EM - Janeiro | Fevereiro - 2021

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OS AVANÇOS E AS TENDÊNCIAS DA TECNOLOGIA ELETROELETRÔNICA

SUMÁRIO PESQUISA

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Prêmio Qualidade 2021

CAPA Foto: Shuttestock

O levantamento aponta as marcas de materiais elétricos mais associadas à qualidade, e sua evolução ao longo do tempo.

INSTALAÇÕES

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Correntes permanentes em condutores de proteção Em regime normal, o condutor de proteção deve estar livre de corrente. Apenas em caso de falta à terra verificam-se correntes elevadas de curta duração, que devem promover a atuação dos dispositivos de proteção. No entanto, na prática não é raro encontrar correntes relativamente altas no condutor de proteção — mesmo em condições de operação livres de falta. O artigo apresenta um diagnóstico das possíveis causas.

SERVIÇO – 1

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Guia de fornecedores de grupos geradores O levantamento relaciona a oferta de grupos geradores de fabricantes locais e importadores, além de locadores. Equipamentos voltados a aplicações que necessitam de alta disponibilidade de energia elétrica, na complementação ou substituição de energia na rede, ou ainda na função de fontes stand by, os grupos geradores são aqui apresentados em duas tabelas, uma para equipamentos monofásicos e outra para trifásicos.

DESCARGAS ATMOSFÉRICAS

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Desmistificando o para-raios com dispositivo de ionização No sistema de proteção contra descargas atmosféricas, o subsistema de captação é o responsável por interceptar o líder descendente do raio para que a corrente deste seja conduzida pelo subsistema de descida e dissipada de maneira segura pelo aterramento. Assim, quanto mais eficiente for essa interceptação, mais segura será a área protegida. O autor defende a superioridade dos para-raios ionizantes, apresentando resultados de pesquisas.

SERVIÇO – 2

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Guia de fios, cabos, conexões e acessórios O levantamento lista diversos fornecedores de fios e cabos nus e isolados de baixa e média tensão que atuam no mercado brasileiro. Dividido em tabelas, o guia compreende cabos para ligação de equipamentos, de uso móvel e de alta temperatura, entre outros, além de conexões, fitas e acessórios para cabos. Traz informações como material condutor dos cabos, cobre ou alumínio, isolação, bem como versões disponíveis.

Seções Carta ao Leitor No Circuito EM Sintonia EM Ex Agenda Produtos Publicações Índice de Anunciantes Momento

As opiniões dos artigos assinados não são necessariamente as adotadas por EM podendo mesmo ser contrárias a estas.

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Diretores: Edgard Laureano da Cunha Jr., José Roberto Gonçalves e José Rubens Alves de Souza (in memoriam) REDAÇÃO Editor: Mauro Sérgio Crestani (jornalista responsável – Reg. MTb. 19225) Redatora: Jucele Menezes dos Reis

OS AVANÇOS E AS TENDÊNCIAS DA TECNOLOGIA ELETROELETRÔNICA

CARTA AO LEITOR

Prêmio qualidade: uma “senhora” muito moderna MAURO SÉRGIO CRESTANI, Editor

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sta nossa edição de Eletricidade Moderna traz os resultados de uma pesquisa sobre marcas que, por assim dizer, é a top of mind de EM. “Prêmio Qualidade”, à parte ser uma veneranda pesquisa já com mais de 40 anos de realização ininterrupta, permanece ainda hoje uma iniciativa singular, no sentido de que restringe seu objeto a um único segmento (o de material elétrico de instalação) e seu público-alvo exclusivamente a profissionais (de instalações elétricas, evidentemente) e realiza seu inquérito sob critério específico e muito claro: o da qualidade dos produtos, evocada pelas marcas. É, como gostamos de frisar, um excelente indicador do resultado do trabalho das empresas detentoras das marcas, tanto de seu louvável esforço de investir em pesquisa e desenvolvimento, em ferramental e em material de primeira linha, conjugação obrigatória para conceber produtos de alta qualidade, como também de suas estratégias de comunicação e de marketing. Sim, porque um produto excelente mas que é desconhecido é isso: um produto desconhecido. A pesquisa premia, com o reconhecimento público, o trabalho das marcas que lograram destacar-se no conceito do mercado profissional, o que não é pouco, ainda mais considerando o alto nível de exigência normalmente exibido pelos profissionais sérios da área elétrica, como são os consultados em “Prêmio Qualidade”. Mas vai além: como sempre traz a comparação entre os resultados obtidos pelas marcas de um ano para o outro, também constitui uma baliza, uma referência que pode ser usada pelas empresas para a tomada de decisão, quer no reforço de estratégias já em curso, quer, sendo o caso, na correção de rumos. Nossa pièce de résistance dedicada às instalações elétricas de baixa tensão, desta vez, é um artigo sobre as causas de se encontrarem, com certa frequência, correntes relativamente altas em condutores de proteção em regime normal, condição em que estes deveriam estar livres de corrente. Partindo de um caso prático, em que correntes nesse condutor foram detectadas durante o comissionamento de um edifício de uma indústria farmacêutica, o autor empreende primeiro um exame sobre o tema dos condutores de proteção em instalações fixas, à luz das normas (sobretudo a norma de instalações), para depois descrever a pesquisa das causas das correntes nesses condutores, medidas em diversos pontos da instalação em exame. Tratou-se, como se verá, de empresa nada trivial, posto que essas causas podem ser de natureza muito diversa e dependem bastante dos equipamentos de utilização existentes em cada instalação. Um outro artigo aqui publicado versa sobre assunto oportuno, a proteção contra descargas atmosféricas, tão comentada sobretudo nesta época do ano no Brasil. Mas seu tema é algo controverso: trata dos para-raios com dispositivos de ionização, também chamados de para-raios de “emissão antecipada de líder ascendente”. Equipados com um dispositivo ionizante, esses para-raios baseiam-se na teoria de que um líder ascendente lançado por um captor vai interceptar o líder descendente do raio, assim aumentando a eficiência da interceptação e, por conseguinte, o tamanho da área protegida. Como já mencionamos neste espaço em outra ocasião, a discussão é antiga e até hoje não foi pacificada. A norma brasileira ABNT NBR 5419, cuja última versão é de 2015, não reconhece o uso de tais para-raios, e entre os nossos especialistas não são poucos aqueles que refutam o seu uso, e de forma veemente. O artigo é aqui publicado em consonância com a vocação (mais que isso, a obrigação) de EM de promover o debate sério, como sempre aconteceu em seus quase 50 anos de existência.

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ISSN 0100-2104



NO CIRCUITO EnEl X E Estapar invEstEm Em rEcarga sEmipública

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Enel X, empresa de soluções energéticas da Enel Brasil, e a rede de estacionamentos Estapar firmaram um acordo para criar a primeira rede de carregamentos de veículos elétricos semipública do Brasil. As duas empresas vão viabilizar, em uma etapa inicial, 250 estações de recarga em cerca de 100 pontos localizados em estacionamentos da Estapar nas regiões Sul, Sudeste, Nordeste e Distrito Federal. O projeto deverá ser concluído em fevereiro de 2021. As estações serão equipadas com dispositivos que contam com carregamento inteligente semirrápido, abastecendo 80% da bateria de automóveis elétricos e de híbridos plug-in em aproximadamente 3 horas. O acordo entre a Enel X e a Estapar estabelece gratuidade do serviço de carregamento dos veículos elétricos para clientes das empresas parceiras do projeto, em especial as companhias do setor automotivo. O modelo de negócio prevê que as fabricantes de automóveis e outros interessados, com base em uma assinatura mensal, concedam esse benefício aos seus clientes. Para usufruir da gratuidade, o usuário deverá se cadastrar no aplicativo Vaga Inteligente da Estapar para confirmar a sua ele-

EDP lança app para localização de eletropostos públicos

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EDP Smart lançou recentemente no Brasil o aplicativo EDP EV. Charge Br, que tem o objetivo de facilitar o planejamento das recargas, permitindo a visualização da rede de eletropostos públicos da EDP, acompanhamento do histórico de recargas e a realização do desbloqueio dos equipamentos para uso a partir do celular. De acordo com a empresa, o app disponibiliza, em tempo real, informações sobre o status dos eletropostos (se há veículos carregando, ou se o equipamento conta com eventual problema ou limitação); mapa das estações de recarga (com localização e horário de funcionamento); notificações sobre o andamento do abastecimento; monitoramento do histórico de recargas e suporte em caso de dúvidas. Além disso, é possível solicitar o EDP EV.Card, cartão utilizado para iniciar as recargas nos eletropostos em modo offline, para os casos onde o usuário não esteja com o celular disponível. O cartão é enviado gratuitamente para o endereço selecionado pelo cliente. A tecnologia do aplicativo foi desenvolvida pela Voltbras, startup focada no gerenciamento

gibilidade de acesso ao sistema. Neste caso, o proprietário do veículo não terá custo adicional além do valor de estacionamento durante o período do benefício. Segundo a empresa, um dos diferenciais do projeto idealizado entre a Enel X e a Estapar é a experiência proporcionada ao cliente, que poderá visualizar em tempo real os pontos de recarga, chamados de Ecovagas, dirigir-se até o local e recarregar seu veículo em poucos minutos. De acor-

A recarga de 80% da bateria de automóveis elétricos e de híbridos plug-in deve ocorrer em aproximadamente 3 horas

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EM JANEIRO/FEVEREIRO, 2021

da recarga de carros elétricos, por meio do conceito de inovação aberta, com a integração dos profissionais da EDP e da Voltbras. “Hoje, contamos com um time de desenvolvedores com know how do setor que consegue atender da melhor forma pequenas e grandes empresas com tecnologia nacional, agilidade e abertura para customização”, afirma Bernardo Durieux, fundador da Voltbras. Para utilizar o app, o usuário pode fazer o download na AppStore ou PlayStore e realizar seu cadastro. No eletroposto desejado, o desbloqueio do equipamento pelo app é feito por meio de um QR Code ou um código numérico de seis dígitos. O download do app EDP E.V Charge Br está disponível em https://play.google.com/store/apps/details? id=pt.edp.evcharge.br ou https://apps.apple. c om / br/app/edp - ev- charge - br/ id15 3 8 9 4 3600. A EDP possui atualmente 50 pontos de carregamento ativos no País. Até o final de 2022, a companhia espera triplicar os pontos de carregamento. Por meio da EDP Smart, a empresa também comercializa carregadores elétricos residenciais.

do com a Enel, as Ecovagas contam com a segurança de profissionais para o gerenciamento das instalações, manutenção da rede real time, energia e gerenciamento por meio de tecnologia e software que permitem o nível de serviço e de funcionamento dos equipamentos. As 250 Ecovagas serão instaladas em estacionamentos premium administrados pela Estapar, como shopping centers, aeroportos, hospitais, arenas, prédios comerciais e instituições de ensino. As estações de recargas serão disponibilizadas em 23 cidades em 10 estados, como São Paulo (SP), Guarulhos (SP), Barueri (SP), Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG), Curitiba (PR), Aracaju (SE), Recife (PE), Salvador (BA), Brasília (DF), Campinas (SP) e Fortaleza (CE). No médio e longo prazo, a intenção das duas empresas é expandir a quantidade de pontos da rede de recarga para outros locais, como restaurantes, outras redes de estacionamento e locais públicos.


IndústrIa eletroeletrônIca cresce 1% em 2020

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apresentou crescimento (18%), com a elevação de 171% nas exportações de grupos eletrogêneos. Nas demais, as quedas nas vendas externas variam entre -13% (Utilidades Domésticas) e -51% (Automação Industrial). A retração nas exportações atingiu quase todas as regiões, com exceção dos demais países da Ásia exceto a China (+12%). Porém, a participação destes países no total das exportações de bens do setor não foi muito expressiva em relação às demais regiões, atingindo 6%, aponta o balanço. Os principais destinos das exportações do setor continuaram sendo os Estados Unidos e Aladi, que juntos representaram 70% do total. As importações registraram queda de 10%, passando de US$ 32 bilhões, em 2019, para US$ 28,9 bilhões, em 2020, o que reflete o baixo nível de ati-

faturamento da indústria eletroeletrônica fechou 2020 com R$ 173,4 bilhões, o que representa crescimento nominal de 13% em relação a 2019 (R$ 153 bilhões), de acordo com balanço realizado pela Abinee Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica. Em termos reais, ou seja, descontando a inflação do setor, que em 2020 atingiu 12% de acordo com o IPP - Índice de Preços ao Produtor do IBGE, o incremento é de 1%. Segundo a entidade, o setor eletroeletrônico iniciou o ano com expectativas favoráveis, mas já em fevereiro começou a sentir os efeitos da Covid-19, representada Indicadores da indústria elétrica e eletrônica pelas dificuldades de abasIndicador 2019 2020 tecimento de componentes 153007 173408 da China. A retomada da Faturamento nominal 38774 33516 atividade foi iniciada a par- Faturamento (US$ milhões) 0,2% -2,0% tir do 3o trimestre de 2020, Produção física (variação no ano) Exportações (US$ milhões) 5579 4393 de acordo com a Abinee. Importações (US$ milhões) 32032 28858 Os dados apontam que a Saldo (US$ milhões) -26453 -24464 produção industrial de bens Número de empregados (mil) 234,5 243,0 78% 75% eletroeletrônicos apresentou Utilização da capacidade instalada (%) 2754 2913 queda de 2% em 2020 em Investimentos (R$ milhões) 1,80% 1,68% relação ao ano anterior. Já a Investimentos (% do faturamento) utilização da capacidade instalada passou de 78% no final de 2019 vidade da indústria. A desvalorização para 75% no final de 2020. Por sua cambial também provocou a retração vez, o número de empregados no setor das importações, uma vez que o dóaumentou de 234,5 mil em 2019 para lar em 2019 estava sendo cotado a R$ 243,0 mil no final de 2020, represen- 3,95 e em 2020 atingiu R$ 5,17 (média tando elevação de 4%. Entre os meses anual). A queda de importações foi vede março e maio, o nível de emprego rificada em todas as áreas do setor, que teve fortes quedas, chegando a perder variaram entre -1% (Telecomunicações) 14 mil postos de trabalho no período. e -17% (Utilidades Domésticas). Porém, a partir de junho do ano pasCom exceção da Argentina, recuasado, o número de empregos voltou a ram as compras externas de todas as crescer, ultrapassando patamares regis- regiões analisadas. Contudo, a particitrados antes do início da pandemia. pação desse país no total das importaAs exportações recuaram 21% em ções do setor foi de apenas 0,5%, aponrelação a 2019, passando de US$ 5,6 ta a Abinee. Os países da Ásia foram as bilhões para US$ 4,4 bilhões. Apenas principais origens das compras extera área de Geração, Transmissão e Dis- nas de bens do setor, participando com tribuição de Energia Elétrica (GTD) 73% do total, sendo que apenas a China

representou 47%. Com isso, o déficit da balança comercial atingirá US$ 24,5 bilhões, resultado 8% inferior ao apresentado em 2019 (US$ 26,5 bilhões). Desempenho por áreas - O faturamento real da área de GTD apresentou estabilidade em 2020, de acordo com a Abinee. No caso da Geração, houve expansão de investimentos para atender o mercado livre. Na Transmissão, o faturamento foi resultado dos negócios já em andamento, decorrentes dos leilões dos últimos anos, especialmente, de 2017 para cá. E na Distribuição, observou-se aumento dos investimentos das distribuidoras com o objetivo de garantir o fornecimento de energia durante a pandemia. De acordo com Marcelo Machado, diretor da área de GTD da Abinee, a evolução desse segmento está conectada à sua essencialidade durante a pandemia. “Observamos que os players do mercado de 2020 x infraestrutura do setor elé2019 13% trico estavam preocupados -14% em evitar problemas com a operação do sistema. E por -21% isso a importância de manter -10% os investimentos. Então, boa -8% parte do que era planejamen4% to de investimentos foi feito; 6% em alguns aspectos, houve até incremento para garantir o desempenho do sistema”, afirmou. Já no segmento de energia renovável, segundo Machado, embora alguns leilões tenham sido cancelados, muitos projetos já estavam no planejamento do setor, fruto até de leilões anteriores, e foram mantidos. Além disso, de acordo com o diretor, a expectativa para 2021 é positiva. “Recentemente, foi publicado no Diário Oficial da União o planejamento dos leilões de compra de energia, o que oferece sustentação a esse segmento. Há ainda há perspectiva de continuidade de investimentos nessa área pelo setor privado”. Já o faturamento real da área de Material Elétrico de Instalação caiu 3%. Segundo a Abinee, o segmento não sofreu oscilações tão bruscas pois JANEIRO/FEVEREIRO, 2021 EM

