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Arquitetura

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Estratégia

Estratégia

por Maria João Andrade, Cofundadora do Gabinete Mjarc Arquitetos Associados

Maria João Andrade Cofundadora com Arquiteto Ricardo Cordeiro do gabinete MJARC Arquitetos Associados com sede no Porto (Portugal), em 2006. Recentemente distinguida com o prémio 40 Under 40, que destaca a próxima geração de arquitetos e designers europeus. Sua arquitetura não segue um léxico ou uma linguagem estabilizada. Em cada projeto, o lugar dita uma nova abordagem, é essa a ideia de inovação que nos interessa. Estamos certos que esta abordagem nos abre um campo de pesquisa muito abrangente, sendo esta experimentação que nos motiva. Cientes da importância do trabalho do arquiteto, em projetar edifícios sustentáveis, procuramos, testamos materiais e soluções que nos permitam minimizar o impacto ambiental e aumentar a sustentabilidade energética dos nossos edifícios. “A sustentabilidade consiste em construir pensando o futuro”.

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Renzo Piano

Nesta ótica damos preferência a sistemas construtivos artesanais, materiais locais como a madeira, cerâmica que permitem uma indissolúvel união entre a arquitetura e o meio. Nesto contexto a cerâmica surge nos nossos edifícios numa espécie de metáfora da memória como a reactualização incessante do seu legado que sem dúvida marca o que somos hoje, deixando em aberto as suas potencialidades para o amanhã.

Na obra recentemente premiada o Centro Renal em Mirandela foi pensado e integrado na entrada principal do edifício um painel de azulejo de autoria da Pintora Graça Morais.

Simultaneamente em obras de reabilitação aplicamos com alguma frequência o azulejo hidráulico não só pela sua riqueza cromática mas também pelo rigor geométrico tão característico na arquitetura portuguesa. Para revestimentos de coberturas em edifícios a reabilitar damos primazia a telha. Sendo nós Portugueses, não podemos esquecer o legado histórico da cerâmica no contexto nacional e nas ex-colónias, simboliza a democratização da arte, um pilar da nossa identidade cultural.

“A cerâmica é uma das manifestações do engenho humano que mais têm prendido a atenção do homem. Todo o mundo civilizado tem por essa opulenta arte da forma e da cor o culto que é devido às obras [verdadeiramente significativas, capazes de atingir alta beleza.] Desde o príncipe até à criatura mais humilde, quem lhe não tem dedicado interesse e até amor?”

José Queirós “Cerâmica Portuguesa e Outros Estudos”

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