Adventist World Portuguese - June 2019

Page 1

A N A T U R E Z A D E D E U S /// A L E G R I A N A P R O V A Ç Ã O /// P A S S A G E M P E L O F O G O /// V E R D A D E P R O I B I D A

Exemplar avulso: R$ 2,96 | Assinatura: R$ 35,50

JUNHO 2019

ENTRE O CAMPO E A CIDADE O ADVENTISMO REDESCOBRE SUA VOCAÇÃO PARA A MISSÃO URBANA

P1

39725 – RA Mar2019

27|05|2019 5:30

Designer

Editor(a)

Coor. Ped.

C. Q.

R. F.

Custos


EDITORIAL

OS CENTROS URBANOS REPRESENTAM ENORMES DESAFIOS PARA A EVANGELIZAÇÃO, MAS NÃO PODEM SER NEGLIGENCIADOS MARCOS DE BENEDICTO

Com seus prédios variados, corporações imponentes, luzes coloridas, milhares de sons e cheiros, ruas lotadas, gente apressada, ofertas de comida e de pecado, as cidades são lugares de agitação, intranquilidade, rebeldia, violência, vícios e montanhas de lixo. Mas, ao mesmo tempo, são locais de cooperação, inovação e progresso. Catálogos de arquitetura, jardins de ideias, centros de cultura, teias de relacionamentos, engenhos do desenvolvimento, máquinas de fazer dinheiro, cidades são fábricas de ilusões e desilusões. Caracterizadas por realidades negativas e sonhos positivos, com uma população densa e múltiplos grupos étnicos, elas são estruturas complexas que definem grande parte do estilo de vida contemporâneo. Felizmente, as cidades estão entrando cada vez mais na agenda evangelística das igrejas, pelo menos na teoria. Nos últimos anos, o interesse pela missão urbana cresceu sensivelmente. Se quisermos colaborar com a missão de Deus no mundo, isso é inevitável, pois 55% da humanidade vivem em cidades, proporção que deverá chegar a 68% em 2050. Em alguns países, 100% dos habitantes moram em cidades. O Brasil tem 86,6% de população urbana. A previsão é que em 2030 o número ultrapasse 90%. E algumas regiões metropolitanas globais atraem populações gigantescas, como São Paulo (22 milhões), Xangai (26 milhões), Nova Délhi (29 milhões) e Tóquio (37 milhões).

ONDE HÁ PESSOAS, ALI DEUS ESTÁ PARA TRANSFORMAR E SALVAR

MARCOS DE BENEDICTO é editor da Revista Adventista

2

R e v i s t a A d ve n t i s t a // Junho 2019

No 1346

www.revi

Pu­bli­ca­çã

Órgão Ge­ral da Igre­j

“Aqui está a pa­ciê guar­dam os man­d

E­di­tor: Marcos De Bened

E­di­to­res As­so­cia­dos: Má

Conselho Consultivo: Ted Edward Heidinger Zevall Domingos José de Souza Marlinton Lopes, Mauríci Stanley Arco

Projeto Gráfico: Eduardo Ilustração da Capa: Adob

Adventist World é uma sede mundial da Igrej mensalmente na África Áustria, Brasil, Core

Editor: Bill Knott Editores associados: Lae

Editores-assistentes: Sa Jordache, Wilona Karima Chun, Jae Man Park, Hyo Tradutora: Sonete Costa

Arte e Design: Types & S

Gerente Financeiro: Kim

Gerente Internacional de

Gerente de Operações: M

Conselheiros: Mark A. Fin

Comissão Administrativa Chun, Karnik Doukmetzia Lust, Ray Wahlen, Juan P

CA­SA PU­BLI

Edi­to­ra da Igre

Ro­do­via Es­ta­dual SP 127 Cai­xa Pos­tal 34; CEP 1827 Fone (15) 3205-8800 – Fa

SERVIÇO DE ATENDIMENT LIGUE GRÁTIS: 0800 9790 Segunda a quinta, das 8 Sexta, das 8h às 15h45 /

Diretor-Ge­ral: José Carlos

Diretor Financeiro: Uilson

Re­da­tor-Che­fe: Marcos D

Ge­ren­te de Produção: Re

Ge­ren­te de Ven­das: João

Chefe de Arte: Marcelo d

Não se devolvem origina

As versões bíblicas usad e a Nova Versão Internac

E­xem­plar avul­so: R$ 2,9

Nú­me­ros atra­sa­dos: Pre Foto: Adobe Stock

PORQUE DEUS AMOU AS CIDADES

A ssi m como Deu s a mou o mu ndo (Jo 3:16), ama também as cidades, porque hoje o mundo é mais urbano do que rural. Se Ele não tem prazer na morte do ímpio (Ez 18:23, 32), muito menos na destruição de uma multidão de ímpios. Ainda que alguém possa argumentar que a primeira cidade surgiu com Caim, outro pode ponderar que a ideia de uma cidade-jardim como capital do planeta já estava incluída no plano original de Deus. Então, iria Ele abandonar as cidades à sua própria sorte? De modo algum! “O trabalho nas cidades é a obra essencial para este tempo”, diz Ellen G. White (Ministério Para as Cidades, p. 24). O amor de Deus pelas cidades pode ser visto, por exemplo, no tratamento dado à violenta Nínive. Ele fez o máximo para p ­ oupá-la. A mensagem de Jonas não passava de sete palavras: “Daqui a quarenta dias Nínive será destruída” (Jn 3:4b, NVI). Porém, a cidade se arrependeu, e o profeta, descontente, reclamou (4:2). O relato atinge seu clímax quando Deus, usando a lógica de Jonas, que estava com dó de uma planta, conclui que não poderia deixar de ter misericórdia dos 120 mil ninivitas (4:10-11). Demorava três dias para percorrer a cidade, mas Jonas fez o percurso num dia (3:3-4), o que revela sua pressa para vê-la destruída. Já Deus é sempre rápido para salvar, mas vagaroso para destruir. A mudança de comportamento da cidade mudou o coração de Deus e o amor no coração de Deus modificou a profecia. No Novo Testamento, o interesse divino pelas cidades continua. Como alguém observou, em Atos 17, Paulo prega no maior centro intelectual da época (Atenas); em Atos 18, ele viaja para um grande centro comercial (Corinto); em Atos 19, o apóstolo vai para um influente centro espiritual (Éfeso); e, no fim do livro, ele chega ao centro do poder imperial (Roma). Sua estratégia era ir conscientemente de uma cidade a outra, a fim de alcançar toda a região sob a esfera de influência desses centros urbanos. Aldeia, vila, cidade, metrópole, megalópole, ícones glamorosos como Londres, Paris e Nova York ou simples amontoados de casas... Onde há pessoas, ali Deus está para transformar e salvar. O plano Dele é tirar os habitantes da velha Babilônia para colocá-los na Nova Jerusalém. Precisamos nos envolver no mesmo projeto. ]

Todos os direitos reserva ou parcial, por qualquer do autor e da Editora. Tiragem: 147.500


No 1346

o 2019

Ano 114

Pu­bli­ca­ção Men­sal – ISSN 1981-1462 Órgão Ge­ral da Igre­ja Ad­ven­tis­ta do Sé­ti­mo Dia no Bra­sil “Aqui está a pa­ciên­cia dos san­tos: Aqui es­tão os que guar­dam os man­da­men­tos de Deus e a fé de Je­sus.” Apocalipse 14:12 E­di­tor: Marcos De Benedicto E­di­to­res As­so­cia­dos: Márcio Tonetti e Wendel Lima Conselho Consultivo: Ted Wilson, Erton Köhler, Edward Heidinger Zevallos, Marlon Lopes, Alijofran Brandão, Domingos José de Souza, Gilmar Zahn, Leonino Santiago, Marlinton Lopes, Maurício Lima, Moisés Moacir da Silva e Stanley Arco Projeto Gráfico: Eduardo Olszewski Ilustração da Capa: Adobe Stock

Adventist World é uma publicação internacional produzida pela sede mundial da Igreja Adventista do Sétimo Dia e impressa mensalmente na África do Sul, Alemanha, Argentina, Austrália, Áustria, Brasil, Coreia do Sul, Estados Unidos e México v. 15, no 6 Editor: Bill Knott Editores associados: Lael Caesar, Gerald Klingbeil, Greg Scott Editores-assistentes: Sandra Blackmer, Stephen Chavez, Costin Jordache, Wilona Karimabadi (Silver Spirng, EUA); Pyung Duk Chun, Jae Man Park, Hyo-Jun Kim (Seul, Coreia do Sul) Tradutora: Sonete Costa Arte e Design: Types & Symbols Gerente Financeiro: Kimberly Brown Gerente Internacional de Publicação: Pyung Duk Chun Gerente de Operações: Merle Poirier Comissão Administrativa: Si Young Kim, Bill Knott, Pyung Duk Chun, Karnik Doukmetzian, Suk Hee Han, Yutaka Inada, German Lust, Ray Wahlen, Juan Prestol-Puesán, G. T. Ng, Ted N. C. Wilson

SUMÁRIO

12

16

22

Mudança para a cidade

Regozijo na caminhada

Mãos que pregam

Tensões na compreensão adventista a respeito do mundo urbano

A atitude de quem encontra contentamento diante das adversidades

Conheça Eliphalet Kimball, nosso primeiro missionário entre os surdos

24

28

30

A alegria do Senhor é a nossa força

Provados pelo fogo

O livro de Savka

A experiência dos sobreviventes do histórico incêndio florestal na Califórnia

O casal ucraniano que estudava a Bíblia escondido

Gratidão e esperança no contexto de reconstrução do templo de Jerusalém

Conselheiros: Mark A. Finley, John M. Fowler, E. Edward Zinke

vino bsercenAtos merpara e, no oder onsm de nflu-

CA­SA PU­BLI­C A­DO­R A BRA­SI­LEI­R A Edi­to­ra da Igreja Adventista do Sétimo Dia

Ro­do­via Es­ta­dual SP 127 – km 106 Cai­xa Pos­tal 34; CEP 18270-970 – Ta­tuí, SP Fone (15) 3205-8800 – Fax (15) 3205-8900

2 EDITORIAL

33 BOA PERGUNTA

42 LITERATURA

4 CANAL ABERTO

34 NOVA GERAÇÃO

44 PÁGINAS DE ESPERANÇA

35 PRIMEIROS PASSOS

45 INSTITUCIONAL

36 CIÊNCIA

46 MEMÓRIA

37 INTERNACIONAL

48 EM FAMÍLIA

21 PERSPECTIVA

38 RETRATOS

49 ESTANTE

26 VISÃO GLOBAL

39 CELEBRAÇÃO

50 ENFIM

32 BEM-ESTAR

40 IGREJA

Porque Deus amou as cidades

SERVIÇO DE ATENDIMENTO AO CLIENTE LIGUE GRÁTIS: 0800 9790606 Segunda a quinta, das 8h às 20h Sexta, das 8h às 15h45 / Domingo, das 8h30 às 14h

A opinião de quem lê A maior batalha

Diretor Financeiro: Uilson Garcia Ge­ren­te de Produção: Reisner Martins

O ser de Deus

Ge­ren­te de Ven­das: João Vicente Pereyra

Não se devolvem originais, mesmo não publicados. As versões bíblicas usadas são a Nova Almeida Atualizada e a Nova Versão Internacional, salvo outra indicação. E­xem­plar avul­so: R$ 2,96 | Assinatura: R$ 35,50

Datas, números, fatos, gente, internacional

Tiragem: 147.500

Você já teve um crush?

Jornada única

Depois da tempestade

A irrelevância da mera relevância

Frutos da terra

Confiança em Deus

Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio, sem prévia autorização escrita do autor e da Editora.

Dormiram no Senhor

O poder das flores

No lugar do outro

Nú­me­ros atra­sa­dos: Pre­ço da úl­ti­ma edi­ção.

Líderes do futuro

Contribuição nacional

8 PAINEL

Chefe de Arte: Marcelo de Souza

O defensor da colportagem

Resgatado

6 ENTREVISTA

Re­da­tor-Che­fe: Marcos De Benedicto

Viva a entrega

Chamados para servir Questão de escolha

5 BÚSSOLA

Diretor-Ge­ral: José Carlos de Lima

Foto: Adobe Stock

sta

Junho 2019

www.revistaadventista.com.br

e ser vioá-la. sete será de se mou Deus, m dó deivitas orrer m dia deslvar, a de ação modi-

egadres, os de para ar os á-los olver

Jun. 2019

ndo hoje e Ele 8:23, mulossa rgiu deia plaal de des à abaeste Para

Saúde em pauta

Ensinar, discipular e cuidar

5842/40146

P1

39725 – RA Mar2019

3

28|05|2019 8:45

Designer

Editor(a)

Coor. Ped.

C. Q.

R. F.

Custos


CANAL ABERTO

BÚS

A LOUCURA DA PREGAÇÃO

e sério alerta, quer sejam pastores, líderes e membros em geral.

João Antônio de Almeida (Jama) / Tatuí (SP)

PÚLPITO VAZIO

A matéria de capa de maio é destemida e verdadeira. É também a resenha de um bom curso de homilética (pregação). O grande perigo que ronda nossos seminários de teologia, nesta era secularizada, é a tentação de valorizar o academicismo acima dos valores bíblicos, dos métodos e da pessoa de Cristo. O rebanho está esperando por alimento sólido e nutritivo, e não pela sopa rala de máximas filosóficas.

adventistas. O problema também é o que ocorre antes e depois da pregação. Apesar de bem-intencionados, vejo que os irmãos tornam a assembleia cansativa, monótona e sem nenhum atrativo. Adilson Freire / São Paulo (SP)

Ótimas e muito enriquecedoras as considerações na matéria de capa de maio sobre pregação. Entendo que uma das nossas falhas seja a departamentalização do púlpito. Temos muitos sermões para promover nossos programas e departamentos. Erramos, portanto, já na escala.

Eu diria que não apenas os púlpitos estão vazios, mas as igrejas também. Somos adventistas do sétimo dia só até o meio-dia do sábado e, depois, vamos cuidar dos nossos interesses pessoais. Por quê? Fazemos de nós o centro de tudo, em vez de Deus. Tristemente, pode-se dizer que o púlpito se converteu em vitrine de vaidades; o culto, em serviço de entretenimento; e o pastor, em animador de auditório. Por isso, a decadência espiritual é inevitável.

Carlos Bitencourt / Cascavel (PR)

Adolfo Victor Tito Rojas / São Paulo (SP)

Manuel Xavier de Lima / Engenheiro Coelho (SP)

Estou há pouco mais de um ano na Igreja Adventista e gostei muito de ver a revista abordando a questão da pregação. Observo essa dificuldade desde quando comecei a visitar igrejas 4

Glorificado seja Deus pelo tremendo editorial e a oportuna matéria de capa de maio. Essas matérias foram sem meias palavras, como devem ser. Ninguém saiu ileso desse profundo

Daniel Lima / Tatuí (SP)

O ABC DA JUSTIFICAÇÃO

O editorial de abril é uma aula magna. Ele poderá beneficiar almas carentes, ansiosas de ânimo e profundidade espiritual. Oxalá esse texto alcance corações sinceros, ávidos das boasnovas da salvação, da água da vida! Francisco Gonçalves / Rio de Janeiro (RJ)

A

ARQUITETURA DOS TEMPLOS

Da edição de abril, destaco a entrevista com o colega de profissão Ricardo Rossi. Talvez pela concisão da entrevista, para minha surpresa, senti falta de parâmetros importantes e essenciais quando se trata da ideia de edificar o espaço da igreja. Quando a Bíblia fala de edificações ordenadas ou feitas por Deus, ela menciona proporções, materiais e a necessidade de consagração dos construtores (Êx 35–39; 1Rs 6–8; Ap 21–22). De maneira acertada, Rossi classificou o bom projeto de igreja como aquele em que as pessoas veem “organização e respeito a Deus”. No entanto, discordo quanto a se estabelecer “um padrão mínimo” para a arquitetura das igrejas. Não seria melhor pensarmos num regionalismo sustentável? Creio que nossas igrejas deveriam ser uma extensão da mensagem que pregamos e isso talvez não tenha que ver com vidros espelhados, concreto, “fachadismos” e volumes pósmodernistas, que estão sendo usados em larga escala em nossos templos e instituições.

REM ERTO

Derli Júnior / Anápolis (GO) Expresse sua opinião. Escreva para ra@cpb.com.br. ou envie sua carta para Revista Adventista, caixa postal 34, CEP 18270-970, Tatuí, SP.

Os comentários publicados não representam necessariamente o pensamento da revista e podem ser editados por questão de clareza ou espaço.

R e v i s t a A d ve n t i s t a // Junho 2019

Foto: Adobe Stock

Até que enfi m e com muita coragem e propriedade, a Revista Adventista abordou o assunto extremamente relevante sobre a crise da pregação contemporânea. Infelizmente, o púlpito tem se tornado um palco e a congregação um auditório a ser entretido. O líder local não pode escalar os pregadores levando em conta somente sua simpatia, mas a necessidade da igreja, que está sedenta. Como bem classificou o pastor Marcos De Benedicto em seu artigo “A loucura da pregação”, na edição de maio, “muitas pregações são entendiantes, irrelevantes e dispensáveis”. Acrescento que muitas delas são proferidas sem preparação bíblica, teológica e espiritual. Há pregações que são verdadeiras “saladas” interpretativas. Queira Deus que esse artigo seja lido, relido, compreendido e considerado pela liderança das igrejas!

Seu quan eaT Is que O au se ex Por i de e Apó da d v. 1, O o qu Sata a Te o po subs pess dor e Jesu E Elle

Revis


BÚSSOLA

ores,

gna. ntes, dade ance oasida!

A MAIOR BATALHA

S

ntressão isão resa, ntes deia ando enaiona essiores . De ficou uele nizanto, “um tura nsarvel? iam que nha conpósados los e

REMÉDIOS DE DEUS CONTRA A TRAGÉDIA DO EGOÍSMO ERTON KÖHLER

P

o 2019

Foto: Adobe Stock

m.br.

m

erfeição é a digital de Deus na criação. Ele colocou essa marca em cada detalhe do Universo, do planeta Terra, da natureza e especialmente do ser humano. Afinal, essa é a identidade do Seu caráter. Mas houve uma mudança radical quando o Céu foi abalado, o Universo chocado e a Terra infectada pelo surgimento do pecado. Isaías 14:13 e 14 descreve o sentimento que esteve por trás dessa tragédia: o egoísmo. O autor bíblico ressalta cinco vezes que Lúcifer se exaltou e foi dominado pelo próprio “eu”. Por isso, Ellen G. White afirmou que “o espírito de egoísmo é o espírito de Satanás” (Atos dos ­Apóstolos, p. 339) e que “o egoísmo é a essência da depravação” (Mente, Caráter e Personalidade, v. 1, p. 30). Seus efeitos são muito abrangentes. O egoísmo não é apenas um sentimento com o qual temos que lidar, mas a grande arma de Satanás para enfrentar o Céu e tentar destruir a Terra. É o maior veneno da vida humana e o ponto de partida de todo o sofrimento, pois substitui os valores eternos pelos interesses pessoais, coloca a criatura no lugar do Criador e mantém o “eu” no trono enquanto prega Jesus na cruz. Estamos em um campo de batalha. Segundo Ellen G. White, a luta contra o egoísmo é “a

O EGOÍSMO NÃO É APENAS UM SENTIMENTO COM O QUAL TEMOS QUE LIDAR, MAS A GRANDE ARMA DE SATANÁS PARA ENFRENTAR O CÉU E TENTAR DESTRUIR A TERRA maior batalha que já foi ferida” (Caminho a Cristo, p. 43). Caso esse mal não seja combatido, ele “se torna uma paixão devoradora” (Beneficência Social, p. 37). Nos “tempos difíceis” dos últimos dias, essa luta se tornará ainda mais intensa, pois “os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes” (2Tm 3:2). Em meio a essa situação, somos chamados a “cooperar com Deus na tarefa de erradicar o egoísmo do coração humano” (Beneficência Social, p. 15), pois “a graça de

Deus subjuga o egoísmo inerente ao coração natural” (O Desejado de Todas as Nações, p. 678). Quando permitimos que Ele atue em nós, passamos a ser cada vez menos egocêntricos e nos tornamos mais cristocêntricos. Os remédios de Deus contra esse problema se encontram em cada um dos grandes temas da Bíblia. Quando os entendemos assim, deixamos de ver princípios isolados e passamos a ver um sistema de proteção. Quando obedecemos ao mandamento do sábado de forma sagrada e inegociável, estamos recebendo um remédio contra o egoísmo do tempo. Quando o Senhor pede nossos dízimos e ofertas, está nos dando um remédio contra o egoísmo do dinheiro. Quando Deus nos convoca a colocar todas as energias e criatividade no cumprimento da missão, está nos aplicando um remédio contra o egoísmo da salvação. Quando estabelece a família como uma instituição permanente, fundamentada em amor, perdão, parceria e compreensão, está nos oferecendo um remédio contra o egoísmo dos sentimentos. E a lista poderia ser muito maior. No entanto, você já notou como o inimigo está trabalhando intensamente para enfraquecer ou destruir cada um desses princípios? Na verdade, sua luta não é contra eles, mas contra as barreiras que nos protegem do egoísmo. Quanto mais livre ficar o caminho, mais facilmente ele vencerá nossa “maior luta”. Enquanto Satanás aplica seu veneno do egoísmo, pensando apenas no “eu” (Is 14:13-14), Deus oferece Seu exemplo de altruísmo, amando “o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito” (Jo 3:16). A prescrição de Deus é clara e simples: prioridade a Deus e a Seu reino (Mt 6:33). Essa decisão depende de você! ] ERTON KÖHLER é presidente da Igreja Adventista para a América do Sul

5

R e v i s t a A d ve n t i s t a // Junho 2019

P1

39725 – RA Mar2019

27|05|2019 6:38

Designer

Editor(a)

Coor. Ped.

C. Q.

R. F.

Custos


ENTREVISTA

ANDRÉ VA SCONCEL OS

Marcos Blanco

Como é Deus? Durante séculos, os teólogos tentaram responder a essa pergunta por meio da filosofia dualista (teísmo clássico). Hoje, muitos procuram respondê-la através da filosofia moderna (teísmo aberto). Mas será que esses métodos são capazes de nos dar uma resposta satisfatória? Nesta entrevista, o pastor Marcos Blanco, editor-chefe da ACES (editora adventista da Argentina), responde a essa questão destacando a necessidade de uma hermenêutica fundamentada em princípios bíblicos, a fim de obtermos uma compreensão equilibrada sobre Deus e a realidade. Esse foi o tema de TEÓLOGO ARGENTINO EXPLICA COMO UMA VISÃO sua tese de doutorado, defendida recentemente no Instituto Adventista Internacional DISTORCIDA SOBRE A DIVINDADE PODE AFETAR NOSSA FÉ de Estudos Avançados, nas Filipinas.

as escolas de pensamento para compreender a existência e os atributos da Divindade? A principal limitação metodológica dessas escolas é que as duas estão fundamentadas em pressupostos filosóficos sobre Deus e a realidade. O teísmo clássico desenvolveu uma elaborada metodologia que tem como ponto de partida a “teologia natural”, que pode ser vista como a tentativa humana de compreender Deus por meio da realidade, independentemente da revelação divina. Já o teísmo aberto, influenciado pela filosofia moderna, vê a realidade unicamente como temporal. Como o teísmo clássico e o teísmo aberto entendem o ser de Deus? Ronald Nash menciona que o teísmo clássico sustenta oito pressuposições filosóficas sobre Deus: “(1) realidade pura, (2) imutabilidade, (3) impassibilidade, (4) atemporalidade, (5) simplicidade, (6) necessidade, (7) onisciência e (8) onipotência”. Por outro lado, o teísmo aberto rejeita energicamente muitas dessas pressuposições, como a atemporalidade, a imutabilidade e a impassibilidade. Essa nova visão acerca de Deus causou um profundo impacto nas teologias protestantes e evangélicas. Quais são as limitações dos métodos utilizados por ambas 6

De que forma a analogia canônica pode ser usada para interpretar as descrições bíblicas de Deus? A analogia é um recurso que nos permite evitar essas duas posições extremas. Ou seja, ainda que uma expressão se aplique a Deus e aos seres humanos, não há uma equivalência total de significado (univocidade) entre eles, nem uma disparidade completa (equivocidade). Na analogia canônica, é a própria Bíblia que define em que sentido Deus pode experimentar a realidade. Quais são os perigos de utilizar pressupostos filosóficos para interpretar as Escrituras?