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NO CIRCUITO as lojas de materiais de construção foram consideradas essenciais e continuaram abertas mesmo durante a quarentena, e houve aumento das pequenas obras e reformas durante o período de isolamento social. Os desempenhos das empresas fabricantes de bens de Automação Industrial (-5%) e Equipamentos Industriais (-2%) variaram de acordo com os tamanhos dos projetos e com os segmentos de atuação. Os projetos grandes e de ciclo longo continuaram em andamento mesmo durante o pior momento da pandemia, afirma a entidade. Os efeitos mais nocivos foram verificados nos projetos menores e de ciclo curto, principalmente no 2o trimestre de 2020, porém já apresentando recuperação a partir do 3o trimestre. Também foi observado aumento nos negócios voltados a alguns segmentos de atuação, como alimentos, bebidas, farmacêuticos, ou seja, áreas que tiveram aumento na demanda durante a pandemia. No segmento de Componentes Elétricos e Eletrônicos, a área de Informática (+17%) foi a única a apresentar crescimento em termos reais, em função principalmente do aquecimento do mercado de notebooks decorrente do home office e do ensino à distância na pandemia. A área de Telecomunicações teve queda real de 1%, o que representa crescimento nominal de 11%. O incremento é devido ao acréscimo de 19% no faturamento de telefones celulares, visto que o segmento de infraestrutura recuou 9%, segundo o relatório. Perspectivas – Para 2021, esperase elevação de 12% no faturamento do setor eletroeletrônico, que deverá alcançar R$ 194 bilhões, com incremento em todas as áreas do setor, com variações entre +5% (Componentes Elétricos e Eletrônicos) e +20% (Informática). Descontando a inflação do setor, o crescimento real da indústria eletroeletrônica deverá ficar em 7%. Para este ano, a perspectiva é de que haja crescimento do PIB de 3,5%, in10 EM JANEIRO/FEVEREIRO, 2021

Marcelo Machado, diretor de GTD da Abinee: “Os players do mercado de infraestrutura do setor elétrico mantiveram investimentos. Em alguns aspectos, houve até incremento para garantir o desempenho do sistema.”

flação em torno de 3,3% ao ano e taxa Selic no final do período de 3% ao ano. Em 2021, são previstos ainda crescimento de 6% na produção, aumento da mão de obra empregada no setor, que passará de 243,0 mil funcionários no final de 2020 para 249,5 mil no final de 2021, e elevação de 75% para 78% na utilização da capacidade instalada. As exportações deverão crescer 7% (US$ 4,7 bilhões) e as importações aumentarão 10% (US$ 31,6 bilhões). Conforme Sondagem realizada com os associados da Abinee, 75% das empresas projetam crescimento nas vendas/encomendas para 2021 em relação a 2020; 22%, estabilidade e apenas 3%, queda. O relatório completo da Abinee pode ser acessado no link: http://www.abi nee.org.br/abinee/decon/decon15.htm.

Brametal entra no segmento de IlumInação PúBlIca

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om seu mercado com potencial de R$ 27,8 bilhões — valor correspondente à virtual modernização dos quase 19 milhões de pontos de luz do País, segundo levantamento do Banco Mundial —, a iluminação pública vem despertando interesse crescente de investidores e empresas de outros segmentos. A Brametal, que atua principalmente na área de estruturas metálicas para redes de transmissão de energia elétrica, anunciou recentemente o


Características

futuro.

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NO CIRCUITO Divulgação

No segmento de IP, a Brametal tem planos de dominar 50% do mercado nos próximos cinco anos, diz Alexandre Schmidt , diretor comercial e de marketing da Brametal

início de fabricação de postes, braços e suportes de iluminação pública, atraída por um mercado que fatura aproxima­ damente R$ 300 milhões por ano. “Prevemos faturar já neste ano R$ 58 milhões no segmento, correspondentes a 20% do mercado, e nosso plane­ jamento é de chegar a 50% em cinco anos”, informa o diretor Comercial e de Marketing da empresa, Alexandre Queiroz Schmidt. A Brametal está investindo R$ 8 milhões na montagem da nova fábri­ ca, sendo a maior parte dos recursos destinados à compra de máquinas no Brasil e no exterior, pincipalmente para dobra dos perfis de aço. A fábrica está sendo instalada na unidade da em­ presa em Linhares, no Espírito Santo (a empresa tem outras unidades fabris, em Criciúma, SC, e Sabará, MG), num espaço antes destinado a suprimentos e almoxarifado, transferidos para ou­ tro local. Também foi estruturado um time de engenharia e uma equipe de vendas e marketing com experiência na área, além de 15 representantes que já atuavam com outras marcas no setor de IP. O novo negócio terá como geren­ te comercial Ernesto Ullrich, que pos­ sui 25 anos de experiência em vendas no segmento de iluminação pública e, segundo a empresa, é especialista em migração para tecnologia LED e em automação e telegestão de IP. A empresa também contratou uma assessoria de marketing técnico para fazer o planejamento estratégico da atuação no novo mercado. “Chegare­ mos prontos”, diz Alexandre Schmidt. Uma das principais formas de atuação será a parceria com empresas vencedo­ 12 EM JANEIRO/FEVEREIRO, 2021

ras das licitações PPPs de iluminação pública das prefeituras. De acordo com Schmidt, a fábrica ficará pronta em junho, mas a produ­ ção de braços e suportes terá início já em março. O diretor destaca ainda o design dos novos itens, inteiramente elaborado pela engenharia da Brame­ tal, que resultou em produtos “mais resistentes e mais leves”. Um dos di­ ferenciais é a galvanização própria a fogo, uma vez que a empresa á uma das maiores galvanizadoras das Américas, com cinco linhas de galvanização. A produção da Brametal ultrapas­ sa 180 mil toneladas/ano, e seu fatu­ ramento em 2020 foi de R$ 1,2 bilhão, sendo 95% provenientes do mercado de transmissão elétrica e o restante dividido entre os de telecomunica­ ções e geração de energias renová­ veis, com o fornecimento de estrutu­ ras de suporte. Uma vantagem adicio­ nal da nova fábrica de produtos para IP é que as máquinas adquiridas são adequadas também a produção de estruturas para sistemas solares foto­ voltaicos, informa Schmidt. “Com a demanda prevista para os próximos anos de energia solar, vai faltar fábri­ ca no Brasil. As novas máquinas vão permitir um aumento da capacidade de estruturas para FV e acelerar a produção.”

Thyssenkrupp invesTe em hidrogênio verde

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divisão de produtos de hidrogê­ nio verde da Thyssenkrupp Uhde Chlorine Engineers fechou um contrato de engenharia para instalar uma planta de eletrólise da água de 88 MW para a empresa canadense de ener­ gia Hydro­Québec, que é uma empresa estatal e uma das maiores fornecedoras de energia hidrelétrica da América do

AES Tietê investe em geração com hidrogênio

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AES Tietê fechou uma parceria com a empresa Hytron e o Instituto Avançado de Tecnologia e Inovação (IATI) para investir em um projeto de P&D Aneel para geração de energia com hidrogênio. A empresa pretende desenvolver um kit de adaptação para uso de H 2 em grupo motogerador - GMG) e um eletrolisador nacional com o objetivo de viabilizar a produção de hidrogênio a custos compatíveis com o diesel. “O projeto visa substituir parcialmente o combustível fóssil e diminuir consideravelmente as emissões atuais de gases de efeito estufa. Hoje, é comum a utilização de sistemas de GMG a diesel principalmente como backup de energia, em horários de pico, zonas rurais e, também, em sistemas isolados, gerando impacto ambiental muito alto”, explica Julia Rodrigues, coordenadora de P&D e Inovação da AES Tietê. Com investimento de aproximadamente R$ 4,2 milhões, a unidade de demonstração será construída, testada e avaliada. À Hytron foi destinada a tarefa de desenvolver o eletrolisador de baixo TCO (total cost of ownership), com materiais preferencialmente nacionais. Já o IATI está projetando um kit de conversão para que geradores a diesel possam atuar de forma híbrida, 50% H2 e 50% diesel, para ser utilizado nos ativos já existentes e depreciados. Empresas da cadeia produtiva de GMG estimam que o tamanho desse mercado, no Brasil, gira em torno de 12 mil novas unidades por ano, assim como um parque instalado de 200 mil unidades. “Hoje não existem sistemas comerciais que permitam a utilização do hidrogênio em substituição ao diesel em GMG. Nossa estimativa de comercialização dos kits e eletrolisadores é de 0,1% do mercado no primeiro ano, com crescimento de 10% ao ano”, conclui Julia.

Norte. A usina de eletrólise da água será construída na cidade de Varennes, Quebec, e deverá produzir 11100 tone­ ladas métricas de hidrogênio verde anualmente. Tanto o hidrogênio quanto o oxigênio, subprodutos do processo de eletrólise, serão usados em uma fábrica para produzir biocombustíveis a partir de resíduos para o setor de transporte. Segundo a empresa, a planta será uma



NO CIRCUITO

Unidade da STEAG, localizada em DuisburgWalsum, na Alemanha

das primeiras e maiores instalações de produção de hidrogênio verde do mundo. Denis Krude, CEO da Thyssenkrupp Uhde Chlorine Engineers, afirmou em nota que a região de Quebec e a parceria com a Hydro-Québec oferecem condições ideais para instalação da tecnologia de eletrólise da água em escala multimegawatt. O comissionamento está programado para o fim de 2023. Segundo a Thyssenkrupp, a tecnologia de eletrólise da água fornecida pela empresa viabiliza módulos padrão de grande porte, que podem ser combinados para atingir capacidades nas faixas de multi-megawatts e gigawatts. “Com a expansão de nossa cadeia de fornecimento anual para um gigawatt, nossos grandes módulos-padrão e a presença global de nossa empresa como fornece-

14 EM JANEIRO/FEVEREIRO, 2021

dora EPC, já temos uma posição inicial ideal em um mercado que está se tornando mais dinâmico”, afirmou em nota Christoph Noeres, head de hidrogênio verde da Thyssenkrupp Uhde Chlorine Engineers. A empresa também firmou uma parceria com a Thyssenkrupp Steel e a companhia de energia STEAG para elaborar um estudo de viabilidade com o objetivo de construir uma planta de eletrólise da água na unidade da STEAG na cidade alemã de Duisburg, a qual deverá fornecer hidrogênio verde e oxigênio para a usina siderúrgica da Thyssenkrupp Steel, no distrito de Bruckhausen. A usina de eletrólise projetada na unidade da STEAG deverá ter capacidade de até 500 MW, produzindo até cerca de 75 mil toneladas de hidrogênio verde por ano. Em nota divulgada à imprensa, Arnd Köfler, diretor de tecnologia da Thyssenkrupp Steel, afirmou que o hidrogênio é a chave para reduzir as emissões de CO2 na indústria siderúrgica. “Devemos definir o rumo do fornecimento hoje para que possamos produzir amanhã o aço neutro para o clima. Neste contexto, a cooperação entre três empresas sediadas na região é um elemento

importante, lançaremos as bases de uma economia de hidrogênio”, disse. As parceiras planejam participar como investidoras e buscar financiamento privado e público para o projeto. A perspectiva é de que a Thyssenkrupp Steel aumente a demanda por hidrogênio verde. Nos próximos anos, a empresa espera que a conversão de um altoforno resulte em uma demanda anual de cerca de 20 mil toneladas de hidrogênio verde. A companhia prevê que essa demanda aumentará para cerca de 720 mil toneladas por ano até 2050, como resultado da conversão gradual das plantas e equipamentos.

EngiE lança app para Eficiência EnErgética

A

Engie, que atua em geração, comercialização e transmissão de energia elétrica, transporte de gás e soluções energéticas, lançou recentemente a Energy Planner, uma ferramenta virtual gratuita que ajuda estabelecimentos comerciais na identi-


Simulador permite consultar dados e gerar um relatório personalizado do consumo de energia da empresa

ficação de oportunidades de redução de consumo de energia elétrica. Segundo a empresa, o simulador permite consultar dados e gerar um relatório personalizado do consumo de energia de uma companhia. “Um bom gestor precisa conhecer os principais custos de uma empresa e quanto ela despende nas contas essenciais, como gasto de energia, por exemplo. Essa ferramenta será muito útil neste sentido para quem quiser usar a energia de maneira mais eficiente”, ressalta Matheus Amorim, diretor comercial de Soluções da Engie.

O ponto de partida para utilizar o app é o preenchimento de um questionário, que permite à ferramenta disponibilizar um breve diagnóstico energético automático, onde é possível ver o valor gasto com os diferentes grupos de consumo, como refrigeração, iluminação, ar-condicionado, entre outros, além das despesas totais em termos percentuais de cada item. O relatório também estima o volume de emissões de CO2 da empresa pelo consumo de eletricidade, o que permite um planejamento do negócio para uma transição energética rumo a uma economia de baixo carbono, afirma a companhia. O documento realiza ainda uma comparação com outros estabelecimentos comerciais do mesmo porte e região e analisa gastos com energia e utilidades. Os consumidores do mercado cativo de energia elétrica contam também com análise de custo para migração para o mercado livre no app. O simulador inclui ainda análises de diversas soluções, como energia solar, eficiência energética

e automação. Inicialmente, a ferramenta é voltada a setores como varejo, shoppings centers, supermercados, hotéis e hospitais, mas a previsão é que, a partir de março, esteja disponível também para segmentos industriais. O simulador está disponível em https://energyplanner. engie.com.br.

