OS AVANÇOS E AS TENDÊNCIAS DA TECNOLOGIA ELETROELETRÔNICA
SUMÁRIO CAPA Foto: Crimpagem de conector em montagem de quadro elétrico (Gorvik/Deposit Photos).
PESQUISA
18
Prêmio qualidade 2022 O levantamento identifica quais as marcas de equipamentos de média tensão e produtos voltados a instalações de baixa tensão e iluminação são referência de qualidade entre os profissionais da área elétrica.
GUIA – 1
35
Fios, cabos, conexões e acessórios O levantamento mostra a oferta de fabricantes e importadores de fios e cabos nus e isolados de baixa, média e alta tensão, com informações como material condutor, isolação e versões construtivas disponíveis. Também abrange cabos para ligação de equipamentos, de uso móvel e de alta temperatura, entre outros, além de conexões, fitas e acessórios para cabos.
INSTALAÇõES
40
Análise da segunda falta em esquemas IT de corrente contínua Os esquemas IT, que têm como característica preservar a continuidade de operação perante a ocorrência de uma primeira falta fase-massa, neste artigo são examinados na presença de uma segunda falta. Em destaque, os requisitos para seccionamento automático da alimentação, em particular em redes de corrente contínua sem neutro distribuído.
ILUmINAÇãO PúbLICA
46
A compatibilidade eletromagnética de luminárias LED A Portaria Inmetro no 20/2017 exige a avaliação da compatibilidade eletromagnética das luminárias públicas viárias por meio dos ensaios da norma ABNT NBR IEC/CISPR 15. Mas a portaria só entrou em vigor definitivamente em 2020, quando grande quantidade de luminárias já havia sido trocada por prefeituras municipais em cumprimento a determinação da Aneel.
Seções Carta ao Leitor No Circuito Em Sintonia Em Aterramento Em Ex Agenda Produtos Publicações Índice de Anunciantes momento
4 6 15 58 59 60 62 65 65 66
GUIA – 2
50
Fornecedores de grupos geradores O guia detalha as características dos grupos geradores monofásicos e trifásicos de diversas empresas do mercado nacional. Há fabricantes de grupos geradores (a maioria) e também empresas que atuam exclusivamente com vendas e/ou locação. Veja quem fornece o equipamento mais adequado à sua necessidade e como contactar os fornecedores.
SEGURANÇA
52
Capacitores como causa de incêndios de origem elétrica As opiniões dos artigos assinados não são necessariamente as adotadas por EM podendo mesmo ser contrárias a estas.
Cerca de um terço dos incêndios investigados por uma entidade ligada a companhias seguradoras têm como origem a eletricidade, sendo que vem se acentuando uma tendência de sinistros provocados por capacitores. O artigo aprofunda a análise do problema com base em perícias realizadas em secadoras de roupa e refrigeradores domésticos.
Diretores: Edgard Laureano da Cunha Jr., José Roberto Gonçalves e José Rubens Alves de Souza (in memoriam) REDAÇÃO Editor: Mauro Sérgio Crestani (jornalista responsável – Reg. MTb. 19225) Redatora: Jucele Menezes dos Reis
OS AVANÇOS E AS TENDÊNCIAS DA TECNOLOGIA ELETROELETRÔNICA
CARTA AO LEITOR
Incêndios e qualidade de produtos MAURO SÉRGIO CRESTANI, Editor
I
ncêndios de origem elétrica ainda são assustadoramente comuns no mundo todo. Cerca de um terço das ocorrências de fogo em edificações têm origem nas instalações e nos equipamentos elétricos. No Brasil, segundo o último Anuário Estatístico publicado pela Abracopel - Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade, houve no período de um ano (2020) pelo menos 583 incêndios causados por sobrecarga/curtos-circuitos, que resultaram em 26 mortes. Mais de 50% dos casos ocorreram em residências, com os principais causadores sendo, em primeiro lugar, as próprias instalações elétricas , precárias e/ou em desconformidade com as normas técnicas, seguidas de eletrodomésticos como ventiladores/aparelhos de ar-condicionado, TVs, computadores, geladeiras e freezers. Cargas importantes no mundo todo em termos de demanda elétrica, os aparelhos de arrefecimento de ambientes têm peso maior no Brasil como origem dos incêndios, dado nosso clima e a crônica precariedade das instalações, como de resto são débeis aqui as infraestruturas em geral. Mas na Alemanha, por exemplo, aparelhos de TV, freezers e refrigeradores também figuram nos topos das listas de causas, como se verifica no interessante trabalho aqui publicado sobre incêndios provocados por equipamentos de utilização diversos em instalações de baixa tensão. Mais especificamente, a análise das perícias de sinistros reais ocorridos no país indica que um número significativo deles tem sido provocado pelo superaquecimento e explosão de capacitores, tais como os de motores de refrigeradores, congeladores, ventiladores e outros. Um aparelho em particular, a secadora de roupas, também enfocada no estudo (e que enseja atenção em muitos países do Hemisfério Norte) ainda não aparece como causa de incêndios por aqui, o que deve mudar quando seu uso se massificar nos lares brasileiros. (Paralelamente, chama atenção ali uma outra prática, que denota um avançado estágio das relações de consumo: o recall de equipamentos eletrodomésticos para reparos preventivos, algo a que não estamos muito acostumados.) Em suma, apesar de muitas vezes subestimados, o risco de incêndio representado pelos capacitores é significativo. Sempre com base no princípio de que os equipamentos e as instalações elétricas devem ser inócuos para o usuário e seus bens, a recomendação é que os fabricantes desses equipamentos instalem capacitores de alta qualidade com invólucro metálico e, por meio de medidas construtivas, evitem que os dispositivos causem e propaguem incêndios. Mas evidentemente deve haver também sistemas eficazes de detecção e combate a incêndio em todas as edificações, principalmente as domésticas, que como vimos são numericamente as mais atingidas pelos incêndios de origem elétrica. Mas infelizmente isto é outra coisa ainda “ficcional” para a maioria da população brasileira. Se, por motivos conhecidos, a realidade das nossas instalações e da infraestrutura como um todo insiste em permanecer distante da ideal, vale um olhar também para a metade meio cheia do copo. Com os esforços denodados de parcela importante da comunidade técnica brasileira, as normas da área elétrica têm evoluído consideravelmente nos últimos anos, tanto as de produtos quanto as de ensaios e de requisitos de instalação. Assim como há um evidente progresso também no que se refere aos produtos para instalações elétricas, graças ao empenho dos fabricantes para conceber e produzir com qualidade cada vez mais elevada ― empenho este que ao longo das últimas décadas tem sido acompanhado, registrado e reconhecido por uma das mais importantes pesquisas realizadas e publicadas pela revista EM, “Prêmio Qualidade”, cujos resultados de 2022 aqui estão.
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ISSN 0100-2104
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NO CIRCUITO IndústrIa eletroeletrônIca cresce 7% em 2021
D
e acordo com balanço anual da Abinee - Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica, a indústria eletroeletrônica encerrou 2021 com faturamento de R$ 214,2 bilhões e crescimento real (descontada a inflação do setor) de 7% na comparação com 2020. O resultado também é 6% maior do que o obtido em 2019. Os dados apontam ainda aumento de 3% da produção de bens do setor em 2021 em relação ao ano anterior, com elevação de 4% na área elétrica e incremento de 1% na área eletrônica. Além disso, a entidade detectou que a produção se recuperou da queda de 2020, ficando 1% acima do patamar apontado em 2019. “Conforme prevíamos no final de 2020, quando estávamos confiantes de que 2021 nos faria retomar os investimentos e os planos de expansão, tivemos um ano bom, com desafios superados e tantos outros que ainda temos pela frente”, disse o presidente do Conselho de Administração da Abinee, Irineu Govêa. Entre os principais problemas enfrentados pela indústria eletroeletrônica em 2021, a entidade destacou as dificuldades na aquisição de matérias-primas e componentes, principalmente semicondutores; e os gargalos logísticos, com o aumento expressivo dos preços dos fretes e a alta do dólar. Por outro lado, a utilização da capacidade instalada passou de 78% em dezembro de 2020 para 80% no final de 2021. O número de empregados no setor cresceu de 247,3 mil em dezembro de 2020 para 266 mil funcionários no final de 2021, representando elevação de 8%, ou seja, incremento de 19 mil trabalhadores. De acordo com a Abinee, com exceção do mês de dezembro de 2020, o nível de emprego da indústria eletroeletrônica 6
EM JANEIRO/FEVEREIRO, 2022
tem aumentado a cada mês desde junho de 2020, acumulando incremento de quase 32 mil funcionários nos dois últimos anos. Por sua vez, as exportações do setor cresceram 26% em 2021, passando de US$ 4,5 bilhões para US$ 5,6 bilhões, voltando aos níveis de 2019 (US$ 5,6 bilhões). Já as importações aumentaram 26%, de US$ 31,4 bilhões, em 2020, para US$ 39,4 bilhões este ano. Na comparação com 2019, o crescimento também foi expressivo, de 23%. Com isso, o déficit da ba lança comercial atingiu US$ 33,8 bilhões, 26% superior ao apresentado em 2020. No caso das exportações, todas as áreas do setor tiveram alta, com variações entre 9% (GTD - Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica) e 44% (Utilidades Domésticas). Segundo a Abinee, os componentes para equipamentos industriais foram os itens mais exportados do setor, somando US$ 721 bilhões, 35% acima de 2020. Notou-se também elevação nas vendas para todas as regiões. Os principais destinos das exportações do setor continuaram sendo os países da Aladi e os Estados Unidos, que juntos representaram 71% do total. Por sua vez, em relação às importações, a previsão é de que todas as áreas registrem taxas positivas, com destaque para GTD e Utilida-
Irineu Govêa, presidente do Conselho de Administração da Abinee: “Tivemos um ano bom, com desafios superados e tantos outros que ainda temos pela frente”
des Domésticas, cujos incrementos atingiram 54%, nos dois casos. Os semicondutores foram os produtos mais importados do setor, totalizando US$ 5,5 bilhões (+23%). Houve também aumento expressivo nas compras externas de módulos fotovoltaicos (+98%), que passaram de US$ 1 bilhão em 2020 para US$ 2 bilhões em 2021. Os países da Ásia foram as principais origens das importações de bens do setor, participando com 73% do total, sendo que apenas a China representou 49%. Em relação aos investimentos, as projeções apontam crescimento de 25%, totalizando R$ 3,6 bilhões, o que representa 1,7% do faturamento. Desempenho por áreas - A área de GTD - Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica registrou elevação do faturamento de 3%. No caso da Geração, a iminência da crise hídrica antecipou projetos eólicos, termoelétricos e solares, de acordo com a entidade. O segmento de Transmissão contou com negócios
Principais indicadores da indústria eletroeletrônica Indicador Faturamento (R$ milhões) Faturamento (US$ milhões) Produção física (variação % no ano) Exportações (US$ milhões)
2019
2020
2021
2021* x 2020
153007
173192
214234
24%
38774
33579
39820
19%
0,1
-2,2
3,0
-
5631
4478
5630
26%
Importações (US$ milhões)
32034
31401
39453
26%
Saldo (US$ milhões)
-26403
-26923
-33823
26%
234,5
247,3
266,0
8%
78
78
80
-
Investimentos (R$ milhões)
2754
2910
3642
25%
Investimentos (% do faturamento)
1,80
1,68
1,70
-
Número de empregados (mil) Utilização da capacidade instalada (%)
*projeção
decorrentes dos leilões que foram retomados em 2018. Por sua vez, em Distribuição, observou-se, em 2021, a retomada de investimentos que não foram realizados em 2020 devido à queda abrupta do consumo decorrente da pandemia. Os negócios da área de Material Elétrico de Instalação (+1%) contaram com o aumento das pequenas obras e reformas, conhecidas como “formiguinhas”, estimuladas pelo home office. Esse comportamento já havia sido observado no ano passado e permaneceu, principalmente, no 1º semestre de 2021, aponta a Abinee. O mercado de bens de Automação Industrial (+7%) permaneceu aquecido devido à aceleração da transformação digital ocorrida nesses dois últimos anos em função da pandemia, que exigiu operações mais remotas e mais digitais. Os negócios da área de Equipamentos Industriais (+9%) foram beneficiados por investimentos de setores exportadores como papel e celulose, mineração, siderurgia e proteína animal. O desempenho das indústrias fabricantes de Componentes Elétricos e Eletrônicos (+13%) variou de acordo com o ramo de atividade, com destaque para o aquecimento nas vendas de componentes destinados a bens de informática. A área de Informática (+17%) apontou resultado positivo novamente neste ano, registrando a maior taxa de incremento do setor, impulsionada pelo aquecimento do mercado de notebooks, decorrente do home office e ensino à distância, em função das medidas de isolamento decorrentes da pandemia de Covid-19. Conforme os dados do IDC, o mercado de notebooks cresceu novamente em 2021, com incremento de 35%, atingindo 6,8 milhões de unidades. A área de Telecomunicações teve crescimento real de 1%, o que representa incremento nominal de 12%. A elevação deve-se ao acréscimo de 12% no faturamento de telefones celulares e aumento de 11% no segmento de infraestrutura.
2022 - O setor eletroeletrônico espera um crescimento real (descontada a inflação) de 2% no faturamento, que deve alcançar R$ 233,3 bilhões em 2022. A Abinee também projeta elevação de 2% na produção e aumento de 2% no nível de emprego, que deve passar de 266 mil para 272 mil trabalhadores. As exportações devem crescer 5% (US$ 5,9 bilhões) e as importações, 7% (US$ 42,2 bilhões). Já a utilização da capacidade instalada deve apresentar elevação de 80% para 82%. Os investimentos deverão passar de 1,70% do faturamento para 1,72%, totalizando R$ 4 bilhões. Esse resultado deverá ser 10% acima do verificado em 2021. Todas as áreas deverão apontar crescimentos em termos reais, exceto a de Informática, que deverá registrar queda de 5% em termos reais, que significa crescimento de 1% em termos nominais, após os incrementos significativos apontados nos últimos dois anos. As demais áreas deverão registrar crescimentos entre 2% e 7%, em termos reais (descontada a inf lação). Segundo a entidade, contudo, 2022 será um ano com muitos desafios, uma vez que os indicadores econômicos, conforme Boletim Focus do Banco Central, mostram um cenário de incertezas, com crescimento do PIB mais modesto, por volta de 0,5%, inflação em torno de 5% ao ano e taxa Selic no final do período de 11,25% ao ano. Outros pontos de atenção para 2022 são a oscilação da taxa de câmbio; crise hídrica e incertezas políticas, visto que 2022 será ano eleitoral. Mesmo com esses entraves, as sondagens realizadas pela Abinee indicam que 74% das empresas entrevistadas pretendem ampliar os investimentos em 2022 e 73% têm a intenção de aumentar o quadro de funcionários. Ainda para 2022, 65% das empresas projetam crescimento nas vendas/encomendas comparadas a 2021, 29% estabilidade e apenas 6% preveem queda.
Parceria amPlia eletroPostos em estradas
A
EcoRodovias firmou uma parceria com a Volvo Car Brasil para a instalação de eletropostos em rodovias. Pelo acordo, a montadora vai disponibilizar carregadores para carros elétricos nas bases de atendimento ao usuário das nove concessionárias da EcoRodovias. “Em uma situação de baixa carga durante a viagem, os usuários de carros elétricos terão mais pontos de recarga disponíveis em nossas rodovias evitando, assim, as chances de uma pane”, avalia João Paulo Capelatto, gerente de Infraestrutura e Inovação na EcoRodovias. A previsão é de que os equipamentos (wallbox) sejam instalados este ano na malha do grupo, que conta com rodovias de alto volume de tráfego como os sistemas Anchieta-Imigrantes, Ayrton Senna-Carvalho Pinto e a BR 101. Os pontos têm a finalidade de prover cargas para veículos de qualquer montadora e não terão custo para os usuários das rodovias. De acordo com Rafael Ugo, diretor de marketing Latam Hub da Volvo Car Brasil, a companhia instalará o mesmo modelo dos carregadores que já
Carregadores para carros elétricos serão disponibilizados nas bases de atendimento ao usuário das concessionárias da EcoRodovias
JANEIRO/FEVEREIRO, 2022 EM
7
NO CIRCUITO possui espalhados por todo o Brasil em shoppings, supermercados, hotéis, etc. De acordo com a Associação Brasi leira do Veículo Elétrico (ABVE), o total de automóveis e comerciais leves eletrificados já em circulação no Brasil chega a quase 73 mil. Segundo a entidade, o número está em constante crescimento.
