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Comércio de emissões do shipping avança Maersk anunciou o fim da TradeLens Sines é o 14º porto de contentores da UE

Comércio de emissões do shipping avança

A integração do transporte marítimo no esquema de comércio de emissões (ETS) europeu vai mesmo avançar, com parte das receitas a financiar a descarbonização do sector. Os responsáveis da União Europeia chegaram a um acordo de princípio sobre a integração do shipping no ETS. O acordo prevê que os navios de 5000 GT ou mais paguem por 100% das emissões poluentes dentro da União Europeia, e por 50% quando navegarem entre portos comunitários e de países terceiros. A cobrança iniciar-se-á em 2024, abrangendo apenas 40% das emissões, passando a 70% em 2025 e atingindo os 100% em 2026. Serão consideradas as emissões de CO2, como inicialmente proposto, mas também as de NOx e as de metano. Igualmente serão abrangidas as instalações offshore de mais de 5000 GT. Em jeito de compensação, o acordo alcançado prevê que a receita de 20 milhões de licenças de emissões (cerca de 1,5 mil milhões de euros, à cotação atual) seja destinada a um fundo de inovação para o sector. O ETS integra o pacote “Fit for 55” com o qual a União Europeia se propõe reduzir as emissões de GEE em pelo menos 55% face a 1990 até 2030.

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Maersk anunciou o fim da TradeLens Sines é o 14.º porto de contentores da UE

A TradeLens, plataforma de blockchain lançada pela Maersk e IBM, encerrará no primeiro trimestre de 2023. A TradeLens foi lançada em agosto de 2018, logo com 94 parceiros, e rapidamente ganhou novos aderentes, como a MSC, CMA CGM, Hapag-Lloyd, ONE, Yilport ou DP World. Ainda assim, “infelizmente, enquanto conseguimos desenvolver com sucesso uma plataforma viável, não alcançámos a necessária colaboração plena da indústria global. E, assim, a TradeLens não atingiu o nível de viabilidade comercial necessária para continuar o trabalho e cumprir com as expectativas financeiras de um negócio independente”, justificou, em comunicado, o Head of Business Platforms da A.P. Moller-Maersk, Rotem Hershko. O trabalho para descontinuar a plataforma iniciar-se-á de imediato, e a TradeLens deverá ficar offline no final do primeiro trimestre do próximo ano, refere o comunicado. Desde a sua criação, a TradeLens processou mais de 33 milhões de documentos, tratando atualmente cerca de 30 mil transações diárias. Ainda recentemente, a nova CEO da TradeLens, Kim Spalding, partilhava um futuro promissor para a companhia, na digitalização das cadeias de abastecimento. No final de setembro, o porto de Sines era o 14.º maior da União Europeia na movimentação de contentores, de acordo com o ranking elaborado por Theo Notteboom. Apesar de considerar apenas os dados dos primeiros oito meses do ano de Sines, e apesar da quebra homóloga de 5,3%, em TEU movimentados, o porto português manteve a sua posição no ranking, ou melhor, até subiu uma posição, por força da fusão entre os portos de Antuérpia e Zeebrugge. O 15.º posto do Top da UE, que era ocupado por Sines, é agora pertença do porto de Marselha, que em 2021 contou 1,48 milhões de TEU. Todos os portos da primeira metade da tabela elaborada por Theo Notteboom perderam contentores nos primeiros três trimestres de 2022 face ao período homólogo de 2021. E, no entanto, os maiores portos da UE foram os que menos cresceram, em termos relativos, em 2021 face a 2020. Na segunda metade da tabela, apenas Sines (com a ressalva de os dados reportarem apenas a oito meses) e Génova acumularam perdas. Sendo que o porto português cresceu 13,2% em 2021 Destaque para o porto de Gdansk, a crescer 15,5% até setembro (depois de ter avançado 10% em 2021) e para o porto de Gioia Tauro (+10,2% agora, contra -1,5% em 2021).

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