NeoeNergia: sistema para moNitorar barrageNs

A

Neoenergia, da espanhola Iberdrola, desenvolveu equipamentos no Brasil para automatizar o monitoramento hidrológico de barragens e rios nas áreas onde estão localizadas as suas usinas hidrelétricas. Por meio de um projeto de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D Aneel) iniciado em 2017, foram criadas duas embarcações com equi-

JANEIRO/FEVEREIRO, 2021 em

15


NO CIRCUITO NOTAS Projeto P&D da Aneel permitirá previsão de volume e condições da água de reservatórios de suas hidrelétricas

pamentos para medir vazão e sedimentação, além de promover análise da qualidade da água de forma automatizada. Com meta de criar tecnologia até dez vezes mais barata do que as importadas hoje utilizadas no País, os estudos vão gerar soluções para a previsão do volume e das condições da água que chegará aos reservatórios das hidrelétricas, o que influencia no aproveitamento dos recursos para geração de energia. Segundo a Neoenergia, os novos equipamentos permitem a melhoria contínua da qualidade do trabalho de monitoramento hidrológico. Além disso, com a automação, há aumento da segurança dos colaboradores, que não precisam entrar nos rios para executar as medições. Em parceria com a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e outras instituições, a embarcação inclui, além dos equipamentos de medição da vazão e da qualidade da água, um microscópio que permite a análise da maior parte das partículas presentes na água, reduzindo a necessidade de avaliações em laboratório. Outra embarcação para avaliar o transporte de sedimentos nos rios foi produzida junto ao Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (Inesc TEC), de Portugal. Os três produtos serão utilizados nas medições de campo feitas trimestralmente. Os protótipos serão testados em 2021 na Usina Hidrelétrica de Itapebi, no rio Jequitinhonha, entre Minas Gerais e Bahia. Em seguida, poderão ser utilizados nos demais ativos de geração hídrica da companhia – Baguari, Baixo Iguaçu, Belo Monte, Corumbá, Dardanelos e Teles Pires. 16 EM JANEIRO/FEVEREIRO, 2021

Programação diária – O ONS Operador Nacional do Sistema Elétrico oferece uma nova funcionalidade no aplicativo ONS+ que permite aos usuários visualizar todas as fases (as atividades já concluídas e as pendências) da Programação Diária. O recurso possibilita ainda que os agentes confiram as informações estatísticas do que já foi enviado e acompanhem o andamento do estágio pós-Dessem. O aplicativo ainda deve receber novos recursos este ano, como um que deverá viabilizar a comunicação entre o Operador e os agentes, possibilitando trocar mensagens entre ambas as partes pelo próprio app, e outro que permita envio de ofertas e comentários por meio da ferramenta. Inauguração – A distribuidora de materiais elétricos Elétrica Neblina inaugurou uma nova unidade em São Paulo, SP, com o objetivo de facilitar o atendimento e a disponibilidade de produtos. No novo espaço, o público terá um portfólio de produtos com mais de 30 mil itens, além de autoatendimento e profissionais especializados para auxiliar nos projetos elétricos e de iluminação. Em breve, a empresa deve oferecer o sistema de delivery para entregas em um raio de até 10 km. Nacionalização – O Grupo Nordex obteve recentemente no Brasil o credenciamento do modelo de aerogerador N163/5.X junto ao BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, possibilitando a aquisição dos equipamentos por meio da linha de crédito Finame. Para obter o credenciamento, o Grupo Nordex desenvolveu, em parceria com seus fornecedores locais, dezenas de componentes que serão fabri-

cados com certos níveis de material nacional e mão de obra brasileira. As naceles e hubs do modelo N163/5.X serão produzidos na fábrica da empresa localizada na Bahia, e as pás serão fabricadas por um fornecedor brasileiro habitual. Já as torres de concreto serão fornecidas por unidades da companhia localizadas no entorno dos parques eólicos. Crescimento – A Schmersal espera crescer 13% no Brasil em 2021. Para tanto, a empresa projeta aumentar sua atuação no segmento de agronegócio, bem como nos mercados Ex, conhecidos como áreas classificadas, que incluem o próprio agronegócio e óleo e gás, por exemplo. A companhia também pretende mirar no mercado externo, como Estados Unidos e América Latina, especialmente México, Colômbia e Chile, com foco nos segmentos de mineração, alimentos e bebidas. Este ano, a Schmersal deve investir em torno de 5,5% do faturamento, principalmente em TI, para segurança de sistemas e melhoria/automação dos processos. Nova subestação – A Elektro concluiu a construção da nova subestação Guarujá 04, que deverá beneficiar cerca de 109 mil clientes da cidade do Guarujá. Com capacidade de 33 MVA, distribuídos em cinco alimentadores de 13,8 kV, a nova subestação conta com a tecnologia GIS - Gas Insulated Switchgear, que, de acordo com a companhia, permite que possíveis ocorrências sejam solucionadas mais rapidamente, reduzindo o tempo de espera para o restabelecimento da energia. Além disso, o sistema automatizado dispensa a presença de eletricistas e operadores na subestação para efetuar manobras, sendo realizadas diretamente pelo Centro de Operação da Distribuição (COD) da Elektro, em Campinas, por comunicação via satélite.



EM SINTONIA EMISSÕES o

especialista Roberto Schaeffer, da Cenergia, servindo-se de dados da EPE - Empresa de Pesquisa Energética, defende a tese de que o setor elétrico brasileiro é capaz de manter baixas emissões de CO 2 no longo prazo, mesmo com o aumento da demanda. De acordo com ele, a mudança do uso do solo – diante da redução do desmatamento e da degradação das pastagens – se efetivará pela transformação das pastagens em alta produtividade. Além disso, ele espera grande captura de carbonos pela expansão da produção de biodiesel, bioquerosene e etanol. Vale destacar que no setor elétrico cresce a geração com biomassa, solar e eólica.

CONTA COVID a

Conta Covid venceu o prêmio Deals of the Year, da publicação norte-americana Latin Finance, na categoria “Financiamento Estruturado do Ano”. A CCEE - Câmara de Comercialização de Energia Elétrica foi selecionada para levar o reconhecimento pela iniciativa. A medida recebeu duas indicações, uma de um escritório de advocacia e outra de um banco de investimentos. A escolha dos vencedores foi feita pela equipe editorial da Latin Finance, com base na análise dos dados técnicos e financeiros da operação e sua importância no contexto do mercado. A Conta Covid foi estabelecida pelo Governo Federal e pelo MME Ministério de Minas e Energia com 18 EM JANEIRO/FEVEREIRO, 2021

o objetivo de mitigar os problemas de caixa vivenciados pelas empresas de distribuição em meio à pandemia. A Aneel - Agência Nacional de Energia Elétrica foi a responsável pela regulação da medida e pela estruturação das condições do financiamento. A CCEE - Câmara de Comercialização de Energia Elétrica participou da estruturação da iniciativa e na operação dos repasses do empréstimo para as distribuidoras. Os montantes, que somaram R$ 15,3 bilhões, foram direcionados para compensação da queda de faturamento e antecipação de receitas das companhias, impactadas pela redução no consumo de energia durante boa parte de 2020. A partir de março, a organização dará início à arrecadação, junto às distribuidoras, dos valores para a quitação do financiamento.

PCHs o

bserva-se uma nova onda de oferta de venda, embora mais discreta do que a anterior, de pequenas centrais hidrelétricas no mercado brasileiro (em plena estiagem). Quanto mais encrencadas, mais despertam o apetite de fundos de investimento que as remendam e revendem na valorização do ativo. De 2008 a 2018, as PCHs padeceram de políticas públicas mais favoráveis às eólicas. Agora enfrentam trajetória paralela vis-à-vis com a competição das fotovoltaicas. O marketing perceptivo deverá inserir no argumento de atratividade a tese de casamento de geração solar e hidrelétrica, sendo a fotovoltaica uma garantia de geração do conjunto nos períodos secos e, portanto, estabilidade e previsibilidade nos contratos de venda.

CONSUMO DE ENERGIA o

índice Comerc aponta que o desempenho geral dos principais setores da economia registrou em dezembro alta no consumo de energia de 10,3% em relação a último mês de 2019. De acordo com o estudo, após o impacto da implementação de medidas restritivas logo no início da pandemia, o consumo geral dos 11 principais setores da economia recuou -18,12% e -16,96% em abril e maio, respectivamente, na comparação com os mesmos meses do ano anterior. A recuperação do consumo passou a dar os primeiros sinais em setembro, seguindo em alta gradativa até dezembro. A análise setorial mostra que, mesmo com as medidas restritivas, alguns setores apresentaram quedas pontuais ou oscilação dentro da média histórica. É o caso de Papel & Celulose, Alimentos, Embalagens e Química. De acordo com Marcelo Ávila, Vice-Presidente da Comerc Energia, os menores impactos podem estar relacionados não apenas a questões econômicas, mas também a mudanças de comportamento de consumo, as quais podem impactar de forma ainda mais significativa em setores como Veículos & Autopeças e Têxtil, Couro & Vestuário. Com a adoção do trabalho remoto definitivo por parte de muitas empresas, além dos desdobramentos da crise econômica, a demanda por roupas e calçados e as formas de deslocamento também devem mudar. Segundo a FecomercioSP, o segmento de vestuário, tecidos e calçados foi o mais afetado pela pandemia, com projeção de encerrar o ano com queda de 25% no faturamento.





Pesquisa

Prêmio Qualidade 2021 Veja aqui os resultados do levantamento que aponta as marcas de materiais elétricos mais associadas à qualidade e sua evolução ao longo do tempo da Redação de EM

M

ensurar a qualidade de uma marca é uma tarefa complexa, haja vista que o conceito é abrangente. No caso das marcas de produtos elétricos, a concepção de qualidade ultrapassa o atendimento e conformidade aos requisitos técnicos, envolvendo conceitos subjetivos, relacionados às percepções dos usuários, entre outros aspectos. Conquistar o título de excelência em qualidade entre seu público-alvo é um objetivo perseguido por todas as empresas, e que requer trabalho árduo, pois envolve diversas variáveis. Para auxiliar o mercado de materiais elétricos na tarefa de identificar quais as marcas de materiais e equipamentos utilizados em instalações elétricas são mais associadas ao conceito de qualidade pelos profissionais de eletricidade, a revista Eletricidade Moderna realiza há mais de quatro décadas a pesquisa “Prêmio Qualidade”. O levantamento conta com a participação de engenheiros, técnicos, tecnólogos e eletricistas. Como lidam no dia a dia com tais produtos e, na maioria das vezes, escolhem ou no mínimo influenciam a decisão de compra desses itens, são considerados formadores de opinião nesse segmento. As figuras 1 a 6 fornecem mais informações sobre esses profissionais, como formação, áreas de atuação, categorias das suas empresas, região geográfica de atuação, entre outras. Para realizar a pesquisa, EM seleciona em seu cadastro de leitores nomes com o perfil adequado e a eles envia um questionário contendo a relação de produtos e uma pergunta: “Qual é, em sua opinião, a marca de melhor qualidade de cada um dos produtos listados?”. O questionário não contém estímulos de qualquer natureza, como lista de opções ou sugestões de nomes, sendo respondido pelo pesquisado de forma absolutamente espontânea. O levantamento inclui equipamentos de média tensão e produtos voltados a instalações de baixa tensão e iluminação. Ao todo, fazem parte do escopo de “Prêmio Qualidade” 72 itens normalmente utilizados em instalações elétricas residenciais, comerciais e industriais, como conectores, relés, religadores, dutos para 22

EM JANEIRO/FEVEREIRO, 2021

redes subterrâneas de distribuição, eletrocentros, grupos geradores, barramentos blindados, canaletas metálicas e plásticas para instalação aparente, entre outros. Foram recebidas respostas de 709 profissionais de eletricidade, que atuam em empresas de todas as atividades (indústrias, comércios, órgãos e empresas de administração pública, companhias de energia elétrica, etc.) como usuários finais, sendo responsáveis pela manutenção e/ou operação dos sistemas elétricos nesses locais, ou como especificadores em empresas de serviços técnicos especializados (projetos, consultoria, montagens e manutenção). Os resultados são apresentados em tabelas, uma para cada produto pesquisado, publicadas a partir da página 26. Elas fornecem os volumes de indicações obtidos pelas marcas em 2021 e também em 2020. Dispostas lado a lado, essas duas porcentagens permitem avaliar a evolução das marcas no conceito do consumidor especializado de um ano para outro. Cada tabela tem um universo específico, isto é, o número de questionários, dentre o total de 709 recebidos, com indicações para o produto em questão, pois os consultados foram orientados a responder apenas sobre os itens da lista com os quais tivessem experiência real, no uso ou na especificação. Desta forma, os volumes de indicações recebidas pelas marcas são dados em porcentagem dos respectivos universos. No caso em que os consultados indicaram mais de uma marca para um mesmo produto, todas foram consideradas. Por isso que, em algumas tabelas, a soma dos percentuais de todas as marcas listadas pode ser maior do que 100%. Por outro lado, há casos em que nem todas as marcas citadas figuram nas tabelas, haja vista que foram excluídas da apresentação as que não obtiveram no mínimo 2% das indicações do universo respectivo, o que implica soma dos percentuais de indicações menor do que 100%. Vale destacar ainda que em alguns itens houve empates entre duas ou mais marcas na primeira colocação. A pesquisa fornece ainda informações adicionais, como os produtos de uso mais difundido entre os profissionais


consultados (tabela I) e as dez marcas mais indicadas no universo total (tabela II), além de uma lista com o resumo dos vencedores, publicada abaixo. A lista com os nomes

das empresas, órgãos e entidades em que esses profissionais trabalham pode ser acessada no endereço eletrônico http:// www. arandanet.com.br/revista/em/pesquisas/pq2021.

As vencedoras de “Prêmio Qualidade 2021” PRODUTO Abraçadeiras e identificadores para fios e cabos

MARCA VENCEDORA(*) HellermannTyton

Aparelhos de iluminação de emergência Unitron Barramento blindado

Beghim

Baterias estacionárias

Moura

Bornes/conectores para trilhos

Weidmuller

Botões, botoeiras e sinalizadores

Schneider Electric e WEG

Cabos de potência isolados de média tensão

Prysmian

Caixas de ligação (caixas de derivação) isolantes

Tigre

Canaletas metálicas para instalação aparente

Dutotec

Canaletas plásticas para instalação aparente

Legrand

CCMs – Centro de Controle de Motores

WEG

Chaves seccionadoras de baixa tensão (ação rápida)

Siemens

Comutadores (chaves rotativas)

Siemens/WEG

Conduletes isolantes

Wetzel e Tigre

Conduletes metálicos

Wetzel

Conectores de média tensão Conectores e terminais (BT)

PRODUTO

MARCA VENCEDORA(*)

Instrumentos de medidas elétricas para painéis

Kron

Instrumentos de teste e medição de equipamentos de média tensão

Fluke

Interruptores e tomadas para instalação predial

Legrand

Inversores de frequência

WEG

Lâmpadas LED

Philips

Leitos para cabos

Dispan e Mopa

Luminárias para iluminação externa/ pública

Philips

Luminárias para lâmpadas LED

Philips

Material elétrico à prova de explosão

Wetzel e Telbra

Material elétrico à prova de tempo

Wetzel

Minidisjuntores (disjuntores modulares)

Siemens

Motores elétricos de indução BT

WEG

Pára-raios de distribuição

Balestro

Perfilados

Dispan, Legrand e Elecon

Plugues e tomadas industriais

Steck PLP

3M e Nexans

Poliméricos para redes compactas (cruzetas, espaçadores, isoladores, braços e anéis)

Intelli

Prensa-cabos metálicos

Steck Steck

Sindal

Prensa-cabos plásticos

Contatores

Siemens

Projetores

Philips

Disjuntores de média tensão

Siemens e ABB

Disjuntores de potência BT

Siemens

Quadros de distribuição para instalação predial

Legrand

Dispositivos de proteção contra surtos (DPS)

Clamper

Dispositivos DR

Siemens

Dutos para redes subterrâneas de distribuição

Kanaflex

Eletrocalhas

Legrand, Dispan, Elecon e Mopa

Eletrocentros

WEG

Eletrodutos isolantes flexíveis

Tigre

Eletrodutos isolantes rígidos

Tigre

Eletrodutos metálicos flexíveis

SPTF

Eletrodutos metálicos rígidos

Elecon

Conectores múltiplos (em barra)

Refletores industriais

Philips

Relés de média tensão

Pextron e Schneider Electric

Relés fotoelétricos

Exatron

Relés para proteção de linhas

Siemens

Relés para proteção de motores

WEG

Religadores

Siemens

Seccionadores/chaves seccionadoras de média tensão

Siemens e ABB

Seccionadores-fusíveis de baixa tensão

Siemens

Sensores/detectores de presença

Exatron

Sistemas de para-raios prediais (sistema completo)

Termotécnica

Soft-starters

WEG

Temporizadores/relés de tempo

WEG e Coel

Transformadores BT a óleo

WEG WEG

Emendas e terminações para cabos

3M

Ferragens para redes aéreas de distribuição

Romagnole

Fios e cabos para instalação predial

Prysmian

Fusíveis de baixa tensão tipo NH

Siemens

Transformadores de média tensão a óleo

Grupos geradores

Stemac

Transformadores de potência a seco

WEG

Hastes de aterramento

Intelli

UPS

Schneider Electric

(*) Os empates menos evidentes foram decididos por análise estatística das proporções, com o uso de um programa especialmente desenvolvido para os objetivos da pesquisa.

jaNEIRO/fEvEREIRO, 2021 em

23


Pesquisa Perfil dos consultados As ilustrações desta página trazem informações sobre os profissionais que responderam à pesquisa “Prêmio Qualidade 2021”

24

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Motores | Automação | Energia |

Transmissão & Distribuição | Tintas

O RECONHECIMENTO CONTINUA QUANDO A QUALIDADE É CONSTANTE.