A filosofia tem sua origem na mente corrompida do ser humano. Ao utilizá-la para interpretar as Escrituras, estamos deixando que pressuposições estranhas ao texto bíblico se tornem o fi ltro interpretativo das verdades divinas. Se quisermos compreender essas verdades assim como Deus nos revelou, devemos deixar que a própria Bíblia estabeleça os princípios hermenêuticos que nos guiarão no processo de interpretação. Como uma visão equivocada da doutrina de Deus pode afetar nossa religiosidade? O conceito de atemporalidade, por exemplo, levou o reformador Calvino e outros cristãos a elaborar a doutrina da predestinação, a qual pode afetar profundamente nossa experiência de salvação. Se acreditarmos que Deus é imutável, também teremos que acreditar que nossas ações não afetam Suas ideias e emoções. Por outro lado, quando nos aproximamos das Escrituras com as pressuposições bíblicas adequadas, descobrimos um Deus que Se interessa pelos nossos problemas, sofre conosco e interfere historicamente para nos salvar. ] R e v i s t a A d ve n t i s t a // Junho 2019

Foto: ACES

O SER DE DEUS


CELOS

m na ano. ar as o que exto nternas. ssas nos próípios o no

o 2019

37668 Designer

Editor Texto

Foto: ACES

ade, ador aboão, a ente o. Se mutáredietam utro s das ções mos elos osco para

RA Fev2018

a da etar

C.Qualidade

Depto. Arte


PAINEL F AT O S

SAÚDE FINANCEIRA

PENA DE MORTE

EVE

Donnie Edward Johnson, detento que se tornou adventista, ancião da Igreja de Riverside Chapel e líder do ministério da prisão, foi executado com uma injeção letal na noite de 16 de maio. Preso havia mais de 30 anos por ter assassinado a própria esposa, Don teve o pedido de clemência negado por Bill Lee, governandor do Tennessee, mesmo após Lee ter recebido várias cartas em favor de Don, inclusive do pastor Ted Wilson, presidente mundial da igreja. Furman Fordham II, pastor local, disse que Don morreu em paz.

D ATA S A revista Forbes, num artigo publicado em abril, destacou que os centenários adventistas de Loma Linda (EUA) não são apenas um exemplo em longevidade, mas também em administração das finanças. Além de planejar e poupar recursos para a aposentadoria, o cuidado da saúde contribui para que eles gastem menos com médicos e remédios na velhice.

MEMÓRIA DO UNASP

ENC

10 E 11 DE JUNHO

O 150 Fórum de Ciências Bíblicas da Sociedade Bíblica do Brasil (SBB) terá como tema o diálogo entre mídia impressa e digital. Uma das atrações do evento, que será realizado em Barueri (SP), é a palestra do pastor Bobby Gruenewald, fundador do aplicativo YouVersion, o mais usado no mundo.

Reali Sul-A tes d Ted W Almir panh dedic litera

13 A 16 DE JUNHO

A SBB vai apresentar Bíblias em Braile e em áudio, bem como livretos bíblicos com DVD em Libras na 16a edição da Reatech, que será realizada na capital paulista.

12 A 30 DE JUNHO

CEN

Nessa data, será realizada uma grande campanha de evangelização em Calcutá, cidade indiana que tem mais de 4,5 milhões de habitantes. A Índia é de maioria hindu.

8

garantirmos que haja educação formal e informal para nossos jovens e membros da igreja. Elie Henry, presidente da Igreja Adventista na América Central, numa recente reunião administrativa da denominação em Porto Príncipe, no Haiti. A igreja nessa região terá uma tripla ênfase nos próximos dois anos: evangelismo, assistência comunitária e educação R e v i s t a A d ve n t i s t a // Junho 2019

Fotos: Gustavo Leighton / UPeU / Unasp

116

é o número de escolas de ensino fundamental que a organização Maranatha Volunteers International já construiu em todo o mundo, incluindo uma recentemente erguida em Khunti, na Índia, para 1.300 alunos.

Não podemos ter uma igreja forte se não Fotos: Adobe Stock / Unasp / Divisão Interamericana

Como parte das comemorações dos 104 anos do Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp), campus São Paulo, foi inaugurado o Centro da Memória Roberto César de Azevedo que visa resgatar parte da história da instituição e servir como ponto de educação patrimonial do bairro Capão Redondo. A inauguração foi realizada em 18 de maio, Dia Nacional dos Museus.

Desfi 2 mi com do 1 instit so de

Revis


EVENTOS

TECNOLOGIA E MISSÃO

veno mial na r ter clessee, or de ndial Don

Cerca de 300 profissionais de tecnologia se reuniram no Instituto Adventista de Tecnologia (­IATec), em Hortolândia (SP), nos dias 28 a 30 de abril, para discutir sobre inteligência artificial, soluções na nuvem e proteção de dados nas organizações da igreja.

ENCONTRO DE COLPORTORES

blica a imserá obby mais

Realizado em Foz do Iguaçu (PR) nos dias 23 a 27 de abril, o 2o Concílio Sul-Americano de Colportores Evangelistas recebeu 2,4 mil participantes de oito países do continente. Além do líder mundial da igreja, pastor Ted Wilson, e do diretor mundial do departamento de Publicações, pastor Almir Marroni, o evento teve convidados das Filipinas, Rússia, México, Espanha e África do Sul. O objetivo foi reafirmar a importância de quem se dedica à atividade e pensar novas formas de despertar o interesse pela literatura adventista.

bem dição

CENTENÁRIO DA UPeU

a de mais ndu.

CONCERTO COMEMORATIVO A edição deste ano do musical Clássicos, promovido pelo Unasp, relembrou composições que marcaram os 50 anos de ministério do músico e pastor ­Williams Costa Jr. Quase 6 mil pessoas prestigiaram o evento, que teve a participação de diversos cantores. O programa deve ser lançado no formato DVD pela gravadora Novo Tempo.

o 2019

Fotos: Gustavo Leighton / UPeU / Unasp

ntista nião rto terá nos: e

Fotos: Adobe Stock / Unasp / Divisão Interamericana

mal

Desfiles, inauguração do novo templo do campus para 4 mil pessoas, 2 milhões de livros missionários distribuídos em Lima e uma celebração com 52 mil pessoas num estádio de futebol marcaram as comemorações do 100o aniversário da Universidad Peruana Unión (UPeU). Neste ano, a instituição pretende enviar cem missionários, reafirmando seu compromisso de preparar pessoas para servir em todo o mundo.

1,6 mil jovens

do sul da Ásia foram inspirados a se engajar na missão num congresso realizado em Bacolod City, nas Filipinas. 9

R e v i s t a A d ve n t i s t a // Junho 2019

P1

39725 – RA Mar2019

27|05|2019 5:21

Designer

Editor(a)

Coor. Ped.

C. Q.

R. F.

Custos


IN

GENTE

BODAS DE DIAMANTE (60 ANOS) De Valdir Grudtner e Évelin Bannack Grudtner, celebrada em família. Membros da Igreja de Bom Retiro (SC), eles têm oito filhos, 14 netos e três bisnetos.

BODAS DE OURO (50 ANOS) De José Antônio Soares e Tália Bruns Soares, em cerimônia realizada na cidade de Joinville (SC) pelo pastor Lourival Preuss. O casal é membro da Igreja de Guanabara, tem cinco filhos e seis netos. Todos seus descendentes estudam ou estudaram em escolas adventistas.

AD

mantenha sua confiança em Deus mesmo nestes tempos de ansiedade e incerteza.

Jorge Atalido, presidente da sede da Igreja Adventista para o leste da Venezuela. Zoraida Rodríguez, adventista de Kumarakapay, foi assassinada durante um confronto entre militares e membros das comunidades fronteiriças do país. O esposo dela, outros dois adventistas e 13 civis ficaram feridos

Nos ticam cong rever realiz deno

32 mil pessoas batizadas.

2 mil

foi o número de desbravadores batizados em camporis realizados em abril na América Central.

Esse é o resultado de 18 anos de programa estudantil de evangelismo da Southern Adventist University, no Tennessee (EUA). Cerca de 1,3 mil universitários participam de missões de curta duração a cada ano.

1,6 mil pessoas

acompanharam presencialmente a abertura de uma série evangelística sobre o Apocalipse, em Melbourne, na Austrália. Outras 1,2 mil assistiram on-line aos sermões do pastor John Bradshaw, apresentador do programa de TV It Is Written.

R e v i s t a A d ve n t i s t a // Junho 2019

Foto: Arquivo pessoal de Rodolfo Bautista Jr.

O irmão Olício Pires, membro da Igreja de Nova Cidade, em Itaboraí (RJ), celebrou seu centenário no dia 3 de maio. Ao lado de seus dois filhos e netos, ele prestou um culto de gratidão a Deus em sua própria casa. Batizado em 1973, foi diácono por muitos anos e sabe de cor diversos textos bíblicos.

Núm gado Adve Jane O pro uma Em f guro rúrgi

Fotos: Arquivo pessoal

CEM ANOS

10

Queremos que nossa família da igreja

Cola

Ste

Revis


INTERNACIONAL

ADVENTISMO EM TAIWAN

stes

1o lugar

Nos últimos 55 anos, a denominação nessa região da Ásia praticamente estagnou. No período, foram plantadas apenas 20 congregações no país, que hoje tem 102 igrejas. Na tentativa de reverter essa tendência, em julho, líderes de 16 igrejas locais irão realizar uma série evangelística na ilha com o apoio da sede da denominação para a região do Pacífico Norte-Asiático.

stas

Número de transplantes de fígado realizados pelo Hospital Adventista Silvestre, no Rio de Janeiro, ao longo de oito anos. O programa é coordenado por uma equipe de 20 profissionais. Em fevereiro, o hospital inaugurou uma ala de internação cirúrgica totalmente reformada.

antil y, os no.

o 2019

Foi a posição em que o restaurante adventista Manna Haven Café apareceu na lista do site Tripadvisor. O estabelecimento funciona como um centro de influência na própria igreja, em Byron Bay, uma conhecida praia na Austrália.

600

s.

103 anos

Idade com que foi batizado o porto-riquenho Carlos Ortiz García.

Foto: Arquivo pessoal de Rodolfo Bautista Jr.

10.000

Número de exemplares do livro O Poder da Esperança distribuídos por uma ONG adventista para integrantes das Forças Armadas das Filipinas.

5.700

Fotos: Arquivo pessoal

ma rne, s r

Austrália

Número de pessoas que receberam atendimento gratuito nas clínicas móveis que percorreram 65 comunidades na Jamaica. O projeto, criado pelo proprietário de uma farmácia, conta com o apoio de profissionais de saúde voluntários.

3.737.554

Total de membros da Divisão Interamericana em 31 de dezembro de 2018.

Colaboradores: Carlos Henrique Nunes, David Sebastian, Divisão Transeuropeia, Felipe Lemos, James Daniel, Kesia Andrad, Libna

Stevens, Luciana Garbelini, Mairon Hothon, Márcio Tonetti, Marcos Paseggi, Rachel Beaver, Tracey Bridcutt e Wendel Lima

11

R e v i s t a A d ve n t i s t a // A d ve n t i s t Wo r l d // Junho 2019

P1

39725 – RA Mar2019

27|05|2019 5:21

Designer

Editor(a)

Coor. Ped.

C. Q.

R. F.

Custos


CAPA Esse crescimento demográfico é muito dinâmico e tende a se intensificar, segundo a ONU. Se há dez anos, pela primeira vez na história, nosso mundo era mais urbano do que rural, até 2050 perto de 70% da humanidade estarão vivendo nas cidades. Isso desafia completamente a ação missionária cristã, cujo objetivo é concluir a evangelização global (Mt 28:18-20), mas é um desafio especial para o adventismo (Ap 14:6-12), que nasceu num contexto rural norteamericano do século 19 e hoje precisa falar, e ser ouvido, no cenário urbano do século 21. TENSÃO HISTÓRICA Nem sempre a missão nas cidades esteve na nossa lista de prioridades. Na verdade, apesar de o adventismo ter experimentado sua expansão no contexto urbano, inclusive no Brasil, parece que mantivemos um discurso depreciativo em relação à urbe. Estar nas metrópoles pode não ter apagado do imaginário adventista o ideal de viver no campo, seja por desejarmos mais saúde e qualidade de vida, vermos na cultura urbana uma ameaça para a moralidade ou ainda por temermos que a futura perseguição contra o povo de Deus comece pelas grandes cidades.

Fotos: Guilherme Silva e Adobe Stock

“A

s cidades são lugares em que a cultura floresce e a civilização alcança seus pontos mais altos de complexidade e sofisticação. Onde a densidade e diversidade de interações supostamente incentivam inovações de todas as formas. [...] Nas cidades a civilização se desenvolveu primeiro”, analisa Patrick le Galès, diretor da escola de estudos urbanos do Sciences Po, instituição francesa especializada em ciências sociais. Não são somente os teólogos e missiólogos que estão com o olhar sobre as cidades. Antes deles, muitos estudiosos de outras áreas já procuravam entender um fenômeno que tem mudado radicalmente o mundo nos últimos 200 anos: a urbanização. E se no passado a atenção esteve mais sobre as cidades europeias e norte-americanas, arquétipos da revolução industrial, agora as metrópoles do chamado sul global, onde o cristianismo mais cresce, também passam a ser estudadas.

Po o pro zaçã Adv De a mod por u York adve Ellen N neir Ape met a me tas (T ser c sani E tas d

DE ORIGEM RURAL E NORTEAMERICANA NO SÉCULO 19, HOJE A IGREJA ADVENTISTA PRECISA FALAR (E SER OUVIDA) NO CENÁRIO URBANO DO SÉCULO 21

12

R e v i s t a A d ve n t i s t a // Junho 2019

Foto:

Foto:

WENDEL LIMA

Revis


a se z na erto safia uir a para orteená-

Fotos: Guilherme Silva e Adobe Stock

priotado que r nas deal e de e ou Deus

Porém, se dependesse de Ellen G. White, que testemunhou o profundo impacto do processo de industrialização e urbanização vivenciado pelos Estados Unidos de sua época, a Igreja Adventista já teria avançado mais nas aglomerações urbanas. De acordo com o teólogo R. Clifford Jones, a pioneira se incomodava com a letargia da liderança denominacional em propor uma estratégia para as metrópoles emergentes, como Nova York, pois ver as cidades sendo alcançadas pela mensagem adventista era quase uma obsessão da profetisa (Enciclopédia Ellen G. White [CPB, 2018], p. 904). Na verdade, assim como outros autores de seu tempo, a pioneira adventista tinha uma visão ambivalente sobre as ­cidades. Apesar de ter escrito muito a respeito da evangelização das metrópoles, ela também promoveu a vida no campo como a melhor opção para a saúde e a espiritualidade dos adventistas (Testemunho Para a Igreja, v. 7, p. 87), pois assim eles evitariam ser contaminados com o crime, o caos, a corrupção e os problemas sanitários das cidades da época. Ela também escreveu que, idealmente, as instituições adventistas de saúde, educação e editoriais deveriam ser estabelecidas no

o 2019

interior ou no subúrbio dos grandes centros. Desse modo, os funcionários das instituições poderiam se deslocar até as metrópoles para participar da evangelização (Evangelismo, p. 76), tendo como base de apoio nas cidades as igrejas, os restaurantes vegetarianos e as livrarias (centros de influência). Segundo o historiador George Knight, existem 22 referências a esse modelo de evangelização, o que Ellen White chamou de “postos avançados” (Enciclopédia Ellen G. White, p. 756). A pioneira também entendeu que essa orientação podia ser flexibilizada conforme a necessidade. Pragmática, ela entendia que a missão vem primeiro. Além disso, tinha o bom senso de reconhecer a distância entre o ideal e o real. Por isso, chegou a recomendar que escolas fossem estabelecidas nas grandes cidades para atender os mais pobres (Testemunhos Para a Igreja, v. 9, p. 201). Também aconselhou que algumas famílias se mudassem para metrópoles, a fim de que fizessem um trabalho pessoal com seus vizinhos (Testemunhos Para a Igreja, v. 9, p. 128; Serviço Cristão, p. 180), e que as igrejas servissem de “memoriais de Deus” nos centros urbanos (Mensagens Escolhidas, v. 2, p. 358). Ela também chegou a elogiar o trabalho do pastor Stephen Haskell e sua esposa, Hetty, em Manhathan como um modelo para outras metrópoles (Evangelismo, p. 385-386).

Foto:

Foto:

RTE19, STA

HÁ MAIS DE CEM ANOS, POR MEIO DE SUA MENSAGEIRA ELLEN WHITE, DEUS CHAMOU A IGREJA ADVENTISTA PARA EVANGELIZAR AS GRANDES CIDADES, E SUA VOZ CONTINUA A ECOAR

13

R e v i s t a A d ve n t i s t a // Junho 2019

P1

39725 – RA Mar2019

27|05|2019 5:21

Designer

Editor(a)

Coor. Ped.

C. Q.

R. F.

Custos


MUDANÇA NO DISCURSO Nas últimas décadas do século 20, é possível perceber uma mudança no discurso denominacional, no sentido de assumir uma postura mais equilibrada e pró-ativa em relação a um mundo que continua a migrar para as cidades. Essa ênfase vai ficar ainda mais clara no anos 2010. Numa conferência sobre evangelização das cidades, em setembro de 2013, G. T. Ng, secretário mundial da denominação, afirmou que já era o momento de a igreja resolver sua relação de amor e ódio com as metrópoles. Publicações, eventos, projetos experimentais e investimentos apontam para uma nova fase ou “onda da missão urbana adventista”, conforme definiu Gary Krause, diretor do escritório da Missão Adventista da sede mundial da igreja. O documento “It’s Time” (2011) vai nessa direção. Ele admite a tensão histórica e propõe que a igreja atue de maneira mais abrangente do que vinha fazendo, investindo em treinamento acadêmico e prático, mapeamento, alocação de recursos e pessoas e acompanhamento dos projetos missionários. Pelo quarto ano seguido, a Outro exemplo dessa ênfase foi a Associação Paulista Leste publicação do livro Ministério Para investiu num congresso de as Cidades (2012). A obra, também missão urbana que tem se uma compilação dos escritos de tornado referência no país. Até Ellen White, reflete a preocupação o fechamento desta edição, da igreja em tentar “equilibrar” a quase à véspera do evento, visão adventista sobre as metrópoles agendado para os dias 30 de (p. 8). O livro trata de estratégias mismaio a 2 de junho, a expecsionárias, de exemplos bíblicos de tativa era reunir 800 particomo Deus lidou com as cidades, cipantes de todo o Brasil em da importância do plantio de igrejas São Paulo, incluindo centenas e da integração entre pregação e prode pastores. Palestras com moção da saúde preventiva. preletores internacionais e O passo seguinte às publicações 18 oficinas estavam entre foi fazer uma radiografia da presença as atrações do evento, cujas adventista nas grandes cidades. O apresentações costumam historiador David Trim e o missióser disponibilizadas no site logo Rich McEdward apresentaram compassionbrasil.com.br.

COMPASSION 2019

14

esse panorama num artigo do Journal of Adventist Mission Studies em 2014. Usando a base de dados do demógrafo Thomas Brinkoff (citypopulation.de), os autores catalogaram cerca de 500 cidades que tinham mais de um milhão de habitantes. O número atual passa de 575 metrópoles. Segundo o levantamento, enquanto 24% da população global viviam nessas cidades, apenas 13% dos adventistas estavam ali. O artigo também destaca que todas as metrópoles em que a presença adventista é mais expressiva são de cultura predominantemente cristã. Essas cidades se concentram na América Latina e África subsaariana. Em 119 metrópoles havia menos de 125 adventistas e em 42 delas menos de dez membros. Os pesquisadores sabiam que a presença da igreja na Janela 10/40 era pouco representativa, mas não tanto. Nesse desafio demográfico encaixam-se também várias cidades europeias. O estudo serviu de base para o planejamento estratégico da igreja (2015-2020), em que a missão urbana aparece como prioridade (adventistarchives.org/ reach-the-world). A partir desse levantamento, as 13 Divisões da igreja fizeram seus próprios mapeamentos. O desafio brasileiro foi publicado na Revista Adventista de dezembro de 2015 (p. 23). No caso do Brasil, foram listadas 39 cidades com mais de 500 mil habitantes (hoje já são 46 municípios com esse perfil). Em 2015, a média nacional era de um adventista para cada 136 habitantes, mas 66% das cidades mapeadas tinham uma concentração de membros inferior à média geral. Em São Bernardo do Campo (SP) havia um adventista para cada 925 habitantes e em Campinas 89% dos bairros não tinham igreja. Incluir no mapeamento as cidades com mais de meio milhão de habitantes foi uma boa escolha, pois, segundo o IBGE, 57% dos brasileiros (119 milhões) vivem em apenas 6% dos municípios do país (317). Logo, há uma concentração crescente de pessoas também nas cidades de médio porte. Nos últimos anos, eventos têm sido realizados para promover a reflexão e a troca de ideias sobre missão urbana. Em setembro do ano passado, a Universidade Andrews (EUA) sediou um congresso envolvendo acadêmicos e gente que está na linha de frente. O desafio urbano foi pensado a partir de perspectivas históricas, teológicas e metodológicas. Foram abordados tópicos sensíveis e atuais como a relação entre missão e justiça social, acolhimento de imigrantes e tensões raciais. As apresentações do congresso serão publicadas R e v i s t a A d ve n t i s t a // Junho 2019

num em h Sk e org hist “Não futu estão nais que (adv tura des v Po Byrd na ci relig ficar Todo tor s

Foto: David Gregório

Conforme o teólogo Denis Fortin pontuou, foi por causa de uma leitura seletiva a respeito dos escritos de Ellen White que se cristalizou no adventismo uma visão “idílica dos benefícios morais e sociais da vida no campo”. Para ele, esse discurso antiurbano é bem exemplificado pelo livreto Country Living (1946), compilação póstuma da pioneira publicada em português como Vida no Campo (1966). Segundo Fortin, esse livreto foi um dos mais influentes na igreja, causando profundo impacto na filosofia de educação, vida familiar e métodos de evangelismo dos adventistas (Enciclopédia Ellen G. White, p. 1361). Ao longo da história do adventismo, a tensão campo-cidade pode ser verificada em documentos da igreja, artigos das revistas denominacionais, na mudança de instituições de regiões metropolitanas para o interior e na restrição da frequência dos membros a espaços de entretenimento que tiveram sua origem e/ou desenvolvimento na cultura urbana. Além disso, num momento ou outro da história do adventismo, grupos ou movimentos surgiram defendendo que já era a hora de deixar as cidades. Alguns deles, nem todos, encontraram a motivação para isso numa visão distorcida a respeito da reforma de saúde, do conceito de santidade e das profecias bíblicas.

