainda séries descontinuadas, em que as marcas preferem não continuar a vender nas prateleiras dos supermercados convencionais. Tratam-se assim, de produtos que têm na sua rotulagem que devem ser consumidos de "preferência antes de" uma determinada data e que apresentam "total segurança alimentar". "A única coisa que pode estar em causa são as características organolépticas, ou seja, ao nível do cheiro, cor ou sabor, mas sem afetar a segurança alimentar". São desde conservas, leite, bolachas, massa, bebidas e muitos outros alimentos embalados e que não precisam de frio. No próprio site e na fatura final, em cada artigo, está indicada a razão do produto ter um preço de comercialização com desconto. "Já salvámos 180 toneladas de comida desperdiçada", refere a gestora do projeto em Portugal e Espanha. "Já vendemos mais de 200 mil unidades de oito mil produtos diferentes", frisa Chantal Camps, referindo como principais fornecedores a Jerónimo Martins, a Cerealis, Nicola, Condi, Nobre, entre outros. "Os nossos fornecedores vão desde os fabricantes até à pequena mercearia, porque todos eles têm problemas de validade ou linhas descontinuadas/ obsoletas ou produtos sazonais", enquadra a gestora. "Temos mais de sete mil clientes e mais de 50% destes estão fidelizados". A empresa conta com quatro funcionários e quatro sócios. objetivos de desenvolvimento sustentável, nomeadamente a redução da fome, a preservação do meio ambiente e a produção e consumo responsáveis", conclui o mesmo responsável. "Na redução do desperdício alimentar, todos ganham, desde o consumidor, que pode ter acesso a produtos mais próximos da data de validade, mas perfeitamente aptos para consumo, e que são disponibilizados a um preço muito inferior ao normal PVP recomendado; passando pela população carenciada, que recebe os donativos e que pode, assim, ter acesso a uma alimentação mais rica e saudável; e claro, o meio ambiente, que acaba por ser poupado, ao não serem geradas as emissões de gases com efeito de estufa consequentes da produção e degradação de excedentes de produção e que não seriam consumidos".
A empresa de produtos lácteos refere ainda a campanha que tem em curso nos supermercados, em que, por cada pack comprado da gama "Juntos", é doado um iogurte a uma família carenciada.
A consciência de todos sobre este tema "está a ganhar espaço. Hoje, discute-se muito mais o tema e há uma muito maior consciencialização de todos os stakeholders na cadeia de valor do que havia há uns anos", considera luís Pêgo. "Verificamos hoje que o consumidor, os media, os operadores do setor agroalimentar, as grandes cadeias de distribuição e o próprio Governo estão muito mais interessados e alerta para esta questão", embora haja ainda muito a fazer em termos de medidas e políticas concretas, salienta ainda.
A companhia tem vindo a alertar para as consequências derivadas do excessivo impacto do ser humano sobre o planeta, quer a nível climático quer de recursos alimentares, atuando sob o lema "One Planet, One Health, num compromisso para fazer da "sustentabilidade o seu código genético em todos os
projetos desenvolvidos, lançamentos, comunicações e iniciativas, e levando saúde através da alimentação ao maior número de pessoas possível".
Para 2021, a danone vai avançar com um importante passo para o combate ao desperdício alimentar, passando a incorporar na data de validade dos seus produtos a informação de “consumir de preferência antes de”, em vez da indicação "consumir até”. como têm defendido muitos especialistas em nutrição, esta forma de informação convida o consumidor a não deitar fora o produto imediatamente ultrapassada a data nele inscrita. "Apesar de serem alimentos lácteos frescos, o iogurte e o leite fermentado são produtos com muito boa estabilidade e, quando devidamente conservados em frio, continuam perfeitamente aptos para serem consumidos até uns dias depois de atingirem a data de validade", garante a marca. Através desta medida, a danone espera contribuir para o combate ao desperdício alimentar, evitando desta forma que milhares de produtos sejam diariamente descartados e não consumidos, embora estejam ainda em perfeito estado de conservação, explica o produtor. A tGtG lançou já precisamente uma iniciativa de sensibilização para esta questão, "pioneira em Portugal", que pretende envolver marcas, produtores e consumidores. Esta iniciativa decorre sob o rótulo “Observar, Provar, cheirar” (o qual apela a que se identifique a boa qualidade de um produto pelos sentidos), pretendendo não apenas sensibilizar os consumidores perante os diferentes prazos de validade, como também desafiar e apoiar as marcas neste processo de educação face à validade dos seus próprios produtos. uma das marcas que incluiu já esta adaptação nos seus rótulos foi a BEl, que irá, até março, ostentar nos seus queijos A Vaca que Ri esta mensagem da too Good to Go ao seu habitual rótulo. "uma forma de relembrar o consumidor e assegurar-lhe que, dependendo de cada tipo de rótulo, este pode e deve confiar nos seus sentidos", lança a tGtG. Para a BEl, “o combate ao desperdício alimentar é um problema crítico na nossa sociedade e um imperativo ético", que deve ser seguido por mais marcas.
A nível do consumidor final, os especialistas defendem que seja alterada a informação de prazo dos produtos de "consumir até” para “consumir de preferência antes de”, para aproveitar produtos ainda em bom estado
Mercadona já doou mil toneladas de alimentos em Portugal Frederico Venâncio, general manager da Phenix em Portugal, considera, contudo, que há ainda um longo caminho a percorrer em termos de ações de combate ao desperdício alimentar. "Mais recentemente, tanto entidades governamentais como privadas têm conduzido um esforço no sentido de apurar dados mais claros, mas ainda estamos apenas no início do percurso", refere, lamentando nomeadamente que não se tenha avançado mais no âmbito do Projeto de lei debatido na Assembleia da República que previa que as grandes superfícies comerciais com tamanho igual ou superior a 400 metros quadrados tivessem de doar os seus excedentes. "Este poderá ser um passo importante para normalizar o combate ao desperdício alimentar em Portugal", desafia o gestor. uma exceção será a Mercadona, que, antes do final do ano, adquiriu 80 mil quilos de bens essenciais aos seus fornecedores para os doar "a instituições com as quais a Mercadona mantém uma relação permanente – Banco Alimentar contra a Fome, cáritas, cruz Vermelha, AMi, entre outras" e "acontece num momento em que os pedidos de ajuda alimentar das famílias portuguesas têm vindo a aumentar". Esta doação especial de Natal junta-se, assim, às mais de mil toneladas de bens essenciais que a empresa doou ao longo de 2020 (foto em cima), e que pretende continuar a realizar nos próximos tempos. Além destas iniciativas, a Mercadona sublinha "ter em curso, várias estratégias para evitar e prevenir o desperdício de alimentos".