Transformadores a Óleo

Transformadores a Seco

Tão bom quanto conquistar a confiança do mercado é manter a satisfação dos clientes. Destaque no Prêmio Produto do Ano da Revista Eletricidade Moderna pela 4ª vez consecutiva, a WEG Transmissão e Distribuição ficou em 1º lugar nas categorias Transformadores a Seco e a Óleo. Mais do que comemorar essa conquista, queremos compartilhar nosso agradecimento e reforçar nosso compromisso de continuar inovando em tudo que oferecemos ao mercado.

Transformando energia em soluções.

www.weg.net


Pesquisa Os 10 produtos de uso mais difundido entre os profissionais Produto Disjuntores de potência (BT) Disjuntores de média tensão Contatores Transformadores de potência a seco Dispositivos de proteção contra surtos (DPS) Dispositivos DR Inversores de frequência Transformadores de média tensão a óleo Motores elétricos de indução BT Fios e cabos para instalação predial

Indicações para o produto 559 553 547 524 518 518 509 503 502 495

% do total (709)

As 10 marcas que receberam mais indicações em um único produto Marca WEG HellermannTyton Steck WEG Prysmian WEG WEG Siemens Prysmian Legrand

26

Produto Motores elétricos de indução BT Abraçadeiras e identificadores para fios e cabos Plugues e tomadas industriais Soft-starters Cabos de potência isolados para média tensão Inversores de frequência Transformadores de média tensão a óleo Fusíveis de baixa tensão tipo NH Fios e cabos para instalação predial Interruptores e tomadas para instalação predial

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78,8 78,0 77,2 73,9 73,1 73,1 71,8 70,9 70,8 69,8

Indicações

% do total (709)

% do universo específico

485

68,4

96,6

346

48,8

82,6

341 335

48,1 47,2

73,8 68,5

315

44,4

67,3

314

44,3

61,7

262

37,0

52,1

253

35,7

61,7

251

35,4

50,7

244

34,4

50,5


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Pesquisa

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Pesquisa

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INSTALAÇÕES

Correntes permanentes em condutores de proteção Holger Niedermaier, consultor em Erlangen (Alemanha)

C

onsidere-se o seguinte caso prático: durante o comissionamento da instalação de uma edificação para a indústria farmacêutica, contendo escritórios e áreas de produção, foram medidas correntes de até 16 A no condutor de proteção (PE) do quadro geral de baixa tensão (QGBT) e da fonte de alimentação ininterrupta (UPS, sigla em inglês). Descrição da instalação A instalação está configurada como segue: ● Transformadores – 2 x 800 kVA alimentam o QGBT; ● QGBT – Alimenta dois barramentos, de 800 A e 1000 A, aos quais estão ligadas cargas diversas, inclusive máquinas de produção; ● QGBT – Alimenta também uma UPS externa ao prédio, que por seu turno alimenta um quadro geral QGUPS, diretamente ou por by-pass; e ● QG-UPS – Alimenta igualmente dois barramentos, de 800 A e 1000 A. A partir do QGBT, o esquema é convertido de TN-C para TN-S. O ponto de aterramento do neutro é único e centralizado (figura 1). A análise das correntes no condutor PE não se refere aos circuitos terminais, mas aos circuitos de distribuição e ao barramento PE do QGBT. 40

EM JANEIRO/FEVEREIRO, 2021

Os técnicos levantam a questão da responsabilidade sobre esta situação: em primeira instância, tanto o projetista quanto o instalador, mas possivelmente também o contratante, que poderia ter ligado cargas não previstas e que causam tais correntes. Para um exame minucioso, o cenário descrito divide-se em duas partes: 1 – Uma discussão geral sobre o tema condutores de proteção em instalações fixas; e 2 – A pesquisa das causas das correntes nos condutores de proteção, medidas em diversos pontos da instalação. O condutor PE de acordo com as normas Na norma VDE 0100 [N. E.: Correspondente à norma ABNT NBR HT Instruments

Em regime normal, o condutor de proteção deve estar livre de corrente. Apenas em caso de falta à terra verificam-se correntes elevadas de curta duração, que devem promover a atuação dos dispositivos de proteção. No entanto, na prática não é raro encontrar correntes relativamente altas no condutor de proteção — mesmo em condições de operação livres de falta. Este artigo apresenta um diagnóstico das possíveis causas.

5410], a função do condutor de proteção, como o nome sugere, é tratada no âmbito das medidas de proteção. A proteção deve consistir em duas medidas independentes, a saber, proteção básica e proteção supletiva (esta última designada proteção contra faltas, na norma alemã); ou, ainda, proteção por isolação dupla ou reforçada. Seleção do condutor PE e correntes admissíveis O condutor de proteção constitui um caminho destinado às correntes de falta. Em contraste com os condutores de fase, não se trata de um condutor vivo. Um requisito específico da norma DIN VDE 0100-540 [1] determina que, em operação livre de falta, o condutor PE não pode ser


Fig. 1 – Recorte do esquema unifilar da instalação em análise

utilizado como caminho condutor para correntes de carga. Portanto, a discussão da corrente admissível para o condutor de proteção de um circuito de distribuição torna-se desnecessária. Se não f lui corrente de carga no condutor PE, não há razão para dimensioná-lo para tal, como se exige dos condutores de fase e neutro. Naturalmente, f luem correntes pelo condutor de proteção, o que deve ser considerado. Este aspecto será abordado mais adiante, depois de tratar do dimensionamento do condutor PE para sua destinação primária, qual seja, a de caminho para correntes de falta. O condutor PE sob correntes de falta As correntes que f luem pelo condutor PE em caso de falta são limitadas pelas impedâncias do circuito de falta. Nos cálculos de curto-circuito, o laço de falta unipolar é descrito pela impedância de sequência zero. O laço deve ser calculado de acordo com as características dos componentes do circuito, conforme o local e o tipo de falta. Especialmente em esquemas TN, dependendo da posi-

ção do ponto de falta em relação à fonte de alimentação, as impedâncias do laço podem ser muito baixas. Em outras palavras, as correntes de falta unipolares podem ser muito altas. Para que o condutor PE possa conduzir tais correntes com segurança, a densidade de corrente resultante não pode ultrapassar os limites especificados por norma. Além disso, a temperatura na superfície dos condutores não pode elevar-se a ponto de danificar a isolação. Em cabos nus, a temperatura não pode causar a ignição de incêndios. Sob este aspecto, instalações em atmosferas explosivas merecem atenção especial. Dimensionamento do condutor PE O fluxo de corrente (principalmente, de corrente de falta) por unidade de tempo, através da resistência ôhmica do condutor, dissipa uma energia térmica que eleva sua temperatura. O tempo de atuação da proteção por seccionamento automático é relativamente curto — por exemplo, 5 s em esquemas TN para equipamento fixo. Em caso de falta, flui uma corrente não constante de curta duração. A

energia no condutor é dada pelo quadrado da corrente pelo tempo: i²t. Em função do curto tempo de duração, o processo é adiabático, ou seja, a energia térmica não se transfere para o ambiente. Da equação (S k)² = i²t obtémse. na norma DIN VDE 0100-540 [1], a seção do condutor, sendo S a seção e k uma constante conforme o material de isolação. Para tempos de falta extremamente curtos deve ser considerada a componente de corrente contínua; contudo este artigo não comporta um aprofundamento neste tópico. Também é relevante para selecionar a seção considerar que, em caso de falta, a impedância do condutor PE não deve causar uma tensão de contato inadmissível. Aqui aplica-se a equipotencialização, que é parte indissociável da proteção por seccionamento automático da alimentação. Finalmente, devem ser ainda contempladas as características mecânicas do condutor, que determinam as seções mínimas. Correntes de carga são desconsideradas, já que por definição elas não ocorrem. Quem é responsável pelas correntes no condutor PE? As normas de instalação determinam: As correntes no condutor de proteção produzidas por equipamentos de utilização sob condições normais de operação e a concepção da instalação devem ser mutuamente coordenadas, de modo que a segurança e a operação conforme as normas sejam asseguradas. Este texto deixa clara a responsabilidade do projetista e do instalador, embora, na visão deste autor, a expressão “produzidas” seja infeliz. Ademais, a norma DIN VDE 0100510 [1] contém a seguinte nota: O instalador deve alertar o operador da instalação para que, de preferência, sejam escolhidos equipamentos de utilização cujos fabricantes forneçam indicações sobre as correntes no condutor PE. Devem ser selecionados equipamentos com baixos valores de corrente (...). O autor é de opinião que, além do instalador, esta nota aplica-se também ao projetista. JANEIRO/FEVEREIRO, 2021 em

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INSTALAÇÕES Síntese do condutor PE em instalações fixas Nos condutores de proteção não f luem correntes de carga, nem há prescrição para correntes de carga admissíveis nos condutores PE em circuitos de distribuição. Em caso de equipamentos de utilização que absorvam correntes >10 mA no condutor PE, devem ser tomadas medidas de reforço deste condutor, a fim de evitar correntes de contato perigosas. O critério de seleção da seção de um condutor PE fundamenta-se nas condições de corrente de falta. Projetistas e instaladores — de comum acordo com o operador — têm obrigação de dimensionar o condutor de proteção corretamente e com segurança, considerando a ocorrência das correntes de carga previstas neste condutor, causadas por equipamentos de utilização. Qual a origem das correntes no condutor PE? Considere-se inicialmente uma instalação elétrica tecnicamente correta. Isto significa que em esquemas TN, especialmente, há um único ponto central onde as fontes de alimentação são conectadas à terra, e que os condutores neutro e de proteção estão estritamente separados. Assume-se ainda que o sistema seja plenamente simétrico e livre de harmônicos. Num caso como este, o condutor PE estaria livre de corrente, mesmo se fossem considerados equipamentos de utilização reais. Tais equipamentos apresentam as seguintes características: ● condutância dos materiais de isolação; ● reatância capacitiva do condutor de proteção; e ● acoplamentos indutivos entre os condutores de fase, neutro e PE. Devido à configuração simétrica do sistema elétrico, o sistema de sequência zero estaria livre de carga, porque as correntes de fuga que permeiam a isolação, as correntes de deslocamento capacitivas que f luem pela isolação, e as correntes indutivas acopladas se cancelam. Em consequência, não haveria corrente nos 42

EM JANEIRO/FEVEREIRO, 2021

condutores de proteção. No entanto, na realidade, apesar de todos os esforços, não existem sistemas plenamente simétricos, e nos sistemas trifásicos encontram-se grandezas não somente na frequência fundamental, mas também em frequências harmônicas. Portanto, não se verifica o cancelamento pleno das correntes parciais, o que dá origem a correntes de carga nos condutores de proteção. Além destas causas, filtros de EMC conectados ao condutor de proteção representam uma contribuição não desprezível para as correntes neste condutor, assim como as correntes de fuga dos varistores contidos em dispositivos de proteção contra surtos (DPS). Todavia, a mais frequente origem das correntes em condutores PE (e nas demais partes condutoras aterradas) nos esquemas TN continua sendo a interligação dos condutores neutro e PE a jusante do primeiro ponto de separação. Medição de corrente nos condutores PE Na pesquisa das causas das correntes nos condutores PE, medições com amperímetro em diversos pontos da rede fornecem apenas informações limitadas sobre o tipo e a fonte das correntes. A interpretação destas medições nem sempre é simples. O emprego de um osciloscópio em conjunto com um alicate-amperímetro é recomendável, para poder distinguir correntes à frequência nominal da rede de correntes harmônicas, ou ainda, de correntes do sistema elétrico de transporte urbano sobre trilhos. Neste último caso, a identificação das correntes requer um alicate-amperímetro provido de sensor Hall. Análise do caso presente As considerações neste artigo baseiam-se na figura 1 e no parecer do técnico que realizou as medições, cujos resultados foram anotados num esquema geral da instalação. Diante desses dados, levanta-se uma suspeita comum. No painel do gerador há uma ponte de ligação entre os condutores N


e PE, a qual, observada no sentido do fluxo de energia com a rede normal em operação, situa-se a jusante do ponto central de aterramento do neutro, onde os condutores N e PE se separam. Se o esquema estiver de acordo com a realidade, o projetista terá criado aqui um caminho paralelo para as correntes de neutro em direção ao ponto estrela da fonte de alimentação. Além disso, o memorial descritivo indica que diversas máquinas de produção estão conectadas aos barramentos. Este fato também é suspeito, porque nos painéis das máquinas é usual a previsão apenas de terminais para o condutor PEN, nos quais os condutores neutro e de proteção são novamente interligados. Outro aspecto a ser considerado, como se depreende do memorial, é que uma parte da instalação elétrica está localizada em outro prédio. Caso não haja uma malha de aterramento comum, pode ser que os respectivos terras de referência dos prédios apresentem diferenças de

potencial em relação a um ponto remoto da terra. Neste caso, correntes de compensação de intensidades significativas podem f luir pelos condutores PE que interligam ambos os aterramentos. Isto será ainda mais provável se houver f luxos de corrente para terra por outras razões. Conclusão As causas das correntes de carga em condutores de proteção podem ser de natureza muito diversa. Elas dependem frequentemente dos equipamentos de utilização. Particularmente em sistemas com eletrônica de potência, como conversores e fontes, manifestam-se correntes de fuga nos condutores PE, que nos casos mais desfavoráveis se somam. A pesquisa é trabalhosa. Osciloscópios ou métodos de medição seletivos de frequência podem ser de valia para a classificação do tipo de corrente e identificação das fontes. Devido aos múltiplos caminhos paralelos da corrente, alteram-se as

condições (e os valores medidos) tão logo ocorra alguma modificação em algum ponto do sistema. Por isso, a pesquisa das fontes mediante desconexão pontual do condutor PE em geral não é possível. A discussão teórica deste tema poderia ter sido aprofundada em vários aspectos. No entanto, dentro das limitações de um artigo, o autor espera der apresentado aos leitores ref lexões e pontos de partida para ampliar a análise. Referência [1] Normas da série DIN VDE 0100 – Errichten von NS-Anlagen. VDE, 2020.

