APAT
Portos secos & terminais rodoferroviários
A Guarda serviu de palco à conferência “Portos Secos e Terminais Rodoferroviários”, promovida pela APAT, em estreita parceria com o Instituto Politécnico da Guarda (IPG). Por causa da pandemia, o evento desenrolou-se num modelo misto, tendo sido vários os dirigentes políticos que marcaram presença na conferência e muitos os oradores, representantes de operadores logísticos, transportadores, portos, terminais, importadores e exportadores, gestores de infraestruturas e de diferentes autoridades. O objetivo foi centrar as atenções na temática dos Portos Secos e Terminais Multimodais, dada a sua inquestionável relevância enquanto importantes interfaces para a concentração de mercadoria e de outros serviços logísticos, em prol de uma integração multimodal sólida ao nível da infraestrutura, da operação e da gestão de informação, que permitirá alavancar o desenvolvimento socioeconómico regional e, subse-
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quentemente, a economia nacional em geral. Na abertura, o secretário de Estado das Infraestruturas salientou que a logística representa 14% do PIB da UE, e que o custo dos processos logísticos chega a ultrapassar 15% dos custos de produção das PME, reduzindo significativamente a sua competitividade. Jorge Delgado realçou a perspetiva do Governo sobre os transportes numa lógica de complementaridade entre modos, e defendeu que, para além de dotar o País de redes de transportes adequadas, importa, igualmente, promover a sua utilização eficiente, identificando este como o ponto chave onde se encaixa a importância dos portos secos e terminais rodoferroviários. Por essa razão, adiantou que o Governo está a trabalhar na revisão da Rede Transeuropeia de Transportes com a Comissão Europeia, nomeadamente no sentido de nela incluir os terminais logísticos nos principais nós nacionais, a par de um conjunto
de outros complementares em pontos estratégicos como a Guarda, na esperança de que venham a ser nós de referência a nível europeu, e objeto de financiamento também a esse nível. Concluiu com a necessidade de abordagem do futuro dos transportes e da logística numa perspetiva de criação de valor, de valorização das regiões, para que “Portugal seja um país de todos, para todos”. O debate, com moderação de António Nabo Martins, Presidente Executivo da APAT, e de José Limão, permitiu concluir: Que do ponto de vista aduaneiro, as condições plenas para a agilização do transporte ferroviário de mercadorias não estão ainda reunidas, uma vez que os sistemas informáticos ainda não permitem a rápida movimentação de mercadorias à luz da transferência entre depositários (previamente autorizados); Que a localização geográfica da Guarda a torna um nó estratégico para a construção do primeiro porto seco do país, sendo que, para Nuno Araújo (APDL), será sinó-