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PÚBLICO ALVO
Objetivando a participação e vínculo de pertencimento ao espaço público, a oferta de opções de lazer que agreguem ao desenvolvimento integral da 1ª à 3ª Infância, e a promoção do bem-estar através do brincar ao ar livre, o público alvo principal do projeto urbano proposto é a população infanto-juvenil do subdistrito de Perus, abrangendo também, os seus familiares e comunidade na qual estão inseridos. Perus identifica-se como um distrito oportuno para abrigar múltiplas propostas de lazer e incorporar atividades lúdicas que estimulem aprendizagens e memória de pertencimento, abrigando horizontes de cidade brincante e oferecendo entornos urbanos lúdicos, para garantir uma experiência educativa ao ar livre, ou seja, sob uma diluição das fronteiras entre o interior/exterior.
N Mero De Crian As De 0 A 6 Anos Outros N Meros
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3.591 matrículas em creche na rede municipal (acima da média de 3200/distrito)
No distrito de Perus habitam mais de 10.000 crianças, segundo a estimativa de 2018 da Fundação e Sistema SEADE de Projeções Populacionais.
Coeficiente De Mortalidade Infantil
O coeficiente de mortalidade infantil é mais uma marca da desigualdade na cidade de São Paulo, que apresenta taxas distritais variando de 0 a 21,3 óbitos por mil nascidos vivos.
Perus registra o altíssimo coeficiente de 19.0, o segundo maior número dos distritos de São Paulo, ficando só depois de Artur Alvim.
2.275 matrículas em pré-escola na rede municipal (próximo à média de 2311/distrito)
45-50% das crianças 0-5 anos não vai à escola
19-27% das crianças vivem em casa com nenhum familiar com enfino fundamental completo +21 unidades educacionais (berçário a EJA) num raio de 1km da EE. Gavião Peixoto
Fontes: Caderno do Plano Municipal pela
Primeira Infância, e Atlas da Vulnerabilidade Social - IPEA -IVS.
Como já tratado ao longo de todo o desenvolvimento do trabalho até aqui, no que diz respeito à caracterização da comunidade de Perus, sabe-se que já existem movimentações internas à população, levantados pela preocupação e insatisfação, referente ao destino e uso ainda imaginário, mesmo com inúmeras requisições, do espaço da Fabrica de Cimento do bairro de Perus: “A Fábrica, para nós, é um potencial para artes, cultura, conhecimento, lazer e desenvolvimento sustentável da região; por isso, nosso apelo para participar do debate sobre esse ou qualquer outro projeto habitacional ou não, que resulte em impactos para o bem tombado, para seu entorno e, sobretudo, para o bairro, cuja vida já não é nada fácil para quem nele vive”, aponta o Movimento pela Fábrica de Cimento em Perus.
Analisa também o professor Euler Sandeville, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP), sobre levar em considerações as questões ambientais e culturais da região, com estudos de impacto paisagístico e ambiental, e viabilidade: “Não é sobre ser contra o projeto do empreendedor, mas respeitar o interesse público que tem que ser muito maior que o ganho dele. Temos que considerar a luta dos Queixadas, a necessidade de se preservar a vegetação ciliar, os rios da região. É possível pensar em usos mistos, mas é essencial consolidar a ideia do parque”
Parte 4
CURVAS DE NÍVEL+ HIDROGRAFIA
Corpos D’água: ribeirão, nascente, córregos. Curvas de nível Mestras (5 metros de disnível)
COBERTURA VEGETAL
Maciços florestais heterogêneos e bosques urbanos de altura média 12m
Baixa cobertura arbórea, arbóreo arbustiva, ou arborescente
Maciços florestais homogêneos
Mista altura média 2,5m
Floresta e Vegetação de várzea ou de brejo
A paisagem desse território é caracterizada pelos mares de morros que se sucedem, com muitos rios que desaguam no rio Juqueri, como o ribeirão Perus com os córregos Ajuá e Andando e o Santa Fé e algumas áreas mais elevadas como o Jaraguá e a Cantareira. O distrito caracteriza-se como região remanescente de cobertura vegetal e conservação da biodiversidade sob forte pressão da ocupação urbana desordenada ou precária.
