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Novas tecnologias e modernos procedimentos marcam a evolução da navegação aérea no País
Ivan Romão de Moraes - Capitão Especialista em Controle de Tráfego Aéreo
Chefe do Centro de Controle de Área de Brasília
Com os novos conceitos, surgem também novos procedimentos. Um deles, mais do que tecnologia, representa uma mudança de paradigma para o transporte aéreo, que passa a basear-se não mais em ferramentas de auxílios, mas na própria performance dos sistemas de navegação embarcados.
A chamada Navegação Baseada em Performance (ou PBN, do inglês Performance-Based Navigation) redesenha e otimiza a estrutura das trajetórias de navegação aérea. Se antes as rotas se restringiam às trajetórias delimitadas por auxílios instalados no solo, com o PBN amplia-se o número de alternativas, uma vez que o recurso viabiliza procedimentos de navegação orientados também por satélites e sistemas avançados de gestão de voo.
Em 2010, o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) implementou as operações PBN entre a Área Terminal (TMA) de Brasília e de Recife e, em 12 de dezembro de 2013, o PBN chegou as duas maiores da América do Sul: TMA-SP e TMA-RJ.
Com a implementação da Navegação Baseada em Performance entre São Paulo e Rio de Janeiro, o espaço aéreo compreendido entre estas Áreas Terminais sofreu uma grande alteração, levando a um
redesenho dos setores do Centro de Controle de Área de Brasília (ACC-BS), contido nesse espaço, e dos limites laterais da TMA-SP.
Desta forma, todos os tráfegos que sobrevoavam a Região de Informação de Voo de Brasília (FIR-BS) com destino aos aeroportos situados dentro da TMA-SP, tais como Guarulhos, Congonhas, Campinas e Campo de Marte, entre outros, convergiam para um único setor da FIR-BS, aumentando sobremaneira a complexidade deste setor, que, também, ficava à mercê da capacidade de absorção dos tráfegos pelo Controle de Aproximação de São Paulo (APP-SP), principalmente, para o Aeroporto de Guarulhos. Esta situação sinalizou a necessidade de criação de novos pontos de entrada para a TMA-SP dentro da FIR-BS.
O Projeto TMA-SP NEO - Reestruturação da Área de Controle da Terminal São Paulo - trouxe para dentro da TMA-SP, um redesenho das trajetórias de saída e de chegada dos voos, principalmente, para o Aeroporto de Guarulhos.
Vale ressaltar que, desde o início dos estudos do Projeto, o ACC-BS esteve presente, uma vez que as modificações vindouras afetariam a circulação na FIR-BS. Diante desta circunstância, um novo setor foi criado com capacidade de absorver parte do tráfego que se destina aos aeroportos contidos nesta Área Terminal.
Assim, a partir do dia 20 de maio de 2021, com a implementação do Projeto, criou-se, com o novo setor, mais dois pontos de alimentação para a TMA-SP dentro da FIR-BS, sendo que um desses pontos é dedicado para as aeronaves que têm como destino os aeroportos de Congonhas e Campinas e outro para aquelas com destino a Guarulhos.
Tal mudança levou à diminuição da complexidade, anteriormente citada, à absorção de um maior volume de tráfego dentro da FIR-BS e à possibilidade de mudança nos pontos de entrada na TMA-SP diante de fatores como meteorologia e demanda, aumentando a eficiência dos voos com destino aos aeródromos da Terminal São Paulo.