Artigo publicado originalmente na revista alemã “de – das Elektrohandwerk”, edição 20/2019. Copyright Hüthig GmbH, Heidelberg e München. www.elektro.net. Publicado por EM sob licença dos editores. Tradução e adaptação de Celso Mendes.

JANEIRO/FEVEREIRO, 2021 em

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SERVIÇO – 1

Guia de fornecedores de grupos geradores

Da Redação de EM

Este levantamento relaciona a oferta de fabricantes locais e importadores, além de locadores, de grupos geradores, os quais são equipamentos voltados a aplicações que necessitam de alta disponibilidade de energia elétrica, na complementação ou substituição de energia na rede, ou ainda na função de fontes stand by. O guia relaciona tecnologias e sistemas disponíveis. Os itens estão dispostos em duas tabelas, uma que reúne equipamentos monofásicos e outra, os trifásicos.

Ceraçá – (49) 98816-1707 Cummins Brasil – (11) 98400-0381 ERBR – (43) 3377-0100 Genset Solutions – (11) 94728-9141 Geraforça – (11) 93072-2466 Geraforte – (31) 98678-0398 Integgral – (11) 99490-2006 Leão Energia – (43) 99672-9449 Nilmariz – (11) 98273-8973 Stemac – (51) 2131-3800 Tecnicargo – (11) 4044-0155 Tecnogera – (11) 4053-4888 Toyama – (41) 3595-9800 Yanmar – (19) 99721-3965

15

8 a 75 9,5 a 93 8

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11 a 112,5

12,5 a 125

25 a 325 27 a 380 30 a 420 30 a 420 8 a 750 8 a 750 8 a 750 8 a 750 6 a 13

7

15 a 100

8 8

17,5 a 110 30 a 60

24 a 136 30 a 170

33 a 188

8 8 a 24 5 8 36 a 620 36 a 680 36 a 720 4 6 a 10 10 2 a 20 2 a 20 2 a 20 8 a 25 9 a 45

40 a 750 8 a 12 2 a 22 10 a 50

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Venda

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Locação

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Fabricação

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Proteção de sobrecorrente na saída

Manual

Silenciados

Móveis

Portáteis

Estacionários

Regime ESP (4)

0,8 a 12 0,95 a 13 0,95 a 13 0,95 a 13

12

24

Regime LPT (3)

Regime PRP (2)

Regime COP (1)

Com regulador de velocidade…

Com tanque incorporado: Autonomia, em horas

Etanol

Gás

Eletrônico

• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

Carregador independente

Com

BRG Brasil – (62) 99905-0803

• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

Partida A bateria

Execuções

Sem

Branco Motores – (41) 3211-4040

Diesel

Gasolina

Empresa Telefone

Mecânico

Combustível

Faixas de potências unitárias (kVA)

Comando microprocessado

Grupos geradores monofásicos Motor

• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

Notas – Regimes de operação de grupos geradores (ABNT NBT ISO 8528): (1) COP (Continous Power/Base load): Operação contínua com carga constante – O equipamento é dimensionado para alimentar cargas constantes durante o tempo necessário, sem limite de horas de utilização. (2) PRP (Prime Power): Operação contínua com carga variável – O Equipamento é dimensionado para alimentar cargas variáveis durante o tempo necessário sem limite de horas de utilização. (3) LPT (Limited Prime Power): Operação por tempo limitado com carga constante – Potência máxima disponível sob condições operacionais acordadas, para os quais o grupo gerador é capaz de gerar por até 500 horas/ano. (4) ESP (Stand by Power): Operação por tempo limitado com carga variável – O equipamento é dimensionado para alimentar cargas variáveis em serviços de emergência, enquanto durar a interrupção de energia elétrica, com utilização limitada a 200 horas/ano. Obs.: Os dados constantes deste guia foram fornecidos pelas próprias empresas que dele participam, de um total de 110 empresas pesquisadas. Fonte: Revista Eletricidade Moderna, janeiro/fevereiro de 2021. Este e outros 52 guias EM estão disponíveis on-line, para consulta. Acesse www.arandanet.com.br/revista/em e confira. Também é possível incluir a sua empresa na versão on-line de todos estes guias.

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EM JANEIRO/FEVEREIRO, 2021


OS MOTORES COM O MELHOR RENDIMENTO DO MERCADO! Proporcionando redução . no consumo de energia elétrica

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MOTORES TRIFÁSICOS

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SERVIÇO – 1

Atlas Copco (11) 96389-7878 Branco Motoress (41) 3211-4040 BRG Brasil (62) 99905-0803 Ceraçá (49) 98816-1707 Cummins Brasil (11) 98400-0381

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17

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Genset Solutionss (11) 94728-9141 Geraforça (11) 93072-2466 Geraforte (31) 98678-0398 Integgral (11) 99490-2006 Leão Energia (43) 99672-9449 Motormac (51) 3349-3200 Nilmariz (11) 98273-8973

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8

Sotreq (27) 98117-3355

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Eletromecânico

Mecânico

Gerador Regulador de Tensão

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C/ a rede

12

17 a 21 a 24 a 24 a 1.120 1.450 1.600 1.600 4,5 a 5 a 5a 5 a 48 43,75 48 48 25 a 36 a 36 a 40 a 1.018 1.455 1.455 1.600 8 a 9,5 a 11 a 12,5 a 750 935 1.125 1.250 13,6 15 a a 4.375 3.750 25 a 27 a 30 a 30 a 325 380 420 420 32,3 33,6 25 a 35,5 a a a 511 700 620,5 655,9 8a 8a 8a 8a 750 750 750 750 23 a 1.000 18 a 20 a 9.000 10.000 50 a 938 32 a 35 a 38 a 664 729 800 53 a 53 a 1.250 1.250 25 a 3.960 50 a 56 a 4.500 5.000

Entre unidades

Automático

Portáteis Estacionários Móveis Silenciados Manual Singelo

15

ERBR (43) 3377-0100 FPT Industrial (31) 2107-2354

Regime ESP (4)

14

Regime LPT (3)

• •

Regime PRP (2)

Comando

Execuções

Paralelismo

Regime COP (1)

c/ sistema de preaquecimento

Eletrônico

Gasolina Diesel Gás Etanol

Mecânico

Empresa Telefone

Com tanque incorporado (autonomia, em horas)

C/ regulador de velocidade

c/ injeção eletrônica

Combustível

Faixas de potências unitárias (kVA)

Microprocessado C/ proteção de sobrevelocidade C/ carregador de baterias C/ excitação brushless Supre cargas não-lineares

Motor

Proteção de sobrecorrente na saída Fabricação Venda Locação

Grupos geradores trifásicos

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8

8

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12

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Eletromecânico

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Mecânico

Gerador Regulador de Tensão

Eletrônico

22 a 25 a 2.750 3.125 36 a 36 a 36 a 60 a 620 680 720 750 10 a 11 a 11 a 15 a 1.050 1.155 1.155 1.500 12 a 12 a 12 a 12 a 120 120 125 125 40 a 45 a 50 a 50 a 640 720 800 800 11,3 a 12,5 a 67,5 75

C/ a rede

Entre unidades

c/ sistema de preaquecimento

5

Automático

Portáteis Estacionários Móveis Silenciados Manual Singelo

Com tanque incorporado (autonomia, em horas)

Regime ESP (4)

c/ injeção eletrônica

Regime LPT (3)

Eletrônico

Stemac (51) 2131-3800 Tecnicargo (11) 4044-0155 Tecnogera (11) 4053-4888 Toyama (41) 3595-9800 WGL (11) 94223-0066 Yanmar (19) 99721-3965

Comando

Execuções

Paralelismo

Regime PRP (2)

Mecânico

Empresa Telefone

Regime COP (1)

Gasolina Diesel Gás Etanol

C/ regulador de velocidade

• •

Combustível

Faixas de potências unitárias (kVA)

Microprocessado C/ proteção de sobrevelocidade C/ carregador de baterias C/ excitação brushless Supre cargas não-lineares

Motor

Proteção de sobrecorrente na saída Fabricação Venda Locação

Grupos geradores trifásicos

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Notas – Regimes de operação de grupos geradores (ABNT NBT ISO 8528): (1) COP (Continous Power/Base load): Operação contínua com carga constante – O equipamento é dimensionado para alimentar cargas constantes durante o tempo necessário, sem limite de horas de utilização. (2) PRP (Prime Power): Operação contínua com carga variável – O Equipamento é dimensionado para alimentar cargas variáveis durante o tempo necessário sem limite de horas de utilização. (3) LPT (Limited Prime Power): Operação por tempo limitado com carga constante – Potência máxima disponível sob condições operacionais acordadas, para os quais o grupo gerador é capaz de gerar por até 500 horas/ano. (4) ESP (Stand by Power): Operação por tempo limitado com carga variável – O equipamento é dimensionado para alimentar cargas variáveis em serviços de emergência, enquanto durar a interrupção de energia elétrica, com utilização limitada a 200 horas/ano. Obs.: Os dados constantes deste guia foram fornecidos pelas próprias empresas que dele participam, de um total de 110 empresas pesquisadas. Fonte: Revista Eletricidade Moderna, janeiro/fevereiro de 2021. Este e outros 52 guias EM estão disponíveis on-line, para consulta. Acesse www.arandanet.com.br/revista/em e confira. Também é possível incluir a sua empresa na versão on-line de todos estes guias.


DESCARGAS ATMOSFÉRICAS

Desmistificando o para-raios com dispositivo de ionização

Sylvain Fauveaux, Coordenador do Laboratório de Alta Tensão do Liri – Lightning Innovation & Research Institute, da Indelec (França)

e

nquanto um para-raios Franklin seria o método tradicional de proporcionar uma proteção contra descargas atmosféricas, o raio de proteção deste captor depende de parâmetros geométricos e do nível de proteção considerado. No caso dos para-raios com dispositivo de ionização (PDI), que também utilizam o modelo eletrogeométrico (esfera rolante), um parâmetro adicional, o seu tempo de antecipação (ΔT), vem a desempenhar um papel fundamental no cálculo do raio de proteção, conforme já estabelecido em normas e verificado ao longo da sua experiência no mundo. Como sustentado por diversos estudos, um líder ascendente lançado a partir de um captor antes que qualquer outro ponto irá interceptar o líder descendente. Para-raios com dispositivo de ionização são projetados especificamente para esta função e verificados em ensaios em laboratórios de alta tensão. Pesquisas lideradas por várias corporações, entidades tecnológicas e pesquisadores ao redor do mundo [1] demonstraram que a antecipação do líder ascendente proporciona um maior raio de prote48

EM JANEIRO/FEVEREIRO, 2021

ção e, portanto, uma captação mais eficiente e mais abrangente que um para-raios Franklin posicionado no mesmo ponto. As condições elétricas na ponta do para-raios são determinantes para o tempo de emissão do líder ascendente. Pesquisas científicas recentes mostram que a produção excessiva de carga de espaço (space charge) ao redor da ponta dos captores pode atrasar o início do líder ascendente [2], e desta forma reduzir o raio de proteção. Esta parece ser a desvantagem do para-raios Franklin e a razão de vários casos

Nota

C

omo veículo de informação que há quase 50 anos presta relevantes serviços à área elétrica, e que tem a obrigação e a vocação de promover o debate sério, a revista EM – Eletricidade Moderna publica o presente artigo, porém lembra aos leitores que a tecnologia nele descrita não é considerada pelas normas da ABNT. O Editor

No sistema de proteção contra descargas atmosféricas, o subsistema de captação é o responsável por interceptar o líder descendente do raio para que a corrente deste seja conduzida pelo subsistema de descida e dissipada de maneira segura pelo aterramento. Assim, quanto mais eficiente for essa interceptação, mais segura será a área protegida. O autor defende a superioridade dos para-raios ionizantes, apresentando resultados de pesquisas.

documentados onde este tipo de captor proporcionou um menor raio de proteção que o esperado. Para-raios com dispositivo de ionização usam diversas técnicas para criar condições elétricas apropriadas para lançar um líder ascendente (e, subsequentemente, um líder ascendente contínuo) no momento certo em relação ao líder descendente escalonado, interceptando antecipadamente a descarga atmosférica em uma altura maior. Cabe lembrar que a função do para-raios ionizante é controlar a emissão natural do líder ascendente e não emiti-lo, uma vez que nenhum equipamento de origem humana poderia gerar energia suficiente para emitir um fenômeno natural dessa potência. Dimensionamento A fórmula de cálculo do raio de proteção do para-raios com dispositivo de ionização é uma fórmula normatizada, muito similar e também baseada no modelo eletrogeométrico.

Rp(h) = ! 2rh – h2 + D(2r + D) ,


para h ≥ 5m e R p = h x R p (5) / 5 , para 2 m ≤ h ≤ 5 m , Sendo (vide figura 1): R p = Raio de proteção; r = Raio da esfera rolante definido em função do nível de proteção; h = Altura do captor acima da estrutura a ser protegida; Δ = Comprimento do líder antecipado, calculado conforme a fórmula: Δ = ΔT × V , onde: ΔT = Tempo de antecipação do líder ascendente do PDI, e V = Velocidade do líder ascendente de 1 m/μs. Histórico De Benjamin Franklin até hoje, a proteção externa, ou seja, a captação e a condução da descarga atmosférica até a terra, é baseada e validada empiricamente [3]. Ao longo dos anos, através do método de tentativas e erros, os sistemas de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA) foram melhorados até atingirem resultados aceitáveis. O processo de normatização é de suma importância no progresso gradual dos sistemas de proteção ao longo do tempo, adaptando as regras conforme a experiência e o desenvolvimento tecnológico. O para-raios com dispositivo de ionização é uma tecnologia consolidada com 35 anos de existência, embasada em uma extensa validação empírica e uma longa experiência regulatória.