A quantidade de áreas verdes (61,8 m²/hab) e de vegetação (266 m²/hab) é alta, se comparada às médias municipais, mas sua distribuição não é homogênea no território, com 78,7% da população residindo a mais de 1 km de parques, em especial pela localização e tamanho do Parque Anhanguera.
REMANESCENTES DO BIOMA MATA ATLÂNTICA CORREDORES ECOLÓGICOS
Corredor da Mata Atlântica Norte Campos Gerais Mata Ombrófila Densa
O recorte encontra-se na Bacia do Rio Juqueri, e majoritariamente na microbacia do Ribeirão dos Perus. Devido a ocupação das margens do ribeirão Perus, o distrito tem ocorrência de enchentes. Percebe-se também que a área de preservação permanente, que deveria existir com 30 metros (no mínimo) de resguardo com mata ciliar para proteger o corpo d’água ali presente (córrego com corpo de 10m de projeção horizontal em largura, escoamento primário), não está sendo respeitada e já encontra-se prejudicada.
PARTE 4 ~ LEITURA URBANA
Cortes Transversais No Terreno Existente
Escola Estadual Gavião Peixoto Complexo da Fábrica Rua Padre Manoel Campello Vila Triângulo Ribeirão Perus
CORTE BB
Rua Mogeiro Complexo da Fábrica Ribeirão Perus
CORTE CC
CORTE DD
Rua Mogeiro Capela São José Vila Triângulo Ribeirão Perus
CORTE EE
Rua Mogeiro Complexo da Fábrica
Ribeirão Perus
Escola Estadual Gavião Peixoto
Territ Rios E Ruas Relevantes
RUA ANTÔNIO MAIA
RUA PADRE MANOEL CAMPELLO
RUA MOGEIRO
AV. DR. SYLVIO DE CAMPOS
BERÇÁRIOS, CRECHES E ENSINO INFANTIL
1 CEI CORRE COTIA
2 CEI JACOB SALVADOR
3 CEI GABRIELA MISTRAL
4 VILA PERUS CRECHE MUNICIPAL
5 CEI PEQUENO PRÍNCIPE
6 CEI GRANDE PRINCIPE
7 CEI RECANTO DOS HUMILDES
8 CEU EMEI JORGE AMADO
9 EE MANUEL BANDEIRA
BIBLIOTECAS
Ensino Fundamental E M Dio
10E.E. GAVIAO PEIXOTO (EF, EM, EJA)
11 GLOBAL SAO PAULO INST. EDUCAÇÃO (EF, EM)
12 EMEF FERNANDO GRACIOSO (EF)
13 COLÉGIO DA PAZ (CRECHE E EF)
14 TEREZA GIL DE MOURA INST. EDUC. (CRECHE, EF, E EM)
15 EMEI OLIVEIRA LIMA
16 CEU PERUS EMEF
17 ANNA TAVARES (CRECHE, EF, E EM)
18 EMEF CÂNDIDO PORTINARI (EF, EJA)
19 EE SUZANA DE CAMPOS
BIBLIOTECA PADRE
JOSÉ DE ANCHIETA
PRAÇAS CEU/CEL OUTROS NÚMEROS
COMUNIDADE QUILOMBAQUE GRUPO CMQ
GRUPO PANDORA DE TEATRO
RODOVIAS E VIAS PRINCIPAIS
POLOS CULTURAIS TRANSPORTE PÚBLICO
RODOVIA BANDEIRANTES
AV. DR. SYLVIO DE CAMPOS (conexão futura planejada com o “Parque Anhanguera Ciclovia de Perus” (PA-PR-ID 131);
RUA MOGEIRO
RUA ANTÔNIO MAIA (inclusa no Plano Emergencial de Calçadas e Território CEU.)