NA L Aqu reun inici prom evan de a é ch gelis inse bem gar c em a O Citie sida pole lanç Ellen os pi E balh cago apre na a Nov por cia a “I melh sos p Mar e qu cent livra

Revis


vense de ypoa de lhão 575 anto cidam ali. etrómais ente Améetróm 42 adonela anto. tamsergico bana .org/

ealia de o do EUA) icos safio ivas oram omo acos. As adas

o 2019

Foto: David Gregório

sões ntos. vista caso mais nicíaciohabiham édia avia e em reja. is de scoeiros unintraades

num livro (algumas plenárias estão disponíveis em https://bit.ly/2YNu3Ol). Skip Bell, professor do seminário teológico local e organizador do evento, ao falar sobre a tensão histórica campo-cidade no adventismo, disse: “Não podemos ser a igreja do museu. A igreja do futuro estará na cidade. Meus netos e seus filhos estão ou estarão na cidade.” Em um dos devocionais, Todd Stout, pastor de uma igreja adventista que tem alcançado os milennials de Nova York (adventhope.org), lembrou: “Não amamos a estrutura física das cidades, mas as pessoas. As cidaCentro de influência em Itajaí (SC). Espaços como esse resgatam a des vão passar, as pessoas não.” visão inicial dos adventistas sobre missão urbana Por sua vez, num sermão eloquente, Carlton P. Byrd, disse que orar não é o bastante para a igreja na cidade, pois as pessoas estão cansadas de uma religião que não dialoga com a realidade atual. “A igreja não pode culinária, horta orgânica e igreja. A área de 2,5 ficar silenciosa diante da pobreza física, social e espiritual do mundo. mil m2 está no centro da cidade, que tem 212 mil habitantes e a maior renda per capita do estado. Todos podemos servir a Deus servindo ao próximo”, afirmou o pastor sênior da Igreja da Universidade de Oakwood. Diariamente, cerca de 120 pessoas almoçam no restaurante. É por meio desse primeiro contato NA LINHA DE FRENTE que boa parte dos clientes tem acesso às várias Aqui no Brasil, dezenas de pastores envolvidos na missão urbana se atividades e cursos oferecidos no espaço, como reuniram nos dias 27 a 30 de março, em Cotia (SP), para conhecer grupos de mães, aulas de inteligência emocioiniciativas que estão ocorrendo nas grandes cidades. Nesse evento nal e colônia de férias e culinária para crianças. promovido pela sede paulista da igreja, assim como em outros sobre Mais de 600 pessoas já foram atendidas no centro evangelização das cidades, o discurso recorrente foi a necessidade de influência e 50 delas decidiram ser batizadas. de ampliarmos nossa visão missiológica. Entende-se que a igreja “Um centro de influência é uma plataforma de é chamada a usar métodos variados, não se restringindo ao evanimplementação do método de Cristo, em que a igreja gelismo público; que ela deve conhecer a comunidade em que está desenvolve seus talentos de maneira voluntária inserida para servi-la melhor, cooperando assim para a shalom (paz, para alcançar a comunidade na qual está inserida”, bem-estar, prosperidade) da cidade (Jr 29:7); e que precisa se enxerdefine Marcelo. Para ele, o “novo” sobre o qual falagar como um centro de influência, a ponto de estar comprometida mos hoje é um “retorno” às nossas origens. Como a em atender de modo integral as necessidades humanas. manutenção de espaços como esses é custosa, ele acredita que a melhor opção em larga escala para O pastor Emílio Abdala, organizador do encontro Mission to the Cities, realizado em março, ressaltou que a missão urbana exige divera igreja seja construir e/ou adaptar seus templos sidade de métodos por causa da própria natureza plural das metrópara que funcionem como centros de influência. poles. Ao falar sobre o livro A Cidade de Nova York: Um ­Símbolo, Se a história do adventismo em relação às lançado no evento e que apresenta uma compilação de escritos de cidades foi marcada por tensões e receios, alguns Ellen White e comentários de John Luppens, Abdala destacou que justificáveis e outros não, hoje as tendências os pioneiros também tiveram seus erros e acertos na missão urbana. demográficas indicam que o contexto urbano é Ele relembrou que Ellen White elogiou a ênfase social do traa grande (talvez última) fronteira da missão. E, balho que John Harvey Kellogg fez pelos marginalizados de Chise acreditamos que a missão é de Deus e Ele é o cago, mas que reprovou o médico por ele deliberadamente não ter maior interessado em redimir a população das apresentado a mensagem adventista. Por outro lado, a pioneira viu cidades, devemos ouvir Seu chamado para colana abordagem mais equilibrada de Stephen Haskell, utilizada em borar nessa tarefa urgente, imprevisível e transNova York, um modelo que poderia ser replicado. Abdala explicou, formadora. Ele fez esse convite há mais de cem por exemplo, que em 1904 havia 13 pequenos centros de influênanos por meio de Sua mensageira Ellen White, e Sua voz continua a ecoar. ] cia adventistas na Big Apple, incluindo restaurantes vegetarianos. “Implementar um centro de influência é algo caro; por isso, é melhor fazer da igreja um centro de influência. O problema é que nosWENDEL LIMA, pastor e jornalista, cursa o mestrado em Ciências da Religião na Umesp e é editor associado da Revista Adventista sos prédios não são pensados para servir à cidade”, avaliou o pastor Marcelo Coelho, que coordena o Espaço Vida e Saúde, em Itajaí (SC), e que apresentou um dos cases do evento. Inaugurado em 2016, o PARA SABER MAIS centro de influência que ele lidera inclui restaurante vegetariano, ▪ missiontothecities.org ▪ missaourbana.org livraria, loja de produtos naturais, academia ao ar livre, escola de 15

R e v i s t a A d ve n t i s t a // Junho 2019

P1

39725 – RA Mar2019

27|05|2019 5:21

Designer

Editor(a)

Coor. Ped.

C. Q.

R. F.

Custos


ESPIRITUALIDADE

REGOZIJO NA CAMINHADA

Através do fogo

– esc cuid senç

BEN E

pasto

A at d

O casal pastoral que precisou abandonar a cidade em que viveu por 14 anos para fugir de um incêndio avassalador Ben e Mary Maxson

16

R e v i s t a A d ve n t i s t a // A d ve n t i s t Wo r l d // Junho 2019

Aa e tr exp pro

Mart

N

Foto: Janaya Dasiuk

O

querido hino “Sou Feliz com Jesus” (HASD, 230) tem um trecho precioso: “Oh, seja o que for, Tu me fazes saber que feliz com Jesus hei de estar.” Nossa percepção de felicidade e alegria varia nos bons e maus momentos e ao longo das estações da vida. Pedimos a alguns adventistas de várias partes do mundo que escrevessem sobre o que significa encontrar alegria no caminho e cantar as palavras desse hino. Por meio da experiência deles, talvez você encontre nova perspectiva e novas razões para fortalecer sua esperança.

N

a quinta-feira 8 de novembro de 2018, nossa vida mudou drasticamente. Percebendo a cor característica do sol no início da manhã, saímos para verificar e constatamos que as nuvens negras de fumaça eram a primeira indicação de que um incêndio florestal logo consumiria nossa casa e a cidade de Paradise. O medo se tornou bem real quando passamos de carro por entre as chamas, deixando a comunidade que foi nosso lar por 14 anos. No entanto, havia um sentimento estranho de paz: “Quando você andar através do fogo, você não se queimará; as chamas não o deixarão em brasas” (Is 43:2, NVI). Nós e muitos outros temos lutado contra os sintomas do estresse causado por esse desastre natural. Diante da dor pela perda e a mudança forçada, é preciso lidar com a oscilação das emoções. No entanto, temos visto a mão de Deus e Suas bênçãos abundantes. A mensagem que Mary recebeu do Senhor três dias após o incêndio – “por veredas desconhecidas Eu os guiarei” (Is 42:16) – nos levou a confiar Nele quando precisamos de força e orientação. Deus nos levou para uma casa nova, próxima ao nosso filho e sua família, e nos abençou com novos amigos e uma vida nova e diferente. As palavras de Paulo – “aprendi a viver contente em toda e qualquer situação” (Fp 4:11) – ganharam novo significado. Escolhemos acreditar que Deus sempre está perto. Descobrimos que o contentamento é uma escolha

Foto: Jordan Whitt

PODEMOS EXPERIMENTAR CONTENTAMENTO EM TODAS AS SITUAÇÕES?

o ap dire texto se m A é que tar u cias assim (Hc 3 em s E part Nele aleg razõ quai eav A dera tens apes ção esta

MART

na Áu

Revis


– escolher confiar e crer que Ele caminha conosco, cuida de nós e supre nossas necessidades. Sua presença é maior do que qualquer fogo. ] BEN E MARY MAXSON, antes de se aposentarem em 2017, pastoreavam a Igreja de Paradise, na Califórnia (EUA)

A melhor atitude diante da vida

o de ticaactesaíque am a cênossa

Martin Pröbstle

N

o 2019

Foto: Janaya Dasiuk

Foto: Jordan Whitt

ando mas, osso a um ando não eixa-

tado cauante foração visto bunebeu ndio u os conorça uma ho e ovos nte. endi quer novo que mos olha

Paz que excede o entendimento

A alegria parece sempre frágil e transitória, mas é possível experimentá-la num nível mais profundo

Como prosseguir quando se fica viúva filhos gêmeos?

ão existe alegria na dor, no sofrimento, nas procom três vações. Paulo escreveu muito sobre a alegria em sua carta aos Filipenses, culminando com o apelo: “Alegrem-se sempre no Senhor. Novamente direi: Alegrem-se!” (Fp 4:4, NVI). O desafio desse texto é o advérbio “sempre”. Como posso me alegrar se minha alma e corpo estão se desintegrando? A razão, talvez, para alguns pensarem que a alegria é frágil e transitória é que ela evapora diante da dor e tristeza. Por isso, é necessário experimentar um nível mais profundo de alegria que sobreviva às piores circunstâncias da vida. Algo como o testemunho de fé do profeta Habacuque: “ainda assim eu exultarei no Senhor e me alegrarei no Deus da minha salvação” (Hc 3:18). Esse pensamento parece ter alimentado o coração do apóstolo Paulo em seus últimos dias na prisão antes de ter escrito sua carta aos filipenses. Entendo que há uma melodia básica na minha vida, porque Deus faz parte da minha existência. Por isso, mesmo quando sofro, sinto alegria Nele por causa das boas coisas que Ele tem me dado. Na minha vida, alegria e gratidão são virtudes gêmeas. Vivencio isso quando penso em razões para agradecer, e logo identifico fatos, situações e pessoas pelas quais deveria agradecer. Vejo a alegria como uma atitude para com Deus e a vida que torna as dificuldades mais suportáveis. Acho que os músicos Johann Sebastian Bach e Johann Franck entenderam isso. O famoso moteto “Jesus, Alegria dos Homens” aborda várias tensões da vida cristã. Na última estrofe, ele evidencia que aqui e agora, apesar do sofrimento, Cristo, o “Mestre da alegria”, pode entrar no coração e expulsar todos os “pensamentos de tristeza”. Há alegria quando estamos sofrendo, pois Deus existe. ] MARTIN PRÖBSTLE é diretor do departamento de Teologia do Seminar Schloss Bogenhofen, na Áustria

Karlyn Fisher

D

epois de 19 anos de casamento, meu esposo faleceu no sábado 23 de novembro de 2014, dia que ficará gravado para sempre em minha mente. Essa foi a pior notícia que recebi desde que havia perdido minha mãe, na adolescência. Meu esposo morreu no intervalo de uma semana, após os primeiros sinais da doença. Pensávamos que ele estivesse com gripe, mas, quando começou a ter convulsões, concluí que a situação não era boa. Não permitiram que eu o acompanhasse na emergência e os médicos o mantiveram sedado enquanto realizavam vários exames. Foi uma tortura. Finalmente, o diagnóstico: tratava-se de uma inflamação viral no cérebro, mais conhecida como meningite. Disseramme que seus órgãos vitais já estavam parando de funcionar e que eu deveria preparar meus filhos trigêmeos para o pior. Infelizmente, quando cheguei ao hospital no dia seguinte, fui informada de que ele havia morrido. 17

R e v i s t a A d ve n t i s t a // A d ve n t i s t Wo r l d // Junho 2019

P1

39725 – RA Mar2019

27|05|2019 5:21

Designer

Editor(a)

Coor. Ped.

C. Q.

R. F.

Custos


KARLYN FISCHER é gerente de operações de uma rádio cristã em Johanesburgo, na África do Sul

O megafone de Deus

A jovem indiana que aprofundou sua jornada espiritual depois de ver a própria vida desmoronar em apenas nove meses Cheryl Howson

S

e você está procurando uma história sobre milagres, não é esta. Se está buscando uma solução rápida para seus problemas, isso não existe. Na verdade, você pode estar olhando a vida pelo ângulo errado. Achei que eu tivesse um bom relacionamento com Deus. Conversávamos de vez em quando e eu frequentava regularmente a igreja. Todos pensavam que minha vida era perfeita, mas eu sabia que faltava algo. Só não descobri isso porque estava muito ocupada com minha vida mundana quase entediante. Foi então que desmoronou meu casamento de 12 anos. De repente, eu estava lutando para encontrar sentido na vida. Nesse processo, me deparei com este trecho do livro O Problema do Sofrimento, de C. S. Lewis: “Deus sussurra no nosso prazer e fala à nossa consciência, mas grita na nossa dor. Esse é o Seu megafone para despertar um mundo surdo.” Agora Deus tinha minha atenção. Deixei Sri Lanka e voltei para meu país, a Índia. Na jornada de me abrir para Deus, percebi que estava receptiva a tudo ao meu redor. Saí das mídias sociais e passei mais tempo subindo em árvores com minha mãe, caminhando pela manhã com meu pai, colhendo frutas com meus primos e lendo ao ar livre, tendo a companhia do meu cão. Lentamente, muito lentamente, concluí que estava fazendo a oração errada. Movida por egoísmo, eu estava pedindo a Deus uma saída fácil do meu sofrimento. E não foi pouco. No intervalo de nove meses, um amigo íntimo morreu com um tumor cerebral, meu amado avô faleceu, meu melhor amigo parou de falar comigo devido a um mal-entendido e meu casamento terminou. Minha vida se resumiu a duas malas e um piano. Deixei a empresa que ajudei a criar havia dez anos, me despedi da minha igreja e do belo Sri Lanka. Perdi tudo, mas encontrei Deus como nunca antes. E isso é incrível e real. Meus problemas externos estão se tornando irrelevantes. Não sei o que me aguarda no futuro, mas Deus sabe, e isso é suficiente. Suas misericórdias são novas e lindas todas as manhãs! ] CHERYL HOWSON trabalha como designer de interiores em Hosur, na Índia

18

Mundo fora de controle

Depois do massacre numa mesquita na Nova Zelândia, o país tem se unido, mostrando que o senso de comunidade pode nos trazer mais segurança Isabella Macpherson

R

ecentemente, fui assistir a um concerto do Teeks (cantor nativo da Nova Zelândia) no Teatro Municipal de Auckland. A canção que mais tocou meu coração foi “Whakaaria Mai” (“Quão Grande és Tu”), cantada em maori e inglês, com Hollie Smith. Foi uma apresentação incrivelmente emocionante. A canção foi dedicada às pessoas afetadas pelas tragédias recentes em Christchurch e a receita com a venda de seu trabalho após o show foi destinada para as comunidades islâmicas. A Nova Zelândia tem oferecido muito apoio às famílias das vítimas do recente massacre na mesquita. Foram organizadas campanhas de doações on-line, homenagens por todo o país e eventos beneficentes. Apesar de ser uma nação esquecida no mapa, pois está isolada num canto do mundo, ela não está protegida da pior forma de ódio. São situações como essa que mostram que nosso mundo está fora de controle e todos estamos perdidos no mapa de navegação da vida. A pergunta é: como podemos ficar firmes em tempos de incerteza? Nosso país tem mostrado que é por meio da unidade. Encontramos contentamento não em nós mesmos, mas no senso R e v i s t a A d ve n t i s t a // A d ve n t i s t Wo r l d // Junho 2019

Foto: Jeremy Bishop

Tanta coisa passou pela minha cabeça… Será que sobreviveríamos a essa provação? Como iríamos nos manter? Mas meu Deus é tão maravilhoso! Eu me agarrei às Suas promessas. A única coisa que pedi a Ele, recebi rapidamente: paz, daquela que excede todo o entendimento (Fp 4:7). Fui confortada por saber que meu esposo confiava em Deus. Tínhamos prometido um ao outro que sempre amaríamos ao Senhor sobre todas as coisas e essa lembrança me sustentou. Meu filho e as duas filhas, agora com 21 anos de idade, também nunca deixaram de acreditar que Deus é a fonte da nossa força. ]

Revis


de comunidade, na família e, acima de tudo, em Deus. Quando tudo gira fora de controle, podemos encontrar paz e segurança ao olharmos para Ele. ] ISABELLA MACPHERSON estuda biomedicina na Universidade de Auckland, na Nova Zelândia

Enraizado na fé

a

O sobrevivente de guerra que reaprendeu a caminhar sem as duas pernas Dixil Rodríguez

Q

uando ouço a frase “enraizado na fé”, lembro-me do Mike. Ele era o aluno mais capaz e comprometido da equipe de atletismo da universidade e sempre estava preparado para ajudar os colegas. Depois do ataque terrorista de 11 de setembro de 2001, ele se alistou como médico no exército norte-americano. No último dia daquele semestre letivo, ele apareceu no meu escritório dizendo que sabia que Deus cuidaria dele, ainda que soubesse que veria a morte bem de perto. Mike me contou que, para se manter firme, ele lembrava a si mesmo que estava “enraizado na fé”. Tento não chorar quando reconheço que o chamado de Mike foi bem difícil. Fiquei um bom tempo sem ter notícias dele. Sete anos mais tarde, quando estava de plantão em um hospital pediátrico, visitei uma família cujo filho teria uma perna amputada. O médico chegou, explicou o procedimento e sentou-se ao lado do garoto dizendo: “Vou fazer o meu melhor por você. Não se preocupe, amiguinho, quando você entrar no centro cirúrgico. Deus não vai ­abandoná-lo. Ele irá com você.” O médico se levantou, olhou para mim, sorriu e pediu: “Capelã, pode orar antes de sairmos?” Horas mais tarde, nos encontramos para conversar. O cirurgião ortopédico era o Mike, que havia perdido suas duas pernas em uma explosão na guerra. Ele sabia por experiência própria quanto seria difícil a terapia daquele garoto e isso criou nele uma bondade profunda. “Nunca me separei de Deus. Senti como se tivesse sido arrancado, replantado e como se as novas raízes crescessem mais profundamente, junto com o desejo de servir. Aprendi a andar outra vez”, testemunhou Mike. No caminho para casa, agradeci a Deus por lembrarme de que estar enraizado na fé é a única maneira de caminhar. ]

tir a canndia) and. coraQuão ori e uma moda às dias ceita pós o uni-

mosa de os no permes país uniento enso

o 2019

Foto: Jeremy Bishop

cido mas uita. s de por ntes. cida anto a da

DIXIL RODRÍGUEZ é capelã e professora universitária no Texas (EUA)

19

R e v i s t a A d ve n t i s t a // A d ve n t i s t Wo r l d // Junho 2019

P1

39725 – RA Mar2019

27|05|2019 5:21

Designer

Editor(a)

Coor. Ped.

C. Q.

R. F.

Custos


PER O MINISTÉRIO DA ESPERA BILL KNOTT

JOLAY PAUL UMUREMYE é presidente da Associação Ruanda Central, na África

BILL KNOTT é editor da revista Adventist World

Nova dignidade

Vinte e cinco anos depois do genocídio, Ruanda tenta reconstruir sua identidade nacional JOLAY PAUL UMUREMYE

N

20

R e v i s t a A d ve n t i s t a // A d ve n t i s t Wo r l d // Junho 2019

N DO

O IN POD DO P

ASHL

H

Foto: Ben White

o mundo em que vivemos parece ser difícil encontrar alegria. Onde e como experimentá-la, quando enfrentamos dor, perda e mesmo tragédias, como um genocídio? Jetro, sogro de Moisés, se alegrou quando a mão poderosa de Deus tirou os israelitas do Egito (Êx 18:9-11) e Jeremias profetizou o sofrimento com a queda de Jerusalém diante do Império Babilônico (Jr 31:9). Essa experiência dos israelistas se parece com algo que vivenciei em 1994. Morei no exílio por quase 35 anos. Durante esse tempo fui torturado e só não fui fuzilado porque o pelotão errou o alvo. Há 25 anos voltei para meu país, Ruanda, e meu coração está cheio de alegria. Antes de os colonizadores europeus chegarem aqui, minha nação se alegrava em ser chamada de “o povo do rei”. Hoje, os ruandeses sentem alegria porque decidiram que todos são um. Ndi umunyarwanda significa “sou ruandês” e reflete nosso esforço para construir, pós-genocídio de 1994, uma nova identidade nacional, com base na confiança e na dignidade. ]

Às 2 horas da manhã, a conversa na sala de espera da unidade de terapia intensiva do hospital sempre arrefece. Não há mais nada a dizer. Foram lidas todas as passagens de conforto da Bíblia e se conversou a respeito de todos os filhos e netos. A essa altura, também foram examinados, cuidadosamente e por várias vezes, todos os indícios de esperança oferecidos pela equipe médica. As luzes fluorescentes piscam ocasionalmente, semelhantes à esperança dos que estão sentados ali, esperando. Atrás daquelas portas de metal polido está alguém precioso, alguém imprescindível para aqueles que esperam. Toda vez que se ouve um passo no corredor ou uma maca passando, há uma inspiração rápida, pois o medo faz com que até os sons normais pareçam ameaçadores. Como jovem pastor, eu pensava que fosse minha função dizer coisas sábias, falar lenta e sinceramente sobre fé em situações que nos levam à desesperança. Até que descobri a pobreza das palavras quando os corações estão apertados pela tristeza, quando as lágrimas já não aliviam, quando a preocupação não vai embora. Quando as palavras dão seu melhor e terminam seu discurso, alguém precisa esperar junto com os feridos e tristes. Um aperto de mão, um braço ao redor dos ombros e aquele toque gentil são os presentes que oferecemos uns aos outros quando nos faltam as palavras. Quando dói nosso corpo, quando o coração precisa de cura, aprendemos o significado de fazer parte do corpo de Cristo. A simples presença de outro crente se torna a presença do próprio Senhor, exatamente como Ele prometeu (Mt 18:20). O Senhor que procurou confortar Seus amigos na hora mais terrível de Sua espera estabeleceu a igreja sobre o ideal de carregarmos os fardos uns dos outros, cumprindo assim a lei do amor (Gl 6:2). Ele deu a você e a mim o poderoso dom de se fazer presente na hora e no lugar certos, ainda quando palavras não são ditas. ]

par sobr com os p na c cido ção fi A divi “fam são. pesc lam niza peix rese para mor cria O “fam truç com disp om gara caçã que e ma noss bém N mos