Plataforma avalia eficiência de edificações
E
m um convênio entre o Procel Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica, da Eletrobras, e o CBCS Conselho Brasileiro de Construção Sustentável, passou a ser disponibilizada na internet uma nova plataforma eletrônica para avaliar o consumo de energia em edificações. Tratase da plataforma Desempenho Energético Operacional (DEO), que pode ser acessada gratuitamente no site https://plataformadeo.cbcs.org.br/. A ferramenta contempla 17 tipologias de edifícios e permite avaliar o nível de eficiência energética das unidades, com meta de auxiliar na implementação de medidas de adequação do gasto de energia. Foram desenvolvidas equações de benchmark para cada tipo de edificação, que funcionam como referências de consumo de energia. Nesse universo de edificações, há modelos para agências bancárias, vários tipos de hotéis (resort, vertical de médio e grande porte, de pequeno porte e pousada), shopping centers, supermercados, comércio de varejo de pequeno e grande porte, restaurantes e preparação de alimentos, escolas, universidades e instituições de ensino técnico, hospitais, posto de saúde e de assistência social e data centers. Há também modelos para edifícios corporativos e públicos. Com as equações da ferramenta, e a inserção dos dados das edificações nas 8
EM JANEIRO/FEVEREIRO, 2022
Procel coordena coleta pública de sugestões
a
Eletrobras, por meio do Procel - Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica, recebeu contribuições do público em geral sobre eficiência energética em edificações para o desenvolvimento de uma Análise de Impacto Regulatório (AIR) da compulsoriedade do Programa Brasileiro de Etiquetagem de Edificações (PBE Edifica) e de um plano de implementação, a fim de guiar os agentes públicos. O intuito da tomada de subsídios da AIR, com a coleta pública de sugestões, é impulsionar a conservação de energia dos edifícios, com a definição de um modelo obrigatório de avaliação da eficiência energética das edificações construídas no País. Atualmente, a avaliação é feita voluntariamente pelo PBE Edifica. “No Brasil, o setor de edificações é responsável por mais de 50% do consumo de energia elétrica, sendo um setor estratégico para potenciais melhorias e ganhos de eficiência no contexto da transição energética. O sucesso desse projeto depende da participação da sociedade para juntos construirmos um futuro mais eficiente e limpo em nossas cidades”, explica Estefânia Neiva de Mello, arquiteta e urbanista da Eletrobras e coordenadora do Grupo Técnico para Eficientização de Energia em Edificações.
plataformas, é possível fazer a comparação entre edifícios da mesma tipologia, levando em consideração características específicas, como localização geográfica, sistemas instalados, envoltória e entorno da construção. Além disso, os gestores de edificações também podem utilizar as equações disponíveis para formar seu próprio banco de dados de consumo. Segundo divulgação do Procel, a plataforma funciona como primeira etapa de análise de desempenho energético de uma edificação. A partir daí, com os resultados, torna-se possível entender se o uso da energia está adequado em comparação com outras edificações de mesma tipologia e, se neces-
Disponível de forma gratuita na internet, o sistema DEO foi criado em parceria do Procel com o CBCS para avaliar o consumo de energia em edificações
sário, planejar a realização de medidas para a otimização do consumo.
SP vai financiar PeSquiSaS Sobre energia doS reSíduoS
A
agência paulista de fomento à pesquisa, a Fapesp, e a Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo lançaram chamada
conjunta para apoiar projetos de pesquisa na área de valorização de resíduos urbanos e agroindustriais com aplicação em bioenergia. O edital faz parte do Bioen Programa de Pesquisa em Bioenergia e recebe propostas até 31 de março de 2022. Com reserva de R$ 13 milhões para apoiar os projetos aprovados, os interessados devem elaborar propostas de pesquisa em uma das cinco áreas temáticas da chamada: tratamento e pré-processamento de resíduos; desenvolvimento de rotas de conversão e aplicação de conceitos de economia circular com fins de redução do impacto ambiental; otimização dos sistemas regionais de coleta e tratamento com vista à produção de bioenergia; superação de barreiras culturais, institucionais e políticas para a implantação desses sistemas; e processos de produção e uso de biometano e hidrogênio a partir de biogás. A chamada tem também cinco modalidades de apoio. Três são instrumentos de fomento a trabalhos de pesquisadores
e as outras duas de fomento à inovação, com apoio voltado à pesquisa científica e tecnológica em micro, pequenas e médias empresas no estado de São Paulo. Mais informações podem ser obtidas em https://fapesp.br/15182/chamada-depropostas-fapespbioen-pesquisas-emvalorizacao-de-residuos-urbanos-eagroindustriais-para-bioenergia.
gruPo gera inveSte em eficiência energética
O
Grupo Gera, companhia nacional que atua com comercialização e geração de energia renovável, vai investir R$ 10 milhões na startup Diel Energia, desenvolvedora de plataforma de gestão de refrigeração para o mercado corporativo, com o objetivo de ampliar as soluções de eficiência
JANEIRO/FEVEREIRO, 2022 em
9
NO CIRCUITO na conta de luz e o consequente aumento de competividade no setor produtivo.
Startup Diel Energia, desenvolvedora de plataforma de gestão de refrigeração para o mercado corporativo, vai receber o investimento com o objetivo de ampliar as soluções de eficiência energética para equipamentos de climatização no País
energética para equipamentos de climatização no País. Com os recursos, a startup pretende expandir as operações para todo o Brasil, passando dos atuais 5 mil para 30 mil dispositivos instalados no setor privado. Segundo a Diel, a parcela de consumo elétrico destinado à refrigeração em diversos segmentos pode corresponder de 60% a 80% do total da fatura. A empresa estima, em média, que seu serviço promove redução de 15% no consumo de energia dos seus clientes, podendo em alguns casos reduzir até 40% do total da fatura. A Diel Energia também planeja executar projetos-pilotos em grandes players do varejo nacional, além de promover mais melhorias na ferramenta e no software, como por exemplo a integração com sistemas de monitoramento já existentes, sendo possível monitorar qualquer tipo de máquina de ar-condicionado. “Todas as empresas com operação crítica que dependem do bom funcionamento do sistema de refrigeração possuem o desafio de aumentar a eficiência energética. Nesses casos, é necessário que os equipamentos estejam sempre funcionando para o sucesso da operação, como é o caso, por exemplo, de hospitais, clínicas e frigoríficos”, comenta Victor Arcuri, diretor e fundador da Diel Energia. No último ano, a startup registrou um crescimento de mais de dez vezes nos negócios, impulsionado pela maior busca por redução de custo 10 EM JANEIRO/FEVEREIRO, 2022
EmaE modErnizará usina subtErrânEa
A
Emae - Empresa Metropolitana de Águas e Energia vai investir R$ 105 milhões na modernização das seis unidades geradoras da usina subterrânea do Complexo Henry Borden, em Cubatão. Segundo a empresa, a mudança, que inclui a substituição de equipamentos obsoletos e em final de vida útil, proporcionará a atualização tecnológica e adequação de processos. Serão trocadas peças como reguladores de velocidade e tensão e inseridos sensores nas máquinas para possibilitar a digitalização das informações, proporcionando uma operação remota e automatizada. Do total de geradores, dois deles (15 e 16), que estão em operação desde 1960, passarão por um retrofit, incluindo a modernização dos enrolamentos estatóricos e rotóricos, o que resultará na sua repotenciação. A expectativa é que haja um acréscimo de 3 MW nos geradores 15 e 16, ou seja, cada gerador passaria de 70 MW para 73 MW, com o mesmo volume de água passando pelas turbinas. O acréscimo de potência será aferido durante os testes ope-
Troca de equipamentos e atualização tecnológica devem aumentar potência do empreendimento de 420 MW para 426 MW
racionais em carga das unidades, quando será verificado o aumento da eficiência do conjunto turbina-gerador. Com isso, a potência da seção subterrânea passaria de 420 MW para 426 MW. Entre outros benefícios das substituições, a companhia destaca o aumento da confiabilidade operacional e menor necessidade de manutenção dos equipamentos, bem como a possibilidade de os operadores trabalharem de outros locais, fazendo a operação remota da usina. O consórcio formado pelas empresas Voith Service Voith Hydro foi o vencedor do processo licitatório e realizará o projeto. Os trabalhos deverão ser iniciados em fevereiro e finalizados em 36 meses.
EnErgisa dEsEnvolvE rEligador
A
Energisa inaugurou recentemente em Atibaia, SP, uma fábrica que produzirá religadores monofásicos em parceria com a HartBR, desenvolvedora do equipamento e responsável pela sua produção e comercialização. O empreendimento é resultado de um projeto de pesquisa que criou, segundo a empresa, um novo modelo de religador. Denominado religador Rocket 1, o equipamento é o primeiro produto comercial da Energisa criado a partir de recursos do Programa de Pesquisa e Desenvolvimento da Aneel - Agência Nacional de Energia Elétrica. Além de utilizar os equipamentos em suas distribuidoras, a Energisa também os comercializa para outras concessionárias que atuam nos mercados brasileiro e estrangeiro. Segundo a empresa, a instalação dos religadores melhora a qualidade da prestação do serviço de distribuição de energia para os clientes e garante a melhoria dos indicadores
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NO CIRCUITO
Unidade tem capacidade de produzir até 250 religadores por mês
de continuidade do serviço na faixa de 60% a 70% nos pontos onde são instalados. “O novo religador representa uma solução concreta para melhorar a gestão da rede de distribuição e consequentemente a qualidade do serviço prestado aos nossos clientes. Adicionalmente diversifica as oportunidades de negócio com a comercialização de produtos”, afirma Alexandre de Castro, Gerente de Inovação da Energisa. O modelo desenvolvido pela companhia possibilita operação remota por meio de um rádio embarcado no próprio equipamento, sem a necessidade de utilizar nenhum componente adicional instalado no poste, garante a Energisa. Além disso, armazena energia em supercapacitores que, diferentemente de baterias, foi projetado para ter o mesmo tempo de vida útil do equipamento e não requer substituições periódicas. Segundo a empresa, essas duas características reduzem consideravelmente os custos de manutenção das concessionárias. Outro destaque é que, após suas operações e tentativa de religamento de energia, ele não se desconecta fisicamente da rede, o que permite ao operador do sistema enviar comando remoto ao religador e reestabelecer o fornecimento de energia à distância mais rapidamente, evitando a necessidade de envio de uma equipe ao local de instalação do equipamento e reduzindo custos. Na nova fábrica, são feitos a montagem e os testes de produção dos equipamentos. A unidade tem capacidade de produzir até 250 religadores por mês. Segundo a companhia, há contratos com distribuidoras na Colômbia, México, Costa Rica, 12 EM JANEIRO/FEVEREIRO, 2022
Portugal, Espanha, Reino Unido, Moçambique e Angola. A Energisa também firmou parceria com a multinacional Hubbell, com matriz nos Estados Unidos, para distribuição dos produtos em território norte-americano e também no Canadá.
Copel vai investir r$ 2 bilhões em 2022
A
Copel anunciou investimentos de R$ 2,067 bilhões nos segmentos de geração, transmissão e distribuição de energia em 2022. A maior parte dos recursos (77%) será aplicada na ampliação e melhoria da rede de distribuição, que atende 393 dos 399 municípios do Paraná. “Estes investimentos vão garantir a continuidade do plano de modernização da nossa rede de distribuição, reforçando a capacidade de fornecer energia com qualidade e o mínimo de interrupções possível”, explica o presidente da Copel, Daniel Slaviero. A distribuição de energia tem sido um dos focos da concessionária. Entre 2019 e 2022, os investimentos destinados à área somam R$ 4,8 bilhões, quase 60% do total aportado pela companhia em quatros anos. Um dos destaques é o programa Paraná Trifásico, que está substituindo a rede rural existente por uma rede mais moderna, com cabos protegidos e capacidade de comunicação remota. Ao todo, serão investidos R$ 2,1 bilhões em obras no programa. Em 2021, o projeto concluiu mais de 6 mil quilômetros de redes, ou 25% do total em todas as regiões do Estado, afirma a companhia. Outro destaque nos investimentos da Copel é o programa Rede Elétrica Inteligente, que foi lançado em 2020 e está promovendo a automatização
Companhia avança na construção de complexo eólico no RN
a
té maio, a Copel pretende inaugurar o Complexo Eólico Jandaíra, no Rio Grande do Norte. Estão sendo instalados 26 aerogeradores divididos em quatro parques eólicos nos municípios de Jandaíra e Pedra Preta, somando potência total de 90,1 MW, suficiente para atender ao consumo de 250 mil pessoas. Junto aos parques, estão sendo instaladas uma subestação e uma linha de transmissão de 16 km que vai operar em 230 kV e escoar a energia elétrica a ser gerada no Complexo para o Sistema Interligado Nacional (SIN). Os
na rede do Estado. De acordo com o presidente da Copel, já na primeira fase, 151 municípios das regiões Leste, Centro-Sul, Sudoeste e Oeste vão receber a rede de distribuição de energia automatizada. Estão sendo aplicados nesta primeira etapa R$ 820 milhões. Com o novo sistema, as unidades consumidoras estão recebendo medidores digitais, que se
cabos de energia já estão sendo lançados. As obras da nova subestação Jandaíra atingiram 60% de execução e devem ser concluídas até março. O complexo eólico está orçado em R$ 411 milhões. A futura produção de energia elétrica foi vendida pela Copel pelo preço de R$ 98,00 o MWh no leilão de energia nova A-6, promovido no dia 18 de outubro de 2019, pela Aneel - Agência Nacional de Energia Elétrica. Os contratos terão 20 anos de duração e o início do fornecimento está previsto para 2025.
comunicam diretamente com a central de operação da Copel. Segundo a companhia, a tecnologia reduz o tempo de desligamento provocado por intempéries e outros fatores externos ao sistema. Além disso, torna possível a leitura de consumo à distância e permite que o cliente tenha autonomia para monitorar seu consumo de energia, entre outros benefícios.
EngiE Brasil no ranking gloBal dE sustEntaBilidadE
E
laborado pela Corporate Knights, empresa canadense de consultoria em mídia e investimentos, o ranking das 100 empresas mais sustentáveis do mundo em 2022 traz a Engie Brasil Energia na 23a posição. A Corporate Knights elaborou a lista com base em uma avaliação de 6914 empresas de todo o mundo com mais de US$ 1 bilhão em receitas. As empresas do Global 100 de 2022 obtêm 47% de seus ganhos de produtos ou serviços classificados como “limpos” e direcionam 48% de seus gastos de capital, P&D e aquisições para investimentos limpos. Cada corporação é avaliada por um conjunto de até 23 indicadores ambientais, sociais e de governança em relação aos seus pares da indústria, utilizando informações publicamente disponíveis.
JANEIRO/FEVEREIRO, 2022 em
13
NO CIRCUITO O ranking foi criado em 2005, mas empresas nacionais ou com operações brasileiras passaram a ser reconhecidas em 2010. A Engie Brasil, subsidiária brasileira do megagrupo de energia francês Engie, aparece no ranking pela terceira vez. As outras duas empresas brasileiras na lista deste ano são o Banco do Brasil, na 21a posição, e a Natura, na 88a. A gigante dinamarquesa Vestas Wind Systems, fabricante de turbinas eólicas, é a primeira colocada da lista de 2022, que conta com outras multinacionais da área de energia elétrica, como a francesa Schneider Electric (3a), a espanhola Iberdrola (25a), a francesa Legrand (31a), a norte-americana SunPower (39a) e as chinesas LONGi (47a) e BYD (100a). A lista completa pode ser consultada no website da Corporate Knights: https://www.corporateknights.com.
Biogás – A Vivo inaugurou recentemente em Santos sua primeira usina de geração distribuída de biogás no estado de São Paulo. Construída em parceria com o Grupo Gera, a usina está instalada em uma área de 1490 metros quadrados, junto ao aterro Terrestre Ambiental, e produzirá 20.850 MWh/ano, que suprirá o consumo de mais de mil unidades da Vivo, como lojas, escritórios, antenas e equipamentos de transmissão, localizados na área de concessão atendida pela distribuidora CPFL Piratininga. A iniciativa integra a estratégia da Vivo para ampliar a produção própria de energia de fontes renováveis. A empresa já conta com 21 usinas em operação, produzindo energia a partir de fontes solar, hídrica ou de biogás. Juntas, elas já abastecem 7450 unidades consumidoras da empresa e produzem 187.289 MWh/ano. Outras 62 usinas serão implantadas pela Vivo em 2022.
NOTAS
Suporte – A Rockwell Automation desenvolveu um novo modelo de suporte chamado Acordo de Serviços Integrados, com objetivo de simplificar o acesso a serviços críticos, diminuir custos e fornecer suporte prioritário aos clientes. A iniciativa permite que as empresas selecionem um pacote de acordo com suas necessidades, fazendo com que qualquer serviço selecionado seja facilmente acionado através de um único número de telefone. Desta forma, os clientes são atendidos por especialistas e recebem atendimento prioritário. A solução permite ainda que as empresas obtenham suporte técnico 24 horas por dia em 7 dias por semana, além de garantir serviços de campo, remanufatura, relatórios e análises, e-learning, entre outros. Segundo a companhia, o contrato de suporte possibilita ainda melhorar a eficiência operacional, fornecendo visibilidade quanto à utilização dos serviços e os dados necessários para a tomada de decisões, proporcionando ferramentas de suporte virtual, recursos de aprendizagem e modernas ferramentas de treinamento às empresas, entre outros benefícios.