Validação empírica Mais de um milhão de para-raios ionizantes não radioativos estão instalados ao redor do mundo, em todos os tipos de condições climáticas e geográficas, especialmente em países com alto índice ceráunico. O feedback é absolutamente favorável em termos de resultados

obtidos, os quais se encontram acima dos percentuais de eficiência previstos pelos níveis de proteção. Ou seja, com danos estatisticamente insignificantes e irrelevantes, similares aos encontrados em sistemas tradicionais. A validação empírica é reconhecida através de estudos publicados e aceitos. A título de exemplo, cinco pesquisas serão detalhadas neste artigo, realizadas ambas na Europa (França e Espanha) e em regiões do planeta particularmente atingidas: Malásia e Cuba. Em 2002, o instituto de pesquisa privado e independente de renome mundial Ipsos, através de uma pesquisa realizada na França a pedido do Ineris - Instituto Nacional para Ambientes Industriais & Riscos,

Fig. 1 – Modelo de proteção do PDI

do Ministério do Meio Ambiente, e do Gimelec - Groupement des Entreprises de la Filière Électronumérique Française [4], veio confirmar a validação empírica do para-raios com dispositivo de ionização. Foram abordadas 1581 indústrias, das quais 489 responderam à pesquisa. Dessas 489 indústrias, 78,9% eram protegidas por algum sistema de proteção contra descargas atmosféricas. A satisfação geral dos gerentes industriais entrevistados foi de 95,7% para as indústrias protegidas por para-raios ionizante, 96% para as indústrias protegidas por gaiola de Faraday e 89,7% para as indústrias protegidas por pararaios Franklin. Esses resultados corroboram os dados obtidos após

o estabelecimento das primeiras normas de sistemas tradicionais de proteção contra descargas atmosféricas [5], assim como as primeiras décadas após a normalização e intensificação da instalação dos para-raios ionizantes. Em 2014, um outro estudo foi realizado na França no mesmo âmbito: receber feedback sobre a utilização do para-raios com dispositivo de ionização, entrevistando, sob o controle ético do Gimelec, 204 locais, protegidos por um total de 1580 para-raios ionizantes instalados [6]. Dentro desse grupo de locais estudados, 40 foram impactados por descargas atmosféricas, representando um total de 320 para-raios com dispositivo de ionização atingidos. Apenas cinco locais reportaram danos, sendo dois devidos a impactos dentro do raio de proteção projetado (ressaltando que o nível de proteção mais rigoroso, Nível I, oferece apenas 98% de probabilidade de captação) e três devido à ausência de dispositivos de proteção contra surtos. 45% dos usuários reportaram estar satisfeitos com a proteção do sistema, e 48% muito satisfeitos. Esse estudo, além de ser uma evidência estatística, também representa uma evidência experiencial do funcionamento do para-raios ionizante. Ainda em 2014, foi publicada na Espanha uma pesquisa conduzida sob supervisão do ITE - Energy Technological Institute, centro tecnológico ligado à Universidade Politécnica de Valência [7]. Com 4645 instalações de para-raios com dispositivo de ionização, instalados entre 1998 e 2009, todas tendo sido vistoriadas periodicamente e recentemente, essa pesquisa pode ser considerada sem precedente e de extrema relevância, pois nunca havia sido apresentado um número de instalações tão considerável e tão detalhado para uma pesquisa no segmento de para-raios. Com base em entrevistas, registros de seguradoras e relatórios de inspeção conforme normas, constatouJANEIRO/FEVEREIRO, 2021 em

49


DESCARGAS ATMOSFÉRICAS se que nenhuma instalação registrou danos por conta de descarga atmosférica. Ressalte-se que 2019 instalações estavam equipadas com contadores de raios, tendo registrado 549 impactos de raio. Esses dados representam, indubitavelmente, mais uma demonstração da validação empírica da tecnologia de para-raios com dispositivo de ionização. Outra instituição de pesquisa privada e independente, a Mega Jati Consult Sdn Bhd (MJCSB), realizou em 2016 na Malásia uma pesquisa a pedido do Departamento de Regulamentação de Segurança Elétrica da Comissão Nacional de Energia (Suruhanjaya Tenaga ST) [8]. Um total de 419 edifícios foram inspecionados e categorizados (como edifícios residenciais, edifícios governamentais, escolas, indústrias, aeroportos, etc.), sendo 88% deles protegidos por SPDA. Dos 306 edifícios que contavam com sistemas de proteção tradicionais, 22 sofreram danos devidos a impacto de raios (danos na estrutura, interrupção elétrica, interrupção das telecomunicações ou perdas), ou seja, 7,18%. Dos 64 prédios protegidos por para-raios com dispositivo de ionização, apenas 3 sofreram danos causados por raios, ou seja, 4,68%. Esse resultado demostra de forma factual que a utilização de para-raios ionizante apresenta uma taxa de falhas pelo menos igual e até menor, no caso desta pesquisa, que a dos sistemas de proteção tradicionais. As amostragens, sendo coerentes e suficientes para serem relevantes, vêm reforçar mais uma vez a validação empírica do sistema. Na mesma linha que o estudo anterior, analisamos um estudo originado em Cuba em 2011 [9] pelo Comité Cubano de Eletrotécnica da Oficina Nacional de Normalización de Cuba (equivalente ao Cobei no âmbito da ABNT). Tão relevante quanto o estudo da Malásia, este emanou de um país semelhante ao Brasil, em termos de locali50

EM JANEIRO/FEVEREIRO, 2021

zação (América Latina), de clima (tropical e subtropical, conforme classificação climática de Köppen, propício a descargas atmosféricas), de densidade de raios (elevada) e de taxa de fatalidade (média de 65 vítimas por ano). A APCI - Agencia de Protección contra Incendios, órgão público responsável pela certificação e fiscalização dos sistemas de proteção contra descargas atmosféricas na ilha cubana, semelhante aos corpos de bombeiros brasileiros, registra com precisão estatísticas sobre instalações e acidentes de raios. Assim sendo, os dados desta pesquisa são vistos como particularmente representativos. A APCI registrou no país 690 sistemas passivos (para-raios Franklin e gaiola de Faraday) e 6940 sistemas ativos (para-raios com dispositivo de ionização), demonstrando experiência muito satisfatória com este amplo grupo de sistemas. De fato, o índice de acidentes em estruturas protegidas é baixo e investigações apontam motivos que não desacreditam nenhum dos três sistemas de proteção: defeito ou falha no projeto, falta de manutenção, conduta humana inapropriada, ausência de DPS e danos mínimos, abaixo da taxa tolerável e de acordo com os níveis de proteção. Além de ser uma confirmação da validação empírica para ambos sistemas, tradicionais e modernos, em uma região com densidade de raios severa, acrescente-se que ambos os sistemas convivem perfeitamente, seguindo normas respectivas não conf litantes: a norma IEC 62305 para os sistemas passivos e a norma espanhola UNE 21186 para o sistema ativo de para- raios com dispositivo de ionização, na ausência de normas cubanas específicas. Experiência regulatória A norma de referência para proteção contra descargas atmosféricas com sistemas de proteção com dispositivo de ionização é a norma francesa NFC 17102, pois foi a primeira no mundo a esta-



DESCARGAS ATMOSFÉRICAS belecer padrões para o uso desta tecnologia ― sua primeira versão foi publicada em 1995. Essa norma foi traduzida, às vezes adaptada, e passou a vigorar em vários países e idiomas tais como Espanha, com a UNE 21186, Portugal, com a NP 4426, Turquia, com a TSE K 122, Angola, com a N33, etc. Hoje, as normas de PDI existentes são amplamente utilizadas no mundo, especialmente na ausência de norma específica no país em questão. Por exemplo, diversos países hispânicos da América Latina adotam naturalmente a norma espanhola UNE 21186, assim como nos EUA, onde uma versão em inglês da norma francesa NFC 17102 é utilizada, inclusive por instituições certificadoras como a Underwriters Laboratories (UL), ou na União Europeia, onde normas nacionais podem ser utilizadas por outros países, conforme o artigo 34 do Tratado da União Europeia, que regulamenta a livre circulação de bens, serviços e pessoas. No Brasil, por se tratar de uma norma de sistemas tradicionais, a NBR 5419:2015 não proíbe, apenas não contempla o sistema de para-raios com dispositivo de ionização, conforme item 5.2.1 da parte 3. As normas NFC 17102:2011, NP 4426:2013 e UNE 21186:2011 adotaram vários requisitos da norma internacional de proteção com sistemas tradicionais IEC 62305, tais como os mesmos quatro níveis de proteção baseados em análise de risco, o dimensionamento específico para estruturas altas com requisitos adicionais, os arranjos de aterramentos tipo A e tipo B, as medidas de proteção contra tensão de toque e de passo e o cronograma de inspeção do SPDA. Também incluíram todos os requisitos da série IEC 62561 sobre os componentes e materiais a serem utilizados no SPDA. Interessante mencionar que a NFC 17102:1995 foi revisada em 2011 para atender à exigência do Cenelec - Comitê Europeu de Normalização Eletrotécnica, 52

EM JANEIRO/FEVEREIRO, 2021

e foi a base para que este comitê respondesse à ICLP - International Conference on Lightning Protection que a NFC 17102:2011 não é conf litante com a IEC 62305. Ensaios e certificações As normas de para-raios com dispositivo de ionização tornaramse ainda mais exigentes nas suas últimas revisões, com o objetivo de garantir a eficiência esperada do equipamento, incluindo uma série de ensaios obrigatórios, validados por organismos independentes de certificação, tais como Bureau Veritas ou Underwriters Laboratories (UL): a) Testes de marcação (nome do fabricante, número de série, selos das certificações); b) Testes mecânicos; c) Testes ambientais em névoa salina e atmosfera úmida sulfúrica; d) Teste de corrente (resistência do para-raios ionizante a impactos de corrente de raio de 100 kA, à onda 10/350 μs); e e) Medição do tempo de antecipação (ΔT) de acordo com um critério rigoroso de desvio padrão. Nenhuma outra norma de para-raios no mundo fornece e exige um critério de desempenho para terminais aéreos tais como o estabelecido nas normas francesa, portuguesa, espanhola e outras. Por exemplo, a norma IEC 62305 não fornece orientação sobre ensaios para o desempenho esperado de para-raios Franklin ou da gaiola de Faraday, comprovando a exatidão do ângulo da proteção ou do dimensionamento da malha, seja em testes de laboratórios, seja em campo. A experiência com PDI no Brasil Para-raios com dispositivo de ionização vêm sendo instalados no Brasil desde o final dos anos 80, logo após o seu desenvolvimento, apresentando resultados muito positivos, segundo depoimen-


to dos seus usuários finais. Hoje, empresas de diversos segmentos já adotaram o sistema como proteção complementar ou proteção completa contra impactos diretos, desde indústrias do setor automotivo (Pirelli), de cimento (Lafarge Holcim), eletrônicas (ABB), farmacêuticas (Eurofarma), frigoríficas (JBS), metalúrgicas (Usiminas), hospitais (Unimed), mineradoras (Imerys), universidades (UFG) e até concessionarias de energia (EDP e Copel).

a única, uma vez que são baseados na própria experiência de uso, estatísticas e modelagens. Consequentemente, podemos entender que todos os sistemas de proteção contra raios que comprovem ter no mínimo uma validação empírica, devem ser igualmente aceitos.

Conclusão Este artigo demonstra com clareza que a validação empírica, proporcionada graças à experiência acumulada ao longo dos anos por todos os sistemas de proteção contra descargas atmosféricas, permanece a mais relevante e, no caso de sistemas tradicionais, praticamente

[2] D’Alessandro, F. & Gumley, J.R.: A modern perspective on

Engineering Societ y General Meeting, IEEE Volume 4 – 2003. [6] Benali, E. ; Serrie, G. ; Henaf f, Y. ; Lefor t, A.: Gimelec D8 4 - Survey on ESE Lightning Protection - International Lightning Protection Association Symposium, Chamonix, France, S1.10, - 2014. [7] Polo, S. ; Pomar, V. ; Llovera, P.: Effectiveness Empirical Study on Early Streamer Emission Lightning Protection Installations in Spain. International Lightning Protection Association Symposium, Valencia, Espanha, 1.2. - 2011. [8] Mega Jati Consult Sdn. Bhd : Kajian Penggunaan Alat Penangkap Kilat Di Bangunan-Bangunan Di Malaysia.

Referências

2016.

[1] Pecastaing, L. ; Reess, T. ; De Ferron, A. ; Souakri, S. ;

[9] Mar tínez, R. ; Pascual, A. ; Mendez, E. ; Crespo, H.: External

Smyc z, E. ; Skop e c, A . & S te c, C. : Experimental

Lightning Protection Experience In Cuba. 1st International

Demonstration of the Effectiveness of na Early Streamer

Lightning Protection Association Symposium, Valencia,

Emission Air Terminal versus a Franklin Rod. “IEEE

Spain, 1.7. - 2011.

Transactions on Dielectrics and Electrical Insulation”, vol. 22, no. 2, pp. 789 -798 - April 2015. direct strike lightning protection. Proc e edings 2 5th Inter na tional Conf erenc e on Ligh t ning Prote c tion, Rhodes, Greece, pp. 362-368 – 2000. [3] Ruiz, D. ; Polo, S. ; Pomar, V.: Lightning protection: Basis & Praxis.

1s t

I n t e r n a t io n a l

L ig h t nin g

P r o t e c t io n

Symposium – 2011. [4] Feedback on the lightning protection of high-risk industrial facilities in France. Ipsos, Ineris, Ministr y of Environment, Gimelec - 2002 [5] Rison, W.: Experimental Validation of Conventional and Non-Conventional Lightning Protection Systems.

Power

Diversos trechos deste artigo foram extraídos do livro digital “Sobre o Para-raios com Dispositivo de Ionização” - 1a edição - Fauveaux, S.; Blauth, B.; Castro, M.; Duque, L.; Pereira, L.; Silva, P.; Vieira, B. - Julho 2020

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SERVIÇO – 2

Guia de fios, cabos, conexões e acessórios

Da Redação de EM

Accesso (11) 98890-2938 atendimento@accesso infra.com.br

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Versões básicas

Outras versões

Cobre Alumínio Bimetálicos Cordoalhas Termoplástica Termofixa Cobre Material condutor Alumínio Condutor isolado (2) Cabo unipolar (2) Cabo multipolar (2) Cabo flexível (3) Cabo armado Cabo LSZH (4) Cabo multiplexado Cabo concêntrico (5) Cabos fotovoltaicos(6) Cabos cobertos (7) Papel impregnado Termoplástica Termofixa Cobre Material condutor Alumínio

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Aerial Cabos (11) 99315-6549 vieira@aerialcabos.com.br

Alpha – (11) 97178-0041 thais@alphacondutores. com.br

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Alubar – (91) 3754-7124 comercial.cabos@alubar. net

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Cabomaq Forestieri (11) 98124-0897 vendas@cabomaq.com.br

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Outros fios e cabos

Unipolar Versões Multipolar construtivas oferecidas Multiplexado Cabos isolados AT (9) Cabos para ligação (10) Cabos lides de motores Cordões flexíveis paralelos Cordões flexíveis torcidos Cabos para uso móvel Cabos para alta temperatura Cabos refrigerados (11)

Fios e cabos nus

O levantamento lista diversos fornecedores de fios e cabos nus e isolados de baixa e média tensão que atuam no mercado brasileiro. Dividido em tabelas, o guia compreende cabos para ligação de equipamentos, de uso móvel e de alta temperatura, entre outros, além de conexões, fitas e acessórios para cabos. Traz informações como material condutor dos cabos, cobre ou alumínio, isolação, bem como versões disponíveis.