Revis


PERSPECTIVA

sala ntenNão odas e se hos e exaárias ança

NO LUGAR DO OUTRO

O INSTINTO DE AUTOPRESERVAÇÃO PODE NOS IMPEDIR DE CUIDAR DO PRÓXIMO

ocaança ndo. lido presToda edor pirae até ores. que bias, é em nça. vras pela iam, ora. hor e ecisa stes. edor ão os utros

ASHLEY STATON

H

rtar el de bre o dos mor odeora e vras

d

o 2019

Foto: Ben White

do o mos orpo utro prio ome-

á poucos anos participei de um evento chamado Vozes pela Justiça. O objetivo do encontro foi inspirar, treinar e equipar cristãos para falar com políticos sobre a pobreza mundial. Contudo, com o passar do tempo, confesso que os pormenores daquele fim de semana na cidade de Camberra foram esquecidos, mas uma atividade de simulação ficou gravada na minha memória. As centenas de participantes foram divididas em grupos menores, em “famílias” que receberam uma missão. Nossa tarefa era “ganhar a vida” pescando e vendendo “peixe” (fotos laminadas) no “mercado” local (organizadores do evento que trocariam o peixe por fichas de dinheiro). Sem ter reservas iniciais, tivemos que lutar para garantir o pão de cada dia, uma moradia e a mensalidade de nossas crianças na escola. O único problema era que todas as “famílias” receberam as mesmas instruções e o caos foi instalado. Minha competitividade entrou em cena, e disputei com os demais jogadores o maior número de peixes, a fim de garantir alimentação, abrigo e educação para minha família. Uma vez que os organizadores retiravam mais e mais peixes do rio, decidimos tirar nossos filhos da escola para que também fossem pescar. No decorrer da atividade, estávamos conseguindo apenas dinheiro

O QUE PARA MIM FOI APENAS UM “JOGO” DE UMA HORA É A LUTA DIÁRIA PARA MILHÕES DE PESSOAS suficiente para alimentar nossa “família”. Não tínhamos condições de manter a escola e uma moradia permanente. Resultado: quando os organizadores anunciaram o fim da simulação, eu havia me tornado alguém sem escrúpulos, que tinha feito de tudo para pescar e sobreviver. O pior de tudo é que nossa “família” havia perdido uma criança em um ciclone devido à falta de abrigo adequado. Aquela simulação demorou menos de uma hora, mas nesse curto período eu me mostrei uma pessoa obcecada, que não se importou com mais ninguém. Essa experiência me ajudou a pensar um pouco também nas pessoas que sofrem ao redor do mundo. O que para mim foi apenas um “jogo” de uma hora é a luta diária para milhões de pessoas. Naquela noite fui dormir com o estômago cheio, numa cama confortável e sob um teto seguro. Com a noção clara de que sou uma pessoa abençoada. É por causa disso

que foi despertada em mim a consciência esmagadora de que é meu dever como cristão ajudar outros a ter os direitos básicos que tenho. É natural querer cuidar de si mesmo. A autopreservação é necessária para sobreviver em um mundo corrompido pelo pecado. Mas, se você sabe como vai pagar suas contas ou a que horas fará a próxima refeição, Deus está chamando você para auxiliar aqueles que não têm esse privilégio. E essas pessoas podem estar na sua vizinhança ou do outro lado do mundo. É verdade que podemos desanimar diante de tanta pobreza e injustiça presentes em nosso planeta, mas somos as mãos e os pés de Jesus a trabalhar pelos menos favorecidos. E, se trabalharmos juntos como igreja, o trabalho pode se tornar menos árduo do que individualmente. Por isso, assine petições para mudanças positivas, doe seu tempo como voluntário para sua comunidade e ajude entidades humanitárias que chegam aonde você não pode ir. Acima de tudo, trate os outros como você quer ser tratado. Que nossa luz brilhe testemunhando do mundo justo idealizado originalmente por Deus! ] ASHLEY STATON é gerente de comunicação da ADRA Austrália

21

R e v i s t a A d ve n t i s t a // A d ve n t i s t Wo r l d // Junho 2019

P1

39725 – RA Mar2019

27|05|2019 5:21

Designer

Editor(a)

Coor. Ped.

C. Q.

R. F.

Custos


HISTÓRIA DA IGREJA

N Unid ram nect Is Qua ofere no e Mar mor E visit rece nos ávid argu mud se ho Q Iowa naqu de 18 com das ram algu a Bíb sába men A sour casa na c outr e foi

Mãos que pregam

MERLE POIRIER

Foto: Jeff Jordan (esquerda) com sua esposa, Melissa, ao lado do túmulo de Eliphalet Kimball no Cemitério Oak Hill, em Battle Creek, Michigan (EUA) 22

M

BIOGRAFIA Eliphalet Morrell Kimball nasceu em 15 de março de 1816, em Lyme, New Hampshire (EUA). Ele foi um dos 12 filhos de Eliphalet e Betsey Kimball. Aos 4 anos de idade, Eliphalet contraiu a febre maculosa, que provocou a surdez de ambos os ouvidos. R e v i s t a A d ve n t i s t a // A d ve n t i s t Wo r l d // Junho 2019

Foto: Merle Poirier

A HISTÓRIA DO PRIMEIRO MISSIONÁRIO ADVENTISTA ENTRE OS SURDOS

eu esposo e eu participamos do Concílio Anual da sede mundial da igreja, em Battle Creek, Michigan (EUA), em outubro. Quando entramos no refeitório, nos sentamos com Jeff Jordan e a esposa, Melissa, e tivemos uma refeição interessante e animada. Interessante pela conversa e animada porque Melissa quase não comeu, muito ocupada interpretando para Jeff, que é surdo. Jeff lidera um ministério para surdos (deafchurchonline.org) perto de Collegedale, no Tennessee. Suas mãos voam quando ele se comunica na Língua Americana de Sinais (ASL). Em 2016, ele foi nomeado coordenador associado (honorário) para o ministério de surdos no departamento dos Ministérios de Necessidades Especiais da sede mundial da igreja. Enquanto conversávamos com eles naquele dia, Jeff e Melissa contaram com entusiasmo sobre uma descoberta no Cemitério Oak Hill, em Battle Creek, onde estão sepultados vários pioneiros adventistas, incluindo a família White. Lá está sepultado também Eliphalet M. Kimball, que parece ter sido o primeiro “missionário” adventista entre os surdos. Curiosa, fiz algumas pesquisas e descobri a história fascinante de um homem quase desconhecido no adventismo, o que resultou neste artigo.

MINI Seis dese da su mud lhan Illin U ball and por ling na c men naqu uma Hera Hill D sach

Revis


Naquela época, vários pais de crianças surdas no Nordeste dos Estados Unidos procuravam uma forma de educar seus filhos. Em 1817, eles fundaram o Asilo para a Educação e Instrução de Pessoas Surdas e Mudas de Connecticut, hoje a Escola Americana para Surdos, pioneira nos Estados Unidos. Isso foi providencial para Eliphalet, pois mudou o curso de sua vida. Quando ele tinha 15 anos, seus pais o enviaram para essa escola, que oferecia uma forte ênfase na leitura, escrita e matemática, mas também no ensino religioso. Foi lá também que ele conheceu sua futura esposa, Mary Webster, que também era surda. Eles se casaram em 1839 e foram morar em New Hampshire. O casal teve dois filhos ouvintes. Em 1852, eles se mudaram para o oeste, parando em Indiana a fim de visitar um homem surdo. Durante essa visita, Eliphalet recebeu um folheto que afirmava que os seres humanos não têm uma alma imortal. Por ser um batista e ávido estudante da Bíblia, ele passou a comparar os argumentos do panfleto com as Escrituras. O casal se mudou novamente, dessa vez para Wisconsin, onde se hospedaram na casa do irmão de Eliphalet. Quando a família Kimball morava em Anamosa, em Iowa, o pastor adventista Merritt E. Cornell começou naquela região uma série de conferências no inverno de 1860. Ele usou um tribunal como auditório e muitos compareceram. O casal Kimball nem ficou sabendo das reuniões, mas os filhos deles sim, e frequentaram a série. Foi então que Eliphalet pediu a Cornell alguma literatura sobre o sábado e voltou a estudar a Bíblia. Convencidos a respeito do mandamento do sábado, ele e a esposa começaram a guardá-lo fielmente, embora sozinhos. A filha dos Kimball se casou e mudou para o Missouri e o filho se mudou para o Kansas. Em 1867, o casal dividia seu tempo entre os filhos: seis meses na casa de uma e a outra metade do ano na casa do outro. Dois anos depois, a esposa de Eliphalet morreu e foi sepultada em Leavenworth, no Kansas.

ELIPHALET SE TORNOU MISSIONÁRIO ITINERANTE. ELE SE MUDAVA DE UM LUGAR PARA O OUTRO, PREGANDO E ENSINANDO, VIVENDO E TRABALHANDO COM QUALQUER PESSOA QUE O ACEITASSE

al da igan ório, sa, e Intelissa ndo

yme, tsey que

o 2019

Foto: Merle Poirier

o de ca na enaento reja. aram attle indo que dos. e um tigo.

MINISTÉRIO ITINERANTE Seis meses após a morte de Mary, impulsionado pelo desejo ardente de levar o evangelho aos portadores da sua deficiência, Eliphalet se tornou um missionário itinerante. Ele se mudava de um lugar para o outro, pregando e ensinando, vivendo e trabalhando com qualquer pessoa que o aceitasse. Ele morou no Kansas, Iowa, Illinois, Massachusetts, New Hampshire, Vermont, Connecticut e Maine. Usando as mãos para ensinar e distribuir folhetos para leitura, Kimball deixou atrás de si um rastro de pessoas convertidas (Advent Review and Sabbath Herald, 28 de janeiro de 1875). Eliphalet morou seis meses, por exemplo, na residência do casal Hill a fim de ensinar a Bíblia e a linguagem de sinais para a filha surda deles. Ellen White, que pregou na campal de Indiana em agosto de 1877, conheceu a família Hill e mencionou que a filha de 16 anos do casal havia chamado sua atenção naquela reunião. “Ela se uniu aos suplicantes e orou com sinais. Foi uma cena muito solene e impressionante” (Advent Review and Sabbath Herald, 23 de agosto de 1877). Ellen White prosseguiu dizendo que os Hill e sua filha foram batizados. Dez dias depois, em uma reunião campal realizada em Groveland, Massachusetts, mais três surdos foram batizados, entre eles Benjamin Brown

e a esposa. Todos levados à verdade por Eliphalet. Um ano mais tarde, Ellen White escreveu sobre seus encontros com o próprio missionário: “Interessou-nos conhecer o irmão Kimball, que é mudo e tem sido missionário entre os mudos. Por meio do seu trabalho perseverante, um pequeno exército aceitou a verdade. Encontramos este fiel irmão nos nossos acampamentos anuais, rodeado de vários dos seus mudos convertidos. Alguém interessado, que tem ouvidos para ouvir, escreve uma parte do discurso e ele se assenta rodeado de seus amigos mudos, pregando-lhes ativamente com as mãos. Ele tem usado livremente seus meios para fazer avançar a obra missionária, honrando assim a Deus com sua obra. Se continuar fiel, um dia ele receberá uma recompensa preciosa” (Signs of the Times, 12 de setembro de 1878). Vale ressaltar que, no tempo de Ellen White, os deficientes auditivos eram chamados de surdos-mudos, termo impreciso e inadequado. Eliphalet continuou seus esforços missionários, mudando-se mais tarde para o Sanatório de Battle Creek, a fim de se recuperar de uma doença prolongada. Morreu aos 71 anos. Uma lápide marca seu túmulo (foto), enquanto ele aguarda o chamado do Doador da vida, quando então ouvirá, falará e cantará a verdade que tanto amou. O trabalho iniciado por Eliphalet Kimball há tanto tempo ainda continua. Assim como ele levou surdos a “ouvir” a mensagem por meio da literatura e da linguagem de sinais, atualmente em 12 países do mundo existe um ministério especialmente dedicado para essas pessoas (adventistdeaf.org), inclusive no Brasil (surdosadventistas.com.br). Que grande festa será o dia em que Jesus voltar e os ouvidos dos surdos forem destampados (Is 35:5)! ] MERLE POIRIER é gerente de operações da revista Adventist World

23

R e v i s t a A d ve n t i s t a // A d ve n t i s t Wo r l d // Junho 2019

P1

39725 – RA Mar2019

27|05|2019 5:21

Designer

Editor(a)

Coor. Ped.

C. Q.

R. F.

Custos


DEVOCIONAL

uten de u hoje aque Não pois e ale

QUA Para ram tam Deu volta men O qu A ci dos. Mui os qu ou ó D grup o tem melh Deu aleg luta quan O mate lha p nece a nec vida O ativa noss dem nece mos havi os d eag

A EXPERIÊNCIA DE ARREPENDIMENTO DO POVO NO CONTEXTO DA RECONSTRUÇÃO DE JERUSALÉM TEM ALGO A NOS ENSINAR SOBRE GRATIDÃO E ESPERANÇA GERALD A. KLINGBEIL

24

D

ezembro de 2001 marcou um período difícil para o povo argentino. No dia 1º daquele mês, o ministro da Fazenda anunciou o congelamento de todas as contas bancárias. Ninguém podia sacar nenhum valor da conta. Cartões de débito e crédito não funcionavam. Para quem não tinha dinheiro em espécie, as coisas logo ficaram bastante complexas. A previsão era que o congelamento durasse apenas dois dias. A moeda local teve uma desvalorização de 50%. A convulsão social cresceu rapidamente. As pessoas que não podiam comprar comida ainda precisavam comer e, em muitas partes do país, houve saque aos supermercados. Naquela época, eu lecionava na Universidad Adventista del Plata, no interior da Argentina. Na pequena cidade universitária de Libertador San Martín também não era possível sacar dinheiro. Tínhamos poucos recursos em casa e ninguém sabia quando os bancos abririam novamente. Bem na época em que costumávamos cantar “Noite Feliz” e dar presentes, instalou-se sobre o país uma sensação de desgraça. Nossas duas filhinhas, de 4 e 2 anos na época, não se preocuparam muito com isso.

O clima de verão nas férias escolares era agradável e o Natal já estava se aproximando. Porém, minha esposa e eu não sentíamos a mesma calma. Para não passarmos fome, a universidade ofereceu crédito no supermercado local. Decidimos ir à cidade grande mais próxima para fazer nossa compra regular no mercado e trazer algum presentinho para nossas filhas. Contudo, mesmo que alguém tivesse dinheiro encontraria as prateleiras vazias. Finalmente, achamos um conjunto de utensílios plásticos, com dois copos, dois pratos e duas tigelinhas para cereal. Aquele não era exatamente o presente dos sonhos, mas era o que tínhamos. Além da “louça” de plástico, Chantal, minha esposa, tinha feito um avental bonito para nossas filhas. Nunca vou me esquecer da alegria delas quando abriram aquele presente no Natal. Com o rosto radiante, elas seguraram seus

R e v i s t a A d ve n t i s t a // A d ve n t i s t Wo r l d // Junho 2019

Foto: vvvita

A alegria do Senhor é a nossa força

COR Foi n çara e Ne conv uma frent se fo a ún Pala

Revis


utensílios de plástico já com a intenção de utilizá-los na refeição seguinte. Até hoje, 18 anos mais tarde, ainda temos aqueles pratinhos em nosso armário. Não nos atrevemos a nos desfazer deles, pois contam uma história de gratidão e alegria.

quando ainda está

QUANDO NÃO SENTIMOS ALEGRIA Para Esdras e Neemias, que viveram na Jerusalém pós-exílio, a vida também foi difícil. Décadas antes, Deus havia conduzido Seu povo de volta do cativeiro babilônico – pelo menos os que quiseram voltar (Ed 1, 2). O que encontraram foi desanimador. A cidade e o templo estavam destruídos. Não havia muralha de proteção. Muitos povos vizinhos olhavam para os que retornavam com desconfiança ou ódio explícito. Depois de 80 anos que o primeiro grupo havia retornado e reconstruído o templo, as coisas ainda não pareciam melhores. Como podemos confiar em Deus diante de desafios tão gigantescos? E nos alegrar quando Ele parece ausente na nossa luta por sobrevivência? Como avançar felizes quando Deus Se faz silente? Os problemas de Israel não eram apenas materiais. Eles precisavam de uma nova muralha para proteger Jerusalém – e Deus supriu essa necessidade. Mas, além dos muros derrubados, a necessidade deles era que Deus lhes restaurasse a vida quebrantada. O quebrantamento vem quando ignoramos ativa ou passivamente a vontade de Deus para nossa vida. Ficamos quebrantados quando perdemos de vista as pessoas ao nosso redor que necessitam da graça divina e nos concentramos somente em nossas necessidades. Israel havia ignorado a vontade de Deus e pisoteado os direitos dos mais vulneráveis. O egoísmo e a ganância matam a alegria e a esperança.

preso ao egoísmo e é confrontado com o poder da Palavra de Deus?

o 2019

Foto: vvvita

scoal já

não Para ersiperir à para r no senConesse eleimos ástitos e quele e dos mos. tico, nha nosecer ram om o seus

Como você reage

CORAÇÃO QUEBRANTADO Foi nesse contexto que Esdras e Neemias traçaram um plano. Esdras, o escriba e sacerdote, e Neemias, o governador nomeado pela corte, convocaram o povo (Ne 8). Eles construíram uma plataforma de madeira numa praça, em frente ao Portão das Águas. Todo o povo, “como se fosse um só homem”, foi convidado a ouvir a única coisa que pode reorientar e reavivar: a Palavra de Deus. Esse não foi um culto comum

como os que prestamos aos sábados. Os líderes leram a Torá desde a manhã até o meio-dia e, como muitos tinham perdido a habilidade de compreender o hebraico, providenciaram tradução simultânea, que explicava cuidadosamente o significado das palavras (Ne 8:7, 8). Como reagimos quando estamos ainda presos ao egoísmo e somos confrontados com o poder da Palavra de Deus? A maioria das pessoas chora. Quando olhamos para o espelho da Palavra de Deus, reconhecemos quem realmente somos. Quando os ouvintes de Esdras e Neemias escutaram atentamente, eles também choraram (v. 9). Foi então que ouviram Esdras fazer uma declaração surpreendente: “Ide, comei carnes gordas, tomai bebidas doces e enviai porções aos que não têm nada preparado para si; porque este dia é consagrado ao nosso Senhor; portanto, não vos entristeçais, porque a alegria do SENHOR é a vossa força” (v. 10). Certamente esse não é um texto sobre reforma de saúde ou vida

saudável. Naquele contexto em que não havia alimentos refinados e o estoque de comida era limitado, comer gordura e beber bebidas doces era uma forma de dizer: “Vamos comemorar a provisão abundante de Deus – e então vamos compartilhar essas bênçãos com aqueles que estão ao nosso redor.” Contudo, é a última parte do verso que chama nossa atenção. Esdras disse que fizessem todas essas coisas porque a “alegria do Senhor” era a força deles. Os estudiosos do Antigo Testamento ficaram intrigados com essa frase. A alegria do Senhor se refere à alegria de Israel em seu Deus ou indica algo ainda mais emocionante e animador? Será que o texto bíblico aponta para a alegria que o Senhor sente quando vê Seu povo unido em adoração e, finalmente, enxergando o quadro completo? Linguisticamente, ambas as opções são interpretações válidas. Contudo, teologicamente sou mais propenso à segunda opção. Nossa força não é a alegria autoproduzida – mesmo que isso signifique compreender uma teologia complexa. Nossa força está ancorada na graça de Deus e em Sua alegria pela nossa salvação e compromisso. Foi isso que Jesus sugeriu quando disse que havia alegria no Céu por um único pecador arrependido (Lc 15:7) e ao ter contado a história do pai que celebra o reencontro com o filho (v. 20-24). Nossas filhas não se lembram da desvalorização do peso argentino nem do congelamento das contas bancárias em dezembro de 2001. Mas elas se lembram bem dos pratos de plástico. A alegria delas alegrou nosso dia. Nossa força está ancorada na alegria de Deus por nós. Daquele que tem prazer em conceder graça a gente ingrata e insatisfeita! ] GERALD A. KLINGBEIL é editor associado da revista Adventist World

25

R e v i s t a A d ve n t i s t a // A d ve n t i s t Wo r l d // Junho 2019

P1

39725 – RA Mar2019

27|05|2019 5:21

Designer

Editor(a)

Coor. Ped.

C. Q.

R. F.

Custos


VISÃO GLOBAL

Confiança em Deus TED WILSON

3. ram tou o tema mul Deu espe inim Senh D deu rou a Deu fetas sulta men exér À fé, E prom aleg

que faz você feliz? O que enche você de alegria? Embora o sentimento de felicidade possa ser passageiro, a verdadeira alegria é profunda e duradoura. Ela não varia com as circunstâncias, pois enxerga o quadro geral e produz satisfação permanente. A Bíblia está cheia de alegria: são cerca de 200 versos espalhados pelo Antigo e Novo Testamentos. As Escrituras ressaltam que a alegria vem da confiança em Deus e de seguir Sua vontade, mesmo quando o contexto é desfavorável e terrível. Podemos aprender algo sobre confiança em Deus e, consequentemente, a respeito de alegria lendo 2 Crônicas 20. Alguns pontos que destaco desse relato: 1. O povo se uniu para “pedir socorro ao Senhor” (v. 4). 2. Todos oraram fervorosamente. Na bela oração registrada nos versos 6 a 12, Josafá reconheceu a grandeza e o poder de Deus, relembrou os atos de misericórdia de Deus para com Seu povo e reivindicou as promessas de livramento contra os inimigos. Ao terminar sua oração, ele reconheceu a própria debilidade e deixou com Deus o julgamento (v. 12).