Fornecimento – A Siemens entregou 180 painéis isolados a gás de média tensão para uma planta da Bracell, produtora de celulose solúvel. Os equipamentos do modelo 8DA10 foram instalados na unidade localizada em Lençóis Paulista, no interior de São Paulo. O projeto envolveu ainda o fornecimento de relés de proteção, cabeamento, automação elétrica e sistemas de medições. O fornecimento dos painéis 8DA10 pela Siemens integra um projeto mais amplo voltado para a unidade da Bracell de Lençóis Paulista e que envolve também a Siemens Energy. A companhia entregou para a empresa de papel e celulose três turbogeradores a vapor com capacidade de geração total de quase 420 MW, produzidos na unidade fabril da Siemens Energy em Jundiaí. O fornecimento incluiu ainda uma subestação turnkey de 440 kV com quadro isolado a gás (GIS), fabricada em Xangai, na China. 14 EM JANEIRO/FEVEREIRO, 2022
EM SINTONIA ReseRvatóRios s
egundo dados do ONS Operador Nacional do Sistema, a energia bruta acumulada em janeiro de 2022 esteve em 106% (115% na ponta), permitindo antever nível de cerca de 40% de reserva nos lagos hidrelétricos aferidos. O emprego de usinas termelétricas, que beirou 15 GWmédios no auge da crise hídrica de 2021, baixou em janeiro de 2022 para 8,8 GWmédios, diminuindo as robustas custas que sempre vão parar nos consumidores. O PLD (Preço de Liquidação das Diferenças), calculado pela CCEE - Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, fortemente sensível às precipitações das chuvas, caiu para R$ 67,3/MWh no Sudeste. Mas a Aneel, obrigada a assegurar o equilíbrio econômico financeiro das distribuidoras, manteve até abril de 2022 a bandeira vermelha hídrica de R$ 14,20 por cada 100 kWh consumido. Segundo os estudos, em janeiro, o Norte estaria com 77,2% e o Nordeste, com 70,26% da capacidade dos reservatórios preenchida, o Sul, com 34,8%, enquanto a CCEE seguirá elaborando um cronograma para que daqui a dois anos todos os consumidores possam ser livres (elegíveis, capazes de escolher seu fornecedor de energia elétrica).
HidRocaRbonetos o
s preços internacionais dos principais combustíveis, acompanhados pela Bloomberg Economics, vêm subindo fortemente. O índice para o gás
natural situava-se, em janeiro de 2019, no patamar 21, pulando para 120 em dezembro de 2021, beirando os 80 em janeiro de 2022. Por sua vez, o petróleo cru, cujo barril (de 159 litros) estava cotado perto de US$ 60, em janeiro de 2019, caiu para US$ 30 em janeiro de 2020, subindo a US$ 65, em janeiro de 2021. Um ano depois, janeiro de 2022, alcança US$ 70 e já ultrapassa U$ 87 por barril.
biometano u
ma equipe de pesquisadores (Jeremy Wods, Pedro G. Machado e outros) produziu um paper para o Estado de São Paulo, especialmente para o transporte de cargas queimando diesel, provando a economicidade do biometano de vinhaça da cana de açúcar. A área estudada corresponde a do Reino Unido na Europa. Consideraram as distâncias mínimas e localizações ótimas para as plantas de liquefação, pontos de ligação e abastecimento. Verificou-se que o preço mínimo do biometano em toda a cadeia do biogás permite a viabilidade.
GeRação solaR Superintendência de Meio Ambiente do Ceará impede a interação do projeto de usina solar com as unidades de conservação, como em comunidades tradicionais residentes da região, ou seja, indígenas e quilombolas. Dá preferência a área desabitada. Mas, no projeto
a
Caucaia, cerca de 12 famílias seguem vivendo nos arredores. A superintendência irá monitorar e suavizar os impactos ambientais que estão previstos para a fase inicial de instalação. O Ceará atualmente é o sétimo estado com maior potencial instalado do Brasil, registrando mais de 41,43 MW, na metade de 2021. Em Fortaleza, o potencial instalado supera 13,44 MW. De acordo com registro de dados, os maiores potenciais instalados estão em Aquiraz (3,71 MW), Iguatu (2,47 MW), Juazeiro do Norte (2,40 MW) e Limoeiro do Norte (1,89 MW). O estado do Ceará, ao todo, possui 2587 usinas geradoras de energia fotovoltaica, de acordo com a Ecopower Energia Solar. É esperado no Porto de Pecém um navio com milhares de módulos solares. Este carregamento irá para a construção da nova usina solar fotovoltaica de Sítios Novos, localizada em Caucaia, na região metropolitana de Fortaleza, que terá potência nominal de 196,04 MW totais e potência instalada em torno de 219,99 MW.
veículos elétRicos governo paulista conseguiu aprovar na Assembleia Estadual a redução de 6% do ICMS - Imposto de Circulação de Mercadorias, de 18% para 12%, já em 2022, em be nefício dos caminhões elétricos. O pretexto foi incentivar o desenvolvimento da indústria automobilística no Estado de São Paulo, a comercialização e a substituição da velha frota.
o
JANEIRO/FEVEREIRO, 2022 EM
15
Pesquisa
Prêmio Qualidade 2022 O levantamento identifica quais as marcas de equipamentos de média tensão e produtos voltados a instalações de baixa tensão e iluminação são referência de qualidade entre os profissionais da área elétrica da Redação de EM
a
qualidade dos materiais utilizados nas instalações elétricas é um aspecto extremamente importante dos projetos, intrinsecamente ligado à segurança. O uso de materiais elétricos que não atendem às normas técnicas coloca em risco pessoas e patrimônio. Porém, em um mercado competitivo, não basta aos fabricantes atenderem aos requisitos técnicos. É preciso que suas marcas sejam associadas ao conceito de qualidade pelos profissionais da área elétrica, pois são eles que, conhecedores das normas e capacitados a especificar os produtos mais adequados a cada aplicação, estão aptos a indicar as marcas consideradas de melhor reputação nesse quesito e inf luenciar a compra destes produtos. Muitas marcas tornam-se referência em termos de qualidade e, consequentemente, segurança, para os profissionais da área, que estabelecem com elas uma relação de confiança na hora da compra. Por isso, tais profissionais são o público-alvo da pequisa “Prêmio Qualidade”, realizada por EM - Eletricidade Moderna há mais de quatro décadas, que visa indicar as marcas consideradas de mais qualidade por este público especializado. Para realização da pesquisa, foi enviado a engenheiros, técnicos, tecnólogos e eletricistas do cadastro do EM (veja perfil dos respondentes, como formação, áreas de atuação, categorias das suas empresas, região geográfica de atuação, entre outras, nas figuras 1 a 6 na página 21) um questionário contendo uma relação de 60 produtos e a pergunta: “Qual é, em sua opinião, a marca de melhor qualidade de cada um dos produtos listados?”. Os dados coletados são aqui compilados em forma de tabelas. Vale destacar que o questionário não continha estímulos de qualquer natureza, tais como lista de opções ou sugestões de nomes. As manifestações foram absolutamente espontâneas. A pesquisa é, assim, um indicador do maior ou menor sucesso das empresas nos esforços de concepção de produtos de qualidade e 18
EM JANEIRO/FEVEREIRO, 2022
de marketing, e neste aspecto pode servir de orientação para o planejamento de suas estratégias. As tabelas, uma para cada produto pesquisado, estão publicadas a partir da página 22. Ao todo, fazem parte do escopo de “Prêmio Qualidade” 60 itens normalmente utilizados em instalações elétricas residenciais, comerciais e industriais, como conectores, relés, religadores, dutos para redes subterrâneas de distribuição, eletrocentros, grupos geradores, barramentos blindados, canaletas metálicas e plásticas para instalação aparente, entre outros. Os volumes de indicações obtidos pelas marcas em 2022 e também em 2021 são dispostos lado a lado, possibilitando ao leitor, desta forma, avaliar a evolução das marcas no conceito do consumidor especializado de um ano para outro. Cada tabela tem um universo específico, isto é, o número de questionários, dentre o total de recebidos, com indicações para o produto em questão, pois os consultados foram orientados a responder apenas sobre os itens da lista com os quais tivessem experiência real, no uso ou na especificação. Desta forma, os volumes de indicações recebidas pelas marcas são dados em porcentagem dos respectivos universos. No caso em que os consultados indicaram mais de uma marca para um mesmo produto, todas foram consideradas. Por isso que, em algumas tabelas, a soma dos percentuais de todas as marcas listadas pode ser maior do que 100%. Por outro lado, há casos em que nem todas as marcas citadas figuram nas tabelas, haja vista que foram excluídas da apresentação as que não obtiveram no mínimo 2% das indicações do universo respectivo, o que implica soma dos percentuais de indicações menor do que 100%. Vale destacar ainda que em alguns itens houve empates entre duas ou mais marcas na primeira colocação. Nesta edição da pesquisa, foram recebidas respostas de 516 profissionais de eletricidade, que atuam em empresas de todas as atividades (indústrias,
comércios, órgãos e empresas de administração pública, companhias de energia elétrica, etc.) como usuários finais, sendo responsáveis pela manutenção e/ou operação dos sistemas elétricos nesses locais, ou como especificadores em empresas de serviços técnicos especializados (projetos, consultoria, montagens e manutenção). A lista com os nomes das empresas, órgãos e entidades em que os pesquisados trabalham pode ser acessada no endereço eletrônico http://www. arandanet.com.br/revista/em/pesquisas/pq2022.
Além de identificar quais as marcas de materiais e equipamentos utilizados em instalações elétricas são mais associadas ao conceito de qualidade pelos profissionais de eletricidade, a pesquisa “Prêmio Qualidade” fornece ainda informações adicionais, como os produtos de uso mais difundido entre os profissionais consultados (tabela I) e as dez marcas mais indicadas no universo total (tabela II), além de uma lista com o resumo dos vencedores, que pode ser conferida abaixo.
As vencedoras de “Prêmio Qualidade 2022” PRODUTO
MARCA VENCEDORA(*)
MARCA VENCEDORA(*)
PRODUTO
Abraçadeiras e identificadores para fios e cabos
HellermannTyton
Instrumentos de medidas elétricas para painéis
Kron e Siemens
Barramento blindado
WEG, Schneider Electric, Beghim e Novemp
Instrumentos de teste e medição de equipamentos de média tensão
Fluke
Baterias estacionárias
Moura
Interruptores e tomadas para instalação predial
Legrand
Inversores de frequência
WEG
Bornes/conectores para trilhos
Weidmuller Conexel
Botões, botoeiras e sinalizadores
WEG e Schneider Electric
Lâmpadas LED
Philips
Leitos para cabos
Dispan e Legrand
Cabos de potência isolados de média tensão
Prysmian
Philips
Canaletas metálicas para instalação aparente
Luminárias para iluminação pública, projetores e refletores industriais
Dutotec
Material elétrico à prova de explosão
Wetzel
Canaletas plásticas para instalação aparente
Legrand
Material elétrica à prova de tempo
Wetzel
Chaves seccionadoras de baixa tensão (ação rápida)
Siemens
Comutadores (chaves rotativas)
Siemens e WEG
Conduletes
Wetzel
Minidisjuntores (disjuntores modulares)
Siemens
Motores elétricos de indução BT
WEG
Pára-raios de distribuição
Balestro
Plugues e tomadas industriais
Steck
Poliméricos para redes compactas (cruzetas, espaçadores, isoladores, braços e anéis)
PLP
Prensa-cabos metálicos
Wetzel
Conectores de média tensão
3M e Intelli
Conectores e terminais (BT)
Intelli
Contatores
WEG e Siemens
Disjuntores de média tensão
Siemens
Disjuntores de potência BT
Siemens
Dispositivos de proteção contra surtos (DPS)
Clamper
Dispositivos DR
Siemens
Dutos para redes subterrâneas de distribuição
Kanaflex
Eletrocalhas e perfilados
Legrand
Eletrocentros
WEG
Eletrodutos isolantes Eletrodutos metálicos Emendas e terminações para cabos
3M
Ferragens para redes aéreas de distribuição
Romagnole
Fios e cabos (BT)
Prysmian
Transformadores BT a óleo
WEG
Fusíveis de baixa tensão tipo NH
Siemens
Transformadores de média tensão a óleo
WEG
Grupos geradores
Stemac
Transformadores de potência a seco
WEG
Intelli
UPS
Schneider Electric
Hastes de aterramento
Prensa-cabos plásticos
Steck
Quadros de distribuição para instalação predial
Legrand
Relés de média tensão
Pextron
Relés fotoelétricos
Exatron
Relés para proteção de linhas
Siemens
Relés para proteção de motores
WEG e Siemens
Religadores
Eaton
Seccionadores/chaves seccionadoras de média tensão
Siemens
Tigre
Sensores/detectores de presença
Exatron
Elecon
Sistemas de para-raios prediais (sistema completo)
Termotécnica
Soft-starters
WEG
Temporizadores/relés de tempo
Coel e WEG
(*) Os empates menos evidentes foram decididos por análise estatística das proporções, com o uso de um programa especialmente desenvolvido para os objetivos da pesquisa.
jaNEIRO/fEvEREIRO, 2022 em
19
Pesquisa Mercado Boas perspectivas para o material elétrico
D
e acordo com o balanço da Abinee - Associação Brasileira da Indústria Eletro eletrônica, divulgado em dezembro, os negócios da área de material elétrico de instalação registraram aumento no faturamento de 1% em 2021 em relação ao ano anterior. O crescimento nominal foi de 18% em comparação com o realizado em 2020, passando de R$ 10,38 bilhões para R$ 12,2 bilhões. Para 2022, é esperado crescimento de 2%, atingindo faturamento de R$ 13,32 bilhões. Puxada pela evolução do segmento de construção civil, o mercado de material elétrico de instalação tem boas perspectivas em 2022. De acordo com a Febramat - Federação Brasileira de Redes
Os 10 produtos de uso mais difundido entre os
Associativistas de Mate riais de Construção, a previsão é de que haja este ano um aumento em mais 3% frente ao ano de 2021, podendo chegar perto das expectativas de resultados previstos aos do cenário pré-pandêmico. Segundo estudo realizado pela FGV com dados do IBGE, as vendas de materiais de construção tiveram crescimento acumulado de 8% em 2021. João Oliveira de Lima, CEO da entidade, acredita que o varejo de materiais de construções deve ter impactos importantes frente a um ano de eleições nacionais, onde a economia deve conhecer as propostas dos pacotes econômicos que poderão impulsionar o segmento.
As 10 marcas que receberam mais indicações em um único produto Produto
Indicações
% do total (516)
% do universo específico
WEG
Motores elétricos de indução BT
349
67,6
93,6
HellermannTyton
Abraçadeiras e identificadores para fios e cabos
330
64,0
94,0
Steck
Plugues e tomadas industriais
252
48,8
70,2
WEG
Inversores de frequência
240
46,5
55,6
Prysmian
Cabos de potência isolados para média tensão
231
44,8
61,1
WEG
Soft-starters
217
42,1
59,0
Intelli
Hastes de aterramento
208
40,3
74,6
Clamper
Dispositivos de proteção contra surtos (DPS)
200
38,8
46,7
profissionais
Marca Indicações para o produto
% do total (516)
Disjuntores de potência (BT)
426
82,6
Contatores
420
81,4
Dispositivos DR
419
81,2
Dispositivos de proteção contra surtos (DPS)
409
79,3
Disjuntores de média tensão
403
78,1
Fios e cabos (BT)
394
76,4
Interruptores e tomadas para instalação predial
388
75,2
Inversores de frequência
388
75,2
Botões, botoeiras e sinalizadores
386
74,8
Siemens
Fusíveis de baixa tensão tipo NH
190
36,8
59,6
Minidisjuntores (disjuntores modulares)
376
72,9
Kanaflex
Dutos para redes subterrâneas de distribuição
183
35,5
90,1
Produto
20
EM JANEIRO/FEVEREIRO, 2022
Perfil dos consultados As ilustrações desta página trazem informações sobre os profissionais que responderam à pesquisa “Prêmio Qualidade 2022”
JANEIRO/FEVEREIRO, 2022 em
21
Pesquisa
22
EM JANEIRO/FEVEREIRO, 2022
Motores |
Automação | Energia | Transmissão & Distribuição | Tintas
OS CLIENTES CONFIAM, OS ESPECIALISTAS INDICAM, E O MERCADO RECONHECE.
Quando a qualidade é prioridade, o reconhecimento é consequência. É por isso que, mais uma vez, a WEG conquistou o prêmio “Prêmio Qualidade” oferecido pela Revista Eletricidade Moderna. Melhor do que comemorar o reconhecimento do mercado é continuar evoluindo e conquistando a preferência dos nossos clientes com soluções confiáveis.
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www.weg.net
Pesquisa
24
EM JANEIRO/FEVEREIRO, 2022
Pesquisa
26
EM JANEIRO/FEVEREIRO, 2022
JANEIRO/FEVEREIRO, 2022 em
27
Pesquisa
28
EM JANEIRO/FEVEREIRO, 2022
Pesquisa
30
EM JANEIRO/FEVEREIRO, 2022
GUIA – 1
Fios, cabos, conexões e acessórios
O levantamento mostra a oferta de fabricantes e importadores de fios e cabos nus e isolados de baixa, média e alta tensão que atuam no mercado nacional, acompanhada de informações para auxiliar na seleção, como material condutor dos cabos, isolação, bem como versões construtivas disponíveis. Dividido em tabelas, o guia abrange ainda cabos para ligação de equipamentos, de uso móvel e de alta temperatura, entre outros, além de conexões, fitas e acessórios para cabos.