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Condumig (37) 3229-2000 contato@condumig. com.br

Conduspar (41) 2109-6013 grupo.comercial@ conduspar.com.br

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Corfio – (49) 3561-3777 corfio@corfio.com.br

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Dacota Cabos (19) 3634-3477 vendas@dacotace.com.br

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Dagel (11) 99276-1928 dagel@dagel.com.br

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Enerpel (41) 99976-9913 enerpel@enerpel.com.br

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Global Cabos (19) 99649-0833 vendas@globalcabos. com.br

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Grupo Intelli (16) 3820-1649 atendimento@intelli. com.br

IFC – (11) 2118-3200 cobrecom@cobrecom. com.br

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Mult Cabo (11) 2480-1355 vendas@multcabo.com.br

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Neocable – (11) 4891-1226 contato@neoaluminio. com.br

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SIL – (11) 3377-3333 sac@sil.com.br

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Fios e cabos nus

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Versões básicas

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Outras versões

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Isolação

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Notas: (1) Tensão máxima de 1 kV, c.a.;(2) De acordo com a terminologia ABNT, “condutor isolado” é o fio ou cabo dotado apenas de isolação, e “cabos uni ou multipolares” são os cabos dotados, adicionalmente, de cobertura (ver nota 7). No caso de condutores com isolação de XLPE, a isolação apresenta uma espessura grande o suficiente para que o cabo seja considerado equivalente a um cabo uni ou multipolar, para efeito de aplicação.; (3) Cabos com classe de encordoamento 4 ou superior.; (4) Cabos com baixa emissão de fumaças e gases tóxicos (LSZH: low smoke, zero halogen).;(5) Cabos antifurto.;(6) Cabos especialmente desenvolvidos para interligação de módulos, string boxes e inversores.;(7) Cabo coberto, ou cabo protegido, é o cabo dotado apenas de cobertura. E, de acordo com a terminologia ABNT, cobertura é “invólucro externo não-metálico, sem função de isolação”. ; (8) Tensão máxima de 34,5 kV, c.a.;(9) Tensão igual ou superior a 69 kV, c.a.;(10) Cabos para ligação de equipamentos.;(11) Cabos refrigerados a água e a ar utilizados em fornos siderúrgicos, de fundição e máquinas de solda. Obs.: Os dados constantes deste guia foram fornecidos pelas próprias empresas que dele participam, de um total de 368 empresas pesquisadas. Fonte: Revista Eletricidade Moderna, janeiro/fevereiro de 2021. Este e outros 52 guias EM estão disponíveis on-line, para consulta. Acesse www.arandanet.com.br/revista/em e confira. Também é possível incluir a sua empresa na versão on-line de todos estes guias.


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Emendas (kits)

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Conexões, fitas e acessórios para cabos Terminais Emendas

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Notas: (12) Tecnologia de conexão.;(13) Conexão a pressão.;(14) Conectores a pressão de mola, tipicamente para instalações prediais, nos quais basta enfiar as pontas dos condutores — e, dependendo do modelo, também torcê-los.;(15) Para aplicação de conectores. Obs.: Os dados constantes deste guia foram fornecidos pelas próprias empresas que dele participam, de um total de 368 empresas pesquisadas. Fonte: Revista Eletricidade Moderna, janeiro/fevereiro de 2021. Este e outros 52 guias EM estão disponíveis on-line, para consulta. Acesse www.arandanet.com.br/revista/em e confira. Também é possível incluir a sua empresa na versão on-line de todos estes guias.


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Caixas de derivação

Luva p/ cabo nu (16) Protetores para cabos Gaxeta (17) Tubo / luva Termocontrátil Capuz B (130ºC) Tubos F (155ºC) isolantes (18) Classe H (180ºC) térmica Outros Resina de vedação (19) Bloqueio corta-fogo (20) Bucha de passagem Comum P/ cabo armado P/ atmosf. Explosiva Abraçadeira, coleira Anilhos identificadores Clipes identificadores Porta-etiquetas Etiquetas de mesa portátil Ferramentas (21) Caixas subterrâneas Caixas de passagem isolante Caixas de passagem metálica Para embutir P/ instal. aparente Tipo condulete P/ atm. explosiva Isolantes Metálicas Caixa p/ duto de piso Caixa p/ piso elevado

Outros acessórios para cabos e linhas elétricas Caixas PrensaAmarração e Etiquecabo identificação tadora

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Notas: (16) Para proteção mecânica dos cabos, especialmente contra abrasão.; (17) Gaxetas e luvas para proteção de cabos em travessias de superfícies/paredes/pisos, em furações e na entrada de dutos.;(18) Também conhecidos como “espaguetes”.; (19) Kits de resinas intumescentes/expansíveis para vedação de passagens de cabos, particularmente em dutos subterrâneos, contra penetração de água, sendo usadas também para vedar dutos vazios.;(20) Massa de selagem, sacos e outros sistemas para obturação de passagem de cabos, funcionando como barreira corta-fogo.; (21) Para aplicar produtos de amarração e identificação, incluindo dispensadores de identificação. Obs.: Os dados constantes deste guia foram fornecidos pelas próprias empresas que dele participam, de um total de 368 empresas pesquisadas. Fonte: Revista Eletricidade Moderna, janeiro/fevereiro de 2021. Este e outros 52 guias EM estão disponíveis on-line, para consulta. Acesse www.arandanet.com.br/revista/em e confira. Também é possível incluir a sua empresa na versão on-line de todos estes guias.


EM SalaS de bateriaS

a

s salas de baterias são um dos locais que mais geram debates sobre classificação de áreas. É sabido que as baterias, como as chumbo-ácidas, liberam hidrogênio quando em recarga, o que requer a elaboração de procedimentos de segurança, tanto para as atividades de operação quanto para as de manutenção. A existência de diversos exemplos de explosões em salas de baterias, especialmente as que alimentam Centros de Processamento de Dados, tipicamente de altas capacidades, denota a importância de uma análise devidamente embasada, visando a especificação correta dos equipamentos elétricos e eletrônicos nelas instalados. Em uma auditoria, foi encontrado um documento emitido pelo departamento de projetos da empresa, que na verdade tratava-se de um levantamento sobre diversas normas estrangeiras, reproduzindo todas as recomendações nelas mencionadas sobre salas de baterias. O relatório revelou alguns conflitos entre as diversas normas consultadas, porém, nas conclusões, limitou-se a dizer que “as disposições das normas deveriam ser atendidas”. Ou seja, por ter identificado recomendações divergentes, mas não ter analisado e apontado quais diretrizes deveriam ser seguidas na empresa, o relatório foi considerado inócuo, o que motivou a contratação da consultoria.

Nas redes sociais

Nas redes sociais, vez por outra o assunto é colocado em pauta. Certas “opiniões”, emitidas por pessoas que em princípio lidam com o tema, a julgar pelos respectivos perfis profissionais, assustam. Abaixo, há uma seleção de um destes debates, colhido nas redes sociais. Os nomes dos autores foram preservados. “É fácil dizer que todos os equipamentos destinados ao uso em áreas classificadas devem ser Ex; no entanto, exagerar na segurança pode não ser uma boa engenharia. Então, por favor, analisem o seguinte. - Sala com baterias e UPS, com as seguintes características: - Exaustor dimensionado para 6 a 12 mudanças de ar, visando que os níveis de 60 EM JANEIRO/FEVEREIRO, 2021

concentração de H2 sejam mantidos abaixo de 1%; - Se o nível de H2 exceder 1%, toda a energia da sala será cortada; - A exaustão é intertravada com o carregador, desligando-o caso a exaustão pare; - O interruptor de luz está localizado fora da sala; - O detector de gás e o motor do exaustor foram selecionados adequadamente, levando em consideração o gás H2 e o EPL Gb (IIC, T1). Nestas condições, as luminárias da sala precisam ser Ex? E se garantirmos que a concentração de H2 ficará sempre abaixo de 1%, ainda devemos classificar esta sala? Vocês acham que na vida real, o que poderá acontecer?” E dentre as respostas, destacam-se: “Basicamente, uma zona pode ser reduzida aplicando-se uma ventilação “à prova de falhas”. Portanto, medidas apropriadas devem ser aplicadas para permitir que um equipamento “normal” seja instalado. Espero que isso ajude um pouco nesta primeira etapa.” “É um tema interessante. Eu acho que a luminária deve ser Ex, especialmente se for uma luminária de emergência com bateria incorporada.” “Tenho certeza que sim. No entanto, inspeção ou monitoramento adicionais devem ser feitos conforme necessário. Além disso, uma luminária para Zona 2 pode ser uma solução. Depende do cliente.” “Todos os dispositivos de segurança, e os dispositivos envolvidos na reinicialização do UPS, devem ser Ex.” “Ainda é uma área Zona 2. Em meu país, o detector de gás e a exaustão permitiriam o uso de equipamentos de uso geral, mas apenas se eles não possuíssem fontes de ignição ou superfícies aquecidas. Temo que a iluminação possa desrespeitar a limitação de temperatura, então provavelmente precisará ser Ex.” “Em minha opinião, a determinação da quantidade de renovações de ar para manter o hidrogênio abaixo de 25% do LIE é

o requisito para instalar equipamentos não Ex. A avaliar a integridade do sistema de exaustão, do sistema de alarme, etc. Se no momento que a ventilação falhar, na sala não se formar imediatamente uma atmosfera explosiva, também deveremos calcular o tempo até que seja atingido o LIE com a exaustão parada. Portanto, existem medidas suficientes para garantir que a sala não seja classificada, e não exija equipamento Ex. Resumindo, deve ser efetuada uma avaliação completa de acordo com a norma, e considerar-se o pior caso.” Pelo exposto, podemos considerar que a colocação de uma questão específica como esta, que envolve a segurança da planta, em um fórum aberto de internet, foi muito arriscada. A omissão de dados como o tipo e capacidade da bateria, e até se a instalação é onshore ou offshore, não permite responder de forma segura, já que além dos requisitos das normas técnicas, podem ser aplicáveis disposições legais específicas. Além disso, não foram identificadas as qualificações dos respondentes, o que impede ao formulador da pergunta escolher com confiança “a melhor resposta”. A resposta correta e segura será obtida não na internet, mas por um consultor especializado, por meio de um parecer detalhado, considerando as características operacionais da planta e das disposições técnicas e legais aplicáveis, mediante a emissão da respectiva Anotação de Responsabilidade Técnica. Se você possuir alguma dúvida sobre classificação de áreas, mande um e-mail para em@arandaeditora.com.br. Seus questionamentos poderão ser abordados em uma próxima edição.

Estellito Rangel Júnior Engenheiro eletricista e primeiro representante brasileiro de Technical Committee 31 da IEC Esta seção propõe-se a informar e analisar temas relativos a instalações elétricas em atmosferas potencialmente explosivas, incluindo normas brasileiras e internacionais, certificação de conformidade, novos produtos em análises de casos. Cor respondência para Redação de EM, seção “EM Ex”; Alameda Olga 315; 01155-900 São Paulo, SP; e-mail: em@ arandaeditora.com.br


AGENDA no brasil SNPTEE – Os interessados em apresentar trabalhos técnicos na 26ª edição do SNPTEE - Seminário Nacional de Produção e Transmissão de Energia Elétrica podem enviar seus resumos até 28 de fevereiro. A lista dos aprovados será divulgada em 14 de maio. O evento, promovido pelo Cigre-Brasil acontecerá de 15 a 18 de maio de 2022, no Riocentro, na cidade do Rio de Janeiro, e será organizado por Furnas. O cronograma e as instruções para a submissão de trabalhos estão disponíveis no site do XXVI SNPTEE, na aba “Área Técnica” ou através do link https://xxvisnptee.com. br/area-tecnica/ Atmosferas explosivas – O 6 o Encontro Anual Abendi sobre Atmosferas Explosivas está marcado para 9 a 11 de março no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo, SP. O público-alvo são os profissionais envolvidos com a execução de atividades em áreas industriais contendo atmosferas explosivas, tais como projeto, montagem, inspeção, manutenção e reparos. Mais informações em http://aben dieventos.org.br/atmosferas_explosivas/. Manutenção e operação – A InovaFocus e a RPM Brasil promoverão o Cetecman 2021 - 5o Congresso Técnico sobre Manutenção nas Empresas de Energia Elétrica, nos dias 26 e 27 de abril, no Centro de Convenções Frei Caneca em São Paulo, SP. Simultaneamente, será realizado o Cenocon - 9o Fórum sobre Centros de Operação e Controle das Empresas de Energia Elétrica, cujo objetivo é incentivar a discussão sobre a importância dos centros de operação e controle no desempenho do sistema elétrico brasileiro. Mais informações sobre os eventos estão disponíveis nos sites: www.cete cman.com.br e www.rpmbrasil.com.br/ programa.aspx?eventoID=82. Ecoenergy/Exposec – A 9a Ecoenergy Feira e Congresso Internacional de Tecnologias Limpas e Renováveis para Geração de Energia foi adiada em virtude do avanço do Covid-19 e vai acontecer de 8 a 10 de junho no São Paulo Expo Exhibition & Convention Center. O evento, organizado pela Cipa Fiera Milano, é

constituído por exposição de soluções para energias solar heliotérmica, solar FV, eólica, de biomassa, geotérmica e hidroelétrica; e pelos congressos Ecoenergy e Biomass Day. Paralelamente, é realizada a feira Exposec - Feira Internacional de Segurança. Informações em https://feira ecoenergy.com.br. Intersolar Summit – O Intersolar Summit Brasil Nordeste será realizado em Fortaleza, CE, em 9 e 10 de junho. Voltado para especialistas brasileiros e internacionais, enfocará a energia solar e renovável na região. O congresso reunirá especialistas para discutir políticas, desafios legislativos e marcos regulatórios, bem como financiamento e soluções de integração de redes, e será realizado em paralelo com o 11o Congresso RTI Provedores de Internet e o 13o Congresso RTI Data Centers. O evento é organizado pela equipe da Intersolar South America, a maior feira e congresso da América Latina para o setor solar. Informações: https://www.intersolar. net.br/en/home/summit-brasil-nordeste. Feicon – A Feicon/Batimat acontecerá de 14 a 17 de setembro, no SP Expo, em São Paulo, SP. Mais informações: www.feicon. com.br. Expolux – A Reed Exhibitions e a Abilux - Associação Brasileira da Indústria de Iluminação, respectivamente organizadora e idealizadora da Expolux - Feira Internacional da Indústria de Iluminação, vão realizar o evento de 5 a 8 de julho de 2021. Mais informações: www.expolux. com.br/ Intersolar South America – O evento The Smarter E South America, que engloba a Intersolar South America, maior feira & congresso da América do Sul para o setor solar, vai acontecer em São Paulo de 18 a 20 de outubro. Informações na Aranda Eventos e Congressos, pelo telefone (11) 3824-5300 ou no site www.intersolar.net.br.