A AL Uma da B vos e éav não elita nico em r dele A truíd reco tara reco dific “tod na p que E Esdr clara lhad der o que Lei d nhec cido men “P carr há li escre

PODEMOS CANTAR DE ALEGRIA, MESMO DIANTE DOS DESAFIOS

26

Foto: ASIFE

O

R e v i s t a A d ve n t i s t a // A d ve n t i s t Wo r l d // Junho 2019

Revis


o 2019

Foto: ASIFE

3. Eles ouviram os profetas de Deus e seguiram suas instruções. Nessa história, Deus levantou o profeta Jaaziel para falar a Seu povo: “Não temais, nem vos assusteis por causa desta grande multidão, pois a peleja não é vossa, mas de Deus” (v. 15). Então, Jaaziel deu instruções específicas de como Judá deveria abordar seus inimigos, assegurando mais uma vez que o Senhor estaria com Seu povo (v. 17). Determinado a crer na mensagem que Deus deu a Jaaziel e agindo segundo ela, Josafá declarou a célebre frase: “Crede no SENHOR, vosso Deus, e estareis seguros; crede nos Seus profetas e prosperareis” (v. 20). Então, após consultar o povo, ordenou que cantores devidamente ornamentados marchassem à frente do exército (v. 21). À medida que o povo de Deus avançava pela fé, Ele cumpriu, de um modo maravilhoso, Suas promessas e deu-lhes a vitória. Deus os havia alegrado com aquela grande conquista (v. 27). A ALEGRIA DO SENHOR Uma das declarações de alegria mais conhecidas da Bíblia está em Neemias 8:10: “Portanto, não vos entristeçais, porque a alegria do SENHOR é a vossa força.” O contexto dessa declaração não era dos mais favoráveis. Muitos dos israelitas haviam retornado do cativeiro babilônico para Jerusalém e encontraram a cidade em ruínas, o templo destruído e as paredes dele derrubadas. As paredes do Templo haviam sido destruídas muitas décadas antes. Mas só foram reconstruídas quando Esdras e Neemias voltaram. Mesmo assim, ainda faltava muito por reconstruir. Depois que os muros foram reedificados e os portões colocados em seu lugar, “todo o povo se ajuntou como um só homem na praça, diante da Porta das Águas”, e pediu que Esdras trouxesse o livro da lei (Ne 8:1). Em pé, sobre uma plataforma de madeira, Esdras começou a ler as Escrituras vagarosa e claramente. Além disso, os levitas foram espalhados entre o povo para ajudá-los a compreender o que estava sendo lido para eles. À medida que o povo ia compreendendo o significado da Lei de Deus, eles começaram a chorar. Reconheceram quanto haviam caído fundo. Convencido do pecado, e com lágrimas de arrependimento, o povo se prostrou e adorou o Senhor. “Para os que estão convictos do pecado e carregados com o senso de sua indignidade, há lições de fé e encorajamento neste relato”, escreveu Ellen G. White. E a pioneira adventista

A ALEGRIA DO SENHOR TEM QUE VER COM A PROMESSA DE PERDÃO, PURIFICAÇÃO E RESTAURAÇÃO, COM O

completa: “Toda conversão verdadeira ao Senhor produz permanente alegria na vida. Quando um pecador se rende à influência do Espírito Santo, ele vê sua própria culpa e mácula em contraste com a santidade do grande Pesquisador dos corações. Ele se vê a si mesmo condenado como transgressor. Mas não deve, por causa disso, entregar-se ao desespero; pois seu perdão já está assegurado. Ele pode alegrar-se na certeza do perdão dos pecados, no amor de um perdoador Pai celestial. É a glória de Deus a envolver os seres humanos pecadores arrependidos nos braços do Seu amor, a ligar suas feridas, a purificá-los do pecado e a vesti-los com os vestidos da salvação” (Profetas e Reis, p. 668). Que razão para se alegrar! A alegria do Senhor é nossa força! E qual é a alegria do Senhor? É a promessa do perdão, de purificação e de restauração. É a maneira de nos alinhar novamente com Sua vontade para nossa vida. A alegria do Senhor é algo que podemos receber agora, na expectativa do que será a eternidade. Ellen White escreveu também que, por meio de Jesus, todos os filhos decaídos de Adão podem se tornar filhos de Deus, pois todo que é nascido de Deus vence o mundo (1Jo 5:4). “São estes os frutos da conversão e santificação bíblica; e é porque os grandes princípios da justiça apresentados na lei de Deus são com tanta indiferença considerados pelo mundo cristão que esses frutos são tão raramente testemunhados […] É ao contemplar que somos transformados. [...] É somente à medida que se restabeleça a lei de Deus à sua posição exata que poderá haver avivamento da primitiva fé e piedade entre o Seu povo professo” (O Grande Conflito, p. 478). E o que Deus coloca em nosso coração, à medida que nos conectamos diariamente a Ele, produzirá nossa maior alegria pela eternidade – tudo por causa Dele! ]

REALINHAMENTO DA NOSSA VIDA

COM A VONTADE DELE

TED WILSON é presidente mundial da Igreja Adventista. Você pode acompanhar o líder por meio das redes sociais: Twitter (@pastortedwilson) e Facebook (fb.com.br/ pastortedwilson)

27

R e v i s t a A d ve n t i s t a // A d ve n t i s t Wo r l d // Junho 2019

P1

39725 – RA Mar2019

27|05|2019 5:21

Designer

Editor(a)

Coor. Ped.

C. Q.

R. F.

Custos


VIDA ADVENTISTA

Provados pelo fogo

D

an e Linda Martella já haviam treinado uma fuga de emergência. Eles moravam em Paradise, Califórnia (EUA), no sopé das montanhas de Sierra Nevada, lugar sujeito a incêndios florestais. “Dois anos antes, algumas casas a três quilômetros de distância da nossa precisaram ser evacuadas. Por isso, dessa vez carregamos o carro com nossos pertences e ficamos prontos para sair, caso fosse necessário”, lembra-se Dan. Aquele acabou sendo um ensaio para o futuro. Dan é um dos pastores da Igreja Adventista de Paradise e Linda trabalhava para o Sistema Adventista de Saúde Feather River, maior empregador naquela comunidade de 30 mil pessoas. Na manhã de 8 de novembro de 2018, os Martellas e todos moradores de Paradise tiveram de fugir do que ficou conhecido como “camp fire” (fogueira de acampamento), considerado o incêndio florestal mais mortal e destrutivo da história da Califórnia (EUA). 28

RESPOSTA IMEDIATA Steve Hamilton se lembra: “Foi uma luta manter o controle do nosso pessoal e tentar descobrir um local para abrigá-los.” Os membros da igreja que tinham propriedades nas comunidades vizinhas ofereceram o terreno para que as pessoas estacionassem seus veículos de férias, como trailers e motorhomes. Os adventistas de comunidades mais próximas, como Chico, abriram suas casas e hospedaram desabrigados nos quartos que não estavam utilizando. “Minha família de cinco pessoas ficou em uma quitinete por quatro meses”, disse

Hamilton. O desastre afetou também a vila de Chico, mas a comunidade dizimada pelo fogo foi a de Paradise. No sábado seguinte ao incêndio, os membros das igrejas adventistas de Paradise e Chico se reuniram para oferecer apoio e socorro às vítimas. Adventistas de toda a Costa Oeste dos Estados Unidos doaram alimento, água potável, kits de higiene pessoal e roupa de cama para os sobreviventes. Uma das congregações providenciou uma refeição para 700 pessoas após o culto. “Centenas de pessoas estavam lá e eu conhecia muitas delas. Fui de mesa em mesa ouvindo suas histórias. Foi quando me ocorreu que aquelas pessoas tinham perdido tudo e ainda nem sabiam o que isso significava”, relata Ed Fargusson, assistente do presidente da Associação do Norte da Califórnia. Significava que 385 famílias adventistas haviam perdido suas casas no incêndio. Em Paradise, apenas 10% das residências ficaram em pé. Reconstruir tudo isso seria um processo lento e frustrante. Para se ter uma ideia, até março não havia sido autorizado o pedido feito pelo pastor Hamilton para retirar de Paradise os

R e v i s t a A d ve n t i s t a // A d ve n t i s t Wo r l d // Junho 2019

COM DES ESC TER COM SE C A JU OS NOV

Foto: U.S. Air National Guard photo by Senior Airman Crystal Housman

STEPHEN CHAVEZ

Steve Hamilton é o pastor sênior da Igreja de Paradise. Ele havia sido transferido do Colorado, onde atuou como líder do departamento jovem da Associação das Montanhas Rochosas. Hamilton, a esposa, Delinda, e seus três filhos, Katie, Ashley e Andrew, haviam se mudado para Paradise cinco dias antes de o fogo destruir quase 19 mil edificações (74% delas eram residências) e desabrigar milhares de pessoas. O que fazer quando um desastre sem aviso deixa você numa situação em que quase todos os seus bens cabem no seu carro?

Foto: NASA

COMO A IGREJA SOBREVIVEU E SERVIU EM MEIO AO INCÊNDIO FLORESTAL HISTÓRICO QUE DEVASTOU UMA COMUNIDADE DA CALIFÓRNIA NO ANO PASSADO

Revis


COMO UM DESASTRE DESSA ESCALA PODE TER SENTIDO? COMO É QUE SE COMEÇA A JUNTAR OS PEDAÇOS NOVAMENTE?

tamomufoi a

o 2019

Foto: U.S. Air National Guard (Senior Airman Crystal Housman)

vam . Fui suas rreu peram o Farte da rnia. ílias suas dise, ficaisso rus, até zado mile os

Foto: NASA

ndio, ntisuniorro da a idos ável, pa de Uma ciou soas

escombros da igreja e da escola. Não tendo para onde ir, algumas famílias adventistas se mudaram para outras partes do estado e regiões do país. Os que escolheram permanecer ali já preveem meses ou anos para que sua vida possa retornar ao normal. DEUS AINDA DIRIGE Como um desastre dessa escala pode ter sentido? Como é que se começa a juntar os pedaços novamente depois de perder tudo? Para Steve Hamilton, esse não é o momento para duvidar da direção de Deus. “Estamos confiantes de que o Senhor nos trouxe até aqui. Não acreditamos que Seu chamado para nossa vida mude quando as coisas ficam difíceis ou diferentes do que planejamos.” Portanto, isso significa avançar. E a Associação do Norte da Califórnia tornou as igrejas de Chico e Paradise um distrito pastoral de duas igrejas, nomeando Hamilton para liderar ambas as congregações. A igreja de Chico cedeu um espaço para que o Colégio Adventista de Paradise funcionasse até o término do ano escolar, enquanto a Escola Adventista Chico Oaks continua atendendo a alguns metros de distância. Foi criada uma comissão para iniciar os estudos de como reconstruir a presença adventista em Paradise – uma presença que, antes do incêndio, consistia de uma igreja com 1.300 membros, uma escola com ensino fundamental e médio e um dos maiores hospitais adventistas do norte da Califórnia (para saber mais, acesse mypaa.net). “O prédio da igreja tinha seguro”, diz Hamilton. “Haverá outra igreja em Paradise. Mas qual será sua aparência e como será a comunidade que a igreja foi chamada a servir é algo a ser processado durante os próximos dois anos”, projeta o pastor. Esse processo envolve não

apenas a reconstrução da igreja, mas também da comunidade. Além da destruição das casas e prédios, perdeu-se muito da infraestrutura do local, como empresas, escolas, igrejas e serviços públicos. Dan Martella prefere a palavra “jornada” a “processo”. “Não estamos nem perto do fim dessa jornada. Esse é um desafio que nunca tivemos antes. E é difícil dizer se já temos solução para tudo”, complementa o outro ministro. Martella mencionou alguns dos elementos essenciais que ajudaram ele e a esposa a sobreviver e contou como foram apoiados pela família quando começaram a reestruturar a vida. “Estamos com vida. Temos as fotografias de nossa família. Temos uns aos outros.” Ele também mencionou a importância de a igreja ser uma família (uma das 85 vítimas fatais do incêndio era adventista). “Estamos nos preparando para a possibilidade de que metade da nossa congregação deixe esta região.” Se houve algum lado positivo nesse evento catastrófico, Ed Fargusson considera a maneira pela qual a comunidade adventista daquela região se uniu para ajudar a comunidade a recomeçar a vida. Poucas horas após o incêndio, a Administração Federal de Gerenciamento de Emergências ­procurou a Associação do Norte da Califórnia para perguntar se a igreja poderia prover abrigo para os próprios membros, a fim de aliviar a demanda do sistema público. “Soube que vários voluntários apareceram e fizeram gratuitamente o que algumas pessoas não podiam pagar para ser feito”, testemunhou Fargusson. “Essa é a beleza da igreja. Quando temos uma necessidade como essa, podemos ligar para as pessoas e em seguida temos um exército nos apoiando.” ] STEPHEN CHAVEZ é editor-assistente da Adventist World

29

R e v i s t a A d ve n t i s t a // A d ve n t i s t Wo r l d // Junho 2019

P1

39725 – RA Mar2019

28|05|2019 8:45

Designer

Editor(a)

Coor. Ped.

C. Q.

R. F.

Custos


MINHA HISTÓRIA

A EXPERIÊNCIA DO CASAL UCRANIANO QUE DESCOBRIU SOZINHO DIVERSAS VERDADES BÍBLICAS LENDO ESCONDIDO AS ESCRITURAS

O

DICK DUERKSEN

˝

Senhor é o meu pastor.” Savka Vaselenko lê cuidadosamente as palavras, ouvindo o ruído nítido das consoantes e os sons suaves e macios das vogais. “E nada me faltará.” Savka leu as palavras em voz alta, sussurrando as frases que embaçavam o ar frio do seu quarto. “Mamãe”, disse baixinho o fazendeiro à mulher ao seu lado, “Deus é nosso pastor.” A mamãe de seu filho sorriu. Era seu trabalho vigiar os vizinhos, a polícia, o padre ou qualquer outra pessoa que estivesse se aproximando da fazenda. O casal não podia ser surpreendido lendo a Bíblia. Porém, todos sabiam que eles tinham uma Bíblia. Todos tinham ouvido Savka falar da alegria que sentiu quando tocou as palavras impressas com letras grandes e por ter ouvido o Criador falar com ele em seu próprio quarto. A polícia já havia vasculhado sua casa algumas vezes. Tinham procurado individualmente e em grupos, mas ninguém conseguiu encontrar nada além de casacos, batatas, colchões cheios de palha, pilhas de cobertores rústicos, alguns livros escolares antigos e um fogão a lenha. Nunca a Bíblia. O livro sagrado era grande, cheio das palavras de Deus escritas em ucraniano popular. Uma linguagem de consoantes grosseiras e vogais turvas, do modo como os agricultores e os pastores da Ucrânia falavam. Gente como as pessoas que moravam na aldeia de Savka. 30

A CONVERSÃO DA ESPOSA Ele não havia contado nem à esposa, Fadora, onde tinha conseguido a Bíblia. Savka apenas segurou o livro sagrado junto ao peito e sorriu o sorriso contente de alguém que tinha descoberto os sons do amor de Deus. Na tarde em que nasceu seu primeiro filho, Savka estava no campo, trabalhando a terra, longe do choro do recém-nascido. Fadora implorou para a mulher que a ajudou no parto para levar o menino à igreja, a fim de que o padre desse ao bebê o nome que Deus queria, antes que o pai do garotinho voltasse para casa. A parteira obedeceu, e um pequeno grupo de mulheres foi com ela à igreja onde o padre (um homem muito mais poderoso que o próprio prefeito) deu ao bebê o nome de Ulas, que significa “filho de um herege”. Ulas. Até o som desse nome deixou Fadora furiosa. Por que Deus gostaria que seu filho se chamasse assim? Com esse nome, ele nunca poderia frequentar a escola, entrar na igreja ou conseguir um bom emprego. Seu filho com Savka, o herege que acreditava que Deus fala diretamente com qualquer um

R e v i s t a A d ve n t i s t a // A d ve n t i s t Wo r l d // Junho 2019

Foto: Dick Duerksen

O livro de Savka

Revis


que leia Sua Palavra, estava sendo amaldiçoado. Fadora só se questionava como poderia ser essa a vontade de Deus. A indignação dela em relação à sua antiga tradição religiosa se intensificou quando o padre decidiu reunir um bando de homens enfurecidos para matar Savka. Fadora escondeu-se com o filho Ulas no quarto. Ela ouviu os homens se aproximarem da fazenda, seus gritos exaltados quando encontraram Savka próximo à cerca e o som dos chicotes, paus e ferramentas golpeando a carne de seu marido. Ela gritou e eles pararam, surpresos ao vê-la ali e ainda mais surpresos com o fato de que havia ordenado que parassem. Ela se levantou, fumegando como um trem a vapor saindo da estação, até que os homens partiram, como um bando de lobos que tinham matado e saído antes de estar satisfeitos. “Como Deus pode ter mandado o padre reunir homens maus para espancar e quase matar meu marido?”, ela pensou. “Meu Savka nunca participaria de uma multidão como aquela! Ele é o homem mais manso, gentil e generoso de toda a aldeia.” Naquele dia, Fadora decidiu tornar-se uma herege como Savka. Durante dias ela cuidou de seu marido até que ele recuperasse as forças. Água morna e fria, sopa quente, cantando baixinho. Bom remédio.

m à conenas o ao ente erto

deiDeus asse unca ntrar bom ka, o Deus r um

o 2019

Foto: Dick Duerksen

u primpo, horo mplou no reja, bebê que o casa. um s foi (um que bê o filho

MUDANÇA PARA OS ESTADOS UNIDOS Desde então, Fadora ficou encarregada de esconder a Bíblia. Pensaram em como fariam isso. O monte de esterco de vaca seria uma opção, mas concluíram que não ficariam muito confortáveis em colocar a Palavra de Deus ali. Juntos, finalmente definiram três lugares seguros. Um deles era no fundo do saco de lona que guardava farinha, ao lado do fogão. Outro seria o cashuk rústico de Savka, o casaco pesado que ele sempre usava para trabalhar ao ar livre. A peça era grande e, quando pendurada ao lado da porta, havia espaço para esconder a Bíblia dentro da manga esquerda. O terceiro lugar era o preferido de Fadora. Ela tinha encontrado um pequeno saco de pano, da cor da massa de pão, no qual o livro cabia perfeitamente. Se alguém estivesse por perto, ela esconderia a Bíblia no saco e o colocaria dentro da massa. Então ela cantaria suas canções enquanto sovaria a Escritura junto com o pão de cada dia. O casal só lia a Bíblia durante o dia, pois era quando podiam ver se alguém estava vindo. Liam o livro diariamente, linha por linha e página por página, colorindo de vermelho as palavras que tocavam seu coração. Um vizinho os procurou, perguntando por que o livro era tão importante, e se ele também podia ouvir suas palavras. Depois outros, até que um grupo de “hereges” passou a se reunir regularmente na cozinha, todos ansiosos para conhecer a bondade, gentileza e esperança que Savka e Fadora encontraram no livro. Com o tempo, eles ensinaram o pequeno Ulas a ler com eles. O filho de herege também era filho de Deus. Quando Ulas fez oito anos, a família imigrou da Ucrânia para a Dakota do Norte, nos Estados Unidos, onde a terra vazia e cinzenta era parecida à que eles conheciam. Savka e a esposa construíram uma casa simples feita de terra e

NAQUELE DIA FADORA DECIDIU SE TORNAR HEREGE COMO SAVKA pedra, e a encheram de amor. Na primavera plantavam uma roça de trigo e outra de feno, e enchiam a horta com batatas, beterrabas, cenouras e cebolas. Certa vez, na loja da cidade, Savka falou da sua preciosa Bíblia e compartilhou algumas das descobertas que havia feito enquanto a lia. “Você sabia que o sábado é o dia do Senhor? Que, quando as pessoas morrem e são sepultadas, ficam ali deitadas até a grande ressurreição? Que, ao ser batizado, você precisa ser mergulhado na água, não apenas aspergindo um pouco de água na cabeça? E o melhor de tudo: que Jesus está voltando para levar Seus fi lhos para casa?” Savka testemunhou com poder e paixão, da maneira como sempre viveu. O vendedor escutou e fez perguntas, assim como vários outros homens na loja. Enquanto Savka colocava suas compras na carroça, um jovem se aproximou dele e perguntou onde havia aprendido sobre o sábado. “Ora, está bem ali na Palavra de Deus”, respondeu ele. “No livro de Êxodo, onde Moisés é descrito recebendo a lei de Deus no topo da montanha.” O jovem perguntou se ele sabia que havia outras pessoas que também acreditavam daquela maneira. “Não!”, Savk a respondeu. “Quem são elas? Onde posso encontrá-las?” O jovem respondeu que isso seria fácil. “São membros da Igreja Adventista do Sétimo Dia e muitos deles vivem a poucos quilômetros daqui. O senhor quer conhecê-los?” ] DICK DUERKSEN é pastor e mora em Portland, Oregon (EUA)

31

R e v i s t a A d ve n t i s t a // A d ve n t i s t Wo r l d // Junho 2019

P1

39725 – RA Mar2019

27|05|2019 5:21

Designer

Editor(a)

Coor. Ped.

C. Q.

R. F.

Custos


BEM-ESTAR

BOA

AS CONFERÊNCIAS GLOBAIS SURGIRAM A PEDIDO DA OMS E SÃO UMA OPORTUNIDADE DE PARTILHAR IDEIAS E DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO

PETER N. LANDLESS E ZENO L. CHARLES-MARCEL

H

á doze anos, Margaret Chan, então diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), incentivou a sede global da Igreja Adventista a falar para o mundo sobre saúde e estilo de vida. A OMS começou a se abrir mais para parcerias com organizações religiosas, incluindo igrejas. Foi por isso que há dez anos, em 2009, nossa denominação realizou sua primeira Conferência Mundial de Saúde e Estilo de Vida. A insistência em reunir pessoas do mundo todo se deve à constatação de que esses eventos são oportunidades maravilhosas de 32

partilha de ideias e desenvolvimento científico. Aprender, debater, discutir, conversar, treinar e trabalhar em rede. Tudo isso promove o crescimento técnico, amplia a rede de relacionamentos e revigora nosso ideal de servir, ajudando mais e mais pessoas a desfrutar de bem-estar. A escolha da Universidade de Loma Linda, na Califórnia (EUA), para sediar a edição deste ano se deve ao fato de que, há muito tempo, essa instituição é parceira do departamento de saúde da sede mundial da igreja. Essa sinergia tem sido uma bênção. Além disso, a universidade está passando por processos importantes, como a

PETER LANDLESS é cardiologista e diretor do Ministério da Saúde da sede mundial adventista em Silver Spring, Maryland (EUA); ZENO CHARLES-MARCEL é clínico geral e diretor associado desse ministério

R e v i s t a A d ve n t i s t a // A d ve n t i s t Wo r l d // Junho 2019

Foto: Adobe Stock

IGREJA REALIZARÁ CONGRESSO MUNDIAL SOBRE ESTILO DE VIDA EM JULHO

Foto: Wavebreakmedia

SAÚDE EM PAUTA

construção de um novo hospital, projetado e equipado com o que há de mais moderno (as leis estaduais da Califórnia exigem prédios hospitalares resistentes a terremotos e o não cumprimento desses requisitos implicaria no fechamento do hospital universitário). A Universidade de Loma Linda tem se destacado também como um centro de pesquisa sobre cura, estilo de vida, nutrição e educação em saúde. Não é a maior universidade norte-americana na área de saúde, mas é a que tem maior atuação global. Junto com a denominação e organizações internacionais, a universidade trabalha para oferecer atendimento obstétrico de alta qualidade em Botswana, Camarões, Lesoto e Maláui, na África. A terceira edição da Conferência Mundial sobre Saúde e Estilo de Vida será realizada nos dias 9 a 13 de julho e terá como tema o impacto do estilo de vida na saúde e bem-estar emocional, mental e espiritual. Nesse evento, vamos comemorar também a parceria do departamento de saúde da sede mundial adventista com a Universidade de Loma Linda, a Comissão Internacional para a Prevenção do Alcoolismo e da Toxicodependência (ICPA) e a OMS. Para mais informações sobre o evento, acesse conference.healthministries.com. ]

logo pres espi imp uma Is dem dent fam para sua pósi esco bos

Revis


BOA PERGUNTA

rojemais ifóresismpria no ário). tem ntro vida, oéa na na maior ominais, ecer ualiesoto

CHAMADOS PARA SERVIR POR QUE DEUS ESCOLHEU O POVO DE ISRAEL E NÃO OUTRO? ÁNGEL MANUEL RODRÍGUEZ

ncia Vida ulho stilo ocioento, ceria sede ersintercooCPA) obre hmi-

o 2019

Foto: Adobe Stock

Foto: Wavebreakmedia

);

retor

E

ssa é uma área do estudo sobre a qual a Bíblia oferece algumas informações importantes. Vamos a elas: 1. A escolha de Abraão. O chamado de Abraão (Gn 12:1-3) é mais bem entendido em seu contexto: o mundo pós-dilúvio. O recomeço da história humana foi logo comprometido por causa da construção de Babel e a busca por autopreservação (Gn 11:4). As nações da Terra se originaram dessa corrupção espiritual. Nesse cenário, Deus não permitiu que a condição dos povos impedisse nem tornasse ineficaz Seu plano. A solução Dele foi criar uma nova nação por meio da qual cumpriria Seu propósito redentor. Isso não significava que Ele tivesse rejeitado os demais povos, ao contrário. Por meio dos descendentes de Abraão, Deus queria abençoar todas as famílias da Terra. A graça sempre esteve disponível para todos os seres humanos, independentemente de sua etnia. Portanto, a escolha de Israel tinha o propósito de inclusão. Uma evidência disso é que Ele escolheu o Egito como o “útero” no qual as 12 tribos de Israel se desenvolveram e finalmente o povo

de Israel nasceu por meio da experiência do êxodo. Infelizmente, em vez de cooperar com o Senhor, o Egito se opôs a Ele e o resultado foi catastrófico. Foi no Sinai então que, enfim, as doze tribos se tornaram o povo de Deus e Yahweh o Deus delas. 2. Tudo pela graça. Israel não podia reivindicar superioridade sobre as nações com base na sua eleição, pois a escolha da nação teve como motivação a graça divina. Israel foi escolhido para ser servo das nações. Os israelitas foram chamados mesmo sendo “o menor de todos os povos” (Dt 7:7, NVI). Foram escolhidos por causa da aliança que Deus havia feito com os antepassados deles (Dt 10:15). A eleição ocorreu por causa da graça, não do mérito do povo. 3. O propósito divino. A nova nação, criada pelo amor e pela graça de Deus, tinha um propósito divino: abençoar todos os povos da Terra. Foram confiadas a Israel as bênçãos de Deus para as nações, especialmente a promessa da vinda do Messias. O povo de Deus manteve viva essa esperança (Lc 2:30, 31). Ele também confiou a Israel Seu plano de estabelecer um reino que nunca desaparecerá e que restaurará a paz e harmonia do planeta. Paulo resumiu o objetivo divino para Israel deste modo: “Deles é a adoção de filhos; deles é a glória divina, as alianças, a concessão da Lei, a adoração no templo e as promessas. Deles são os patriarcas, e a partir deles se traça a linhagem humana de Cristo, que é Deus acima de todos, bendito para sempre! Amém!” (Rm 9:4-5, NIV). Todos esses dons foram confiados aos israelitas, mas destinados a toda a humanidade. ] ÁNGEL MANUEL RODRÍGUEZ, pastor, professor e teólogo aposentado, foi diretor do Instituto de Pesquisa Bíblica

TODOS OS DONS DA ELEIÇÃO DIVINA FORAM CONFIADOS AOS ISRAELITAS, MAS DESTINADOS A TODA A HUMANIDADE 33

R e v i s t a A d ve n t i s t a // A d ve n t i s t Wo r l d // Junho 2019

P1

39725 – RA Mar2019

27|05|2019 5:21

Designer

Editor(a)

Coor. Ped.