Da Redação de EM
Accesso (11) 98890-2938 atendimento@ accessoinfra.com.br Ampere (42) 99802-0652 comercial@ amperedobrasil.com.br Alubar (91) 99331-8942 janaina.cezar@alubar.net BoreAL – (12) 99114-0637 vendas@borealfiosecabos. com.br Brasilsat – (41) 2103-0662 comercial@brasilsat. com.br Cabomaq (11) 98124-0897 vendas@cabomaq.com.br Cobrecom – (11) 2118-3200 cobrecom@cobrecom. com.br Condumig (37) 3512-2327 contato@condumig.com.br Conduspar – (41) 2109-6000 conduspar@conduspar. com.br
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outras versões
isolação
Marmon - Divisão Hendrix/EUA
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Unipolar versões Multipolar construtivas oferecidas Multiplexado cabos isolados aT (9) Cabos para ligação (10) Cabos lides de motores Cordões flexíveis – paralelo Cordões flexíveis – torcido Cabos para uso móvel Cabos para alta temperatura Cabos refrigerados (11)
Fabricante estrangeiro / País de origem
versões básicas
ouTros Fios e cabos
cabos isolados MT (8)
Fios e cabos isolados bT (1)
Cobre Alumínio Bimetálicos Cordoalhas Termoplástica isolação Termofixa Cobre Material condutor Alumínio Condutor isolado (2) Cabo unipolar (2) Cabo multipolar (2) Cabo flexível (3) Cabo armado Cabo LSZH (4) Cabo multiplexado Cabo concêntrico (5) cabos FoTovolTaicos (6) cabos coberTos (7) Termoplástica Termofixa Papel impregnado Cobre material condutor Alumínio
Empresa Telefone E-mail
Fabricante Importador exclusivo do fabricante
Fios e cabos nus
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JANEIRO/FEVEREIRO, 2022 em
35
GUIA – 1
Empresa Telefone E-mail
Controller (42) 3521-3666 gerencia@ controllerfiosecabos. com.br Cordeiro – (11) 97116-4739 contato@cordeiro.com.br Corfio – (49) 3561-3777 recepcao.eletrocal@corfio. com.br Dacota – (19) 3634-3477 contato@dacotace.com.br Eurometall (19) 99838-7757 vendas@eurometall.com.br Global Cabos (19) 97407-7316 vendas@gloablcabos. com.br HT Cabos (35) 3422-6342 comercial@htgd.com.br Industrias PGG (15) 2105-2050 comercialtelefio@ industriaspgg.com.br Kit Acessórios (21) 98114-1538 vendas@kitacessorios. com.br Lamesa (19) 99314-6559 vendas@lamesa.com.br Mult Cabo (11) 2480-1355 contato@multcabo.com.br Neocable (11) 4891-1226 contato@neocable.com.br Pan Electric (54) 98124-2000 vendas@pan.com.br Prysmian (11) 97656-7391 marconses.takeda@ prysmiangroup.com Stireflex (19) 99946-5969 vendas@stireflex.com.br Tramar (11) 98946-2246 vendas@tramar.com.br
Fabricante estrangeiro / País de origem
versões básicas
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cabos isolados MT (8)
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Cobre Alumínio Bimetálicos Cordoalhas Termoplástica isolação Termofixa Cobre Material condutor Alumínio Condutor isolado (2) Cabo unipolar (2) Cabo multipolar (2) Cabo flexível (3) Cabo armado Cabo LSZH (4) Cabo multiplexado Cabo concêntrico (5) cabos FoTovolTaicos (6) cabos coberTos (7) Termoplástica Termofixa Papel impregnado Cobre material condutor Alumínio Unipolar versões Multipolar construtivas oferecidas Multiplexado cabos isolados aT (9) Cabos para ligação (10) Cabos lides de motores Cordões flexíveis – paralelo Cordões flexíveis – torcido Cabos para uso móvel Cabos para alta temperatura Cabos refrigerados (11)
Fabricante Importador exclusivo do fabricante
Fios e cabos nus
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notas: (1) Tensão máxima de 1 kV, c.a.; (2) De acordo com a terminologia ABNT, “condutor isolado” é o fio ou cabo dotado apenas de isolação, e “cabos uni ou multipolares” são os cabos dotados, adicionalmente, de cobertura (ver nota 7). No caso de condutores com isolação de XLPE, a isolação apresenta uma espessura grande o suficiente para que o cabo seja considerado equivalente a um cabo uni ou multipolar, para efeito de aplicação; (3) Cabos com classe de encordoamento 4 ou superior; (4) Cabos com baixa emissão de fumaças e gases tóxicos (LSZH: low smoke, zero halogen); (5) Cabos antifurto; (6) Cabos especialmente desenvolvidos para interligação de módulos, string boxes e inversores; (7) Cabo coberto, ou cabo protegido, é o cabo dotado apenas de cobertura. E, de acordo com a terminologia ABNT, cobertura é “invólucro externo não-metálico, sem função de isolação”; (8) Tensão máxima de 34,5 kV, c.a.; (9) Tensão igual ou superior a 69 kV, c.a.; (10) Cabos para ligação de equipamentos; (11) Cabos refrigerados a água e a ar utilizados em fornos siderúrgicos, de fundição e máquinas de solda. obs.: Os dados constantes deste guia foram fornecidos pelas próprias empresas que dele participam, de um total de 377 empresas pesquisadas. Fonte: Revista Eletricidade Moderna, janeiro/fevereiro de 2022. Este e outros guias EM estão disponíveis on-line, para consulta. acesse www.arandanet.com.br/revista/em e confira. Também é possível incluir a sua empresa na versão on-line de todos estes guias.
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EM JANEIRO/FEVEREIRO, 2022
Accesso – (11) 98890-2938 atendimento@accessoinfra.com.br Brasilsat – (41) 2103-0662 comercial@brasilsat.com.br Eurometall – (19) 99838-7757 vendas@eurometall.com.br Frontec – (51) 99679-9559 sac@frontec.com.br Global Cabos – (19) 97407-7316 vendas@gloablcabos.com.br HT Cabos – (35) 3422-6342 comercial@htgd.com.br
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Marmon - Divisão Hendrix/EUA
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desconectáveis
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Porcelana
Modulares
Contráteis a frio
Termocontráteis
Enfaixadas
Desconectáveis
Autofusão
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Exotérmica
Piercing
Compressão
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Bimetálica
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Industrias PGG (15) 2105-2050 comercialtelefio@industriaspgg. com.br Kit Acessórios (21) 98114-1538 vendas@kitacessorios.com.br KRJ – (11) 97511-3110 comercial@krj.com.br Prysmian – (11) 97656-7391 marconses.takeda@ prysmiangroup.com Weidmüller Conexel (11) 4366-9600 vendas@weidmueller.com
Conexões, fitas e aCessórios para Cabos fita tecnologia de Conexão terminações (Kits) isolante
Fabricante estrangeiro / País de origem
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Cobre
Fabricante Importador exclusivo do fabricante
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notas: (12) Conexão a pressão; (13) Conectores a pressão de mola, tipicamente para instalações prediais, nos quais basta enfiar as pontas dos condutores — e, dependendo do modelo, também torcêlos; (14) Para aplicação de conectores. obs.: Os dados constantes deste guia foram fornecidos pelas próprias empresas que dele participam, de um total de 377 empresas pesquisadas. fonte: Revista Eletricidade Moderna, janeiro/fevereiro de 2022. Este e outros guias EM estão disponíveis on-line, para consulta. acesse www.arandanet.com.br/revista/em e confira. também é possível incluir a sua empresa na versão on-line de todos estes guias.
Accesso – (11) 98890-2938 atendimento@accessoinfra. com.br Brasilsat – (41) 2103-0662 comercial@brasilsat.com.br Dutotec – (51) 98163-1922 dutotec@dutotec.com.br Eurometall – (19) 99838-7757 vendas@eurometall.com.br Frontec – (51) 99679-9559 sac@frontec.com.br Global Cabos (19) 97407-7316 vendas@gloablcabos.com.br
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Fabricante estrangeiro / País de origem
Marmon - Divisão Hendrix/EUA
Luva p/ cabo nu (15) protetores para cabos Gaxeta (16) Tubo / luva termocontrátil Capuz B (130ºc) F (155ºc) H (180ºc) Outros resina de vedação (18) bloqueio Corta-fogo (19) buCha de passagem Comum P/ cabo armado P/ atmosf. Explosiva Abraçadeira, coleira Anilhos identificadores Clipes identificadores Porta-etiquetas Etiquetas de mesa etiquetadora Portátil Ferramentas (20) subterrâneas de passagem isolante de passagem metálica Para embutir P/ instal. aparente Tipo condulete P/ atm. explosiva Isolantes Metálicas Caixa p/ duto de piso Caixa p/ piso elevado
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Fabricante Importador exclusivo do fabricante
outros aCessórios para Cabos e linhas elétriCas tubos isolantes (17) classe térmica
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HellermannTyton (11) 99610-6060 vendas@hellermanntyton. com.br
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Kraus-Muller (11) 98871-6871 krausmuller@krausmuller. com.br
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Tramar – (11) 98946-2246 vendas@tramar.com.br
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Weidmüller Conexel (11) 4366-9600 vendas@weidmueller.com
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Fabricante estrangeiro / País de origem
tubos isolantes (17) classe térmica
Luva p/ cabo nu (15) protetores para cabos Gaxeta (16) Tubo / luva termocontrátil Capuz B (130ºc) F (155ºc) H (180ºc) Outros resina de vedaçãO (18) blOqueiO cOrta-fOgO (19) bucha de passagem Comum P/ cabo armado P/ atmosf. Explosiva Abraçadeira, coleira Anilhos identificadores Clipes identificadores Porta-etiquetas Etiquetas de mesa etiquetadora Portátil Ferramentas (20) subterrâneas de passagem isolante de passagem metálica Para embutir P/ instal. aparente Tipo condulete P/ atm. explosiva Isolantes Metálicas caixa p/ dutO de pisO caixa p/ pisO elevadO
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Fabricante Importador exclusivo do fabricante
OutrOs acessóriOs para cabOs e linhas elétricas
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prensacabo
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caixas de derivação
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notas: (15) Para proteção mecânica dos cabos, especialmente contra abrasão; (16) Gaxetas e luvas para proteção de cabos em travessias de superfícies/paredes/pisos, em furações e na entrada de dutos; (17) Também conhecidos como “espaguetes”; (18) Kits de resinas intumescentes/expansíveis para vedação de passagens de cabos, particularmente em dutos subterrâneos, contra penetração de água, sendo usadas também para vedar dutos vazios; (19) Massa de selagem, sacos e outros sistemas para obturação de passagem de cabos, funcionando como barreira corta-fogo; (20) Para aplicar produtos de amarração e identificação, incluindo dispensadores de identificação. Obs.: Os dados constantes deste guia foram fornecidos pelas próprias empresas que dele participam, de um total de 377 empresas pesquisadas. fonte: Revista Eletricidade Moderna, janeiro/fevereiro de 2022. Este e outros guias EM estão disponíveis on-line, para consulta. acesse www.arandanet.com.br/revista/em e confira. também é possível incluir a sua empresa na versão on-line de todos estes guias.
Em constante evolução para garantir a QUALIDADE de nossos produtos e a satisfação de nosso clientes.
/hellermanntytonbrasil www.hellermanntyton.com.br 11 2136-9090 vendas@hellermanntyton.com.br
Por mais um ano a HellermannTyton foi premiada em 1º lugar com o Prêmio Qualidade nas categorias Abraçadeiras e Identificadores.
Agradecemos aos nossos clientes pelo reconhecimento e fidelidade a nossa marca.
INSTALAÇÕES
Análise da segunda falta em esquemas IT de corrente contínua
Werner Hörmann, consultor técnico, Wendelstein (Alemanha)
n
a análise das condições para seccionamento automático da alimentação em esquemas IT devem ser inicialmente observadas as seguintes equações da norma DIN VDE 0100-410:2018 [1]:
Z s ≤ U/2 ∙ Ia
(1)
ou Z’s ≤ U0/2 ∙ Ia
(2)
onde: Zs – Impedância, em ohms, do percurso da corrente de falta quando o neutro não é distribuído, composto do condutor de fase e do condutor de proteção do circuito; Z’s – Impedância, em ohms, do percurso da corrente de falta quando o neutro é distribuído, composto do condutor neutro e do condutor de proteção do circuito; U – Tensão nominal alternada ou contínua entre fases, em volts; U0 – Tensão nominal alternada ou contínua entre fase e neutro, em volts; Ia – Corrente que assegura a atuação do dispositivo de proteção num tempo no máximo igual ao especificado para os esquemas TN, ou a 5 s nos casos previstos na norma. 40
EM JANEIRO/FEVEREIRO, 2022
[N. da R. – Ao contrário da norma alemã, a ABNT NBR 5410 referese apenas a tensões alternadas, valor eficaz, para as grandezas U e U 0. Cabe notar que a edição brasileira é de 2004, e que a equivalente IEC 60364-4-41:2005 tem uma atualização de 2017] O fator 2 em ambas as fórmulas considera que, em caso de duas faltas, elas podem ocorrer em circuitos distintos. A figura 1 ilustra este contexto. Os componentes BM1 e BM2 podem
Esquemas IT têm como característica preservar a continuidade de operação perante a ocorrência de uma primeira falta fase-massa. Estes esquemas são aqui examinados na presença de uma segunda falta. Em destaque, os requisitos para seccionamento automático da alimentação, em particular em redes de corrente contínua sem neutro distribuído, nas quais o percurso da corrente de falta é mais longo do que nos esquemas TN.
estar protegidos por fusíveis diferentes, por exemplo, o primeiro por F3 e F4, de 10 A, e o segundo por F5 e F6, de 16 A. É interessante examinar o que acontece no circuito principal (fusíveis F1 e F2) na segunda falta, com uma corrente de duas vezes I a . Comparação corrente alternada vs. corrente contínua As condições e fórmulas (1) e (2) apresentadas, bem como todos os demais requisitos da norma, apli-
Fig. 1 – Demonstração de uma segunda falta em esquema IT (Fonte: Bender)
CLAMPER CAMPEÃ DO PRÊMI O QUALI DADE 24°ANO NACATEGORI ADPS
TEMOS ORGULHO EM SER REFERÊNCI A DEMERCADO NA ÁREA DEDPS
SEÉESSENCI ALPARA O SEU DI A A DI A,ÉESSENCI ALPARAACLAMPER
cl am per. com . br 313689. 9500
Especi al i st aem Di sposi t i vosde Pr ot eçãocont r aRai oseSur t osEl ét r i cos
INSTALAÇÕES
Fig. 2 – Fonte de corrente contínua alimentando um esquema IT – Na primeira falta contra massa não pode fluir corrente de falta, pois o condutor PE não está conectado com a fonte. Tampouco se verifica uma tensão de contato perigosa. O dispositivo de supervisão de isolamento (R<) dispara um alarme antes de uma segunda falta e assegura a continuidade do suprimento de energia (Fonte: W. Hörmann)
cam-se, salvo explicitamente diferenciado, tanto à corrente alternada como à corrente contínua. Coerentemente, a condição RA ∙ Id ≤ 50 V
(3)
onde: RA – Resistência do eletrodo de aterramento das massas, em ohms; Id – Corrente de falta, em amperes, resultante de uma primeira falta direta entre um condutor de fase e uma massa; 50 V – Tensão de contato limite (UL), é válida somente para corrente alternada. A rigor, as condições para corrente contínua — já que neste caso não se trata de impedância (Z) e sim apenas da resistência ôhmica (R) — deveriam ser expressas como segue: Rs ≤ U/2 ∙ Ia (para sistemas sem neutro distribuído), e Rs ≤ U0/2 ∙ Ia (para sistemas com neutro distribuído). Entretanto, também é fato que em esquemas IT de corrente contínua não pode f luir corrente de falta Id na primeira falta, porque apenas a capacitância parasita da rede está carregada. Por isso, a condição RA ∙ Id ≤ 120 V 42
(4),
EM JANEIRO/FEVEREIRO, 2022
equivocadamente constante da norma DIN VDE 0100-410:2007, foi excluída na edição de 2018. Primeira e segunda falta em esquemas IT A esta altura é conveniente frisar que a proteção por secionamento automático da alimentação aplica-se igualmente a esquemas IT, embora a interrupção da alimentação — tanto em sistemas c.a. como c.c. — seja exigida apenas na segunda falta. Além disso, está claro que dispositivos de supervisão de isolamento (DSI) não podem prover proteção contra choque elétrico. Um DSI deve apenas alertar para uma primeira falta (falha de isolação), a fim de evitar que uma segunda falta provoque a interrupção da fonte de alimentação da rede. Segunda falta em componentes distintos Para melhor compreender a exigência da corrente de falta duplicada para o seccionamento automático, é interessante analisar a configuração da primeira e da segunda falta à luz das figuras 2 e 3. A ocorrência de uma segunda falta em massas distintas e condutores de fase distintos, assim como uma falta em um condutor de fase contra uma massa, e
a segunda falta num condutor neutro distribuído contra uma segunda massa, estão representadas inicialmente na figura 2. Na figura 3, porém, fica muito claro que, para atuação da proteção contra sobrecorrente, a corrente de falta deve retornar para a fonte. Nota-se que essa corrente de falta deve fazer um percurso muito mais longo do que seria o caso num esquema TN (figura 4). A corrente de falta — como indica a linha pontilhada vermelha — deve f luir, por exemplo, da fonte para o ponto de falta na massa 1, seguir adiante para o ponto de falta na massa 2, e então retornar para a fonte. O problema é que, na prática, não é possível prever os dois pontos de falta. As faltas podem ocorrer entre quaisquer componentes, conforme figura 3, o que significa que seria necessário considerar infinitas configurações de falta possíveis. Na edição de 1983 da norma DIN VDE 0100-410, na qual o requisito (2 ∙ Ia) ainda não tinha sido introduzido, considerava-se como premissa que, realizando a equipotencialização suplementar, o seccionamento da segunda falta pode ser dispensado. De fato, a edição de 2018 da referida norma VDE determina que, nos casos em que as condições para o seccionamento automático da alimentação não puderem ser satisfeitas, admite-se a equipotencialização suplementar. Contudo, ainda segundo a norma, o seccionamento automático pode ser obrigatoriamente necessário por outras razões. [N. da R. – A propósito, o teor da nota 1 da NBR 5410:2004, seção 5.1.3.1.1, é congruente com a prescrição da VDE: – “A equipotencialização suplementar não dispensa a necessidade de seccionamento automático da alimentação por outras razões – por exemplo, proteção contra incêndio, sobreaquecimento do equipamento etc.”] Por que a corrente de falta duplicada? Esse percurso mais longo deve ser contemplado nas condições de secJANEIRO/FEVEREIRO, 2022 em
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INSTALAÇÕES tor neutro distribuído”, e representadas pelas equações (1) e (2) deste artigo. Portanto, cada dispositivo de proteção a sobrecorrente deve atuar igualmente para outro componente defeituoso.