CURSOS Relés, transformadores – A Conprove Engenharia, de Uberlândia, MG, promove diversos cursos sobre instrumentos de testes elétricos, projetos de P&D e consultoria e modelagem e simulação de sistemas. Na modalidade online, a empresa

ministrará os seguintes cursos: Relés de proteção (IED’s) GE Multilin - Fundamentos, parametrização e testes (Prático), de 15 a 17 de março; Transformadores e reatores de potência - Fundamentos para estudos, operação, proteção, manutenção e comissionamento, de 22 a 24 de março; e Ensaios e testes de comissionamento e manutenção em transformadores e reatores de potência (teoria e prática), de 24 a 26 de março. Informações: conprove@ conprove.com.br, (34) 3218-6800 e www. conprove.com.br. Instalações MT – A ABNT vai realizar de 23 de fevereiro a 18 de março os cursos online Instalações elétricas de média tensão II - ABNT NBR 14039:2005 e ABNT NBR 15751:2013 - Proteção, seletividade e aterramento em sistemas de potência de 1 kV até 36,2 kV, dirigido a engenheiros, técnicos e demais profissionais responsáveis por projetos e obras de instalações elétricas em tensões de 1 kV até 36,2 kV (média tensão). O curso aborda conceitos para instalações elétricas industriais seguras em média tensão. Mais informações no site: www.abntcatalogo.com.br/curs.aspx?ID=143.

no exterior Hannover – De 12 a 16 de abril será realizada a Hannover Messe em versão digital. Mais informações estão disponíveis em www.hannovermesse.de/en/ Utility Week e PowerGen – A Utility Week e PowerGen Africa serão realizadas em formato digital de 11 a 13 de maio devido a pandemia do Covid-19. Mais informações em www.african-utility-week.com/ Eficiência energética – O evento eceee 2021 Summer Study on energy efficiency será realizado em formato digital em junho. Mais informações em https://www. eceee.org/summerstudy/ LightCon – O LightCon, evento composto por feira e congresso, será realizado de 23 a 24 de junho, em Hannover, Alemanha. Informações em https://lightcon.info/en/ Cired – A Conferência Bienal Cired 2021 está agendada para Genebra, Suíça, de 20 a 23 de setembro. Mais informações sobre o evento, podem ser obtidas em www.cired.net. JANEIRO/FEVEREIRO, 2021 EM

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PRODUTOS ABRAÇADEIRAS PARA CABOS Fabricadas pela KOZ (Holanda) e fornecidas pela LCI Brasil, essas abraçadeiras isolantes são indicadas para fixação de cabos de baixa, média e alta tensão, certificadas conforme a norma NENEM-IEC 61914. Os ensaios de resistência a curto-circuito foram realizados pela Kema Laboratory na Holanda e pela Schneider, sob a supervisão da SGS Bélgica. Fabricadas com poliamida preta, virgem, com carga de fibra-de-vidro, são resistentes a praticamente todos os produtos químicos, corrosão, água salina, etc.. Outras características: livres

de halogênio; resistentes a raios UV e a combustão (classificação UL-94 V-0), e com classificações de flamabilidade S3, fumo SR2 e escoramento ST-2 conforme DIN 5510-2:2009; têm resistência a flexão de 210 N/mm2 e a tração de 120 N/mm2; expansão térmica de 0,01% a cada 10 °C de aumento de temperatura; as temperaturas de operação variam -80 °C a +120 °C e chegam a +220 °C em picos. www.lci-brasil.com ANALISADOR DE ENERGIA O analisador de qualidade de energia CCK7550S da CCK é fornecido em versões portátil e para painel, com classe de exatidão 0,2% (256 amostras por ciclo), protocolo de comunica62 EM JANEIRO/FEVEREIRO, 2021

ção IEC 61850 e homologação do ONS. Mede tensão de 30 a 500 V c.a., corrente de 25 mA a 6 A; frequência de 47 a 63 Hz, potência ativa, aparente e reativa, fator de potência, distorção harmônica até a 49a ordem, transitórios de tensão e corrente, e demanda. O modelo CCK7550S (foto) dispõe de memória de massa de 35 dias contínuos, separados em intervalos de 5 minutos, para registro de V e A (nas três fases); W e Wh (total, ponta e fora da ponta); var indutivo e capacitivo; e DTT de tensão e de corrente. www.cck.com.br CABO PARA REDES COMPACTAS Lançamento recente da Conduspar é o cabo protegido CAA 25kV, para redes primárias compactas de distribuição com vãos longos, como redes rurais. A cobertura é resistente ao trilhamento elétrico e à intempérie, evitando descargas e desligamentos em contatos ocasionais com objetos aterrados e árvores. Tem fios de alumínio 1350, alma de aço galvanizado, encordoamento

classe 2 redondo com bloqueio longitudinal de umidade, nas seções 120, 240 e 300 mm2, blindagem de composto termofixo semicondutor e cobertura de composto termofixo de XLPE na cor cinza. Tempera-

turas máximas de operação: 90 °C em regime permanente, 100°C em sobrecarga e 250°C em curto circuito. Normas ABNT NBR 11873 e ABNT NBR 7270. www.conduspar.com.br CÂMERA TÉRMICA COMPACTA Composta por detector térmico de 128 x 96 pixels, câmera visual de 5 MP e um sistema que identifica facilmente problemas elétricos, mecânicos e até vazamentos, a nova câmera térmica FLIR C3-X é um termovisor compacto e robusto com muitos recursos. Realiza medições de temperatura de até 300°C em tempo real através de tela sensível ao toque de 3,5 polegadas. O sistema de imagens adiciona, em tempo real, detalhes de contorno da imagem visual à imagem térmica. Tem índice e proteção IP54 (poeira e água)

e suporta quedas de até 2 m. Iluminação LED embutida ajuda a ver em áreas escuras e de difícil acesso. Oferece conectividade em nuvem para transferir, armazenar e fazer backup das imagens, e também possibilita a geração de relatórios completos. www.flir.com/C3-X VEDAÇÕES DE CABOS SUBTERRÂNEOS As vedações da Roxtec para redes subterrâneas aplicam-se à interface entre cabos, dutos e câmaras, evitando entrada de água, gás, poeira e animais.

Têm índice de proteção IP 68 (pressão constante de água até 0,3 bar e pressão catastrófica para 1 bar), são à prova de gás até 0,3 bar e podem ser instaladas em condições de água corrente. Fabricadas com borracha EPDM livre de halogênio, atendem às diretrizes RoHS e REACH. O design pode ser bi, tri ou tetrapartido, para instalação em projetos novos ou retrofits, dispensando ferramentas especiais e torquímetros. Promovem retenção de cabo com força de tração na faixa de 2200-3300 N e carga de peso de até 336 kg, dependendo do tamanho. www.roxtec.com TACOS ISOLANTES Os tacos (suportes para cabos) isolantes da Superfibra são fabricados em resina de poliéster reforçados com fibra de vidro na cor preta. O material é autoextinguível e livre de halogênios, tem elevada rigidez dielétrica (15-16 kV/mm) e alta resistência a arcos, tração e compressão. Produzidos

para 1, 3, 5 ou 6 cabos, com comprimentos de 150, 270 e 450 mm ou conforme especificação, podem ser fornecidos por peça, par ou kit com dois tacos, dois parafusos de aço 8.8 com porcas, arruela lisa e arruela de pressão. www.superfibra.com.br



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PUBLICAÇÕES PUBLICAÇÕES Transição energética – O relatório internacional, elaborado pela Statkraft, destaca as tendências no mercado global de energia para uma transição energética até 2050. Denominada Baixas Emissões – Cenário 2020, a 5a edição do estudo indica quatro tendências para o mercado de energia. Uma delas é a descarbonização e quedas dos custos de geração de energia renovável. O relatório aponta que os custos para novos empreendimentos de energia solar e eólica vão diminuir até superar as usinas de carvão e gás já construídas, e cita as reduções do uso de combustíveis fósseis em vários países, como Noruega, que está virtualmente livre de emissões; Reino Unido, em que o carvão passou de 40% a 2% do fornecimento de energia; e Estados Unidos, onde a geração de energia a carvão caiu 16% em 2019. O estudo estima que a capacidade solar fotovoltaica global será 24 vezes maior em 2050 (14 100 GW). No segmento eólico, prevê-se que após 2030 as turbinas eólicas de 8 MW, a uma altura de mais de 200 metros, serão o padrão para instalações em terra. Outra tendência apontada pelo estudo é a redução das emissões por meio da eletrificação direta de transportes, edifícios e indústria. É previsto que a eletricidade cobrirá 43% da demanda global de energia em 2050, em comparação com cerca de um quinto hoje, e

que a demanda por energia elétrica dobrará no período, crescendo em média 2,5% ao ano. Além disso, o relatório indica redução de mais de 70% nos custos da bateria até 2050, impulsionada pelo uso crescente de veículos elétricos. Já a descarbonização por meio da utilização de hidrogênio verde e amônia é vista como uma

solução atraente para áreas difíceis de se eletrificarem diretamente. No cenário considerado, o hidrogênio livre de emissões cobrirá 6% da demanda total de energia final no mundo até 2050. Por fim, a publicação mostra que a interação entre os setores de energia por meio de soluções inteligentes dará ao sistema mais flexibilidade e permitirá maior participação de energia

renovável variável. O relatório completo está disponível em www.statkra ft.com/lowemissions2020/. PCHs – Um levantamento realizado pela AbraPCH - Associação Brasileira de Pequenas Centrais Hidrelétricas e Centrais Geradoras de Energia, tendo como base dados divulgados pelo IBGE e DAEE - Departamento de Águas e Energia Elétrica, destaca que os reservatórios de PCHs e CGHs correspondem a 56,75 km 2, o que representa 0,00066% do território do Brasil. Já as grandes hidrelétricas (UHEs) ocupam 32110,78 km 2, equivalente a 0,37732% do território. Segundo o presidente executivo da AbraPCH, Paulo Arbex, entre os meses de janeiro a setembro de 2020 75,9% de toda a energia consumida no Brasil foi gerada por hidrelétricas, destacando suas vantagens de baixa ocupação e alta geração de energia. O estudo ainda aponta que das 1507 hidrelétricas em operação no Brasil, 738 são CGHs, 547 são PCHs e 222 são UHEs. E ainda que o Brasil possui um potencial hidrelétrico já identificado, estudado e com inventário aprovado junto a Aneel, com 1752 novas PCHs e CGHs, totalizando 15.765 MW de potência; e também um potencial não estudado ou ainda não aprovado pela Aneel. Mais informações podem ser obtidas com a AbraPCH: https://abrapch.org.br/.

ÍNDICE DE ANUNCIANTES Alubar ................................... 2a capa e 3 Anglo Metais .......................................29 Balestro ...............................................27 Boreal ..................................................55 Clamper ...............................................31 Dispan .................................................17 Dutotec ................................................38 Edentec ...............................................15 Eletroteste ...........................................10 Embrastec ...........................................52 Equacional .........................................46 Exatron ................................................33

Geraforte .............................................14 Hellermanntyton ..................................13 Hércules Motores ................................45 Huawei ................................................ 51 Indelec .................................................50 Inpol.....................................................59 Kanaflex ..............................................47 Kit Acessórios .....................................24 Mitsubishi Electric .................................5 Modasa................................................53 Mopa ...................................................39 MR .......................................................28

Novemp ...................................... 3a capa Pextron ................................................43 Prysmian .............................................37 Reichembach ......................................57 Steck ...................................................35 Takafer ................................................58 Termotécnica.......................................42 Toroid ..................................................38 Vepan .................................................. 11 Weg Automação......................... 4a capa Weg Transformadores ........................25 Yaskawa ...............................................7 JANEIRO/FEVEREIRO, 2021 EM

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MOMENTO A AtrAtividAde dAs PCHs PaulO ludMEr

a

o final de 2020, no Brasil, com dinheiro se compravam pequenas centrais hidrelétricas com até 30 MW de potência de placa. Atenção: explicitadas nas vitrines muitas não estão. Mas há um notável interesse de fundos de investimento pelos negócios e uma sutil anuência pelo flerte por parte dos controladores das usinas. O planeta está encharcado de liquidez; o câmbio esteve há semanas estacionado em quase R$ 6 por um dólar norte-americano, numa paridade surpreendentemente favorável ao investidor estrangeiro. Além disso, prevalece a crença de que uma inevitável retomada da economia

vantagens fiscais. Se for flutuante, reduz a evaporação do lago (um percalço no Nordeste sob intensa insolação). No Sudeste canavieiro, cabe uma térmica (ao lado da pequena central) com bagaço de cana de açúcar ou com palha de grãos (milho, por exemplo). Indústrias cederiam resíduos comburentes em contratos de parcerias. Laranjais costumam remover arvoredos e aposentam os velhos. Eucaliptais desestocados desde as raízes são dominados e aproveitados por especialistas nesta logística. O item logística envolve principalmente o sistema de transporte rodoviário e aquático, além de linhas de transmissão e subestações utilizáveis (em caso de expansão) ao alcance econômico da geração. Qual o potencial do parque gerador vir a exercer armazenagem de energia elétrica? As PCHs são mais raras no Nordeste onde as eólicas reinam. Porém, os parques movidos a ventos encontram na região uma

“Um ponto fraco no valor de diversas PCHs é seu regime de água afluente. Mas, pela ótica de um fundo de investimento, pode-se aumentar a energia garantida instalando uma termossolar ou uma fotovoltaica.” brasileira torna a transação verossímil num horizonte de décadas de validade dos prazos de concessão. Um ponto fraco no valor de diversas pequenas centrais hidrelétricas é seu regime de água afluente. Mas, pela ótica de um fundo de investimento, pode-se aumentar a energia garantida da pequena central instalando uma termossolar ou uma solar fotovoltaica complementar, claramente útil quando a bacia hidrográfica da usina hidrelétrica estia. Se este parque solar for próximo, funciona otimamente como energia distribuída e suas Paulo Ludmer é jornalista, engenheiro, professor, consultor e autor de livros como Derriça Elétrica (ArtLiber, 2007), Sertão Elétrico (ArtLiber, 2010), Hemorragias Elétricas (ArtLiber, 2015) e Tosquias Elétricas (ArtLiber, 2020). Website: www.pauloludmer.com.br.

66 EM JANEIRO/FEVEREIRO, 2021

adversidade robusta na confusão, inexistência e grilagem dos registros imobiliários. Com o surgimento de um Atlas eólico no mar certamente as diferenças de documentação imobiliária no Brasil serão assunto do passado. Entrementes, a potencialidade em terra de se expandirem os parques eólicos (que demandam 3% da área total dos terrenos alugados), de absorverem nos vazios dos terrenos dúzias de módulos fotovoltaicos já é realidade. Venta muito de noite, faz sol tórrido de dia. O controle acionário de uma pequena central hidrelétrica à venda é outra jabuticaba quando as ações fazem parte de inventários familiares litigiosos. Outro ponto desafiante é quando a usina foi construída intuitivamente numa fazenda familiar, considerando um rio volumoso, com corredeira e queda

d’água. Nos dias que correm, diante da ideia de se desfazer da barragem, é comum e respeitável que o empreendedor agropastoril desconheça completamente o cipoal regulatório do setor elétrico brasileiro. Torna-se bastante difícil ensinar o que significam e quais são os impactos do mecanismo de realocação de energia (MRE), generation scaling factor (GSF), energia garantida e despacho do operador nacional do sistema, vis-à-vis a opção de desgarrar-se do sistema interligado nacional, da CCEE – Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, área de livre comercialização, power purchase agrement, etc. Na ponta do virtual comprador, também se observam curiosidades: os fundos de investimento são especialistas em finanças, desconhecem o mesmo pântano de comandos legais que o vendedor. Estão inicialmente de olho na TIR - taxa de remuneração do investimento. Apreciam comprar empresas em dificuldades técnicas, gerenciais, de caixa ou outras que pretendem resolver para revender o ativo, substancialmente valorizado, em quatro ou cinco anos depois. Na lista das complicações estão: PCHs com rachaduras na barragem; cavitação à jusante; cracas e mexilhões nas pás das turbinas; assoreamentos; necessidades de repotenciação, redefinição de energia garantida e hidrologia. Acresce-se que de 2008/2009 para cá, como superar contratos de vendas de longo prazo a preços não mais satisfatórios? Como apreciar parcelas de financiamentos pagos diante das taxas de juros negativas de agora? Como valorar reformas em curso como as tributárias e outras? Se a filtragem for meticulosa, se o investidor conservador, se a ambição de retorno elevada, a quantidade de transações se limita a poucas unidades. O mercado inventou e tanto insistiu que criou o fetiche de que um MWh de uma PCH vale R$ 10 milhões. Sua construção requisitou pelo menos R$ 4 a 5 milhões. Mas são tantas as variáveis que não se estranham compras e vendas em torno de R$ 6 milhões a R$ 12 milhões. Há que revisitar por último, mas não por fim, a rubrica ambiental. A PCH para estar em operação venceu os processos de autorização, licença prévia, licença de construção e licença de operação junto à Aneel Agência Nacional de Energia Elétrica, sempre a postos para normatizar e fiscalizar. Desse tacho, nunca se sabe.




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