PRAÇA DO SAMBA
PRAÇA INÁCIA DIAS CEU Perus
CEL Centro de Esporte e Lazer Perus (fora raio 1km estudo)
ESTAÇÃO CPTM
LINHA RUBI PERUS ciclovias, ciclorrotas, bicicletários ou paraciclos
Plano Regional Da Subprefeitura
O recorte de estudo encontra-se no P.A. ID 138 “Centralidade Estruturadora de Perus”, e no ID 360 “Território de Interesse da Cultura e Paisagem” Perus-Jaraguá.
PERÍMETRO DE AÇÃO ID-138 “CENTRALIDADE ESTRUTURADORA DE PERUS”
A área envoltória do recorte prevê: 3 Parques, Caminho CEU (SMDU), Plano Emergencial de Calçadas (PEC 2008), Ciclovia de Perus, conexão terminais Perus e Anhanguera, corredor ônibus, e qualificação do entorno CPTM Perus, dos acessos principais, das vias, e do fluxo peatonal.
TICP - PERUS JARAGUÁ ID-360
O Território de Interesse da Cultura e da Paisagem Perus- Jaraguá engloba os distritos de Perus, Anhanguera, Jaraguá e se estende parcialmente no distrito de Pirituba. Caractetiza-se pela presença dos patrimônios tombados (14), pontos de interesse ambiental (20), cultural (30), remanescentes de MA, equipamentos educacionais (27), e por compôr uma área de diversidade cultural social e ambiental. Os Territórios de Interesse da Cultura e da Paisagem (TICP) são um novo instrumento para a gestão urbana, aprovado mediante iniciativa popular, no Plano Diretor de São PauloLei 16050/2014. Abrange diversos equipamentos culturais, ambientais e educacionais existentes.
Caracteriza-se pela presença de equipamentos culturais, patrimônios tombados e a atuação de movimentos e coletivos, juntamente a característica ambiental, representada por parques, remanescentes de vegetação da Mata Atlantica e áreas verdes, que formam um cinturão verde e compõem o perimetro como um ponto de diversidade cultural, social e ambiental.
Tem como objetivos: Atender a demanda por equipamentos e serviços públicos sociais, especialmente de cultura, qualificar os espaços livres públicos, e os parques existentes, resolvendo especialmente as questões de atendimento às demandas da população, implantar os parques planejados, promover a conservação das paisagens e do patrimônio material e imaterial da região, promover a recuperação e conservação ambiental dos cursos d´água e das áreas verdes, e amenizar os problemas de saneamento ambiental como manejo de águas pluviais (drenagem).
(Lei 16.402/2016)
As importantes questões ambientais e de preservação de Perus contrastam com o elevado crescimento populacional constatado na última década, o que configurou territórios de grande vulnerabilidade social. Essas áreas apresentam densidade demográfica maior ou igual a 400 habitantes por hectare, decorrendo, principalmente, da expansão de loteamentos irregulares, com infraestrutura precária, ocupando as várzeas alagáveis do Ribeirão Perus e áreas de risco geológico, concentradas, majoritariamente, no Morro Doce. Grande parte dessas ocupações irregulares foram demarcadas como ZEIS no Plano Diretor Estratégico
- PDE (Lei 16.050/14) e Zoneamento (Lei 16.402/2016), entretanto, necessitam de projetos de reurbanização, regularização fundiária e instalação de equipamentos e serviços públicos para melhoria da qualidade de vida da população.
Área Envoltória CONPRESP R.A.E Conjunto Ferroviário de Perus, RES. 14/2015;
Bem Tombado - Vila
Triângulo e Antiga Fábrica de Cimento Portland, Tipologia: Vila/Conjunto, nível ZEPEC-141, ano tombamento 1992.
