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XIS
from Revista APAT 138
by Apat
Pior ainda, dados posteriormente disponibilizados mostram que o sucesso académico das mulheres não as poupou a esses efeitos desiguais. Um inquérito conduzido pelo prestigiado INSEAD sobre as opiniões e experiências de 6 mil antigos alunos durante a pandemia mostra que os despedimentos afetaram quase duas vezes mais mulheres do que homens (5,3% contra 3,6%); como seria expectável, as mulheres cuidadoras foram as mais penalizadas (6,3% das que viviam com familiares carentes de cuidados, contra 3,3% dos homens na mesma situação); e que durante a pandemia o tempo gasto pelas mulheres em trabalhos domésticos cresceu mais do que o gasto pelos homens. Note-se que na população inquirida – antigos alunos de pós-graduações e MBAs numa das mais prestigiadas escolas de negócios do mundo – não existem diferenças entre os sexos no que respeita a qualificações académicas ou sucesso profissional, o que exclui estes fatores como possíveis causas da desigualdade verificada. A crise da masculinidade é real, tem efeitos nefastos e as suas manifestações fazem temer um ameaçador agravamento. Mas não resulta de um movimento simétrico de afirmação feminina – que aliás, como vimos, não se verifica a não ser de forma pontual. A fortuna de ambos os sexos não é, nem deve ser, um jogo de soma nula em que a afirmação de um é o declínio do outro. Para que ambos tenham sucesso – para que sucedam juntos – talvez seja necessário começar por mudar a definição de sucesso que presentemente está na raiz do próprio conceito de masculinidade. A começar pela forma como empresas e sociedade devem passar a encarar a vida familiar e a valorizar a parentalidade e o impulso protetor – o cuidar dos outros, das crianças, dos idosos – pelo menos tanto como o impulso competitivo que elege o sucesso profissional como fim único da realização pessoal. Talvez a chave da superação da crise da masculinidade esteja nas próprias mulheres, no sentido que quiserem conferir à dita “masculinidade” e à forma como a exprimirem na escolha dos seus parceiros: “as mulheres definem a natureza da masculinidade tanto quanto os próprios homens o fazem (…) compete-lhes conceber, acarinhar e querer para si um arquétipo de homem capaz de tomar conta dos filhos; de ganhar menos do que nós; de ter as suas próprias ideias sobre a organização das refeições, das lições e dos passeios; e ainda assim ser atraente e sensual como homem”. É todo um programa para todas as gerações.
A SEMANA DE 4 DIAS DE TRABALHO ESTÁ A CHEGAR A PORTUGAL. A CARGA HORÁRIA VAI REDUZIR... ...A QUALIDADE DE VIDA VAI AUMENTAR E PROVAVELMENTE, VÃO DIZER QUE A PERCENTAGEM POR HORA DE TRABALHO NÃO VAI SER A MESMA!
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QUER DIZER: A PERCENTAGEM DA PRODUTIVIDADE!
CUIDADO! XIS à solta!