C. Q.

R. F.

Custos


NOVA GERAÇÃO

A ESCOLHA MAIS DECISIVA QUE FIZ FOI A DE OBEDECER A DEUS, ESPECIALMENTE EM QUESTÕES IMPORTANTES

CONSELHOS SOBRE FIDELIDADE A DEUS QUE RECEBI DE UM ADVOGADO EXPERIENTE E BEM-SUCEDIDO QUANDO COMPLETEI 20 ANOS DE IDADE FREDERICK KIMANI

desta classe”, frisou com veemência o professor naquela época. Deixar de prestar aquele exame definitivamente impediria meu amigo de se formar como advogado. Rapidamente sua mente voltou aos cinco anos anteriores que havia passado estudando, das noites sem dormir e dos dias cansativos gastos nas leituras de livros volumosos. Ele se questionou se tudo isso teria sido em vão. Chegou a racionalizar que Deus entenderia aquela “exceção”. Afinal, um medo que sempre o acompanhou foi o de fracassar. No dia fatídico, muitos de seus colegas adventistas foram prestar o exame, enquanto ele se dirigiu para a igreja. Mesmo preocupado, a paz de Deus invadiu sua mente. Ele sabia que seu futuro acadêmico era incerto, de que a chance de se formar era pequena, mas havia tomado uma decisão e isso tinha consequências. Na semana seguinte, ele foi recorrer ao reitor da universidade. Por causa de uma milagrosa reviravolta de acontecimentos, o reitor permitiu que ele fizesse um exame especial um mês depois. Meu amigo ficou atônito. O mesmo Deus que havia libertado os três hebreus da fornalha (Dn 3) havia agido em seu favor. Sua fidelidade havia resultado em um mês extra para se preparar para o exame. Final da história: ele se formou com honra. A adoração será a questão determinante à medida que nos aproximamos do fim da história deste mundo (Ap 14:7). E isso deve ser levado em conta ao fazermos escolhas. A simples decisão de não me curvar à pressão de prestar um exame no dia do Senhor me preparou para decisões ainda mais difíceis no futuro. Lembre-se: com cada desafio vem uma escolha, o que leva a uma consequência, que, por sua vez, com o tempo, determinará nosso caráter. ] FREDERICK KIMANI é médico, nascido em Nairóbi, Quênia

34

R e v i s t a A d ve n t i s t a // A d ve n t i s t Wo r l d // Junho 2019

R

COM GAN PACI

CHAR

Ilustração: Xuan Le

"

QUESTÃO DE ESCOLHA

Foto: Arquivo pessoal

F

eliz aniversário! Hoje você completa ‘20 bons anos’, como dizem seus a m igos. M a s va mos direto ao assunto. Agora que oficialmente você é um milennial, sei que pensa ter ouvido tudo dos anciãos ‘antiquados’ tentando lhe dar conselhos. Mas há uma coisa da qual você deve se lembrar. Os quatro aspectos importantes da vida são: com todo desafio vem uma escolha, que leva a uma consequência, que, por sua vez, ao seu tempo, determina nosso caráter.” O conselho acima eu recebi de um amigo que hoje é advogado bemsucedido e experiente, que vive o auge de sua carreira. Com a permissão dele, vou compartilhar a experiência que ele vivenciou quando tinha apenas 20 anos. Sua mãe lhe dizia que, se ele não se levantasse por uma causa, cairia por qualquer coisa. Por isso, a escolha mais decisiva que ele fez foi obedecer a Deus, principalmente naquilo que era importante. Um desses momentos decisivos no início de sua carreira foi por ocasião dos exames finais na faculdade de Direito. Ele se lembra disso como se tivesse ocorrido ontem. Um nó se formou em seu estômago quando um professor anunciou para a classe que a última prova do ano seria realizada num sábado de manhã. “Não haverá exceções – nem para os adventistas

PRIM

Revis


PRIMEIROS PASSOS

RESGATADO

COM NOSSO CACHORRINHO, APRENDI QUE PARA GANHAR A CONFIANÇA DE ALGUÉM É PRECISO TEMPO, PACIÊNCIA E AMOR

ofesuele migo

CHARLOTTE ERICKSON

inco ndo, ivos . Ele vão. deria sem-

E

star do, a o era mado

o 2019

Ilustração: Xuan Le

Foto: Arquivo pessoal

Por rmificou rnao em le se

oxivado var à decivem om o

u me apaixonei pelo Sparky na primeira vez que vi sua fotografia. Nosso yorkshire terrier, de 15 anos de idade, tinha morrido e eu estava desolada. “Só vou dar uma olhadinha nele”, disse ao meu marido. Soubemos que Sparky tinha sido maltratado. Seu pelo longo estava sujo e embaraçado. Seus “pais de criação” o limparam, colocaram um lenço bonito ao redor do pescoço e postaram uma fotografia no petfinder.com, uma plataforma digital para adoção de animais. Por fora, ele era um lindo cachorrinho, mas não tínhamos ideia de quão machucado o bichinho estava por dentro. A primeira vez que levamos Sparky para fora de casa, ele ficou aterrorizado. Quando se assustava, o que era frequente, corria para debaixo de uma cama. Ele fazia isso tantas vezes que finalmente deixamos a coleira no seu pescoço o tempo todo para que pudéssemos tirá-lo de seus esconderijos. Spa rky se apegou ao meu marido, mas tinha medo de mim. Quando me aproximava dele,

“Mas Tu, Senhor, és Deus compassivo e misericordioso, muito paciente, rico em amor e em fidelidade” (Sl 86:15)

encolhia-se no colo do meu esposo ou corria para debaixo de algum móvel. Tentei argumentar com ele. “Vamos, Sparky”, supliquei. “Você pode confiar em mim. Eu amo você.” Não ajudou. Eu estava pronta a desistir. Então, meu marido viajou por alguns dias. E o meu colo passou a ser o único disponível em casa. A primeira vez que Sparky pulou nos meus braços, eu quase caí da cadeira. Ele ficou todo tenso enquanto eu o acariciava. Mas pelo menos passou a me tolerar. Sparky não tinha a menor ideia de como ser um cachorro. Tentamos brincar com ele, atirar uma bola, puxar uma meia, mas ele só ficava sentado. Só após oito meses ele teve confiança para pegar um biscoito da minha mão. Vagarosamente, ele começou a relaxar. Começou a gostar de brincar ao ar livre e de fazer caminhadas. No inverno, ele rolava na neve. Ele era bonito, engraçado e educado. No aniversário de um ano conosco, já éramos amigos – não melhores amigos, mas amigos. Afinal de contas, ele deve ter percebido que não era tão ruim assim. Aprendi muito com Sparky. Entendi que as cicatrizes do lado de dentro são como as cicatrizes do lado de fora: elas nunca desaparecem totalmente. Aprendi que não se pode forçar alguém – nem um cachorro – a confiar em você. Isso leva tempo, exige paciência e muito amor. Mesmo que Deus já tenha me dito tantas vezes que Ele é digno de confiança, eu ainda tenho dificuldade de acreditar Nele completamente. Aprendi que assim como nós resgatamos o Sparky, Deus me resgatou. E, quando fujo Dele, Deus vem atrás de mim e me diz: “Venha, você pode confiar em Mim. Eu amo você.” ] CHARLOTTE ERICKSON vive em Battle Creek, Michigan (EUA)

35

R e v i s t a A d ve n t i s t a // A d ve n t i s t Wo r l d // Junho 2019

P1

39725 – RA Mar2019

27|05|2019 5:21

Designer

Editor(a)

Coor. Ped.

C. Q.

R. F.

Custos


CIÊNCIA

INTE Joan Sabaté foi um dos 20 cientistas nomeados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos

JAMES PONDER

oan Sabaté, professor na Escola de Saúde Pública e Medicina da Universidade de Loma Linda, na Califórnia (EUA), foi nomeado membro da comissão de diretrizes dietéticas do governo norte-americano para a gestão de 2020-2025. O anúncio foi feito por Sonny Perdue, secretário de Agricultura dos Estados Unidos, e Alex Azar, secretário de Saúde e Serviços Humanitários, ao divulgarem, em fevereiro, os nomes de 20 cientistas reconhecidos nacionalmente para fazer parte da comissão.

J

Na divulgação da lista dos selecionados, Perdue e Azar disseram que as diretrizes, que são atualizadas a cada cinco anos, servem como a pedra angular dos programas e políticas federais de nutrição. Essas diretrizes oferecem 36

recomendações básicas a respeito dos alimentos e da dieta da população, a fim de prevenir doenças crônicas relacionadas ao estilo de vida e promover a saúde em geral. Perdue ressaltou que o trabalho da comissão será conduzido

JAMES PONDER é editor de notícias da agência de comunicação da Universidade de Loma Linda (EUA)

R e v i s t a A d ve n t i s t a // A d ve n t i s t Wo r l d // Junho 2019

Esco doaç uma

EQU

U

Foto: Warwick Smith

Professor da Universidade de Loma Linda é nomeado para a comissão que define as políticas públicas nutricionais dos Estados Unidos

O DA

Foto: Loma Linda University Health

CONTRIBUIÇÃO NACIONAL

com base em pesquisas científicas. “Com mente aberta, a comissão avaliará os dados existentes e desenvolverá um relatório de forma objetiva”, garantiu. Por sua vez, Azar destacou que o trabalho da equipe enfatizará a prevenção do câncer, diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares. Sabaté, um dos três cientistas selecionados da Califórnia, vê grande impor tâ ncia nas conclusões da comissão. “Temos a oportunidade de melhorar a dieta e a saúde dos norte-­ americanos e, como muitos outros países olham os Estados Unidos como referência, ainda acabamos influenciando os padrões alimentares das pessoas ao redor do mundo”, avaliou. Natural de Barcelona, na Espanha, Sabaté se mudou para os Estados Unidos no início dos anos 1980, a fim de estudar nutrição aplicada à saúde pública. Ele é o diretor do Centro de Nutrição, Estilo de Vida e Prevenção de Doenças da Escola de Saúde Pública da Universidade de Loma Linda e já publicou mais de 150 artigos científicos. Reconhecido como uma das maiores autoridades nacionais em epidemiologia nutricional, ele é especialista no estudo das dietas mediterrâneas, sustentáveis e vegetariana. “Estou muito feliz por ter sido convidado para essa tarefa, mas consciente de que haverá milhares de páginas para ler, muitas viagens para realizar a Washington, e muitas discussões com meus colegas”, prevê o professor. Ele é o primeiro docente da Universidade de Loma Linda a ser escolhido para essa comissão e a nomeação é vista como um reconhecimento das décadas de pesquisa dele, de sua equipe e da tradição construída pela universidade na área de saúde. ]

em C apos rieda A estu em P entre lias 50 p “O tard sába van eoc ção. reun no in nar c cape

Revis


INTERNACIONAL Estudantes adventistas da Nova Zelândia doaram flores e coletaram dinheiro para as famílias das vítimas do massacre em uma mesquita em Christchurch, em março

cas. avanvoliva”, acou ará a po 2

selende s da e de orte-­ tros omo uendas liou. nha, Unim de úde o de nção blica e já ntífimaioidelista neas,

o 2019

Escola adventista da Nova Zelândia coleta doações para as vítimas do massacre em uma mesquita EQUIPE DA ADVENTIST RECORD

m grupo de estudantes do ensino médio na Nova Zelândia levantou recursos para os sobreviventes do massacre numa mesquita em Christchurch, no dia 15 de março. Eles apostaram no “poder das flores” e na solidariedade humana. Amelia Tyrrell, de 17 anos, e outros líderes estudantis do Colégio Adventista Longburn, em Palmerstorm North, arrecadaram doações entre os colegas de classe para enviar às famílias e vítimas do ataque terrorista que matou 50 pessoas e feriu outras dezenas. “Os tiroteios na mesquita ocorreram numa tarde de sexta-feira. Isso significa que nosso sábado foi de muita reflexão”, disse Brendan van Oostveen, diretor da escola. “A descrença e o choque deram lugar à tristeza e indignação. Quando a segunda-feira chegou, porém, reunimos os alunos, como sempre fazemos no início da semana, e pensamos: o que ensinar como resposta a tamanho ódio? Depois da capela, nossa equipe de líderes estudantis se

U

Foto: Warwick Smith

a de

(EUA)

O PODER DAS FLORES

Foto: Loma Linda University Health

conente inas zar a com . Ele dade para vista adas e da dade

reuniu e concordamos em demonstrar que o amor deve ser sempre nossa resposta”, relatou o diretor. Inspirados nas coroas de flores que foram depositadas nas mesquitas de todo o país, os alunos decidiram realizar uma campanha de doações intitulada “o poder das flores”. “Essa é uma imagem tão positiva: ver tantas cores diferentes destacando umas as outras! Assim como as flores diferentes, os seres humanos juntos também formam uma imagem bonita”, comparou a estudante Tyrrell. Na quarta-feira, 20 de março, todos os alunos e funcionários da Escola Adventista Longburn usaram flores no cabelo, ao redor do pescoço ou impressas em camisetas coloridas, e fizeram uma doação. Foi um dia propositadamente iluminado e de esperança, em contraste com um dos dias mais escuros da história da Nova Zelândia. “Foi um dia para que as pessoas refletissem como somos semelhantes uns aos outros”, acrescentou Tyrrell. A estudante destacou que, assim como sua família, que se mudou para o país há um ano e meio, muitas das vítimas do massacre eram refugiados e imigrantes. A Nova Zelândia é conhecida como um dos países mais seguros do mundo. A família de Tyrrell decidiu mudar para lá depois que dois ataques terroristas ocorreram perto da casa deles no Reino Unido. “A incerteza sobre quando o próximo ataque viria era insuportável”, ela confessou. “Viemos para cá a fim de nos livrar desse sentimento, mas agora aqui também está assim.” Sophie Pigott, sua colega também de 17 anos, disse que todos estavam revoltados e em desespero. “Por isso, queríamos levantar o moral das pessoas e mostrar que, juntos, temos um caminho de esperança”, explicou. “Paz, amor e respeito são valores compartilhados por muçulmanos, cristãos e todos os neozelandeses. É melhor construir sobre nossas semelhanças do que concentrar-nos nas diferenças – não somente depois de uma tragédia, mas todos os dias.” “Estou muito feliz porque nossos líderes estudantis, nossa escola e nosso país estão dispostos a simplesmente mostrar amor”, completou o diretor van Oostveen. “Afinal, Deus é amor.” ] 37

R e v i s t a A d ve n t i s t a // A d ve n t i s t Wo r l d // Junho 2019

P1

39725 – RA Mar2019

27|05|2019 5:21

Designer

Editor(a)

Coor. Ped.

C. Q.

R. F.

Custos


RETRATOS

CELE

Estudante do Union College, faculdade adventista do Nebraska (EUA), se conecta com crianças desabrigadas pelo ciclone Idai, em Malauí. O Union College organizou um programa de apoio às ações do governo local para prover atendimento médico às vítimas da tempestade que devastou o sudeste da África em março Fotografia: Union College

FR

Fest reco que

WILL

O

chei ção d

A Para do S segu O cl mais do e grão prim cupa volv que impe de c A dade com cer p safra adve com que, 38

R e v i s t a A d ve n t i s t a // A d ve n t i s t Wo r l d // Junho 2019

Revis


e

o 2019

CELEBRAÇÃO A safra de soja de 2018 não foi boa e a preocupação para este ano é com o desenvolvimento da lavoura de milho

FRUTOS DA TERRA Festa das Primícias reúne 3 mil paranaenses que reconhecem a providência de Deus numa safra que não foi das melhores WILLIAN VIEIRA

ano de 2018 não foi o melhor período para o produtor rural. As regiões Nordeste, Centro-Oeste e Sul do Brasil sofreram em vários momentos com o calor excessivo, a falta de umidade ou a presença de chuvas constantes. O clima de incerteza atingiu em cheio o processo de formação dos grãos, incorrendo na antecipação da colheita e afetando sua qualidade para a comercialização.

O

A situação crítica quase fez o Paraná perder para o Rio Grande do Sul, por exemplo, o posto de segundo produtor de soja do país. O clima ruim atingiu de maneira mais forte as regiões norte e oeste do estado, diminuindo a safra do grão prevista para o período. Já nos primeiros meses de 2019, a preocupação se concentra no desenvolvimento do milho, pelo fato de que uma massa de ar quente tem impedido a formação significativa de chuvas na região. Ainda assim, uma das comunidades do oeste paranaense segue com motivos de sobra para agradecer pelo sustento obtido na última safra. Um grupo de agricultores adventistas de Mamborê, cidade com 14 mil habitantes, reconhece que, apesar de toda a informação,

planejamento e tecnologia envolvida no atual processo de produção agrícola, a confiança no Criador dos ciclos naturais é a base do trabalho. “A agricultura tem os bons tempos e os maus tempos, mas de nada adianta se não tivermos fé. Inclusive, nós não temos do que reclamar. Na última safra, plantamos um pouco depois do que a maioria e então a chuva veio para nós em abundância e tivemos uma boa colheita”, explica o agricultor Alberto Chamberlain. Educada nesse contexto adventista de produção rural, a jovem Diéssica Zonemberg se lembra de um episódio em que a fidelidade da comunidade foi testada. “Em um desses anos, aconteceu que a colheita foi realmente baixa e o

pessoal perdeu quase tudo. Mas aquele foi o ano em que o percentual de ofertas mais cresceu. Isso para mim é um exemplo claro de que podemos confiar em Deus e crer que Ele continua sendo Deus”, relembra a estudante de Direito. Em poucos minutos de conversa com outros moradores, é fácil perceber que o sentimento de gratidão não se trata de algo isolado. É por conta da perseverança, independentemente da situação, que eles realizam há 16 anos um evento que celebra de forma pública o reconhecimento do cuidado que vem do alto. Na chamada Festa das Primícias, encontro que tem versões em outras regiões do Brasil, 3 mil pessoas acompanham numa tenda uma programação repleta de louvor, agradecimento e reflexão. O momento mais esperado é quando as famílias locais entram por um corredor com representações simbólicas dos frutos da terra. A festa também marcou a colheita de decisões espirituais: seis pessoas foram batizadas. Nesta edição, além do apoio dos líderes adventistas para o oeste do Paraná, compareceram também os diretores do departamento de Mordomia Cristã da sede mundial adventista, pastores Marcos Bonfim e Aniel Barbe. “Dízimo e oferta são um modo muito prático de eu decidir por mim mesmo se creio em Deus ou não. Não devolvo isso para a igreja e sim para Deus, para reconhecê-Lo como Criador, Mantenedor e em obediência à Sua Palavra”, justifica Bonfim. O pastor Josanan Alves, líder sulamericano da área, reforça que a inspiração para esse tipo de celebração vem do livro sagrado. “Eles estão fazendo algo que viram na Bíblia. Celebram, assim como o povo de Israel, as bênçãos de Deus sobre a colheita”, conclui. ] WILLIAN VIEIRA é jornalista e assessor de comunicação da Igreja Adventista para o oeste do Paraná

39

R e v i s t a A d ve n t i s t a // Junho 2019

P1

39725 – RA Mar2019

27|05|2019 5:21

Designer

Editor(a)

Coor. Ped.