Fig. 3 – Duas faltas em massas distintas e polos distintos (ou, por exemplo, entre L+ e L- ou L+ e M). Neste caso resulta um curto-circuito entre L+ e L- ou M, e no mínimo um dispositivo de proteção contra sobrecorrente deve interromper uma das faltas (Fonte: W. Hörmann)
cionamento. A solução mais simples é adotar a corrente de falta duplicada. Pode-se partir do princípio de que, mesmo nos casos mais desfavoráveis de “comprimento duplo” do circuito, ainda circula a corrente de falta “singela”, necessária para atuação da proteção. Aqui levanta-se a seguinte questão: como, então, as diversas se-
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EM JANEIRO/FEVEREIRO, 2022
ções dos condutores, correntes de atuação das proteções, e diversos comprimentos dos circuitos devem ser considerados para cada massa individual? Aplica-se o seguinte preceito: cada componente da rede em si deve satisfazer uma das duas condições — selecionadas de acordo com o critério “com ou sem condu-
Exemplo em esquema IT A seguir é examinado outro ponto importante: qual o valor da corrente Ia a ser adotado para as condições descritas. Retomando o exemplo apresentado no esquema da figura 1, escolhemos para as proteções F3 e F4 fusíveis com corrente nominal de 10 A. Para a corrente de atuação deve ser consultado o tempo de atuação prescrito na tabela para esquemas TN de corrente contínua — por exemplo, 1 s para 230 V. Conforme este critério, a corrente Ia “simples”, extraída da curva característica do fusível, é de cerca de 45 A. Logo, a corrente a ser aplicada nas equações (1) ou (2) é 2 ∙ 45 A = 90 A.
deve ser aplicada. Neste caso, a falta resulta num circuito fechado. Todavia, é necessário distinguir curtos-circuitos entre dois polos (L+ e L-), de curtos-circuitos entre um polo e o condutor neutro. Conforme o caso, a tensão a ser considerada é U ou U0. Referências
Fig. 4 – Este esquema ilustra que neste caso a corrente de falta deve atravessar um percurso mais longo (Fonte: W. Hörmann)
[N. da R. – No âmbito da ABNT, trata-se da tabela 25 da NBR 5410:2004 – Tempos de seccionamento máximos no esquema TN –, que não contempla corrente contínua] Analogamente, selecionando para as proteções F5 e F6 da figura 1 fusíveis com corrente nominal de 16 A, a corrente Ia — de acordo com o tempo de atuação de 1 s da já citada tabela
para esquemas TN de corrente contínua —, resulta cerca de 112 A. Portanto, a corrente a ser adotada nas equações (1) ou (2) é 2 ∙ 112 A = 224 A. Considerações para o caso de curto-circuito Observando um curto-circuito “normal” num esquema IT, concluise que somente a corrente simples Ia
[1] DIN V DE 010 0 - 410 : 2018 -10 Low-voltage electrical installations - Part 4-41: Protection for safety - Protection against electric shock (IEC 60364-4-41:2005, modified + A1:2017, modified); German implementation of HD 603644-41:2017 + A11:2017. Original alemão : Errichten von Niederspannungsanlagen - Teil 4-41: Schutzmaßnahmen – Schutz gegen elektrischen Schlag (IEC 60364-4-41:2005, modifiziert + A1:2017, modifiziert); Deutsche Übernahme HD 60364-4-41:2017 + A11:2017
Artigo publicado originalmente na revista alemã de – das Elektrohandwerk, edição 13-14/2019. Copyright Hüthig GmbH, Heidelberg e München. www.elektro.net. Publicado por EM sob licença dos editores. Tradução e adaptação de Celso Mendes.
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ILUMINAÇÃO PÚBLICA
A compatibilidade eletromagnética de luminárias LED
Alessandra da Costa Barbosa Pires de Souza e Willians Felippe de Oliveira Rosa, do Cepel - Centro de Pesquisa de Energia Elétrica; e Marcio Zamboti Fortes, da UFF - Universidade Federal Fluminense
c
ompatibilidade eletromagnéti ca define a capacidade de os equipamentos operarem nor malmente em um ambiente eletromagné tico sem causar interferência em outros dispositivos e não sofrerem interferên cias por parte destes. O ideal, portanto, é que todos os equipamentos “convivam” em um ambiente de equilíbrio, onde não sofram interferências por perturbações eletromagnéticas do ambiente e nem in
terfiram no funcionamento dos demais dispositivos do sistema. A utilização de equipamentos eletroeletrônicos na área de ilumina ção cresceu muito nos últimos anos e a compatibilidade eletromagnética desses equipamentos era um fenô meno que até há poucos anos não era avaliado no Brasil. A Portaria nº 389, de 25 de agosto de 2014, do Inmetro [1] tornou essa avaliação
A substituição de tecnologias tradicionais (como vapor de sódio) por LEDs vem se intensificando desde meados dos anos 2010 (foto: arquivo EM)
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EM JANEIRO/FEVEREIRO, 2022
A Portaria Inmetro no 20, de fevereiro de 2017, que regulamenta a certificação das luminárias públicas viárias, exige a avaliação da compatibilidade eletromagnética por meio dos ensaios da norma ABNT NBR IEC/CISPR 15. Mas, a portaria só entrou em vigor definitivamente em fevereiro de 2020, quando grande quantidade de luminárias já havia sido trocada por prefeituras municipais em cumprimento a determinação da Aneel.
obrigatória para lâmpadas de LED com dispositivos de controle inte grados à base, com data limite para a comercialização de produtos sem certificação de 17 de janeiro de 2018. Para as luminárias públicas viárias, a Portaria nº 20, de 15 de fevereiro de 2017, também do Inmetro [2], que regulamentou a certificação desses produtos e, entre outros requisitos, exigiu a avaliação da compatibilida de eletromagnética, permitiu a fabri cação e importação desses produtos sem certificação até agosto de 2019, e sua distribuição/comércio até feve reiro de 2020. Tendo em vista que atualmente existem cerca de 20 milhões de pon tos de iluminação pública no Brasil, a avaliação da compatibilidade ele tromagnética desses produtos é im portantíssima, principalmente para órgãos como a Anatel Agência Na cional de Telecomunicações e o De cea Departamento de Controle do Espaço Aéreo da Aeronáutica, pois estudos mostram que uma simples lâmpada de LED a poucos quilôme tros de distância é capaz de interferir no espectro eletromagnético das re des de telefonia e banda larga, bem como no controle e operação dos ae roportos [3].
Tab. I – Resultados dos ensaios de compatibilidade eletromagnética
Amostra
Potência da luminária (W)
Ensaio de tensões de perturbação em terminais de alimentação (9 kHz a 30 MHz)
Ensaio de perturbações eletromagnéticas radiadas: Campo magnético (9 kHz a 30 MHZ)
Ensaio de perturbações eletromagnéticas radiadas Campo elétrico (30 MHz a 300 MHz)
01
50
Aprovada
Aprovada
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Aprovada
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05
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Reprovada
Aprovada
Reprovada Aprovada
06
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Aprovada
Aprovada
07
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Aprovada
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09
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Reprovada
Aprovada
Reprovada
10
275
Aprovada
Aprovada
Reprovada
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286
Reprovada
Aprovada
Aprovada
12
300
Reprovada
Aprovada
Reprovada
Especialistas de diferentes áreas têm alertado sobre o risco provocado por fontes emissoras que não estão em conformidade com as normas de compatibilidade eletromag-
nética, com casos como de celulares alterando a programação de bombas infusoras de fármacos em hospitais, lâmpadas LED e câmeras wi-fi interferindo na operação e segurança de
aeroportos e babás eletrônicas interferindo em redes de telefonia. A necessidade de as prefeituras municipais assumirem os ativos de iluminação pública (IP) de seus municípios, conforme estabelecido pela Aneel - Agência Nacional de Energia Elétrica no artigo 218 da Resolução Normativa n o 414/2010 [4], fez com que muitas delas se adiantassem em estabelecer parcerias público-privadas visando à modernização, otimização, expansão, operação e manutenção da infraestrutura dessas redes de IP. Considerando que muitos desses trabalhos de substituição foram realizados antes de fevereiro de 2020, que marcou o final do prazo de comercialização de aparelhos de iluminação sem certificação, conforme descrito acima, atualmente pode estar em operação no País uma grande quantidade de luminárias públicas viárias não certificadas.
JANEIRO/FEVEREIRO, 2022 em
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ILUMINAÇÃO PÚBLICA Z, na faixa de frequência de 9 kHz a 30 MHz; e 3) Ensaio de perturbações eletromagnéticas radiadas - campo elétrico – Verifica a intensidade de campo elétrico a certa distância do equipamento sob teste, na faixa de frequência de 30 a 300 MHz; o método utilizado é o do Anexo B da norma [5] ― atualmente, após a revisão da norma, a faixa de frequência avaliada neste ensaio foi ampliada para 30 MHz a 1 GHz. Fig. 1 – Medições das tensões de perturbação em terminais de alimentação da amostra número 3 – Limites normativos em vermelho e rosa; valores medidos em azul e verde
Um estudo esclarecedor Para justificar essas preocupações, recordamos aqui um estudo que foi realizado no laboratório de iluminação do Cepel - Centro de Pesquisa de Energia Elétrica no ano de 2019 (portanto, quando ainda era permitida comercialização de luminárias não certificadas). O estudo avaliou 12 amostras de luminárias públicas viárias de LED com potências variadas e de fabricantes diferentes. O estudo aplicou às amostras os três ensaios definidos pela norma ABNT NBR IEC/CISPR 15 [5] (descritos abaixo) para avaliação da compatibilidade eletromagnética em luminárias públicas viárias de LED, que avaliam interferências conduzidas e radiadas. A interferência conduzida ocorre quando a energia cau-
sadora da perturbação é transmitida através de um meio material (cabos de alimentação ou de conexão). Já radiação eletromagnética é o fenômeno em que a energia na forma de onda eletromagnética é emanada da fonte para o espaço, causando interferência através do ar (ondas eletromagnéticas, acoplamento elétrico e acoplamento magnético). Os ensaios definidos na norma são: 1) Ensaio de tensões de perturbação em terminais de alimentação – Verifica interferência conduzida e é realizado na faixa de frequência de 9 kHz a 30 MHz, pois acima deste valor outras formas de emissão de interferência se tornam dominantes. 2) Ensaio de perturbações eletromagnéticas radiadas - campo magnético – Verifica a intensidade do campo magnético nos eixos X, Y e
Fig. 2 – Medições de perturbações eletromagnéticas radiadas, campo magnético – Limites normativos em vermelho; valores medidos em azul
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EM JANEIRO/FEVEREIRO, 2022
Resultados Os valores de interferência, conduzida e radiada, emanados dos equipamentos em estudo foram comparados com os limites permitidos pela norma [5]. Para ser aprovadas, as amostras avaliadas teriam de estar em conformidade com esses limites, nos três ensaios. A tabela I apresenta os resultados das medições realizadas nas 12 amostras. Como se observa, apenas quatro delas (33% do total) foram aprovadas em todos os ensaios. O gráfico da figura 1 registra as medições das tensões de perturbação em terminais de alimentação da amostra 3, que foi reprovada. Nele, as linhas vermelha e rosa representam os limites estabelecidos pela norma [5], e as linhas azuis e verdes, os valores medidos. Já a figura 2 apresenta as medições de perturbações eletromagnéticas radiadas, campo magnético, em uma amostra aprovada, a de número 1. Aqui a linha vermelha representa os limites normativos [5] e a linha azul, os valores medidos. Neste ensaio, todas as 12 amostras estavam em conformidade com a norma [5]. E a figura 3 mostra o gráfico das medições de perturbações eletromagnéticas radiadas, campo elétrico, da amostra 4, reprovada neste ensaio. Aqui também a linha vermelha representa os limites da norma [5] e a linha azul, os pontos medidos. Comentários finais Em função da não exigibilidade da avaliação da compatibilidade
O processo de certificação das luminárias públicas viárias a LED é um instrumento muito importante para a melhoria desses produtos, devido à exigência da conformidade nos ensaios de compatibilidade eletromagnética. As prefeituras e consumidores devem estar atentos quanto a esse requisito, visto que a Portaria n o 20 do Inmetro é exigida em editais de licitação e os fabricantes são obrigados a disponibilizar produtos certificados no mercado. Fig. 3 – Medições de perturbações eletromagnéticas radiadas, campo elétrico – Limites normativos em vermelho; valores medidos em azul
eletromagnética em luminárias públicas anteriormente à vigência da Portaria n o 20 do Inmetro [2], apenas quatro amostras atenderam aos requisitos exigidos na norma [5] no estudo realizado em 2019. Uma vez que diversos programas de substituição de luminárias públicas foram implementados por prefeituras
municipais brasileiras antes de vencidos os prazos dados na portaria (agosto de 2019 para fabricação/importação, e fevereiro de 2020 para distribuição/comércio), é grande a possibilidade de haver aparelhos de IP instalados gerando interferências eletromagnéticas acima dos limites normalizados.
Referências [1] Por taria do Inmetro n o 389, de 25 de agosto de 2014. [2] Por taria do Inmetro n o 20, de 15 de fevereiro de 2017. [3] Biggs, M.: Case Study - LED lighting interference to aviation VHF communications, in Frequency Spectrum Management Panel ( FSMP) - Four th Meeting of The Working Group - ICAO Regional Of fice, Bangkok Thailand, 27 March – 7 April 2017. [4] Resolução Normativa da Agência Nacional de Energia Elétrica n o 414, de 9 de setembro de 2010. [5] Associação Brasileira de Normas Técnicas : NBR IEC/ CISPR 15 : 2019 - Limites e métodos de medição das características de radioperturbação dos equipamentos elétricos de iluminação e similares.
JANEIRO/FEVEREIRO, 2022 em
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GUIA – 2
Fornecedores de grupos geradores
Da Redação de EM
O levantamento relaciona tecnologias e sistemas disponíveis de grupos geradores, equipamentos utilizados em aplicações que necessitam de alta disponibilidade de energia elétrica, na complementação ou substituição de energia na rede, ou mesmo na função de fontes stand by. A oferta dos fornecedores (fabricantes locais e importadores, além de locadores) está disposta em duas tabelas, separada por famílias de equipamentos monofásicos e trifásicos.