1 Conjunto da Estação de Ferro PerusPirapora. RES.
14/2015 CONPRESP, e 08/11/2011
CONDEPHAAT.
2 Sede do Sindicato dos Trabalhadores da antiga Insdústria de Cimento
3 No ano de 2004 o processo passou por revisão e o perímetro de tombamento foi reduzido, portanto algumas vilas operárias foram demolidas assim que desprotegidas.
Traçado da Antiga Estrada de Ferro Perus Pirapora
O centro de Perus interliga-se ao Distrito Anhanguera pela Avenida Sylvio de Campos e Estrada de Perus, cortando o Parque Anhanguera e conectandose à rodovia de mesmo nome. Entre a Rodovia dos Bandeirantes e a ferrovia, encontra-se uma área de grande vulnerabilidade social, localizada próxima ao Aterro Bandeirantes. Ao Norte, pela Rua Mogeiro que cruza a Avenida Sylvio de Campos, tem-se acesso a uma extensa área vazia onde localizou-se a primeira fábrica de cimento do Brasil, Companhia Brasileira de Cimento Portland Perus, e duas vilas operárias onde residiam funcionários da empresa, Vila Triângulo e Inácio, e instalações da antiga Estrada de Ferro Perus-Pirapora, incluindo a edificação conhecida como Casarão da Ferrovia (ou do “M”) e a Casa de Tráfego, todas objetos das Resoluções de Tombamento do CONPRESP 27/92, 36/92 e 19/2004. Adjacente à gleba da fábrica, está em fase de licenciamento um conjunto habitacional denominado Uno Nova Perus, onde se pretende abrigar
5.000 famílias, e prevista a implantação do Parque Linear Luta dos Queixadas, em homenagem aos movimentos sindicais e lutas populares que marcaram a região pela presença característica de bairro operário desde os primórdios de sua ocupação.
Portaria (NP2)
Edifica Es Da Cbcpp Mantidas No Per Metro De Tombamento Reduzido
Casas Vila Fábrica (desprotegidas)
Silos de Cimento (NP2)
Escritório (NP2) Ensacadora (NP2) Forno Resfriador (NP2)
Britador (NP2) Subestação (NP2)
Silos de Matéria Prima (NP2)
Edificação do Britador (NP2) Oficina Mecânica (NP2) Chaminés (NP2)
Casa de Tráfego (NP2) Tripper (NP2)
Capela São José (NP2)
Vila Triângulo (NP2)
Casarão do M
Dep. Pedrasde(NP2)
*Nível de preservação 1 (NP1) preservação integral de edifícios Laboratório de Engenharia (NP2)
Refeitório (NP2)
Dep. Peçasde(NP2)
Instalações protegidas da CBCPP dentro do perímetro atual e vigente de tombamento 3
Dep. de Clinquer (NP2)
4 6 8 9
11 12 13 14 15 16 17
19
7 5 2 10 18 20 21
Casas da Assistência Médica (desprotegidas)
Vila Portland (já demolida)
Casas da Administração (já demolidas)
Durante o trajeto a pé pelo percurso existente no terreno da antiga CBCPP, é notável e comovente o estado de deterioração avançada da maioria de seus equipamentos e edificações remanescentes, ao mesmo tempo que impressiona a permanência, por exemplo, dos maquinários, ou da matéria prima no antigo depósito de pedras (imagem 14), como se o complexo da fábrica tivesse sido abandonado em operação há pouco tempo e às pressas
Devido ao seu estado atual de péssima conservação, apenas alguns poucos edifícios do complexo apresentam potencial de reforma com preservação das características arquitetônicas internas e/ou externas, de forma a reativar o uso/função do equipamento, que não de apenas ruínamonumento. Seriam eles, o Refeitório/Restaurante, o
Casarão do M, o Laboratório de Engenharia, a Capela São José, a Vila Triângulo, o Depósito, a Ensacadora, e parte da Subestação.