C. Q.

R. F.

Custos


IGREJA

A fé), i mas 2018 bros aban loca toma mas mia do S estra três cuid um p líder

Saiba por que esses conceitos marcaram a última Comissão Diretiva da Igreja Adventista na América do Sul FELIPE LEMOS

É

significativo que a Comissão Diretiva Plenária da Igreja Adventista na América do Sul tenha iniciado e encerrado suas atividades com batismos. É uma indicação clara de que as decisões públicas em favor de Cristo dão sentido aos projetos, programas e resoluções da organização. Por trás da cerimônia de batismo da Eliana Oliveira da Costa, no encerramento do encontro – realizado nos dias 17 a 21 de maio, em Brasília (DF) – estão muitas reflexões importantes feitas pelos mais de 150 delegados. Eliana foi influenciada por seu noivo, o expastor evangélico Jorge José Alves Mota. Ele tomou a mesma decisão dela no ano passado. Recebeu estudos bíblicos e desenvolveu amizade com o corretor de imóveis Antônio Ferreira. Curiosamente, Ferreira tem um escritório no mesmo prédio em que Eliana mantém sua 40

loja de roupas, em Brazlândia, no Distrito Federal. Certo dia, o corretor resolveu convidar Jorge Mota para assistir a uma semana de evangelismo público. O ex-pastor, que tinha perdido filhos e o irmão de forma repentina e violenta, estava sensível a um convite. Dizia consigo que, se a mensagem fosse verdadeira, seu coração estava receptivo. BATISMO E ESTUDOS BÍBLICOS A história de Eliana e Jorge ilustra o que o pastor Erton Köhler, líder dos adventistas sul-americanos, tinha falado minutos antes aos delegados: “Precisamos valorizar o momento singular do batismo.” Um novo modelo de convite de batismo foi apresentado na reunião, com o objetivo de reforçar a ideia de que a cerimônia deve ser celebrada como uma festa espiritual pública, em testemunho ao maior número de pessoas possível. Köhler explicou que os batismos são fruto de uma decisão individual, mas que o papel da igreja é apresentar a mensagem bíblica, especialmente por meio de estudos dirigidos. Em 2019, a meta para a igreja sul-americana é estudar a Bíblia com 1 milhão de pessoas, a fim de que 250 mil sejam batizadas. MAIS VISITAÇÃO E ATENÇÃO E os batismos estão crescendo. É o que demonstrou o relatório do secretário executivo, pastor Edward Heidinger. Neste ano, o número de decisões no primeiro quadrimestre chegou a 143.203, contra 112.325 no mesmo período do ano passado. Em 2018, ao todo, 213.450 pessoas se uniram à igreja em nosso território. Heidinger apresentou também um histórico do crescimento do adventismo na América do Sul desde 1899. Naquela época, eram 795 membros, mas hoje o número se aproxima de 2,5 milhões. R e v i s t a A d ve n t i s t a // Junho 2019

Fotos: Gustavo Leighton

ENSINAR, DISCIPULAR E CUIDAR

IDEN Os d soas firm Sem Teol resp sent “Há ria i da id relig algu com fias n res e púlp cultu quec povo

HÁB Um p ouvi Até p los m Fora amp Silv Esta e rea levan que f iden A gran tista Mas A mé

Revis


As estatísticas da apostasia (abandono da fé), infelizmente, também são significativas, mas essa realidade está sendo enfrentada. Em 2018, 207.720 pessoas deixaram de ser membros registrados da igreja, 93,3% delas por abandono da fé ou porque nunca mais foram localizadas. Como resposta a esse desafio, foi tomado um voto importante, que altera algumas atribuições do departamento de Mordomia Cristã. O líder da área para a América do Sul, pastor Josanan Alves, explicou que a estratégia de conservação dos membros terá três frentes de ação: (1) visitação pastoral, (2) cuidado com os novos membros por meio de um programa específico e (3) capacitação dos líderes de Mordomia Cristã das igrejas. IDENTIDADE REAFIRMADA Os delegados acreditam que o apoio às pessoas que se tornam adventistas passa pela reafirmação da identidade da igreja. O reitor do Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia (SALT), doutor Adolfo Suárez, que responde pela formação dos pastores, apresentou algumas ponderações nessa direção. “Há uma preocupação que certamente deveria incomodar todos nós: a perda ou diluição da identidade adventista em meio à cultura religiosa e secular”, comentou. Ele tratou de alguns pontos que considera ameaçadores, como a popularização de autores e bibliografias não adventistas e o uso de termos seculares e humanistas, o esvaziamento bíblico dos púlpitos das igrejas, a valorização de valores culturais acima da verdade bíblica e o enfraquecimento da autopercepção de que somos o povo remanescente.

erto istir que viose a tivo.

relanger. meso do ram bém érica mas

o 2019

Fotos: Gustavo Leighton

rton lado ar o conetivo rada maior atisapel ente greja soas,

Joelma Moura (à dir.) foi o elo principal da corrente missionária que resultou no batismo do casal Moisés do Nascimento e Marli de Lima Mourão, entre outras pessoas

é 48,7%. Esse número sobre para 52,5% entre os que frequentam igrejas pequenas (até 50 membros) e para 79,2% entre os idosos. A porcentagem dos adventistas que oram diariamente é maior também na terceira idade (69,3%) do que na média geral (43,2%). Ainda sobre hábitos devocionais, apenas 21,6% dizem realizar o culto familiar todos os dias. QUALIFICAÇÃO DOS PASTORES Para melhorar esses indicadores, entende-se que é preciso trabalhar com o foco no ministério pastoral e sua qualificação. Para isso, o pastor Lucas Alves, secretário ministerial da Divisão Sul-Americana, falou aos delegados sobre uma proposta de trabalhar competências pastorais. O programa está em estruturação, mas alguns detalhes já foram informados. A ideia é que os ministros desenvolvam ou aperfeiçoem certas habilidades, como a capacidade de lidar com pessoas de diferentes perfis; hábitos espirituais consistentes; aprendam a planejar e elaborar atividades essenciais para o funcionamento da igreja; e mantenham um foco claro nos objetivos missionários do pastorado. Outra mudança que também reforça a atenção especial que será dada à formação pastoral é a centralização administrativa, financeira e acadêmica dos cursos de teologia oferecidos em nosso território no Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia (SALT) em Brasília. ]

HÁBITOS E PERFIS ADVENTISTAS Um passo importante dado pela igreja foi o de ouvir o que pensam e como agem os adventistas. Até para compreender como é possível envolvêlos mais e melhor no cumprimento da missão. Foram destacados os principais resultados do amplo estudo dirigido pelo sociólogo Thadeu Silva, diretor do departamento de Arquivo, Estatística e Pesquisa, com 316 mil membros e realizado em outubro passado. O objetivo do levantamento foi conhecer o perfil das pessoas que frequentam os cultos adventistas, além de identificar seus principais hábitos religiosos. A quantidade de dados obtidos é muito grande e, em futuras edições, a Revista Adventista aprofundará a divulgação e análise deles. Mas alguns destaques chamam a atenção. A média geral dos que leem a Bíblia diariamente

FELIPE LEMOS, jornalista e mestre em Comunicação, é o gerente da assessoria de comunicação da sede sul-americana da Igreja Adventista

41

R e v i s t a A d ve n t i s t a // Junho 2019

P1

39725 – RA Mar2019

27|05|2019 5:21

Designer

Editor(a)

Coor. Ped.

C. Q.

R. F.

Custos


LITERATURA

cont Para lizad form Digi inte estu visit fech aten lizad

VIVA A ENTREGA

Depois de 12 anos, projeto Impacto Esperança mantém o fôlego. Destaques de 2019 foram a campanha de preparação, a temática do livro e o atendimento via WhatsApp pós-distribuição MAUREN FERNANDES

esde de 2007, centenas de milhares de adventistas saem às ruas das cidades sul-americanas para entregar gratuitamente milhões de livros missionários. Com a entrega de 23 milhões de exemplares no último dia 25 de maio, 15 milhões deles apenas no Brasil, estima-se que o projeto já contabilize 130 milhões de livros entregues. E, além de compartilhar esperança, o movimento incentiva a leitura em países que apresentam baixos índices nessa área.

D

De autoria do casal americano Willie e Elaine Oliver, líderes do Ministério da Família na sede mundial da igreja, a obra ­d istribuída neste ano tratou dos desafios e possíveis soluções para os relacionamentos familiares. “Esperamos que as pessoas encontrem no livro ferramentas que transformem todos os seus relacionamentos, fazendo com que deixem de ser apenas toleráveis e 42

passem a ser uma fonte de alegria”, ressaltou o pastor Oliver, que é doutor em Sociologia da Família. O título Esperança Para a Família foi traduzido para 40 idiomas, e 50 milhões de cópias serão entregues ao redor do mundo. A obra ganhou também três versões alternativas: uma revista com história em quadrinhos para as crianças, livro em áudio e em vídeo (com interpretação para Libras).

Segundo o pastor Erton Köhler, líder dos adventistas sul-americanos e um dos idealizadores do projeto, a intenção era fazer algo grande, de impacto, mas nem ele esperava que a campanha fosse tão longe e durasse tanto tempo. “Mais do que ver números, minha maior alegria é ver que o projeto pertence à igreja, e que os membros tomaram conta dele”, celebra Köhler. Outra marca da campanha é a utilização da palavra “esperança”, que, na opinião do líder sul-americano, sintetiza a mensagem e a expectativa adventista e tem que ver com a resposta aos anseios do nosso tempo. “Dessa maneira, a igreja se apresenta para a sociedade com uma palavra que as pessoas olham e falam: ‘Eu estou precisando disso!’”, ressalta. Ao longo desses anos, certamente seria difícil mensurar quantas pessoas foram abençoadas pela campanha. Porém, hoje alguns recursos tecnológicos podem ajudar a igreja a ter algum feedback do projeto. Por isso, a partir desta edição, um número de WhatsApp será disponibilizado ao fim de cada capítulo para quem quiser tirar dúvidas sobre o tema ou estabelecer um R e v i s t a A d ve n t i s t a // Junho 2019

Foto: Dílan Piter

Estudantes do Unasp distribuíram 85 mil livros em quatro cidades paulistas

PRIM A pr para Para Cam vado de ja plare da o lesce O lio S Evan pale romp pant entr Igua plar e seu Fl as du entr mec A re ende nhec sido segu que rios a fim ganh toda uma cina nári O que c lia f imp dora igrej Mas

Revis


contato pessoal com os adventistas. Para tanto, profissionais especializados em aconselhamento, que formam a equipe da Escola Bíblica Digital, além de ouvir e ajudar os interessados, também oferecem estudos bíblicos e encaminham visitas pastorais. Somente até o fechamento desta edição, 2 mil atendimentos já haviam sido realizados via aplicativo.

listas

líder e um ntenacto, anha mpo. nha peroma-

ente soas nha. nológum artir App cada dúvium

o 2019

Foto: Dílan Piter

utique, ano, ctaom a mpo. enta a que stou

PRIMEIRAS MOBILIZAÇÕES A primeira mobilização do ano para a entrega do livro Esperança Para a Família foi realizada no 5º Campori Sul-Americano de Desbravadores, em Barretos (SP), no mês de janeiro, quando 100 mil exemplares foram distribuídos. O autor da obra também saiu com os adolescentes para entregar os livros. Outra ação ocorreu no 2º Concílio Sul-Americano de Colportores Evangelistas, em abril, quando as palestras e oficinas foram interrompidas, a fim de que os participantes separassem uma tarde para entregar 20 mil livros em Foz do Iguaçu (PR). Alguns desses exemplares chegaram às mãos de Rosa e seu esposo, Eliseu. Flor de Liz e Sirila Cuevas foram as duas colportoras peruanas que entregaram o material na oficina mecânica de caminhões do casal. A reação de Rosa e Eliseu surpreendeu as colportoras. O casal reconheceu nelas pessoas que haviam sido enviadas por Deus. Na manhã seguinte, a oficina foi fechada para que os proprietários e funcionários fossem até o local do concílio a fim de agradecer o presente que ganharam. Desde aquela semana, todas as terças-feiras o casal faz uma pausa no atendimento da oficina para que seus filhos e funcionários recebam estudos bíblicos. Os exemplares em português que chegaram às mãos dessa família fazem parte dos 15 milhões impressos pela Casa Publicadora Brasileira (CPB), editora da igreja, localizada em Tatuí (SP). Mas imprimir os livros não foi a

única participação da CPB no projeto. Os mais de 600 funcionários da editora pararam as máquinas e saíram às ruas da cidade de Tietê (SP) a fim de distribuir o material. Na ocasião, o pastor Ted Wilson, presidente mundial da igreja, também foi às ruas com o grupo. CRIATIVIDADE PARA GERAR IMPACTO Na Esplanada dos Ministérios, em Brasília (DF), uma das maneiras de chamar a atenção da população foi instalar um “caixa eletrônico da esperança”. Quem mostrava interesse ao passar pelo local recebia um cartão para ser inserido na “máquina” e retirar o livro missionário gratuitamente. A queda de temperatura na região Sul do Brasil durante a mobilização não impediu o trabalho dos “carteiros da esperança”, em Curitiba (PR). Vestidos com um uniforme cuja estampa era a palavra “Céudex”, eles surpreenderam positivamente os pedestres, dizendo que tinham recados do “alto” para anunciar. Na região Sudeste, milhares de estudantes dos três campi do Unasp vestiram uma camiseta com o slogan “sou da família Unasp” e, a bordo de 65 ônibus, foram para as cidades de Taboão da Serra, Limeira, Capivari e Rafard, onde distribuíram 85 mil livros. Além disso, os voluntários realizaram feiras de saúde, atividades com as crianças e apresentações musicais. A versão digital do livro também foi enviada aos alunos dos 75 polos de educação a distância do Unasp, espalhados por todo o país. Na região metropolitana de Vitória, quase 50 feiras de saúde foram organizadas, disponibilizando também serviços de beleza e consultoria jurídica para os capixabas. Em Campos dos Goytacazes (RJ), a livraria mais antiga em funcionamento no Brasil, Ao Livro Verde, fundada em 1844, se tornou um dos pontos de distribuição dos livros missionários. Por sua vez,

em Montes Claros (MG), jovens adventistas presentearam moradores de rua com kits de higiene, livros missionários e um lanche caprichado. Em Benevides (PA), alunos de Teologia da Faculdade Adventista da Amazônia (Faama) visitaram 45 jovens infratores na Unidade de Atendimento Sócio Educativo (Uesa), como parte das ações da campanha Impacto Esperança. No leste de Pernambuco, a distribuição de milhares de exemplares se concentrou em cinco cidades sem presença adventista. Autoridades também foram alcançadas pelo movimento. Helder Barbalho, governador do Pará, juntamente com o vice-governador e outros parlamentares, receberam exemplares do livro missionário. “Temos que fortalecer a cultura do saber e incentivar a leitura para o conhecimento. Congratulações à Igreja Adventista por ter essa sensibilidade e a compreensão de que sua missão vai além da formação espiritual”, declarou o governante. PREPARO Em 2019, os adventistas foram fortemente encorajados a participar do movimento. A campanha “Viva a Entrega” incentivou os membros a se prepararem para a distribuição, oferecendo dicas de abordagem, criatividade e até preparo físico. Além disso, foi sugerido aos membros que lessem o material antes da entrega, com o objetivo de que conhecessem o conteúdo que estavam distribuindo. Nas mídias sociais foi possível perceber o engajamento dos membros. No Instagram, por exemplo, mais de 20 mil publicações foram feitas com a hashtag #ImpactoEsperança. Para 2020, o livro missionário será A Maior Esperança, de autoria dos pastores Luís Gonçalves e Diogo Cavalcanti. A obra trata das profecias bíblicas. Até lá, auxilie interessados que receberam a edição deste ano e continue a orar por esse projeto. ] MAUREN FERNANDES é jornalista e assessoraassistente de comunicação da sede sul-americana da Igreja Adventista (com reportagem de Anne Seixas, Letícia Alves, Luciene Bonfim, Mairon Hothon e Tiago Nascimento)

43

R e v i s t a A d ve n t i s t a // Junho 2019

P1

39725 – RA Mar2019

27|05|2019 5:21

Designer

Editor(a)

Coor. Ped.

C. Q.

R. F.

Custos


PÁGINAS DE ESPERANÇA

INS Sebastião (centro), Therezinha e os três filhos: Harrison, Adriene e Daiene

JOSÉ CARLOS DE LIMA

a madrugada do dia 17 de maio, faleceu um grande nome da colportagem no Brasil: Sebastião Marques Carmo de Andrade, aos 80 anos, em Brasília (DF). Natural de Carmo do Cajuru (MG), Sebastião veio de uma família batalhadora, com muitos filhos, incluindo o doutor Belisário Marques, conceituado psicólogo e colunista da revista Vida e Saúde (veja a resenha do livro dele na página 49). Sebastião vinha sofrendo do mal de Alzheimer e, finalmente, descansou no Senhor. Foi sepultado no Cemitério Jardim Metropolitano, em Brasília, na tarde do sábado 18 de maio, com a presença de familiares, amigos e vários líderes da igreja, entre eles o presidente da Divisão Sul-Americana, pastor Erton Köhler, genro do colportor e quem proferiu a reflexão bíblica.

N

44

JOSÉ CARLOS DE LIMA é pastor e diretor-geral da Casa Publicadora Brasileira

R e v i s t a A d ve n t i s t a // Junho 2019

CARL

A

Foto: Adobe Stock

CAMPEÃO DE VENDAS, SEBASTIÃO MARQUES DEIXA UM LEGADO DE AMOR À FAMÍLIA, À OBRA EDUCACIONAL E À IGREJA

NOV VAI C LIDE TRA

Foto: Matheus Marques Köhler

O DEFENSOR DA COLPORTAGEM

Casado com Therezinha de Carvalho Marques, com quem teve uma feliz união durante 56 anos, Sebastião deixou a esposa, três filhos (Daiene Carvalho Marques Arco, ­Harrison Carvalho Marques e Adriene de Carvalho Marques ­Köhler) e quatro netos (Audrei, Alissa, Matheus e Mariana), entre outros familiares. Ele morava no Rio de Janeiro e foi membro atuante das Igrejas de Madureira e Central, tendo ajudado ainda a fundar a Igreja de Vila Valqueire. Graduado em Direito e em Letras, formando-se simultaneamente em 1972 por duas universidades do Rio de Janeiro, Sebastião teve boas ofertas de trabalho em outros ramos, mas preferiu seguir na área de vendas de literatura religiosa. Tornou-se campeão sul-americano e mundial de colportagem, sua grande paixão profissional. Colportava por ideal. Habilidoso e preocupado com o bem-estar dos outros, era especializado em vendas nas empresas. No total, colportou durante 40 anos e se tornou um exemplo de dedicação e sucesso. Se hoje a colportagem passa por um momento de redefinição, a história vitoriosa de homens como o doutor Sebastião mostra que é possível se dedicar a esse ministério, ser grandemente abençoado e abençoar outros com a mensagem de saúde e salvação. Além da colportagem, ele era apaixonado pela família e a educação adventista. Numa entrevista concedida à Revista Adventista em agosto de 1985, revelou que tinha o hábito de acordar de madrugada e orar no quarto dos filhos. No entanto, atribuía à esposa o crédito pelo maior investimento na educação deles. Sua maior realização, confessou, era ver os três filhos na igreja e inteiramente integrados a ela. Na visão dele, o segredo para conservar os filhos na fé era viver a religião. Defensor de tempo de qualidade com a família, ele dizia que sua filosofia era andar com os filhos na juventude para que pudessem andar com ele na velhice. Considerava uma “loucura” não colocar os filhos no colégio interno, que chamava de “cidade de refúgio”. Movido por seu amor à educação, dedicou vários anos à liderança da associação de ex-alunos do então IASP e ajudou muitos estudantes. “Tudo posso Naquele que me fortalece” (Fp 4:13). Esse era o verso bíblico preferido de Sebastião, que um dia ressurgirá no esplendor da força. Ele semeou as sementes do evangelho e um dia verá os frutos. E ele mesmo será uma “semente” transformada, para usar a metáfora do apóstolo Paulo (1Co 15:42b-44a, NVI): “O corpo que é semeado é perecível e ressuscita imperecível; é semeado em desonra e ressuscita em glória; é semeado em fraqueza e ressuscita em poder; é semeado um corpo natural e ressuscita um corpo espiritual.” ]

LÍ DO

o pe acel razõ novo Além as at é des a ino E gram (PDL de d mate site l com aula se in todo aces míd Te Min Sul. e tec res e apre dade mui perd pote igrej ções isso, nova ses n

Revis


INSTITUCIONAL

LÍDERES DO FUTURO

uem ou a ison hler) ntre memaju-

NOVO MANUAL DO MINISTÉRIO JOVEM VAI CONTEMPLAR DEZ COMPETÊNCIAS DE LIDERANÇA E VISÃO RENOVADA PARA O TRABALHO COM A JUVENTUDE CARLOS CAMPITELLI

mulo de utros tura dial porestar s. No mplo por mens dicar çoar

A

o 2019

Foto: Adobe Stock

e era rgirá elho nte” aulo vel e a em eme.” ]

Foto: Matheus Marques Köhler

amída à ha o hos. estisou, dos a na fé om a lhos hice. colévido ança mui-

formação de líderes é uma das marcas do Ministério Jovem adventista. Contudo, nos últimos anos, o perfil da juventude tem mudado aceleradamente e, por essa e outras razões, tornou-se imperativo ter um novo manual do nosso departamento. Além de oferecer um norte claro para as atividades do ministério, a intenção é despertar a criatividade e incentivar a inovação entre os líderes locais. Estará incluso no manual o Programa de Desenvolvimento de Líderes (PDL JA), que prevê o desenvolvimento de dez competências de liderança. O material estará disponível também no site liderja.com, um espaço virtual que complementará o manual com videoaulas e outros recursos para quem se interessa pelo tema. Para facilitar, todo esse conteúdo também poderá ser acessado por meio do app liderJA e das mídias sociais do ministério. Tenho em mente uma visão para o Ministério Jovem aqui na América do Sul. Por causa das mudanças culturais e tecnológicas de hoje, pais, educadores e líderes de igreja estão ainda mais apreensivos em relação à espiritualidade e ao futuro dos jovens. Enquanto muitos falam que a geração atual está perdida, outros acreditam no grande potencial que os jovens têm. Como igreja, estamos atentos às transformações e exigências do nosso tempo e, por isso, a transmissão de valores para as novas gerações é uma das quatro ênfases neste quinquênio.

ESTA GERAÇÃO TEM MUITO POTENCIAL PARA SE ENGAJAR EM GRANDES MOVIMENTOS EM FAVOR DO SEMELHANTE Costumo ser questionado sobre como podemos lidar com os principais desafios da juventude. Vejo nossos jovens como um grande exército do bem. Eles são curiosos, conectados, proativos, inconformados com as injustiças e avessos à hipocrisia. Tudo isso faz com que essa geração tenha um grande potencial para se engajar em grandes movimentos em favor do semelhante. Por essa razão, devemos continuar a incentivar os jovens a se envolverem no serviço, mas essa mobilização tem que ser impulsionada por hábitos devocionais transformadores. Creio que o ser sempre precede o fazer. Acredito que, se os jovens nutrirem uma forte comunhão diária com Deus e relacionamentos saudáveis, o engajamento na missão será algo natural.

São grandes os desafios de ministrar aos jovens. Um dos principais é mudar a cultura de consumo de programas religiosos para o engajamento em projetos missionários de curta e longa duração. Essas experiências de serviço costumam mudar a mentalidade dos voluntários, fazendo com que se tornem mais parecidos com Cristo. Nesse processo, os eventos também têm seu lugar, não como um fim em si mesmos, mas como celebração do que Deus está fazendo e inspiração para que outros experimentem o que Ele fará. O Ministério Jovem, assim como toda a igreja, tem como objetivo ser e fazer discípulos. Para tanto, precisamos de líderes que estejam dispostos a mentorear os jovens um a um ou em pequenos grupos. O discipulado das novas gerações não pode ser considerado uma tarefa meramente institucional, por atacado, decreto ou documento. Ele é artesanal e pessoal. Seu sucesso tem que ver com a decisão de amar os jovens mais do que nossos próprios interesses. ] CARLOS CAMPITELLI é pastor e líder do Ministério Jovem, da Música e dos Universitários da sede sul-americana da Igreja Adventista

45

R e v i s t a A d ve n t i s t a // Junho 2019

P1

39725 – RA Mar2019

27|05|2019 5:30

Designer

Editor(a)

Coor. Ped.