Grupos Geradores monofásicos faixas de potências unitárias (kVa)
AlugaGera – (19) 3227-1044 contato@alugagera.com.br A Geradora – 0800 333 5000 marketing@ageradora.com.br ERBR (43) 3377-0100 claret@erbr.com.br GeraForça – (11) 93072-2466 geraforca@geraforca.com.br GeraForte – (31) 3396-9694 geraforte@geraforte.com Germek – (19) 3682-7070 atendimento@germek.com.br Leão Energia – (43) 99672-9449 comercial.londrina@leaoenergia.com.br MS Geradores – (31) 3424-1881 atendimento@msgeradores.com.br Tecnicargo – (11) 4044-0155 edson@tecnicargo.com.br
execuções
Com tanque incorporado (autonomia, em horas)
Regime COP (1)
Regime PRP (2)
Regime LPT (3)
Regime ESP (4)
8 a 50
15 a 2.500
15 a 2.500
15 a 2.500
15 a 2.500
Eletrônico
Fabricação Venda Locação Gasolina Diesel Gás Etanol
Empresa Telefone E-mail
Mecânico
Com regulador de velocidade
Combustível
partida A bateria
Portáteis Estacionários Móveis Silenciados Manual Sem Carregador independente Com comando microprocessado proteção de sobrecorrente na saída
motor
• • •
• •
• • • • • • • •
• • • • • • • • • •
18
•
• •
100
• •
• •
• •
20
• •
•
• •
6
10 a 70
11,3 a 90
12,5 a 100
• •
•
• •
8
24 a 136
30 a 170
33 a 188
• • • •
• •
•
•
8
25 a 850
• • • • • • • •
• • •
•
• •
8
20 a 60
• • • • • • • •
• • • • •
12
3a3 6,5
5,5
12 a 46
15 a 51
7
8 2 a 12
2 a 15
2,5 a 18
20 a 240
22 a 300
22 a 300
24 a 36
20 a 1.000
20 a 1.000
20 a 1.000
20 a 1.000
15 a 98
17 a 110
20 a 60
20 a 60
20 a 60
• • • • • • • • • • •
• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
•
• • • •
• • • • • •
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notas: Regimes de operação de grupos geradores (ABNT NBT ISO 8528) (1) COP (Continous Power/Base load): Operação contínua com carga constante – Dimensionado para alimentar cargas constantes durante o tempo necessário, sem limite de horas de utilização. (2) PRP (Prime Power): Operação contínua com carga variável –Dimensionado para alimentar cargas variáveis durante o tempo necessário sem limite de horas de utilização. (3) LPT (Limited Prime Power): Operação por tempo limitado com carga constante – Potência máxima disponível sob condições operacionais acordadas, para os quais o grupo gerador é capaz de gerar por até 500 horas/ ano. (4) ESP (Stand by Power): Operação por tempo limitado com carga variável – Dimensionado para alimentar cargas variáveis em serviços de emergência, enquanto durar a interrupção de energia elétrica, com utilização limitada a 200 horas/ano. obs.: Os dados constantes deste guia foram fornecidos pelas próprias empresas que dele participam, de um total de 107 empresas pesquisadas. fonte: Revista Eletricidade Moderna, janeiro/fevereiro de 2022. Este e outros guias EM estão disponíveis on-line, para consulta. acesse www.arandanet.com.br/revista/em e confira. Também é possível incluir a sua empresa na versão on-line de todos estes guias.
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EM JANEIRO/FEVEREIRO, 2022
Grupos Geradores trifásicos
c/ sistema de pré-aquecimento
• • •
14
•
29 a 1.152 36 a 1.440 40 a 1.600 40 a 1.600
• • • • • • • • • • • • • •
•
•
•
• • •
8 a 50
•
15 a 2.500 15 a 2.500 15 a 2.500 15 a 2.500
• • • • • • • • • • • • • •
• •
• •
•
• •
18
•
19 a 1.427
• •
12
•
4 a 220
15
•
• • ERBR (43) 3377-0100 claret@erbr.com.br
Geraflex (47) 99930-0258 contato@geraflex.com.br
Gerador
•
• •
AlugaGera – (19) 3227-1044 contato@alugagera.com.br A Geradora – 0800 333 5000 marketing@ageradora.com.br
comando
Com tanque incorporado (autonomia, em horas)
Atlas Copco (11) 96386-7878 eric.tomin@atlascopco.com
Fabricação Venda Locação Gasolina Diesel Combustível Gás Etanol Mecânico C/ regulador de velocidade Eletrônico c/ injeção eletrônica
Empresa Telefone E-mail
faixas de potências unitárias (kVa)
Portáteis Estacionários execuções Móveis Silenciados Manual Singelo Entre unidades Parale- Automático lismo C/ a rede Microprocessado C/ proteção de sobrevelocidade C/ carregador de baterias C/ excitação brushless Supre cargas não-lineares Eletrônico Regulador Mecânico de Tensão Eletromecânico proteção de sobrecorrente na saída
Motor
•
• • •
•
•
• •
•
• • •
•
• •
• •
GeraForça (11) 93072-2466 geraforca@geraforca.com.br
•
• •
• •
8
•
Regime COP (1)
Regime PRP (2)
Regime LPT (3)
Regime ESP (4)
• • • • • • • • • • • • • • •
22 a 1.563 25 a 1.875 3,5 a 150 3,5 a 200
4 a 250
• • • •
4 a 1.800 3 a 1.200 3 a 1.600 4 a 2.000
• •
25 a 130
22 a 100
22 a115
30 a 150
•
• •
20 a 240
22 a 300
22 a 300
24 a 36
• • • • •
25 a 85
25 a 85
25 a 85
25 a 85
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100
•
20 a 1.000 20 a 1.000 20 a 1.000 20 a 1.000
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•
GeraForte – (31) 3396-9694 geraforte@geraforte.com
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12
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10 a 1.750
Germek – (19) 3682-7070 atendimento@germek.com.br
• •
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• • •
6
•
10 a 750
Himoinsa (31) 3198-8800 ebouza@himoinsa.com
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8
•
MS Geradores (31) 3424-1881 atendimento@msgeradores. com.br
• •
•
• • •
8
OnPower (11) 98386-0612 fernando.lemos@onpower. ind.br
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12
Tecnicargo – (11) 4044-0155 edson@tecnicargo.com.br
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• • •
8
13 a 2.200 15 a 2.500 11,3 a 1.020
12,5 a 1.250
20 a 2.291
22,5 a 2.542
25 a 850
300 a 800 400 a 900
•
36 a 900
36 a 900
477 a 1.000
36 a 900 40 a 1.000
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Notas: Regimes de operação de grupos geradores (ABNT NBT ISO 8528) (1) COP (Continous Power/Base load): Operação contínua com carga constante – Dimensionado para alimentar cargas constantes durante o tempo necessário, sem limite de horas de utilização. (2) PRP (Prime Power): Operação contínua com carga variável –Dimensionado para alimentar cargas variáveis durante o tempo necessário sem limite de horas de utilização. (3) LPT (Limited Prime Power): Operação por tempo limitado com carga constante – Potência máxima disponível sob condições operacionais acordadas, para os quais o grupo gerador é capaz de gerar por até 500 horas/ ano. (4) ESP (Stand by Power): Operação por tempo limitado com carga variável – Dimensionado para alimentar cargas variáveis em serviços de emergência, enquanto durar a interrupção de energia elétrica, com utilização limitada a 200 horas/ano. obs.: Os dados constantes deste guia foram fornecidos pelas próprias empresas que dele participam, de um total de 107 empresas pesquisadas. fonte: Revista Eletricidade Moderna, janeiro/fevereiro de 2022. Este e outros guias EM estão disponíveis on-line, para consulta. acesse www.arandanet.com.br/revista/em e confira. também é possível incluir a sua empresa na versão on-line de todos estes guias.
JANEIRO/FEVEREIRO, 2022 em
51
SEGURANÇA
Capacitores como causa de incêndios de origem elétrica
Jürgen Hoyer, do IFS - Instituto de Prevenção e Pesquisa de Perdas, Wiesbaden (Alemanha)
a
constatação das causas de um incêndio é de interesse primordial para as autoridades responsáveis pela perícia, bem como para as seguradoras envolvidas. Para as autoridades, trata-se em primeira linha de esclarecer se o sinistro é de natureza criminosa. Para as seguradoras, diversos outros aspectos do direito civil estão em jogo. Aos peritos designados cabe primeiramente delimitar ao máximo o ponto de origem do incêndio, a partir do rastro do fogo e de eventuais vídeos, fotos ou indicações do seu estágio inicial para, no passo seguinte, investigar as possíveis fontes de ignição. Entre estas contam, por exemplo, as falhas elétricas, os efeitos térmicos sobre materiais combustíveis ou passíveis de combustão sem chama (smouldering, em inglês), o impacto de um raio, as reações exotérmicas, cargas ou descargas eletrostáticas, ou os incêndios criminosos. Todavia, nem sempre é possível determinar exatamente a causa do incêndio. Em certos casos, o alto grau de destruição, ou alterações no local do evento durante os trabalhos de combate ao fogo, impossibilitam uma investigação consistente. Um desafio importante consiste no fato de que a verdadeira fonte do incêndio pode ter sido em larga medida ou mesmo completamente 52
EM JANEIRO/FEVEREIRO, 2022
destruída. Mas especialistas treinados e experientes são capazes, em geral, de determinar a causa precisamente, ou ao menos com grande probabilidade. Desde 2002, o banco de dados do IFS registra todos os sinistros investigados pelos peritos do instituto. Até agosto de 2019 foram determinadas as causas de 18627 incêndios, classificadas em diversas categorias. Com cerca de um terço (32%) dos sinistros, o grupo “Eletricida-
Cerca de um terço dos incêndios investigados pelo IFS - Instituto de Prevenção e Pesquisa de Perdas, entidade ligada às companhias seguradoras públicas alemãs, tem como origem a eletricidade. Neste contexto, vem se acentuando uma tendência de sinistros provocados por capacitores. Este artigo aprofunda a análise deste problema recorrente, com base em perícias realizadas em secadoras de roupa e refrigeradores domésticos.
de” representa de longe a maior parcela de causas constatadas. Neste grupo, praticamente a metade dos incêndios teve início em aparelhos eletrodomésticos, dentre os quais a maior incidência recai sobre secadoras de roupa, televisores, refrigeradores e freezers. Em seguida, a uma boa distância daqueles, aparecem as máquinas de lavar louça e as lavadoras de roupa. Com exceção destas últimas, realizam-se na Alemanha ações de recall Hoyer
Hoyer
Fig. 1 – Vista geral da secadora de roupas atingida por um incêndio
Fig. 2 – Vista do lado direito da secadora com a tampa lateral desmontada
SEGURANÇA Hoyer
Hoyer
Fig. 3 – Resíduos remanescentes do capacitor que causou o incêndio
para os referidos eletrodomésticos, geralmente denominadas ações de segurança ou ações de inspeção voluntária, motivadas por um possível perigo de incêndio por defeito elétrico, ou pelo perigo de superaquecimento de um componente. Maiores detalhes sobre o componente crítico em geral não são fornecidos. Entretanto, três empresas publicaram recentemente um recall para uma secadora de roupa específica, produzida num determinado período, relativo a um possível risco de incêndio. Neste caso, como componente crítico foi mencionado o superaquecimento do capacitor do motor. Contudo, também em outros segmentos técnicos problemas desse tipo não são desconhecidos. Já em 1996, um renomado fabricante de elevadores alertou numa informação interna para um possível início de incêndio num circuito RC. Embora esse problema seja conhecido há mais de 20 anos, peritos do IFS têm investigado ocorrências similares nos últimos anos. À luz destes dois exemplos, da experiência pessoal do autor, e de uma pesquisa no banco de dados do IFS, pode-se concluir que um número significativo de incêndios é causado pelo superaquecimento e explosão de capacitores, de modo que vale a pena uma análise mais profunda deste tema. Capacitor do motor de uma secadora de roupa Numa casa residencial de dois pavimentos ocorreu um incêndio no porão onde se encontrava, entre outros objetos, uma secadora de roupa. Segundo informações do locatário, a secadora tinha sido carregada com toalhas de mãos e ligada. Cerca de 15 min depois, ouviu-se um estouro 54
EM JANEIRO/FEVEREIRO, 2022
Hoyer
Fig. 5 – Detalhe do circuito RC que causou o incêndio na caixa de conexão
Fig. 4 – Vista geral mostrando a caixa de conexão diretamente atingida, na cabine do elevador
e foi observada fumaça saindo da janela do porão. Dirigindo-se ao local para verificar, o morador viu chamas na parte posterior da secadora, fez uma tentativa com um extintor de incêndio, sem sucesso, e teve que acionar os bombeiros. A investigação do sinistro pelo IFS constatou que o incêndio ficou restrito ao local da secadora, e que a hipótese de início do fogo externamente àquela máquina estava descartada. De acordo com a nota fiscal disponível, a secadora, de marca renomada, fora comprada em 05/2015, e a placa de características indicava ter sido fabricada em março daquele mesmo ano. Nenhuma intervenção para assistência técnica tinha sido realizada (figura 1). Exames no laboratório indicaram que o fogo teve início dentro da secadora, no canto posterior inferior direito (figura 2). No ponto mais danificado situava-se o motor (figura 3). Em vista dos graves danos exibidos pelo capacitor do motor, pode-se presumir que se tratava de um defeito elétrico na origem do incêndio. A placa de circuito impresso montada atrás do painel de comando da máquina apresentava meramente danos térmicos, e foi descartada como fonte do incêndio. Com base nos restos das toalhas encontrados e nos indícios da origem dos danos, também a hipótese de autoignição dos tecidos foi excluída.
Para esse tipo de secadora, produzida de maio a novembro de 2012, há um recall devido a um defeito no capacitor do motor, que se superaquece e pode causar um incêndio. Os vestígios encontrados em diversas secadoras examinadas pelo IFS em função daquele recall correspondem aos vestígios presentes na secadora em análise — a qual, porém, foi fabricada em 2015. Cabe questionar se neste caso há uma conexão causal com o referido recall, ou se se trata de mero acaso, a ser esclarecido no futuro. Incêndios em elevadores Os peritos do IFS já investigaram diversos incêndios em elevadores antigos de um fabricante de renome. Tais sinistros apresentam muitas analogias: o ano de fabricação dos elevadores situa-se entre o fim dos anos 1970 e o início dos 1980. Os incêndios foram em muitos casos imediatamente precedidos de serviços de manutenção por uma empresa do ramo, ou de uma verificação técnica por uma organização certificadora. O foco do incêndio encontrava-se numa caixa de conexão do controle da cabine, mais especificamente num circuito RC do comando da porta (figuras 4 e 5). Trata-se de um circuito impresso, no qual estão montados uma régua de bornes e três componentes eletrônicos, compostos de uma combinação de resistor e capacitor. Este circuito RC destina-se a atenuar as perturbações do motor trifásico que aciona a porta da cabine do elevador. Por duas vezes, em 1996 e 2009, o fabricante alertou sobre o perigo de incêndio e recomendou uma troca de componentes que, consoante informações, foram montados em 1984. O risco de incêndio permanece em todos os elevadores cujos componentes não foram trocados.