C. Q.

R. F.

Custos


MEMÓRIA

Antônio Mauro Marroni, aos 83 anos, em Maringá (PR), vítima de atropelamento. Era membro da Igreja do Jardim Tabaeté e por anos serviu como tesoureiro das congregações pelas quais passou. Apaixonado por Jesus e por motocicletas, no ano passado ele ingressou no Adventist Motorcycle Ministry (AMM), participando ativamente das viagens e atividades missionárias desse ministério. Mauro, como era mais conhecido, era contador público de formação, mas sua vida profissional foi como representante comercial e empresário do ramo gráfico por 50 anos. Viúvo, ele deixa dois filhos (entre eles o pastor Almir Marroni), quatro netos e dois bisnetos. Camila Alves Brandão, aos 72 anos, vítima de pneumonia. Natural de Formosa (GO), em 1977 mudouse com a família para a cidade goiana de Uruaçu em busca de escola adventista para os filhos. Cantou no coral da igreja e serviu nos ministérios infantil, de jovens, da mulher, na assistência social e Escola Sabatina. Era membro da igreja do setor Pedro Ludovico, em Goiânia. Liderava um pequeno grupo de jovens e adolescentes em sua casa. Todos a chamavam de “vovó Camila”. Destacou-se por sua vida de oração, sorriso constante e o jeito simples e amável. Era assinante da Revista Adventista. Deixa sete filhos, 15 netos e dois bisnetos. 46

Daniel do Nascimento, aos 80 anos, em Santo André (SP), vítima de problemas respiratórios. Paulista de Pindamonhangaba, iniciou sua carreira profissional na Casa Publicadora Brasileira em 1958, como ajudante de encadernação. Trabalhou na editora até 1985, tendo atuado também como gerente financeiro e de materiais. Era membro da Igreja Central de Santo André, onde serviu nas áreas de assuntos jurídicos e financeiros. Gostava de distribuir literatura missionária para familiares e interessados. Deixa a esposa, Mirian, três filhas e uma neta. Djalma Furtado Goulart Filho, aos 63 anos, em Lages (SC), vítima de um mal súbito. Batizado havia três anos, era engenheiro químico e frequentava a Igreja Central da cidade. Edy Gorski Damaceno, aos 76 anos, em São Paulo. Começou a trabalhar para a Igreja Adventista em 1965 e encerrou sua carreira em 2018, quando já estava aposentado, mas continuava a servir voluntariamente no curso de Matemática do Unasp, campus São Paulo. Influenciou a vida de centenas de alunos em sala de aula por acreditar piamente que Deus havia lhe dado a docência como um ministério. Foi um grande promotor da educação adventista, indicando mais de 500 alunos para que estudassem no Unasp.

Destacou-se por ser zeloso, atencioso e dedicado. Deixa a esposa, filhos e netos. Elza Toniolo, aos 86 anos, em Lençóis Paulista (SP), vítima de parada cardiorrespiratória. Foi pioneira do adventismo na cidade, ajudando na construção da igreja local. Solteira, deixa familiares e muitos sobrinhos. Enoleno Simões de Miranda, aos 89 anos, em São Gabriel (RS), vítima de doença pulmonar obstrutiva crônica. Conheceu a mensagem adventista aos 17 anos, quando seu pai foi batizado após estudar a Bíblia com o doutor Galdino Nunes Vieira. Distanciou-se de Deus até os 66 anos, quando ganhou alguns livros da CPB, passando a substituir o cigarro pela leitura do livro O Grande Conflito e a bebida alcoólica pela leitura do Caminho a Cristo. Foi batizado por seu irmão, pastor Eloy, em 1995, e serviu a Deus até sua morte. Deixa dez filhos, 26 netos, 17 bisnetos e sete trinetos. Flávio Araújo Garcia, aos 89 anos, em São Paulo (SP), vítima de síndrome mielodisplásica. Paulistano, era filho do pastor Jerônimo Granero Garcia e Ana Araújo Garcia. Em casa, teve contato com a música sacra e erudita. Cantou duetos com a mãe e a irmã. Flávio sonhava em ser médico-missionário, mas assim

que graduou-se em Teologia, em 1949, recebeu o convite para assumir a regência do Coral Carlos Gomes, no próprio CAB (atual Unasp, campus São Paulo). O maestro e pastor Flávio Garcia estudou canto, composição e regência e fez uma pós-graduação em Artes na USP. Sua passagem pelo tradicional Conservatório Dramático e Musical de São Paulo lhe rendeu contatos com grandes músicos e maestros da capital. Foi assistente por seis anos de Hugh Ross, referência mundial em canto coral. Por 25 anos regeu o Coral Carlos Gomes, fundou a Acasp (Associação Coral Adventista de São Paulo) e a orquestra do CAB, além de ter dirigido o Conservatório Musical Adventista, hoje Academia Adventista de Arte (Acarte). Sempre esteve à frente de grandes corais e orquestras, apresentando-se em teatros, salas musicais e na TV Tupi. A convite do maestro Eleazar de Carvalho, regeu em algumas oportunidades a prestigiada Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp). Participou também da produção do hinário adventista Cantai ao Senhor, lançado em 1956. Levou a música sacra para além das fronteiras denominacionais e influenciou gerações de músicos adventistas. Deixa a esposa, a pianista Dilza Garcia, com quem era casado desde 1956. O casal não teve filhos. Flora Marques da Silva, aos 90 anos, em São Paulo (SP), vítima de arritmia cardíaca. Batizada em 1965, foi uma das pioneiras da Igreja de Ponte Rasa, na zona leste paulistana. Com seu R e v i s t a A d ve n t i s t a // Junho 2019

espos grupo result Mata grand da Bí por co Deixa pasto netos

Ivanir Ramo aos 6 São B do Ca (SP), cânce de Co na Igr Horto pasto mem e Colo Jardim Iguat André de Sã congr secre Saba Desb de as se po o ex-m filhos

Ivanir de Ar aos 8 em U (MG), insufi renal gene dois a Espaç Ubera dois fi

Jacyn em A insufi Batiz um m

“B

Revis


a,

prio São

o, z es o

o com s

s, o

a ter usical

s, s, .A de s a ado cipou nário r,

s

e sicos a, a uem asal

seu

o 2019

esposo, iniciou um pequeno grupo em sua residência que resultou na Igreja de Ermelino Matarazzo. Sempre demonstrou grande interesse pelo estudo da Bíblia e leu o livro sagrado por completo mais de 40 vezes. Deixa seis filhos (entre eles o pastor Erasmo Correia), nove netos e duas bisnetas. Ivanir Fátima Ramos Aquino, aos 65 anos, em São Bernardo do Campo (SP), vítima de câncer. Natural de Corumbá (MS), foi batizada na Igreja do Unasp, campus Hortolândia, em 1980, pelo pastor Edgard de Oliveira. Foi membro das Igrejas de Concórdia e Colorado (Belo Horizonte), Jardim das Palmeiras,Taboão, Iguatemi e Central de Santo André (região metropolitana de São Paulo). Serviu nessas congregações como diaconisa, secretária e líder da Escola Sabatina, do Clube de Desbravadores e do ministério de assistência social. Destacouse por sua prestatividade. Deixa o ex-marido, Adolfino, dois filhos e três netos. Ivanir Silveira de Araújo, aos 87 anos, em Uberaba (MG), vítima de insuficiência renal e infecção generalizada. Batizado havia dois anos, era membro do Espaço Novo Tempo de Uberaba. Deixa a esposa, Onair, dois filhos e três netos. Jacyntho Rossi, aos 83 anos, em Araras (SP), vítima de insuficiência renal crônica. Batizado havia 52 anos, foi um membro ativo, que serviu

na liderança do ancionato e tesouraria de igrejas nas cidades paulistas de Araras, Jaboticabal e Pirassununga. Deixa a esposa, Neide, três filhos e seis netos. Joana Leite, aos 106 anos, vítima de infarto. Era membro da Igreja de Jardim Tropical, em Franca (SP). Foi uma das pioneiras da Igreja do bairro City. Deixa três netos e três bisnetos. Lina Mayer Calderaro, aos 90 anos, em Hortolândia (SP), vítima de insuficiência respiratória. Era membro da Igreja Central de Hortolândia. Serviu no ministério de assistência social da igreja. Deixa cinco filhos, nove netos e seis bisnetos. Lino Alves Leitão, aos 92 anos, em Brasília (DF), vítima de complicações cirúrgicas. Natural de Barra (BA), ajudou a criar nove irmãos. Depois de ser batizado aos 35 anos de idade, aceitou o chamado de Deus para o ministério. Foi pastor distrital na Bahia e Minas Gerais, onde promoveu a construção de várias igrejas e escolas. Nunca mediu esforços para o avanço da missão. Sua vida de fé e oração continuará a inspirar outros. Deixa a esposa, Gessi, com quem foi casado por 51 anos, dois filhos e quatro netos.

Maria da Glória Santos Silva, aos 82 anos, em Sorocaba (SP), vítima de cirrose e insuficiências respiratória e hepática. Baiana de Jequié, serviu muitos anos no ministério infantil das igrejas pelas quais passou. Era diaconisa da Igreja Central de Sorocaba. Deixa o esposo, pastor Paulo, quatro filhos e duas filhas, 14 netos e dois bisnetos. Marinho Teodoro Rodrigues, aos 92 anos, em Goiânia (GO). Com dedicação, serviu em algumas funções na igreja, como diácono, ancião e líder do Ministério Pessoal e da Escola Sabatina. Foi pioneiro da Igreja de Jardim Pompeia, hoje sede de um distrito pastoral. Incansável missionário, destacou-se por sua integridade e temor a Deus. Levou várias pessoas ao batismo, inclusive alguns desses batizados se tornaram pastores. Deixa a esposa, Alice, três filhos, dez netos e oito bisnetos. Marlene Peneira Carvalho, aos 75 anos, em Afonso Cláudio (ES), vítima de câncer. Conhecida por sua dedicação, trabalhou como diretora do Cadec da ADRA. Descansou certa de sua salvação. Deixa o esposo, Moisés, três filhos, seis netos e quatro bisnetos. Neli de Almeida Ayres, aos 71 anos, vítima de infecção generalizada. Batizada aos 18 anos de idade, era membro da Igreja de Parobé (RS). Serviu

como professora da classe dos Primários na Escola Sabatina infantil. Deixa o esposo, Angelino, seis filhos e dez netos. Osvaldo Vital Voltolini, aos 74 anos, em Blumenau (SC), vítima de câncer. Era membro da Igreja Central desde 1986, onde serviu por vários anos como líder dos diáconos. Deixa a esposa, Salma, um casal de filhos e duas netas. Osmar Werlich, aos 90 anos, em Lages (SC), vítima de câncer. Batizado em 1946, era membro da Igreja Central da cidade. Gostava de participar da Escola Sabatina e fez isso até a última semana de vida. Destacou-se por sua generosidade e espírito jovial. Viúvo do primeiro casamento, deixa a atual esposa, Maria Iolanda, filhos, netos e bisnetos. Raimunda Paula de Moura, aos 78 anos, vítima de infarto fulminante. Havia 20 anos ela lutava contra um diabetes altamente agressivo. Era membro da Igreja Central de Boa Esperança, em Parnaíba, no litoral do Piauí. Sua grande alegria era servir ao Senhor e abrir semanalmente as portas da sua residência para as reuniões de pequeno grupo. Deixa o esposo, cinco filhos e seis netos.

“ B E M - AV E N T U R A D O S O S M O R T O S Q U E , D E S D E A G O R A , M O R R E M N O S E N H O R ”

(APOCALIPSE 14:13)

47

R e v i s t a A d ve n t i s t a // Junho 2019

P1

39725 – RA Mar2019

27|05|2019 5:21

Designer

Editor(a)

Coor. Ped.

C. Q.

R. F.

Custos


EM FAMÍLIA

ESTA

VOCÊ JÁ TEVE UM CRUSH?

JO

COM MEL

AS GÍRIAS DOS JOVENS MUDAM MUITO E É DIFÍCIL ESTAR ATUALIZADO, MAS O QUE CONTINUA FAZENDO DIFERENÇA É MANTER UM CANAL ABERTO DE DIÁLOGO COM ELES

ADRIA

C

ertamente, você já deve ter tido um crush, mas na sua época, ou melhor, na nossa, não se chamava assim. Não sabe o que é isso? Então preste atenção para atualizar seu vocabulário. Talvez você conheça como paquera, mas esse termo já era para os adolescentes de hoje. Crush é a expressão que melhor descreve uma paixão súbita, daquelas de tirar o fôlego. Da língua inglesa, a palavra pode ser traduzida como “esmagamento”, mas se entende como “ter o coração esmagado por alguém”. Então, quando alguém diz “ele ou ela é meu crush”, está se referindo não apenas a uma relação mais direta e pessoal, mas está manifestando a atração (em geral física) que tem por alguém. Os adolescentes gostam de usar gírias tanto nos espaços de convivência como no mundo virtual. Embora a escola e muitas famílias não incentivem esse tipo de linguagem, ela sem dúvida revela particularidades de uma determinada geração. Pão, tipão, broto, boa pinta, gato e gata representava o crush do passado. Mas a palavra não é o mais importante, e sim seu significado no momento. Muitos pais e educadores se sentem perdidos com tanta novidade na forma de falar dos jovens. Dar ruim, lacrar, mitar, ficar pistola, trollar, shippar, tiltar, flopar e BFF são apenas alguns exemplos. É tanta gíria que só contando com um glossário mesmo para entender a moçada. Seja como for, se esse glossário existisse, teria que ser atualizado constantemente, pois a linguagem deles é muito dinâmica. Entretanto, nem tudo muda. Algumas coisas nunca saem de moda e servem para todas as gerações. Tome nota de cinco atitudes importantes: 1. Sempre dê total atenção quando seu filho conversar com você. Nada de ficar vendo TV, lendo ou mexendo no celular. Olhe nos olhos e ouça com calma ainda que não esteja concordando. 2. Quando for dar sua opinião, evite fazer em tom de julgamento ou lição de moral. Não faça comparações com sua época, porque os tempos 48

NÃO FAÇA COMPARAÇÕES COM SUA ÉPOCA, PORQUE OS TEMPOS REALMENTE SÃO OUTROS E SEUS FILHOS NÃO TÊM CULPA DISSO

realmente são outros e ele não tem culpa disso. O mundo simplesmente mudou. 3. Considere respeitosamente as ideias de seu filho. Se você não agir com respeito, ele vai deixar de contar as coisas para você e não vai demorar para lhe tratar apenas como um estranho. 4. Não queira medir forças, mas diga com clareza o que espera e a consequência da desobediência. Então, seja coerente cumprindo a regra conforme o combinado. Lembre-se de que o objetivo maior da disciplina é desenvolver o caráter de seu filho. 5. Seja um exemplo e evite criticar. Seu filho vai prestar mais atenção ao que você faz do que ao que você fala. A geração atual, mais do que as anteriores, não curte blá, blá, blá. Resumindo: da próxima vez que o crush de seu filho der ruim e ele flopar, não vai trollar pra ele não ficar pistola com você e tiltar. Não basta querer shippar; é o tempo que vai dizer se a pessoa vai ou não lacrar. Se agir desse modo, você vai mitar e se tornar BFF do seu filho. ] TALITA CASTELÃO é psicóloga clínica, sexóloga e doutora em Ciências

R e v i s t a A d ve n t i s t a // Junho 2019

Foto: Adobe Stock

TALITA CASTELÃO

supe angú cont sita si m bem A ser h cime tora adve cime lizad de qu nobr nalid de p uma o con colo pree que cer a D é um hum Além para cons resp na su ção corre da q seus tiça conh cion

Revis


ESTANTE

JORNADA ÚNICA

COMO PERCEBER, INTERPRETAR E EXPERIMENTAR MELHOR ESSE PRESENTE QUE É A VIDA ADRIANA SERATTO

V

tem ente

te as agir ontar emoo um

diga nse, seja orme objeolver

icar. ão ao fala. ante-

oga e

o 2019

Foto: Adobe Stock

ue o opar, stola uerer se a desse BFF

iver na era da tecnologia, da informação instantânea e dos relacionamentos superficiais, que geram solidão e angústia, não é fácil tarefa. Nesse contexto, o ser humano necessita refletir cada vez mais sobre si mesmo, sobre a vida e a morte, bem como gerenciar seus conflitos. A Bíblia retrata como “feliz” o ser humano “que adquire conhecimento” (Pv 3:13). Para a escritora norte-americana e pioneira adventista Ellen G. White, “conhecimento e ciência têm que ser vitalizados pelo Espírito de Deus, a fim de que sirvam aos propósitos mais nobres” (Mente, Caráter e Personalidade, v. 1, p. 16). Nessa linha de pensamento, o livro A Vida é uma Arte (CPB, 2019, p. 256) une o conhecimento científico da psicologia ao propósito divino para preencher a necessidade urgente que o ser humano tem de conhecer a si mesmo. Dividida em sete seções, a obra é um passeio pela experiência humana, do nascimento à velhice. Além disso, oferece parâmetros para o autoconhecimento e a desconstrução de crenças negativas a respeito de si mesmo, o que ajuda na superação do medo, da frustração e infelicidade. Também discorre sobre a tríade básica por meio da qual o ser humano manifesta seus valores – amor, poder e justiça –, mostrando que o processo conhecido como inteligência emocional pode e deve ser aperfeiçoado

para o bem-estar do indivíduo e da sociedade. Escrito por Belisário Marques, doutor em Psicologia Clínica pela Universidade de Maryland (EUA), o livro proporciona recursos para o leitor descobrir seu valor pessoal, livrar-se da ansiedade, enfrentar a violência, cultivar a confiança, superar a traição, preparar-se para viver a última fase da vida com sabedoria e, acima de tudo, amar e viver feliz, apesar das dificuldades. ] ADRIANA SERATTO, formada em Letras, é pós-graduada em Estudos Adventistas e trabalha como revisora de livros na CPB

ESTE LIVRO É UMA BOA REFERÊNCIA PARA QUEM QUER ENTENDER MELHOR A SI MESMO E HARMONIZAR SEUS SENTIMENTOS E EMOÇÕES

TRECHOS

“Você pode se enganar dizendo que não percebeu, não viu, não sentiu, não ouviu, não machucou, não quis e não fez... Você pode negar injustiças, paradoxos, contradições e frustrações que a vida impõe. Entretanto, sua negação não impede a existência dos fatos, não os elimina de sua mente nem apaga seus efeitos. Ao negar, você destrói sua parte lógica, executiva e autorreguladora. Você perde a motivação. Na verdade, troca vigor, força e saúde por fragilidade, fraqueza e doença” (p. 52). “Você chegou aonde está depois de um período longo de aprendizado negativo. Ora, se aprendeu o negativo, é óbvio que pode aprender o positivo. Pode levar algum tempo para alcançar seu propósito, porém mudanças nunca são repentinas, por mais que se deseje” (p. 54). 49

R e v i s t a A d ve n t i s t a // Junho 2019

P1

39725 – RA Mar2019

27|05|2019 5:21

Designer

Editor(a)

Coor. Ped.

C. Q.

R. F.

Custos


ENFIM

PARA CONTINUAR SENDO RELEVANTE, O CRISTIANISMO NÃO PODE PERDER SEUS TRAÇOS DISTINTIVOS TIAGO DIAS DE SOUZA

A

palavra “sucesso” faz parte do cotidiano do mundo ocidental. Desde crianças somos ensinados que o sucesso e a felicidade andam de mãos dadas, o que sugere que para ser feliz é necessário ter êxito. Para a sociedade, a pessoa de sucesso é aquela que realizou algum tipo de conquista, que sempre vence, nunca perde. Ela sempre está em evidência, realiza grandes feitos e é reconhecida pelas pessoas ao seu redor. É alguém que tem destaque e visibilidade. Igualmente, no âmbito institucional, ter sucesso é sinônimo de crescimento empresarial, sempre comparado ao do ano ou mês anterior. O mundo contemporâ neo não suporta o fracasso nem a derrota. Acontece que, para manter o padrão de sucesso, conforme pregado pelo marketing midiático, é preciso sempre inovar, e quem não inova se torna irrelevante. O pior é que as instituições religiosas não estão livres dessa 50

O SIMPLES DESEJO DE SE TORNAR RELEVANTE PODE LEVAR A IGREJA A SE APROXIMAR TANTO DA CULTURA ATUAL A PONTO DE SE TORNAR IRRELEVANTE tentação. É preciso ter sucesso a todo custo, tudo em nome de Deus. No entanto, a fixação pelo sucesso nos torna alienados de nós mesmos, dos outros e de Deus, o que nos leva a um caminho sem volta. Quando isso ocorre, nos apegamos a algum tipo de modismo, seja ele filosófico, sociológico ou até mesmo religioso. Em certos círculos eclesiásticos, a onda atual é como ser relevante

TIAGO DIAS DE SOUZA é pastor distrital na Missão do Tocantins e doutorando em Teologia

R e v i s t a A d ve n t i s t a // Junho 2019

Foto: Adobe Stock

A IRRELEVÂNCIA DA MERA RELEVÂNCIA

para o mundo. Acontece que, para ser relevante, muitas vezes a igreja precisa ser politicamente correta em suas afirmações, o que Jesus nunca foi. Ele nunca moldou Sua mensagem à cultura de Seu tempo. Rosino Gibellini comenta sobre isso no livro A Teologia do Século XX (Loyola, 2012, p. 309, 310): “o cristianismo no mundo moderno e contemporâneo perdeu em grande parte o ‘caráter óbvio’ que tinha para as culturas precedentes; suas definições da realidade perderam plausibilidade”. Por isso, ele “se encontra diante de um dilema: se quer ser relevante para a sociedade, deve adaptar-se a ela”, mas “assim se seculariza inevitavelmente”. Por outro lado, “se quer ocupar um lugar importante na sociedade moderna, então é preciso renunciar amplamente aos conteúdos religiosos tradicionais, porque justamente eles é que são ‘irrelevantes’ na situação hodierna”. E conclui: “Decisivo para a sobrevivência do cristianismo é que ele conserve seus traços, ainda que ele seja obrigado a viver sociologicamente como seita.” O mesmo dilema do cristianismo é o das igrejas protestantes como um todo: querem ser relevantes no mundo e para o mundo, mas não querem perder sua identidade, o que acaba acontecendo uma hora ou outra. Relevância era a palavra mágica para o protestantismo liberal de algumas décadas atrás, porém o resultado não foi bom. Como bem afirma o teólogo e historiador adventista George R. ­Knight no livro A Visão Apocalíptica e a Neutralização do Adventismo (Casa Publicadora Brasileira, 2010, p. 20), “não há nada de errado em ser relevante do ponto de vista bíblico, mas a mera relevância é o caminho para se aculturar ou ser absorvido pela cultura predominante”. ]


para greja reta esus Sua mpo. obre culo ): “o no e ande nha suas ram e “se ema: ociemas avelquer e na eciso nteúrque relea”. E revie ele que iolo-

stiantes relendo, denendo ncia promas tado

al

em

Foto: Adobe Stock

hisnight aea Casa . 20), relemas para pela

o 2019

P1

39725 – RA Mar2019

27|05|2019 5:21

Designer

Editor(a)

Coor. Ped.

C. Q.

R. F.

Custos



Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook

Articles inside

ESTANTE

2min
page 49

ENFIM

2min
pages 50-52

EM FAMÍLIA

2min
page 48

INSTITUCIONAL

2min
page 45

MEMÓRIA

7min
pages 46-47

PÁGINAS DE ESPERANÇA

3min
page 44

IGREJA

5min
pages 40-41

LITERATURA

6min
pages 42-43

INTERNACIONAL

2min
page 37

CELEBRAÇÃO

3min
page 39

CIÊNCIA

2min
page 36

PRIMEIROS PASSOS

2min
page 35

VISÃO GLOBAL

17min
pages 26-31

NOVA GERAÇÃO

2min
page 34

BOA PERGUNTA

2min
page 33

ENTREVISTA

3min
pages 6-7

BÚSSOLA

3min
page 5

BEM-ESTAR

2min
page 32

CANAL ABERTO

3min
page 4

PERSPECTIVA

14min
pages 21-25
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.