SEGURANÇA Hoyer
Fig. 6 – Vista do local de montagem original da cortina de ar, acima da porta de entrada da sorveteria
A ocorrência dos incêndios imediatamente após uma manutenção ou verificação técnica (ensaio) pode ser atribuída, com boa probabilidade, aos esforços incomuns aplicados sobre os componentes durante a execução de tais serviços. Incêndio em cortina de ar O caso presente ocorreu no salão de uma sorveteria. Os danos ficaram restritos ao local de montagem do equipamento, acima de uma porta de entrada que defronta um calçadão (figura 6). Cortinas de ar são equipamentos providos de potentes ventiladores verticais, instalados acima de portas permanente ou frequentemente abertas, a fim de separar massas de ar com temperaturas distintas e impedir seu intercâmbio. Esta barreira consiste em uma corrente de ar direcionada, que circula entre as aberturas de sopro e de sucção do aparelho. Conforme informações e faturas apresentadas, a cortina de ar fora adquirida há alguns meses de uma empresa na Itália. No dia do sinistro, o equipamento fora montado e ligado por um instalador, tendo funcionado perfeitamente por três horas, quando então foram observadas centelhas nas saídas de ar, seguidas de fumaça e chamas. No quadro de distriHoyer
Fig. 9 – Capacitor de motor da cortina de ar, completamente destruído
56
EM JANEIRO/FEVEREIRO, 2022
Hoyer
Fig. 7 – Equipamento da cortina de ar, intensamente danificado pelo fogo
Hoyer
Fig. 8 – Capacitor de motor da cortina de ar, praticamente intacto
buição, o fusível do circuito pertinente a este aparelho atuou, e o fogo pode ser debelado com um extintor. Os bombeiros foram acionados e desmontaram a cortina de ar em busca de pontos incandescentes remanescentes. O equipamento foi em seguida conduzido ao laboratório do IFS para investigação. O interior do invólucro de chapa de aço apresentava em geral alto grau de destruição. A grade de ventilação de plástico estava queimada ou fundida. Havia três motores, com ventiladores embutidos em caixas plásticas e providos de aquecedores. Os ventiladores situados nas extremidades estavam preservados, mas do outro, inclusive do motor, restaram apenas resíduos de plástico fundido (figura 7). A análise do cabo de energia e dos bornes de entrada do aparelho permitiu excluir estes componentes como causa do incêndio. Num dos motores externos havia um capacitor mostrando sinais menos intensos de queima. Capacitores deste tipo, com dielétrico de polipropileno, são utilizados em motores monofásicos e possuem invólucro plástico ignífugo (flame retardant). Nos motores mais atingidos, nos aquecedores e na fiação interna do equipamento não foram encontrados indícios típicos de origem do fogo. Um dos capacitores apresentava siHoyer
Fig. 10 – Vista do nicho onde se situava o refrigerador, entre um armário sob a pia e o fogão elétrico
nais externos de queima, mas sua estrutura estava bastante preservada (figura 8). Em comparação, um outro capacitor mostrava-se atingido com maior intensidade, exibindo o invólucro e o dielétrico destruídos (figura 9). A perícia concluiu que o incêndio na cortina de ar foi causado por um defeito no capacitor de um motor. Incêndio em refrigerador Os peritos do IFS foram solicitados a investigar um incêndio na cozinha de uma residência. Na hora do evento, os moradores estavam ausentes e tinham sido informados pelos vizinhos, que perceberam um cheiro estranho e ouviram um suposto alarme de incêndio. A polícia e os bombeiros foram avisados. Na cozinha, um refrigerador de boa qualidade e cerca de um ano de uso havia funcionado perfeitamente até então. Sobre ele não tinha sido colocado nenhum aparelho elétrico. Pelos vestígios, o incêndio tinha começado no local do refrigerador, que foi depois removido para o terraço pelos bombeiros. No nicho do refrigerador, entre uma pia e um fogão elétrico, havia uma régua de tomadas, na qual o refrigerador deveria ter estado ligado. No mesmo nicho encontrava-se a tomada Hoyer
Fig. 11 – Vista do local de maior destruição do refrigerador, onde se situa o compressor
Hoyer
Fig. 12 – Compressor e cabeamento, periciados no laboratório do IFS
do fogão, com o espelho destruído pelo fogo. Tais componentes foram descartados como causa do incêndio (figura 10). O exame do refrigerador constatou como ponto de maior destruição a região do compressor, na parte traseira inferior do aparelho (figura 11). O compressor foi levado para análise no laboratório do IFS, onde se excluiu como causa do incêndio um defeito no sistema de partida, ou o superaquecimento desse componente (figura 12). Mas o compressor apresentava uma evidência que chamava a atenção: o corpo metálico
Hoyer
Fig. 13 – Detalhe do capacitor intensamente danificado pelo fogo
do capacitor e suas partes internas estavam destruídas e intensamente atingidas pelo fogo (figura 13). De acordo com as imagens da cena do incêndio, a perícia chegou à conclusão de que o fogo teve origem no canto inferior esquerdo da parte traseira do refrigerador, e que como causa deve ser considerado um defeito elétrico caracterizado pela destruição do capacitor do motor. Conclusão Fica evidente que capacitores representam um potencial perigo de incêndio,
que não pode ser subestimado. Visando a prevenção de perdas, os fabricantes de equipamentos deveriam instalar capacitores de alta qualidade com invólucro metálico e, por meio de medidas construtivas, evitar que a destruição de um capacitor por defeito interno possa causar e propagar um incêndio. Infelizmente, os usuários não têm como evitar incêndios dessa natureza. Só resta confiar na detecção precoce do incêndio, que em circunstâncias favoráveis pode limitar a extensão do sinistro. Neste contexto, deve-se mencionar a obrigatoriedade de detectores de fumaça em residências particulares, regulamentada pelos códigos de obras estaduais alemães. Referências [1] Hoyer, J. – Brandursache Kondensatoren. Schadenprisma, jan/2020, Berlim.
Artigo publicado originalmente na revista alemã ep – Elektropraktiker, edição 06/2020. Copyright Huss Medien, Berlim. Publicado por EM sob licença dos editores. Tradução e adaptação de Celso Mendes.
JANEIRO/FEVEREIRO, 2022 em
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EM – ATERRAMENTO O ATERRAMENTO E AS PERTURBAÇÕES EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS Sergio roberto SantoS
É
comum que profissionais da eletricidade sejam consultados para eliminar através de alterações no sistema de aterramento falhas em sistemas eletroeletrônicos. Mesmo que na maioria das vezes o aterramento não seja a causa do problema, ou tenha inf luência no que esteja acontecendo, nele se concentram os esforços para eliminação dessas falhas. Por isso é necessário entender qual a inf luência do aterramento na ocorrência de perturbações, ruídos e sobretensões transitórias em instalações eletroeletrônicas de energia ou sinal. Um sistema de aterramento é formado basicamente por elementos metálicos, eletrodos e cabos, mais os componentes do solo onde ele está localizado ― argila, areia, pedra e partes orgânicas. Dessa forma, o aterramento em si não gera nem é perturbado por interferências eletromagnéticas, sendo o seu papel na Compatibilidade Eletromagnética (EMC) o de meio de transmissão entre a fonte de perturbações, o vilão, e o equipamento que sofrerá as suas consequências, a vítima. Antes de qualquer intervenção no aterramento para eliminação de falhas, temporárias ou definitivas, na instalação, é necessário estudar o problema em seus vários aspectos. O aterramento cumpre várias funções em uma instalação elétrica, sendo a principal delas proteger as pessoas contra tensões de passo e 58
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toque. Eliminar perturbações à custa do comprometimento da segurança é inaceitável e na maioria das vezes desnecessário. Um sistema de aterramento ideal deve fornecer um caminho de impedância nula para sinais de qualquer intensidade ou frequência que tenham ele como referência. Caso fosse possível implementá-lo na prática, as correntes dos Equipamentos de Tecnologia da Informação (ETI) existentes na instalação retornariam às suas respectivas fontes sem a ocorrência de acoplamentos indesejados entre circuitos ou equipamentos. As interferências eletromagnéticas ocorrem porque muitos profissionais da área elétrica enxergam o aterramento como algo ideal, não dando a devida atenção ao seu comportamento real. Como essa visão é válida para correntes de baixa frequência, o comportamento do sistema de aterramento para frequências mais altas só é considerado quando equipamentos de automação, controle ou telecomunicações são instalados mas alterações na infraestrutura de aterramento se tornaram difíceis de realizar. Uma solução ainda hoje adotada, ao menos recomendada, por fabricantes de equipamentos para eliminar falhas em seus produtos é a instalação de um sistema de aterramento exclusivo para eles, o que além de mais complexo do que se acredita na prática, pode torná-los muito perigosos, comprometendo a atuação dos dispositivos de proteção contra sobrecorrentes, fusíveis ou disjuntores. Um equipamento só terá um aterramento realmente independente se sua alimentação também for independente da alimentação principal da edificação. Além disso, os eletrodos do aterramento principal e do ater-
ramento independente deverão estar separados a uma distância suficiente para evitar acoplamentos galvânicos, indutivos e capacitivos que podem ocorrer entre eles, principalmente devido às correntes de maior frequência, onde a impedância, e não apenas a resistência, deve ser avaliada. O sistema de aterramento é parte fundamental da infraestrutura da instalação, devendo ser projetado levando-se em conta aumentos de carga e a introdução de sistemas eletrônicos. Pela sua importância, não é aceitável uma desvalorização do aterramento, como acontece, com a utilização de barras de equipotencialização com dimensões reduzidas, cabos com seção transversal abaixo do mínimo necessário ou eletrodos de aterramento inadequados. Após o término da construção, torna-se difícil acessar os eletrodos e parte-se para improvisações, na maioria das vezes ineficazes para a qualidade da instalação elétrica. Sempre será necessário reforçar a multiplicidade de finalidades de um sistema de aterramento. O uso da eletricidade em nossas vidas se acentuará e os sistemas de aterramento serão cada vez mais importantes para o uso correto da eletricidade, sendo necessário por isso desconstruir equívocos e ilusões sobre o tema aterramento.
Engenheiro eletricista da Lambda Consultoria, instrutor da Termotéc nica ParaRaios e mes trando do Instituto de Energia e Ambiente da USP, Sergio Roberto Santos apresenta e analisa nesta coluna aspectos de aterramento e proteção contra des cargas atmosféricas e sobretensões transitórias, temas aos quais se dedica há mais de 20 anos. Os leitores podem apresentar dúvidas e sugestões ao especialista pelo e-mail em_aterramento@arandaeditora.com.br.
EM IEC 60079-10-1:2020 (partE II) ESTELLITO RANGEL JÚNIOR
e
mitida em dezembro de 2020, esta “norma” voluntária, que aborda a classificação de áreas por atmosferas de gases e vapores inflamáveis, trouxe algumas mudanças interessantes em relação à edição anterior. Algumas dessas alterações foram abordadas na edição anterior de EM. Outras modificações são descritas a seguir. Parâmetros de ventilação As modificações feitas nos parâmetros de ventilação estão presentes em vários pontos do documento. A principal diferença entre esta edição e a anterior está na definição dada ao parâmetro característico da emissão Wg*. Outra mudança notável foi sobre a velocidade mínima do ar a ser considerada nos ambientes. A edição anterior havia adotado 0,05 m/s, mas, na nova, esta referência foi retirada. Atribuição de zonas segundo a ventilação A tabela D.1 foi mantida nesta edição, mas, por ser meramente conceitual, em certos casos ela apresenta conflitos com a definição das zonas, como, por exemplo: para um grau de liberação contínuo e disponibilidade de ventilação “pobre”, seria gerada uma “Zona 0 e uma Zona 1”. Entendemos que tais atribuições devem ter sido “inspiradas” nas “Práticas Recomendadas” da API, porém, tendo em vista o caráter de modelagem fluidodinâmica adotado nesta edição, apenas a avaliação quantitativa das fontes de emissão e da ventilação disponível poderá oferecer uma correta classificação. Extensões das áreas classificadas O Anexo D.3 desta nova edição, do mesmo modo que na anterior, apresenta um diagrama logarítmico, com base em fluidodinâmica computacional, para diferentes velocidades da ventilação do local. Na abcissa, é mostrada a vazão da liberação e, na ordenada, é indicada a extensão da atmosfera explosiva para três tipos específicos de liberação. Utilizando o diagrama, reparamos que, para distâncias maiores que 1 m, os resultados são coerentes para o gás metano, enquanto que, nos casos de propano e hidrogênio, as distâncias mostradas são menores do que as
obtidas por modelos de dispersão já consolidados em softwares comerciais. Isto indica que a linha que representa as distâncias para ocorrência de jato foi obtida com simulações de dispersão tendo o gás natural como substância representativa. Desta forma, o diagrama não parece ser aplicável em grande parte das situações encontradas nas indústrias. Outro ponto que merece atenção no nomograma é a dispersão de vapores de líquidos inflamáveis em poças. Fisicamente, a dispersão de uma poça inflamável é regida pela velocidade do ar (uw) que a toca. Em particular, conforme a velocidade diminui, o fluxo, de turbulento, torna-se progressivamente laminar, e a extensão da área classificada aumenta. Nesta edição da “norma”, o modelo de dispersão de poças de inflamáveis indica valores para a extensão da área classificada apenas para a velocidade do ar de 0,25 m/s. Cabe, portanto, um alerta quanto ao uso deste modelo de poça dentro de ambientes fechados: “As curvas não são aplicáveis em situações internas com diluição ‘média’ e ‘baixa’’. Conclusões Haja vista que o estudo de classificação de áreas contribui decisivamente para a segurança da unidade, seus documentos devem ser preparados sobre um sólido embasamento, uma vez que serão consultados tanto para a especificação de equipamentos, quanto para a emissão de procedimentos operacionais. Desta forma, se uma ferramenta computacional for manipulada mecanicamente por pessoas sem a bagagem teórica necessária, os resultados poderão até comprometer a segurança da unidade, ao ficarem dissociados da realidade operacional da planta. Como não há modelo de dispersão único, aplicável a todas as situações, algo “simples e rápido”, é questionável emitir uma “norma” neste caso (e por isto o termo foi usado aqui entre aspas). Mais adequado seria a emissão como um “relatório técnico”, especialmente quando o texto não se caracteriza pelo estabelecimento de requisitos mínimos comprováveis por ensaios, que é típico nas normas. A dinâmica dos fluidos, por não ser uma disciplina do dia-a-dia dos profissionais de eletricidade, não deveria ser tratada em documento IEC, entidade com foco na eletricidade e cuja missão é estabelecer padrões para facilitar o comércio internacional de produtos elétricos. Ressalte-se que as últimas edições desta “norma” apenas passaram a incluir modelos matemáticos após a entrada no MT de representantes do HSE inglês, que haviam desenvolvido o software “Quadvent”, e que não são profissionais de eletricidade. O resultado claramente demonstrou que
a composição do MT até então não tinha condições de avançar e, consequentemente, ele passou a ser dependente das pesquisas do HSE. A ISO, por estar em cenário mais amplo, contando com contribuições de profissionais de várias áreas tecnológicas, seria o fórum adequado para tais documentos. Um ambiente que não realiza uma análise crítica das propostas e suas implicações, limitando-se a simplesmente traduzir ao pé-da-letra o que vem de fora, sem haver o perfeito entendimento das consequências do que foi escrito, não contribui para o progresso tecnológico. Em auditorias, temos encontrado recorrentemente estudos de classificação de áreas como meras reproduções de figuras genéricas, aplicadas em todas as situações e plantas industriais. Com a IEC 60079-10-1 claramente compreendese o grave equívoco de tal prática, que revela ser feita por pessoas sem a necessária capacitação. Não obstante, a divulgação nas redes sociais de “certificados de competência” em classificação de áreas por pessoas não atuantes nesta atividade, e tendo como base justamente esta “norma” (que além de ter tido diversas alterações em relação à edição anterior, possui limitações apenas identificadas por estudiosos com ferramentas adequadas), deve acender um sinal de alerta nas empresas que contratam tais serviços. Se pessoas sem a necessária expertise conseguem obter tal “certificado”, a confiança no respectivo esquema de certificação fica comprometida! Apenas um estudo de classificação de áreas confiável contribuirá para o gerenciamento do maior risco envolvido nas unidades das indústrias que processam inflamáveis: o de explosão, capaz de acarretar grandes prejuízos materiais e pessoais. Caso você tenha dúvidas sobre classificação de áreas, envie-as para o e-mail em@aranda editora.com.br. Elas poderão ser abordadas em uma próxima edição. Estellito Rangel Júnior, engenheiro eletricista, primeiro representante brasileiro de Technical Committee 31 da IEC, apresenta e discute nesta coluna temas relativos a instalações elétricas em atmosferas potencialmente explosivas, incluindo normas brasileiras e internacionais, certificação de conformidade, novos produtos e análises de casos. Os leitores podem apresentar dúvidas e sugestões ao especialista pelo e-mail em@arandaeditora.com.br, mencionando em “assunto” EM-Ex.
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AGENDA no brasil Geração distribuída – De 8 a 10 de março, será realizado em São Paulo, SP, o Fórum Regional de Geração Distribuída com Fontes Renováveis, organizado e realizado pelo Grupo FRG Mídias & Eventos, e promovido pela ABGD - Associação Brasileira de Geração Distribuída. Mais informações estão disponíveis em https://doity.com.br/ gdsudeste2022-68205-20201215153837 Feicon – A Feicon/Batimat acontecerá de 29 de março a 1 de abril, no SP Expo, em São Paulo, SP. Mais informações: www.feicon.com.br. Intersolar Summit – O Intersolar Summit Brasil Nordeste será realizado em Fortaleza, CE, em 27 e 28 de abril. Voltado para especialistas brasileiros e internacionais, enfocará a energia solar e renovável na região. O congresso reunirá especialistas para discutir políticas, desafios legislativos e marcos regulatórios, bem como financiamento e soluções de integração de redes. É realizado em paralelo com o 11o Congresso RTI Provedores de Internet e o 13o Congresso RTI Data Centers (http://rtiprovedoresdeinternet.com.br/11/), que são eventos dirigidos aos ISPs para discussão sobre tecnologias de acesso, regulamentação, geração de receita com novos serviços de valor agregado e oportunidades no mercado de banda larga. Informações: https:// www.intersolar.net.br/en/home/summit-brasil-nordeste. Netcom – A 10a edição do Netcom - Infraestrutura de Redes Telecom e Provedores de Internet vai ser realizada de 2 a 4 de agosto no Expo Center Norte, em São Paulo, SP. O evento reúne profissionais de infraestrutura de redes, telecom e provedores de internet, que debatem os rumos da transformação digital no País. Na feira, são expostas soluções e tecnologias inovadoras do setor. Informações em http://www.arandaeventos. com.br/eventos2022/netcom/ The smarter E – O evento The smarter E South America vai acontecer de 23 a 25 de agosto em São Paulo, SP. Reali60 EM JANEIRO/FEVEREIRO, 2022
zado no Expo Center Norte, congregará os eventos: Intersolar South America - A maior feira & congresso para o setor solar da América do Sul; ees South America - Feira de baterias e sistemas de armazenamento de energia; e Eletrotec+EM-Power South America - Feira de infraestrutura elétrica e gestão de energia. A organização é da Solar Promotion International GmbH e da Freiburg Management and Marketing International, com co-organização pela Aranda Eventos & Congressos. Informações: www. thesmartere.com.br.
CURSOS Setor elétrico – A Viex promove diversos treinamentos voltados ao setor elétrico. O curso Negócios em biogás e créditos de carbono, marcado para 15 a 17 de março, em formato online, tem como objetivo apresentar o histórico, contexto atual e projeções para novos negócios com biogás. Serão abordados temas como: dimensionamento básico do projeto, aspectos regulaórios e de mercado, principais tecnologias de aproveitamento energético, viabilidade financeira, entre outros. Mais informações sobre os cursos estão disponíveis em www.viex-americas.com/cursos. Painéis e barramentos – A Cognitor oferece o treinamento Painéis e barramentos de média e baixa tensões, destinado a quem fabrica, testa, certifica e comercializa tais equipamentos. O treinamento inclui quatro sessões individuais “ao vivo”, acesso a quatro vídeos com durações de 20 a 30 minutos e o recebimento do instalador da versão “para computador” do software SwitchgearDesign. Mais informações sobre os cursos podem ser obtidas em www.cog nitor.com.br/trainingPOR.pdf.
no exterior Veículos elétricos – A conferência e exposição Electric Vehicles Battery Tech USA 2022, que será realizada em 14 e 15 de março, em Huntington Beach,
Califórnia, vai focar em diversos temas, como: perspectivas econômicas e previsões da indústria para veículos elétricos, novas tecnologias de bateria e sistemas de gerenciamento, pesquisas sobre autonomia da bateria para veículos elétricos e híbridos, processos de fabricação e know-how técnico para obter economias de escala, regulamentações e padrões de segurança para o mercado de veículos elétricos, etc. Mais informações em www.usa.battery-technology-conferen ce.com/. Baterias – A exposição e conferência EV Battery Recycling & Reuse USA 2022 vai reunir, em 28 e 29 de março, especialistas para debater a reciclagem e o aproveitamento de baterias. O evento acontecerá em Detroit, Michigan, e abordará os fundamentos econômicos e técnicas da reciclagem e reutilização de baterias de veículos, iniciativas de reutilização de baterias, novas estratégias de extração e processamento de matérias-primas, pesquisas de reaproveitamento de baterias para armazenamento de energia, regulamentações ambientais e padrões de segurança para o gerenciamento de baterias em fim de vida, etc. Informações: http://www.usa.ev-battery-recycling. com/?join=VR. Hidrogênio – O World Hydrogen North America será realizado em Houston, Texas, nos dias 6 e 7 de abril. O evento voltado à cadeia de valor do hidrogênio vai tratar das oportunidades nos EUA e Canadá, contar com debate de especialistas do setor a fim de discutir os desafios, abordar estudos de caso em andamento e detalhar opções de financiamento e investidores. Mais informações em www.worldhydrogennorthamerica.com. IEEE PES T&D – De 25 a 28 de abril, será realizada a conferência e exposição IEEE PES T&D, em New Orleans, EUA. Realizado a cada dois anos, o evento é patrocinado pela IEEE Power & Energy Society e tem o objetivo de compartilhar os mais recentes desenvolvimentos tecnológicos da indústria de energia elétrica. Mais informações podem ser obtidas em https://ieeet-d.org/.
PRODUTOS UPS A TS Shara lançou recentemente a linha UPS Rack Universal 19”, voltada a aplicações críticas de telecom. Com novo design em gabinete metálico, os nobreaks estão disponíveis em quatro modelos, sendo dois de 1200 VA e dois de
1500 VA, que apresentam onda semi-senoidal e senoidal pura, respectivamente. Os equipamentos contam com duas baterias internas de 7Ah, o que reflete diretamente em sua autonomia, que pode variar entre 1h e 1h30min. Ainda é possível incluir baterias externas em todos os modelos, por meio da montagem do rack, que ocupa apenas 2U de altura, afirma a empresa. Outro destaque dos nobreaks é a tecnologia Line Interactive, que é responsável por acionar a bateria interna após detectar um problema na rede elétrica. O UPS Rack ainda apresenta a tecnologia Universal, que possibilita que o usuário escolha a tensão (115 ou 220V) em sua chave seletora manual. Com 19 polegadas, permite também instalação em duas posições: rack ou acoplado à parede, por meio de suas hastes laterais. www.tsshara.com.br PAINEL DE DISTRIBUIÇÃO A Schneider Electric fornece o painel de distribuição de energia SM AirSet, voltado aos consumidores em média tensão e considerado, segundo a empresa, “ecologicamente amigável” ao utilizar 62 EM JANEIRO/FEVEREIRO, 2022
norma NBR NM 60898, da ABNT. www.tramontina.com.br
somente ar puro e vácuo, ao invés de hexafluoreto de enxofre (SF6). O SM AirSeT é indicado para utilização em sistemas de distribuição de até 24 kV, especialmente em hospitais, edifícios comerciais e industriais, além de datacenters. https://www.se.com/br/pt/ MINIDISJUNTORES A Tramontina incluiu em seu portfólio os minidisjuntores de 70 A nas configurações um, dois ou três polos da linha TR3kA. Os equipamentos possuem IP20, Classe 1 e podem ser montados e desmontados individualmente no trilho EN/DIN 60715 (35 mm), sem a necessidade de desconectar todo o barramento. Segundo a empresa, para tornar mais ágil a instalação do dispositivo no qua-
dro, a conexão dos cabos ou dos barramentos de alimentação pode ser feita tanto nos bornes superiores como nos inferiores. A manopla pode ser travada com uso de acessórios específicos, impedindo a energização acidental. Os minidisjuntores contam com indicação do seu estado (ligado/desligado), possuem selo de identificação de conformidade do Inmetro e são produzidos conforme a
GRUPOS GERADORES A Cummins Brasil fornece a família de grupos geradores com densidade de potência da categoria superior a 300 kW até 400 kW. O grande diferencial dos novos modelos, denominados C350D6B e C400D6B, de acordo com a empresa, é o motor eletrônico QSG12-G3/G4, que substituiu o propulsor mecânico NTA855-G5 da geração anterior. Segundo a companhia, o equipamento é menor, mais compacto e potente e com menor emissões, além de possuir melhor relação de potência vs. consumo de combustível. Turboalimentado e pós-arrefecido, o novo motor de 11,8 litros de cilindrada, 24 válvulas e 6 cilindros, tem sistema com injeção de combustível XPI (Common Rail), além das opções de controladores Cummins (Power Command 2.3 & 3.3) que fornece integração do grupo gerador, incluindo partida e parada remota automáticas, exibição de alarmes, mensagem de status, paralelismo, etc. Todo o conjunto foi projetado e testado para altas temperaturas ambientes, diz a empresa. Outros destaques, segundo a companhia, são o novo alternador Stamford S-Range, que visa melhorar a eficiência da máquina para
atender as principais faixas de potência do mercado, e o novo sistema de dois estágios de filtragem de combustível Fleetguard, que bloqueia impurezas tão pequenas quanto 5 mícrons para proteção de alto nível contra contaminação de poeira, sujeira ou água. Os novos geradores têm garantia padrão de dois anos para aplicações standby (1000 horas) ou de um ano para prime. www.cummins.com/pt-br/ br/cummins-brasil LÂMPADAS INTELIGENTES A Enel X está fornecendo os produtos Homix Smart Lâmpadas e Homix Smart Controles Remotos para ar-condicionado, que integram sua linha Homix Smart Home. A série Homix Lâmpada é formada por lâmpadas inteligentes de LED que usam o protocolo ZigBee de comunicação avançada sem fio. O equipamento, que pode ser
usado como um LED comum ou colorido, é bivolt, possui função temporizador e tem modos de cena (“cinema”, “bedtime”, etc). Já o Homix Controle de Ar-Condicionado inteligente também utiliza o protocolo Zigbee e permite o gerenciamento remoto do ar-condicionado, informando a umidade e regulando a temperatura do ambiente. Ambos equipamentos podem ser controlados pelo aplicativo para celular Homix, que permite o total gerenciamento da casa ou via Alexa, assistente de voz da Amazon. enelxstore.com/br
PUBLICAÇÕES PUBLICAÇÕES Projeto híbrido – Sol, água e hidrogênio, que combinação é essa? é uma publicação escrita por Gladis Berlato e Sylvia Mie, a partir de dezenas de entrevistas com especialistas, sob a coordenação do jornalista Enio Campoi, da Mecânica de Comunicação. O conteúdo resume o projeto de P&D Aneel PD 00394-1606/2016, empreendido pela Base Energia Sustentável e Furnas Centrais Elétricas, na Usina
Hidrelétrica de Itumbiara (GO), que une as fontes hidrelétrica e solar com armazenagem de energias sazonais e intermitentes. A usina recebeu placas fotovoltaicas flutuantes somando a força da água e do sol para gerar energia verde. O projeto contou com investimentos de cerca de R$ 46 milhões, com recursos do fundo de P&D do setor elétrico brasileiro, e envolveu 60 profissionais de instituições e empresas brasileiras e estrangeiras. Também participaram do projeto a Unicamp, Unesp, USP, Cepel, Fundação Parque Tecnológico de Itaipu –
PTI, Instituto Senai de Tecnologia e Inovação de Goiás, Universidade de Brandenburgo, da Alemanha, Canadian Nuclear Laboratory (CNL), do Canadá, Cummins/Hydrogenics, WEG e DBTEC. https://basengenharia.com.br/ Consumidores de energia – A EY elaborou uma pesquisa intitulada Navigating the Energy Transition Consumer Survey, com o objetivo de entender necessidades, valores e expectativas em relação ao consumo de energia. Os dados do levantamento, que contou com a participação de 34 mil consumidores em 17 países, apontam oportunidades para empresas do setor dispostas a reformular seus negócios inserindo os clientes em suas prioridades. De acordo com a pesquisa, 92% dos entrevistados têm em suas residências um novo produto ou serviço relacionado à energia, 86% estão interessados em geração própria, 25% estão considerando a compra de um carro elétrico e 13% pensam em armazenar baterias nos próximos três anos. O levantamento aponta que a demanda por experiências integradas e soluções simples, mas sofisticadas e de ponta a ponta, serão o novo padrão. Outra constatação é o interesse dos consumidores em adquirir novos produtos e serviços ligados à energia que oferecem economia de dinheiro e de tempo e proteção do planeta. O custo continua sendo o fator mais crítico nas decisões de compra (53%), mas o impacto no meio ambiente (47%) e a facilidade
oferecida pelas soluções (34%) também foram identificados como aspectos importantes. Os dados mostram ainda que os consumidores, embora façam uso constante dos canais digitais ao interagir com os fornecedores do setor, em certos casos preferem o contato humano. 62% revelaram ter tido problemas ao usar o serviço digital e 37% não estão confiantes em relação a esses serviços. Em uma análise geral, os dados revelam que os consumidores estão cada vez mais cientes das questões ligadas à sustentabilidade. Segundo a pesquisa, 64% dizem que obter produtos e serviços sustentáveis é algo crítico, 36% estão dispostos a pagar mais por eles e 54% dizem que estão satisfeitos com o que vem sendo oferecido atualmente. Entre os consumidores, para que os fornecedores demonstrem seu compromisso com a sustentabilidade, as respostas se dividem entre fornecer novos produtos e serviços (52%), apoiar programas locais de sustentabilidade (50%), oferecer soluções de energia verde (50%) e operar por meio de uma frota verde (27%). www.ey.com/pt_br
ÍNDICE DE ANUNCIANTES Alumi Brasil ........................................................................ 53 Balestro ...............................................................................11 Boreal ..................................................................................12 Calhas Kennedy ......................................................... 3a capa Clamper ...............................................................................41 Cobrecom..............................................................................9 Dispan .................................................................................21 Edentec ...............................................................................47 Embrastec ...........................................................................14 Exatron ............................................................................... 29 Feicon ................................................................................61 Geraforte .............................................................................13 Hellermanntyton ................................................................. 39 Hércules Motores ...................................................... 4a capa Indelec .................................................................................42 Inpol.................................................................................... 20
Kanaflex ............................................................................. 45 Kit Acessórios .................................................................... 43 Novemp ..................................................................... 2a capa Olivo ................................................................................... 49 Pextron ............................................................................... 25 Prysmian .............................................................................37 Santana Painéis ................................................................. 44 Savan Iluminação............................................................... 44 Sempel ..................................................................................8 Sendi 2022 ......................................................................... 64 Termotécnica...................................................................... 26 Trael ................................................................................... 55 Treetech ............................................................................. 57 Weg Automação................................................................. 23 Weg Transformadores ..........................................................5 Weidmuller ......................................................................... 27 JANEIRO/FEVEREIRO, 2022 EM
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MOMENTO Quem vai pagar a conta?
o
PaulO ludMEr
planejamento do setor elétrico brasileiro está na berlinda, uma vez amainada a escassez de energia af luente nas bacias hidrelétricas do País (exceto as do Sul abatidas por conta do La Niña, o nome do resfriamento de águas do oceano Pacífico). Discutem-se modelagens, tanto do lado da oferta quanto do consumo. Poucos destacam as dificuldades vividas pelas distribuidoras mais sofisticadas, com áreas de concessão nas regiões metropolitanas densamente habitadas, que atendem também polos industriais eletro e energointensivos. Por mais que as distribuidoras europeias, norte-americanas e chinesas, aqui
jugada com a pandemia e a subversão da introdução de novas tecnologias na vida cotidiana. Bairros inteiros, por exemplo em São Paulo, vieram abaixo dando lugar a sucessivas torres de 30 andares. Há três anos, iniciaram-se simultaneamente dezenas de obras de grandes edifícios, vide São Paulo, atraentes como reserva de valor, juros muito baixos e perspectiva de inflação. Motivada pelo modismo, a mocidade dispensava automóveis, porque o ciclismo era ecologicamente um cartão de qualidade. Os imóveis oferecem menos garagens do que unidades à venda. Não há espaços para livros, as leituras são em tablets. Poucos móveis, diversidades de eletrodomésticos. Nas áreas comuns dos prédios veemse churrasqueiras, coworking, sala ciber, piscinas frias e quentes, varandas gourmet, salões fit center, quadras de tênis, futebol de salão e squash. Espaço existencial, de 30 a 70 metros quadrados. Em média cinco metros por dez.
“Quanto tempo precisam as distribuidoras para cartografar novamente seu mercado, que em dois anos dá cambalhotas diversas?” radicadas, contratem jovens talentosos em cibernética, probabilística e matemática atuarial, a rapaziada não tem a segurança e a expertise da senioridade (excluída e posta no desvio do mercado) para compreender o antes e o depois da contemporaneidade. Pois mudou velozmente a topologia de carga, ainda não capturada na medida necessária pelos seus algoritmos. Entre as novidades estão a explosão vertiginosa da construção civil imobiliária nas grandes capitais, durante os últimos dois anos, conPaulo Ludmer é jornalista, engenheiro, professor, consultor e autor de livros como Derriça Elétrica (ArtLiber, 2007), Sertão Elétrico (ArtLiber, 2010), Hemorragias Elétricas (ArtLiber, 2015) e Tosquias Elétricas (ArtLiber, 2020). Website: www.pauloludmer.com.br.
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Vem a pandemia. Uma família com dois filhos não aguenta o cárcere agora de gesso (tijolos são muito caros). Sem escolas, sem rua, uma vez generalizado o home working, muda completamente a percepção do uso de eletricidade. Com o trabalho à distância, surge a procura de casas amplas, chácaras e sítios nas áreas rurais e de casas de praias e barcos com quartos, sala e banheiros, no litoral. Quanto tempo precisam as distribuidoras para cartografar novamente seu mercado, que em dois anos dá cambalhotas diversas? Elas ainda faziam esforços para compreender tão profundas mudanças e eis que a inf lação volta vigorosa, os juros idem, a construção civil refreia, e a pandemia se reinventa
ainda mais forte. Aqui não nos deteremos na eletrificação da mobilidade sobre rodas, outra dor de cabeça a ser solucionada. Tampouco do smart grid. É inevitável falar sobre preços finais de energia que produziram um ref luxo no poder de compra da classe média e pobre. É honesto citar o ex-diretor da Aneel - Agência Nacional de Energia Elétrica, Edvaldo Santana, e seus artigos que mostram que todo o ônus da crise sobrou para os consumidores, sobre os quais permanecem os riscos: “O modelo matemático mascara a oferta de energia”. Ora, um consumidor que consumiria 100, incentivado pelo governo para que não falte energia, acaba economizando 20, para receber um bônus lá na frente, vive um mundo surreal. Neste exemplo, a distribuidora contratou 100 para este usuário, mas vendeu 80 para ele, cobrará dele a penalidade sobre seu planejamento furado. Ou seja, o consumidor cidadão ainda pagará pelos que não economizam e obrigam a oferta a ligar térmicas caríssimas. Neste exemplo, a geradora hidráulica que vendeu para a distribuidora, sob contrato, os 100 simulados, mas gerou só 80 porque não tinha água para mais, receberá os 100 do sistema. O consumidor pagou por meio de bandeiras tarifárias alguns bilhões de reais para resguardar a saúde das distribuidoras que tiveram que enfrentar térmicas caríssimas, ligadas emergencialmente na crise. Ora, aumentou o risco de inadimplência pois o preço final da energia disparou. Como o acréscimo via bandeira tarifária não bastou para cuidar da saúde das distribuidoras, o governo empresta dinheiro a elas que será pago pelos próprios consumidores durante meses e meses (sob a desculpa de evitar eleitoralmente um racionamento físico e sob a falácia de contenção de uma alta ainda maior das tarifas). Em suma, tudo para os agentes da cadeia da oferta e zero para sua clientela. Neste quadro, milhões de usuários são convidados a ingressar no mercado livre que só faz sentido se for melhor ou mais barato que o cativo. Restará cativo o serviço público?
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